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Policiais suspeitos de elo com PCC movimentaram R$ 25 mi – 18/12/2024 – Cotidiano
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11 meses atrásem
Rogério Pagnan
Dois policiais civis paulistas suspeitos de ligação com integrantes da facção criminosa PCC, ambos alvos da operação da Polícia Federal e Promotoria nesta terça-feira (17), movimentaram ao menos R$ 25 milhões em um intervalo de sete anos, conforme levantamento feito pela Folha.
O investigador Eduardo Lopes Monteiro, preso na operação Tacitus, movimentou cerca de R$ 12 milhões, e o agente Rogério de Almeida Felício, considerado foragido, movimentou cerca de R$ 13 milhões, conforme o levantamento. A maior parte do patrimônio envolve compra e venda de imóveis.
Como funcionários públicos, Monteiro recebe um salário bruto de R$ 11.985 (R$ 5.504,70 líquidos), e Felício recebe mensais R$ 7.911 (R$ 7.337,17 com descontos), conforme dados oficiais.
Procuradas, as defesas dos policiais afirmaram que as movimentações ocorrem dentro da lei e que ambos foram investigados pela Promotoria no passado, sem que tenham sido achadas irregularidades. Também negaram ligação com o crime organizado e consideram desnecessário o pedido de prisão (leia mais abaixo).
Os nomes de Monteiro e Felício ficaram conhecidos a partir de novembro deste ano quando foi divulgada parte da delação do empresário Antônio Vinícius Gritzbach, assassinado no aeroporto de Guarulhos.
Em acordo de delação premiada com o Ministério Público, Gritzbach apontou uma série de policiais supostamente envolvidos em esquema de corrupção, entre eles Monteiro e Felício, além do delegado Fábio Baena, chefe de ambos durante passagem deles pelo DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa).
Baena e sua equipe foram os responsáveis pela investigação do assassinato em 2021 de Anselmo Becheli Santa Fausta, o Cara Preta, chefe do PCC. Gritzbach era o principal suspeito de ser o mandante do crime. Os policiais teriam exigido dinheiro para livrá-lo das acusações, segundo a versão apresentada pelo delator.
A reportagem não conseguiu identificar uma evolução patrimonial considerável do delegado Baena. Pelos registros em cartório no estado de São Paulo, os bens do delegado não chegam a R$ 1 milhão.
Já os outros policiais tiveram crescimento patrimonial exponencial. Os R$ 12 milhões movimentados por Monteiro, por exemplo, equivalem a 15 vezes o patrimônio declarado em 2017. Já os R$ 13 milhões de Felício, representam 40 vezes o patrimônio de R$ 319 mil registrado em 2019.
Monteiro mora em uma casa de três pavimentos em um condomínio de Bragança Paulista, no interior do estado, uma propriedade estimada por corretores ouvidos pela reportagem em R$ 2 milhões.
Em outubro do ano passado, ele vendeu outro imóvel no mesmo condomínio, por R$ 4 milhões. A Folha não publica o nome do condomínio para não colocar eventualmente em risco a família do policial, que ainda mora no local.
A reportagem considera em seu levantamento o valor da casa de Monteiro estimado por corretores, e não o valor registrado em cartório de R$ 439 mil, que ainda aparece como um lote sem construção.
Da mesma forma, a reportagem considera o valor de R$ 1,8 milhão para o prédio adquirido por ele na avenida Antônio Pires Pimentel, uma das principais de Bragança. Hoje funciona no local a concessionária de veículos Baronesa Motors, mas na escritura ele foi registrado como um terreno comprado por R$ 450 mil.
A Baronesa Mortors, que vinha comercializando veículos de luxo como Porsche até novembro, também estava em nome do investigador até março de 2023. Naquele mês, a empresa passou para sua mulher e para um sócio, Edmundo Alves Pereira Gaeta, ambos com 50% da companhia, estimada em R$ 500 mil.
Das 15 matrículas adquiridas ou comercializadas pelo investigador, duas delas estão em nome da empresa MD Construção e Incorporação, registrada em nome de Monteiro e da mulher dele, uma médica da cidade.
O investigador deixou a sociedade da MD em março do ano passado, deixando a empresa apenas para a mulher. O patrimônio dele ainda inclui carros e sala comercial.
Já o patrimônio do agente Felício é concentrado em uma série de condomínios de casas na Praia Grande, litoral paulista. Pelos documentos disponíveis em cartório, ele adquiriu terrenos na cidade, construiu pequenas casas e as vendeu por valores entre R$ 240 mil e R$ 420 mil.
Até agora, foram construídas 37 unidades divididas em cinco condomínios batizados de Magnata, e há ao menos mais cinco unidades em construção no Magnata 6. Parte das unidades já foi comercializada, e outra continua em nome da Magnata Construtora e Incorporadora.
A empresa está registrada em nome do policial, de um sobrinho dele e de um terceiro sócio, todos com partes iguais na empresa. Além dos condomínios, a empresa tem ainda mais duas casas em Praia Grande estimadas em R$ 500 mil.
Policiais dizem que negócios são legais
A defesa de Monteiro, liderada pelo advogado Daniel Bialski, diz que “paralelamente à elogiada carreira policial”, o investigador foi sócio da Baronesa Motors e da MD Construções LTDA. “Não exercendo qualquer cargo de administração. Hoje já não mais integra o quadro societário de ambas empresas”, diz.
Sobre os carros anunciados na loja, tratava-se de veículos deixados em consignação por terceiros, clientes. “Já em relação a MD Construções LTDA, o maior aporte para obtenção dos imóveis é fruto do ofício de sua esposa e de vendas pretéritas. Aliás, tudo está regular e devidamente declarado em seu imposto de renda”, afirma a defesa do investigador.
Já a defesa de Felício, liderada pelo advogado José de Oliveira Júnior, afirma que em 2017 foi aberta uma investigação contra o agente pelo Ministério Público, arquivada em 2021. Neste mesmo ano, outra investigação foi aberta pela Promotoria, também arquivada em 2023.
“Vale dizer que Rogério, bem como a Construtora Magnata, tiveram suas movimentações financeiras analisadas desde o ano de 2011, sem qualquer incompatibilidade financeira”, diz trecho da nota.
Sobre a a movimentação de R$ 13 milhões como compra e venda de imóveis nos últimos anos, a defesa diz “que os imóveis negociados pela construtora ocorreram por intermédio de permutas, incorporações e financiamentos bancários.”
A defesa diz que as acusações feitas por Gritzbach contra o agente são infundadas com o objetivo de descredibilizar o trabalho sério e eficaz realizado por Rogério e equipe, que o apontaram como mandante da morte de Santa Fausta. “Reiteramos que a evolução patrimonial do policial civil Rogério de Almeida Felício é totalmente compatível com suas atividades profissionais, estando devidamente documentada e em conformidade com a legislação vigente.”
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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre
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12 de novembro de 2025A Ufac realizou o encerramento do curso de aperfeiçoamento em cuidado pré-natal na atenção primária à saúde, promovido pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex), Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa). O evento, que ocorreu nessa terça-feira, 11, no auditório do E-Amazônia, campus-sede, marcou também a primeira mostra de planos de intervenção que se transformaram em ações no território, intitulada “O Cuidar que Floresce”.
Com carga horária de 180 horas, o curso qualificou 70 enfermeiros da rede municipal de saúde de Rio Branco, com foco na atualização das práticas de cuidado pré-natal e na ampliação da atenção às gestantes de risco habitual. A formação teve início em março e foi conduzida em formato modular, utilizando metodologias ativas de aprendizagem.
Representando a reitora da Ufac, Guida Aquino, o diretor de Ações de Extensão da Proex, Gilvan Martins, destacou o papel social da universidade na formação continuada dos profissionais de saúde. “Cada cursista leva consigo o conhecimento científico que foi compartilhado aqui. Esse é o compromisso da Ufac: transformar o saber em ação, alcançando as comunidades e contribuindo para a melhoria da assistência às mulheres atendidas nas unidades.”
A coordenadora do curso, professora Clisângela Lago Santos, explicou que a iniciativa nasceu de uma demanda da Sesacre e foi planejada de forma inovadora. “Percebemos que o modelo tradicional já não surtia o efeito esperado. Por isso, pensamos em um formato diferente, com módulos e metodologias ativas. Foi a nossa primeira experiência nesse formato e o resultado foi muito positivo.”
Para ela, a formação representa um esforço conjunto. “Esse curso só foi possível com o envolvimento de professores, residentes e estudantes da graduação, além do apoio da Rede Alyne e da Sesacre”, disse. “Hoje é um dia de celebração, porque quem vai sentir os resultados desse trabalho são as gestantes atendidas nos territórios.”
Representando o secretário municipal de Saúde, Rennan Biths, a diretora de Políticas de Saúde da Semsa, Jocelene Soares, destacou o impacto da qualificação na rotina dos profissionais. “Esse curso veio para aprimorar os conhecimentos de quem está na ponta, nas unidades de saúde da família. Sei da dedicação de cada enfermeiro e fico feliz em ver que a qualidade do curso está se refletindo no atendimento às nossas gestantes.”
A programação do encerramento contou com uma mostra cultural intitulada “O Impacto da Formação na Prática dos Enfermeiros”, que reuniu relatos e produções dos participantes sobre as transformações promovidas pelo curso em suas rotinas de trabalho. Em seguida, foi realizada uma exposição de banners com os planos de intervenção desenvolvidos pelos cursistas, apresentando as ações implementadas nos territórios de saúde.
Também participaram do evento o coordenador da Rede Alyne, Walber Carvalho, representando a Sesacre; a enfermeira cursista Narjara Campos; além de docentes e residentes da área de saúde da mulher da Ufac.
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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre
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11 de novembro de 2025O Colégio de Aplicação (CAp) da Ufac realizou uma minimaratona com participação de estudantes, professores, técnico-administrativos, familiares e ex-alunos. A atividade é um projeto de extensão pedagógico interdisciplinar, chamado Maracap, que está em sua 11ª edição. Reunindo mais de 800 pessoas, o evento ocorreu em 25 de outubro, no campus-sede da Ufac.
Idealizado e coordenado pela professora de Educação Física e vice-diretora do CAp, Alessandra Lima Peres de Oliveira, o projeto promove a saúde física e social no ambiente estudantil, com caráter competitivo e formativo, integrando diferentes áreas do conhecimento e estimulando o espírito esportivo e o convívio entre gerações. A minimaratona envolve alunos dos ensinos fundamental e médio, do 6º ano à 3ª série, com classificação para o 1º, 2º e 3º lugar em cada categoria.
“O Maracap é muito mais do que uma corrida. Ele representa a união da nossa comunidade em torno de valores como disciplina, cooperação e respeito”, disse Alessandra. “É também uma proposta de pedagogia de inclusão do esporte no currículo escolar, que desperta nos estudantes o prazer pela prática esportiva e pela vida saudável.”
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou a importância do projeto como uma ação de extensão universitária que conecta a Ufac à sociedade. “Projetos como o Maracap mostram como a extensão universitária cumpre seu papel de integrar a universidade à comunidade. O Colégio de Aplicação é um espaço de formação integral e o esporte é uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento humano, social e educacional.”
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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre
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11 de novembro de 2025O curso e o Centro Acadêmico de Letras/Português da Ufac iniciaram, nessa segunda-feira, 10, no anfiteatro Garibaldi Brasil, sua 24ª Semana Acadêmica, com o tema “Minha Pátria é a Língua Pretuguesa”. O evento é dedicado à reflexão sobre memória, decolonialidade e as relações históricas entre o Brasil e as demais nações de língua portuguesa. A programação segue até sexta-feira, 14, com mesas-redondas, intervenções artísticas, conferências, minicursos, oficinas e comunicações orais.
Na abertura, o coordenador da semana acadêmica, Henrique Silvestre Soares, destacou a necessidade de ligar a celebração da língua às lutas históricas por soberania e justiça social. Segundo ele, é importante que, ao celebrar a Semana de Letras e a independência dos países africanos, se lembre também que esses países continuam, assim como o Brasil, subjugados à força de imperialismos que conduzem à pobreza, à violência e aos preconceitos que ainda persistem.
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, salientou o compromisso ético da educação e reforçou que a universidade deve assumir uma postura crítica diante da realidade. “A educação não é imparcial. É preciso, sim, refletir sobre essas questões, é preciso, sim, assumir o lado da história.”
A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou a força do tema proposto. Para ela, o assunto é precioso por levar uma mensagem forte sobre o papel da universidade na sociedade. “Na própria abertura dos eventos na faculdade, percebemos o que ocorre ao nosso redor e que não podemos mais tratar como aula generalizada ou naturalizada”, observou.
O diretor do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela), Selmo Azevedo Pontes, reafirmou a urgência do debate proposto pela semana. Ele lembrou que, no Brasil, as universidades estiveram, durante muitos anos, atreladas a um projeto hegemônico. “Diziam que não era mais urgente nem necessário, mas é urgente e necessário.”
Também estiveram presentes na cerimônia de abertura o vice-reitor, Josimar Batista Ferreira; o coordenador de Letras/Português, Sérgio da Silva Santos; a presidente do Cela, Thaís de Souza; e a professora do Laboratório de Letras, Jeissyane Furtado da Silva.
(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)
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