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Política fiscal ameaça descarrilhar a economia – 12/10/2024 – Marcos Lisboa

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Desde a pandemia, a economia brasileira tem surpreendido os analistas com alguns bons números. A recessão em 2020 foi menor do que o antecipado, assim como a recuperação da atividade e do emprego desde 2021 tem sido mais forte do que esperava a maioria dos analistas.

Esses bons números, contudo, contrastam com os preços dos ativos no Brasil. A taxa de câmbio segue depreciada em comparação com as moedas de outros países; as taxas de juros de mercado estão elevadas e voláteis.

O Tesouro tem tido de pagar taxas de juros altas nos seus papéis de maior prazo para encontrar compradores.

No começo do ano, os bons números correntes da economia animaram diversos investidores a apostar no Brasil, acreditando que as taxas de juros iriam cair e que o câmbio não se depreciaria.

Essa aposta se revelou equivocada. Fundos e investidores tiveram perdas expressivas no primeiro semestre deste ano, como foi detalhado nesta coluna em 4 de julho.

A dicotomia entre os bons números correntes da economia, que vem desde o governo anterior, e o pessimismo que se revela nos preços dos ativos provoca o debate. Como pode o governo ter de pagar juros mais altos para financiar a sua dívida e ao mesmo tempo os investidores perderem? O que justifica o pessimismo?

Em geral, imagina-se que juros mais altos, que custam recursos dos cofres públicos, resultem em maiores ganhos para o setor privado. Só que nem sempre é assim.

Os investidores detêm títulos do governo com taxa de juros estabelecidas no momento da sua emissão (prefixados), alguns com prazos de vencimento longos, nas próximas décadas. Quando as taxas de juros de mercado sobem, esses títulos se desvalorizam, resultando em perdas para seus detentores.

A decisão de comprar títulos públicos requer analisar tanto a taxa de juros oferecida pelo governo quanto a possibilidade de variação dessas taxas durante a vigência dessa dívida. Caso os investidores vendam esses títulos antes do seu vencimento e as taxas de juros de mercado tenham caído, o preço desses papéis sobe, aumentando os ganhos dos investidores.

Se, por outro lado, as taxas de juros aumentam, os títulos já adquiridos perdem valor, ainda mais se tiverem que ser vendidos antes do seu vencimento. Por essa razão, os compradores devem analisar as taxas de retorno oferecidas assim como o risco de flutuação dessas taxas no futuro.

Uma forma de os investidores se prevenirem de uma piora das expectativas é optarem por títulos chamados de pós-fixados, cuja taxa de retorno será determinada posteriormente em razão de indicadores de mercado, como inflação (NTN-B) ou juros (LFT).

E a participação das LFTs tem aumentado nos últimos tempos em detrimento das prefixadas, cuja taxa de retorno é definida no momento da emissão desses títulos pelo governo.

Os dados indicam que as expectativas pioraram no último ano, apesar dos bons dados correntes da economia. Uma das razões é o comportamento dos gastos públicos e da forma como o governo tenta equilibrar as suas finanças.

A despesa primária do governo, segundo a projeção oficial, deve crescer 2,9% acima da inflação em 2025, repetindo o padrão de aumento expressivo dos últimos anos.

O governo procura compensar esse aumento com o crescimento da arrecadação. Mas essa estratégia tem alguns problemas.

A maior arrecadação não tem sido suficiente para estabilizar a dívida pública, que continua a aumentar significativamente.

Além disso, parte da maior arrecadação decorre de receitas temporárias. E, pela legislação vigente desde o fim do teto de gastos, esse aumento da receita implica aumento da despesa permanente, resultado da indexação dos gastos com saúde, educação, emendas parlamentares e Fundo Constitucional do DF.

Como o governo irá pagar esse aumento da despesa permanente no futuro? Novos aumentos da carga tributária? Teremos mais inflação?

Esse aumento da arrecadação não leva apenas ao crescimento dos gastos indexados à receita. Dependendo dos tributos ampliados, parte da arrecadação terá que ser repartida com estados e municípios, reduzindo a receita líquida que resta para o Tesouro.

As frequentes alterações nas regras tributárias têm contribuído para o aumento da incerteza sobre a viabilidade de investimentos no Brasil. A correção de distorções melhoraria o ambiente de negócios e reduziria a desigualdade de renda, desde que embasada por uma agenda clara e tecnicamente bem fundamentada, como ocorre na reforma da tributação sobre consumo.

Contudo, a sequência de medidas, por vezes atabalhoadas, e a criatividade na interpretação das normas aumentam os riscos para a produção e o investimento, prejudicando a sustentabilidade do crescimento da economia.

Além disso, o governo pouco detalha as metodologias e os dados que suportam suas estimativas das mudanças tributárias. Essas, inclusive, deveriam incluir análises de impacto sobre como as decisões privadas irão reagir às mudanças, que podem ir na contramão da arrecadação pretendida.

Apesar das elevadas taxas de juros e dos bons números do PIB, o Brasil pouco atrai investidores externos, o que resultou em um fluxo financeiro negativo para outros países de US$ 71,6 bilhões (R$ 401 bilhões) no período de 12 meses, que termina em setembro deste ano, segundo o Banco Central.

O resultado é o elevado custo de financiamento do setor público, que tem que pagar mais para atrair investidores. A dívida pública passou de pouco mais de 72% do PIB no fim de 2022 para mais de 78% do PIB em agosto deste ano. Pode passar de 84% no fim do mandato.

O governo deveria aproveitar o bom momento da economia para enfrentar os problemas que se avizinham. Caso contrário, podemos repetir o fracasso de uma década atrás.

No fim de 2012 e no começo de 2013, diversos economistas, como Armando Castelar, Fabio Giambiagi e Samuel Pessôa, alertavam que os bons indicadores correntes conviviam com distorções na política econômica e desequilíbrios fiscais que, caso não fossem enfrentados, poderiam resultar em uma grave crise.

Samuel e eu alertamos, na época, sobre o risco de incorrer em uma crise semelhante à que resultou da estratégia do governo Geisel.

O alerta foi ineficaz em 2013. Quem sabe, desta vez, seja diferente.



Leia Mais: Folha

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Cãozinho faz ensaio fofo para foto do RG Animal e encanta seguidores

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A brasileira Giovanna, pesquisadora do campo do Alzheimer, ganhou um prêmio internacional. - Foto: Arquivo pessoal

Um cãozinho fofo chamado Torresmo encantou a internet durante um ensaio fotográfico para tirar o “RG Animal”. Com direito a várias tentativas até escolher a imagem ideal, Torresmo ficou uma gracinha!

O tutor, que vive com o cachorrinho em Ipatinga, Minas Gerais, postou fotos do bichinho todo comportado, olhando para a câmera com muito carisma e paciência. Ao todo, foram 4 fotos até que ele escolhesse a melhor!

Na internet, a postagem já teve mais de 68 mil curtidas. “Torresmo, você é muito fotogênico, meu amor! Saiu lindíssimo em todas!!!”, comentou uma seguidora.

‘Não valorizou’

Em uma das fotos, Torresmo aparece com uma carinha bem amigável, mas sem sorrir. “Essa não valorizou meu sorriso”, escreveu o tutor.

Em uma segunda, o ângulo não ficou tão bacana. “Essa não ficou centralizada”.

E depois de três tentativas, deu bom: “Perfeita!”, postou o tutor enquanto o cachorrinho aparece com um baita sorrisão!

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Quem é Torresmo

O nome completo do Torresmo agora está no documento oficial brasileiro: é Torresmo José Fernandes Ribeiros.

Ele é um cachorrinho de apenas dois aninhos, mas já tem presença de celebridade nas redes.

Com um jeitinho bem tranquilo e simpático, conquistou milhares de seguidores.

O álbum do ensaio, que parecia apenas uma brincadeira entre o tutor e o pet, se tornou um fenômeno!

RG Animal

O “RG do pet” é, oficialmente, o Sistema de Cadastro Nacional de Animais Domésticos, apelidado de Sinpatinhas.

Lançado pelo governo federal, o documento é 100% digital, gratuito e pode ser emitido pela internet.

Além de ajudar na identificação em caso de desaparecimento, o Sinpatinhas reúne dados importantes como vacinação, microchipagem e castração.

Veja aqui com o tirar o RG do seu pet.

Agora como ficou o RG do Torresmo

O resultado ficou uma fofura, concorda? - Foto: @torresmo.jose/Instagram O resultado ficou uma fofura, concorda? – Foto: @torresmo.jose/Instagram

Esse é o ensaio mais fofo que você vai ver hoje!



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Artista brasileiro faz mini escultura linda do Papa Francisco; homenagens no dia do adeus

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A brasileira Giovanna, pesquisadora do campo do Alzheimer, ganhou um prêmio internacional. - Foto: Arquivo pessoal

João Doce, artista plástico brasileiro, fez uma linda escultura do rosto do Papa Francisco. De tão perfeita, com os mínimos detalhes, ganhou muitos aplausos no Brasil e no exterior. Foto: @joaodoce

No dia que o mundo se despede do Santo Padre, as homenagens se espalham por todos os cantos. Aqui no Brasil, um artista plástico fez uma linda mini escultura do Papa Francisco. A perfeição do rosto, das marcas de expressão e dos olhos é simplesmente incrível. Um conforto nesses dias em que dizer “adeus” fica ainda mais difícil.

O artista João Silveira, conhecido como João Doce, encantou as redes ao recriar o pontífice com riqueza de detalhes realistas. O interessante é que tudo fica na ponta dos dedos, bem pequenininho.

João compartilhou um vídeo, em que mostra cada fase de desenvolvimento da escultura até chegar na etapa final, com o rosto já pronto. Ele recebeu mil e um elogios. Assista abaixo

Delicadeza, talento e paciência

A escultura tem como base cerâmica plástica assada. O artista usa agulha, faca e agulha de crochê para modelar os detalhes.

Ao que tudo indica, João cria a peça em apenas algumas horas. Mas o tempo exato não fica claro, observando apenas o vídeo.

Mas isso em nada interfere porque a escultura é tão linda e perfeita, que o talento fala mais alto do que qualquer outra informação.

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Funeral do Papa

Neste sábado, 26, o Papa Francisco foi sepultado em Roma.

Pelo menos 250 mil pessoas, entre populares e chefes de estado, compareceram ao funeral.

Francisco morreu na última segunda-feira, 21, aos 88 anos, após lutar bravamente contra a pneumonia dupla e uma infecção.

Horas antes, ele apareceu na janela do Vaticano, mesmo debilitado, para deixar sua última mensagem de Páscoa. Era como se ele soubesse que ali, terminaria o que começou.

O pontífice revolucionou a Igreja Católica nos últimos anos com seu jeito franciscano de ser.

Aplausos em vários idiomas

Nas redes, os aplausos para a escultura de João Doce vieram em vários idiomas, além do português, espanhol e inglês.

“Que linda obra de arte”, reagiu uma internauta.

Alguns quiseram saber quanto custa o trabalho do João. Ele não respondeu.

“Eu queria um Papa Francisco assim, quanto fica?”, indagou uma seguidora.

“Descanse em paz. Melhor Papa não há”, afirmou outra.

Lucas Miranda, um outro artista, resolveu criar a imagem do Papa Francisco, virtualmente, em tricô.

O trabalho também ficou fofo, mas é resultado da tecnologia, não das mãos humanas. Mas o Santo Padre, tudo vale.

Lucas Miranda, um artista brasileiro, usou a IA para fazer uma escultura em crochê do Papa Francisco. Foto: @lucasflame

Lucas Miranda, um artista brasileiro, usou a IA para fazer uma escultura em crochê do Papa Francisco. Foto: @lucasflame

Homenagem do artista João Doce ao Papa Francisco:

Já Lucas Miranda criou, com ajuda de inteligência artificial, uma homenagem ao Papa Francisco como uma escultura em tricô, veja que realista:

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Adolescente com autismo faz desabafo sobre sua condição e emociona a turma da escola; vídeo

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A brasileira Giovanna, pesquisadora do campo do Alzheimer, ganhou um prêmio internacional. - Foto: Arquivo pessoal

Juliana Andrade, de 13 anos, foi de uma coragem impressionante. Diagnosticada com autismo nível 1, a adolescente reuniu a turma da escola e fez um desabafo sobre a condição especial. Com a sala lotada, ela se sentou na mesa da professora e descreveu em detalhes o que é o TEA (transtorno do espectro autista) e os sentimentos que tem.

Aluna do 8º ano, Juju estuda em Marabá, a 485 quilômetros de Belém, no Pará. A mãe postou nas redes sociais a revelação da filha e emocionou internautas e seguidores. Houve, inclusive, adultos que se reconheceram nas palavras da adolescente, outros sensibilizados se viram em muitas pessoas queridas semelhantes. Assista abaixo.

“Uso o abafador porque o barulho de vocês me incomoda”, afirmou Juju com a voz de choro entre a emoção e a dificuldade de descrever o que vive. “Às vezes, as pessoas dizem que eu sou doida”, acrescentou a menina sobre o transtorno que, por enquanto não tem cura, mas com o diagnóstico, é possível tratar e evitar avanços.

Internautas e seguidores se emocionam

Nas redes sociais, Juliete, mãe da Juliana, e a adolescente resolveram liderar movimentos de esclarecimentos sobre o diagnóstico de autismo. Hoje participam de congressos, conferências e muitos debates. “Parabéns pela coragem de falar Juju. Também sou autista com TDAH”, afirmou uma jovem.

Seguidores aplaudiram a coragem da menina, que se colocou diante dos colegas, e explicou o que vive.  “Eu vendo o vídeo emocionada pela coragem dessa menina de falar e expressar tudo que sente”, elogiou uma seguidora.

“Também sou autista e estamos juntas nessa jornada viu. Saiba que somos muito inteligentes e capazes. Muito feliz de ouvir seu testemunho, pois as pessoas tem que saber o que sentimos pra parar de nos julgar e fazer bullying com os autistas”, ressaltou uma internauta.

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Transtorno do Espectro Autista (TEA)

O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades de interação social, comunicação e comportamentos repetitivos.

Porém, essas características se manifestam de diferentes formas e intensidades, dependendo de cada indivíduo.

Apesar das controvérsias, a classificação que predomina é gradações do transtorno, alguns chamam de nível, outros estágio, variando do 1, que é o mais leve ao 3, que precisa mais cuidado e costuma ter dificuldade de verbalização e contato visual prolongado.

A adolescente ao lado dos pais que dão muito apoio e passaram a compreender a Juliana melhor após o diagnóstico de autismo, uma condição, e o desabafo que ela fez. Fiti: @ julietefs_andrade A adolescente ao lado dos pais que dão muito apoio e passaram a compreender a Juliana melhor após o diagnóstico de autismo, uma condição, e o desabafo que ela fez. Fiti: @ julietefs_andrade

Impressionante a coragem da Juju ao se colocar diante da turma inteira:



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