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Por que os líderes militaristas dominam a política do Sudeste Asiático – DW – 20/11/2024

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Governado pelos comunistas Vietnã mês passado nomeado Luong Cuonggeneral militar e ex-diretor do departamento político do Exército Popular, como seu novo presidente.

Pouco depois, Prabowo Subianto, um antigo comandante das forças especiais que foi dispensado do serviço militar em 1998 devido a alegações de abusos militares, foi empossado como presidente da Indonésiaa nação muçulmana mais populosa do mundo.

O governo de Prabowo tem sido descrito como o “gabinete mais militarizado” da Indonésia desde a queda da ditadura de Suharto em 1998, de acordo com um relatório. relatório por New Mandala, um site de assuntos do Sudeste Asiático hospedado pela Australian National University (ANU).

Em outros lugares, grande parte Mianmar esteve sob o controle de uma junta militar desde um golpe em 2021.

O antigo líder do Camboja, Hun Sen, entregou o poder no ano passado ao seu filho mais velho, Hun Manet, um antigo chefe militar. da Tailândia militares, que controlaram o país entre 2014 e o ano passado, continua a exercer influência significativa na política.

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Liderança civil em declínio

Apenas Brunei, Malásia e Singapura mantiveram consistentemente o controlo civil sobre as suas forças armadas, observam os analistas.

Brunei é uma monarquia absoluta, enquanto os partidos políticos dominantes da Malásia e de Singapura têm historicamente marginalizado a interferência militar.

O Filipinas viu a intervenção militar na política em 1986, quando as forças armadas ajudaram a derrubar o ditador Ferdinand Marcos numa revolução popular. Desde então, porém, as Forças Armadas das Filipinas têm estado sob controlo civil, sendo o presidente o seu comandante-chefe.

No entanto, a ascensão da liderança militarizada no Sudeste Asiático reflecte tendências globais mais amplas, de acordo com Joshua Kurlantzick, membro sénior para o Sudeste Asiático no Conselho de Relações Exteriores.

“Os militares, que antes se pensava terem sido extintos como governantes, com algumas pequenas exceções como a Tailândia, reviveram e assumiram a governação numa vasta gama de lugares, mesmo fora do Sudeste Asiático”, disse Kurlantzick à DW.

Golpes militares recentes em África Região do Sahel e renovada influência militar em Paquistão e Egito fazem parte desta mudança global.

Explicando a militarização

Paul Chambers, professor e conselheiro em assuntos internacionais na Universidade Naresuan da Tailândia, argumenta que a militarização do Sudeste Asiático tem vindo a acelerar desde 2014, coincidindo com a mudança da região em direcção ao autoritarismo.

“O aparecimento de uma militarização repentina em 2024 é um engano porque o poder dos militares na política sempre existiu – embora por vezes nas sombras”, disse Chambers.

As crescentes preocupações de segurança, especialmente no Mar da China Meridionaltambém pode ter amplificado a influência dos militares.

A crescente assertividade da China na região aumentou as tensões, conferindo aos militares maior influência na elaboração de políticas em países como o Vietname e a Indonésia.

No entanto, as Filipinas, na vanguarda das disputas com Pequim, têm resistido à militarização da política.

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Aumento dos orçamentos militares

Os gastos militares no Sudeste Asiático mais do que duplicaram entre 2000 e 2021, de 19,2 mil milhões de euros para 41 mil milhões de euros (20,3 mil milhões de dólares para 43,3 mil milhões de dólares), de acordo com o Instituto Internacional de Investigação para a Paz de Estocolmo. Banco de dados de despesas militares.

Contudo, os países que mais gastam com a defesa na região, em percentagem do PIB – incluindo Singapura, Brunei e Malásia – têm sido principalmente os países onde os militares não exerceram poder sobre os políticos civis.

Em vez disso, os especialistas apontam a política interna como a razão. Chambers diz que há “diferentes graus de militarização” na região, por vezes devido “à capacidade dos generais da ativa ou da reserva de conquistar cargos de liderança no partido”.

Na Tailândia, a poderosa monarquia “há décadas apoia golpes militares, fazendo com que a Tailândia esteja sempre à beira da democratização, mas ainda perdida na tutela militar”, disse Chambers.

Os militares de Mianmar, em comparação, governaram quase ininterruptamente de 1962 a 2015, antes de tomarem novamente o poder em 2021 para proteger os seus próprios interesses arraigados.

O Partido Popular Cambojano (CPP), no poder, exerce enorme influência sobre os militares, que se tornaram uma “ferramenta de poder violento” para a família dominante Hun, de acordo com um ensaio publicado por Chambers em 2020.

O Partido Comunista do Vietname tem sido cada vez mais dividido entre diferentes agências de segurança. Dois terços do seu Politburo de 18 membros, o órgão de decisão mais poderoso do partido, provêm agora de antecedentes policiais ou militares, informou recentemente o Channel News Asia.

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Política monetária

Le Hong Hiep, membro sénior do Programa de Estudos do Vietname do Instituto ISEAS-Yusof Ishak, em Singapura, argumenta que isto se deve, em parte, ao poder exercido pelas empresas geridas por militares.

O Exército Popular do Vietname gere algumas das maiores empresas do país, incluindo a Viettel, a maior empresa de telecomunicações do país, e a Sai Gon New Port, a maior operadora de terminais de contentores.

Um Relatório de agosto do Carnegie Endowment for International Peace, um think tank, destacou uma tendência global de influência militar impulsionada pela dinâmica de poder entre as forças armadas, os líderes estatais e o setor privado.

A teoria da democracia convencional, argumentou, pressupunha que uma maior autonomia e influência do sector privado se traduziria em democratização.

No entanto, o relatório sugere que as relações militares-empresariais muitas vezes sufocam a democratização e, ocasionalmente, resultam em intervenção militar na política para defender os interesses do sector privado, especialmente quando este é dominado por oligarcas poderosos, como é o caso em grande parte do Sudeste Asiático. .

Prabowo, presidente da Indonésia, é irmão do empresário mais rico do país, Hashim Djojohadikusumo. As forças armadas de Myanmar dominam os sectores económicos mais importantes do país.

“O facto de os militares exercerem cada vez mais o poder é, em quase todos os casos, um resultado negativo para a democracia e os direitos”, disse Kurlantzick.

“Muitas vezes criou uma situação em que os militares se alinham com os oligarcas e com os políticos dispostos a minar o crescimento económico e a inovação”, acrescentou.

Uma excepção é Timor-Leste, o país mais pequeno e mais jovem da região, que tem sido liderado por antigos guerrilheiros e líderes militares desde a sua independência em 2002.

Xanana Gusmão, o actual primeiro-ministro, foi chefe dos militares rebeldes Falintil que lutaram contra o colonialismo indonésio.

Timor-Leste é o único país do Sudeste Asiático rotineiramente classificado como “gratuito” por grupos sem fins lucrativos como a Freedom House.

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Editado por: Keith Walker



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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre

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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou o encerramento do curso de aperfeiçoamento em cuidado pré-natal na atenção primária à saúde, promovido pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex), Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa). O evento, que ocorreu nessa terça-feira, 11, no auditório do E-Amazônia, campus-sede, marcou também a primeira mostra de planos de intervenção que se transformaram em ações no território, intitulada “O Cuidar que Floresce”.

Com carga horária de 180 horas, o curso qualificou 70 enfermeiros da rede municipal de saúde de Rio Branco, com foco na atualização das práticas de cuidado pré-natal e na ampliação da atenção às gestantes de risco habitual. A formação teve início em março e foi conduzida em formato modular, utilizando metodologias ativas de aprendizagem.

Representando a reitora da Ufac, Guida Aquino, o diretor de Ações de Extensão da Proex, Gilvan Martins, destacou o papel social da universidade na formação continuada dos profissionais de saúde. “Cada cursista leva consigo o conhecimento científico que foi compartilhado aqui. Esse é o compromisso da Ufac: transformar o saber em ação, alcançando as comunidades e contribuindo para a melhoria da assistência às mulheres atendidas nas unidades.” 

A coordenadora do curso, professora Clisângela Lago Santos, explicou que a iniciativa nasceu de uma demanda da Sesacre e foi planejada de forma inovadora. “Percebemos que o modelo tradicional já não surtia o efeito esperado. Por isso, pensamos em um formato diferente, com módulos e metodologias ativas. Foi a nossa primeira experiência nesse formato e o resultado foi muito positivo.”

Para ela, a formação representa um esforço conjunto. “Esse curso só foi possível com o envolvimento de professores, residentes e estudantes da graduação, além do apoio da Rede Alyne e da Sesacre”, disse. “Hoje é um dia de celebração, porque quem vai sentir os resultados desse trabalho são as gestantes atendidas nos territórios.” 

Representando o secretário municipal de Saúde, Rennan Biths, a diretora de Políticas de Saúde da Semsa, Jocelene Soares, destacou o impacto da qualificação na rotina dos profissionais. “Esse curso veio para aprimorar os conhecimentos de quem está na ponta, nas unidades de saúde da família. Sei da dedicação de cada enfermeiro e fico feliz em ver que a qualidade do curso está se refletindo no atendimento às nossas gestantes.”

A programação do encerramento contou com uma mostra cultural intitulada “O Impacto da Formação na Prática dos Enfermeiros”, que reuniu relatos e produções dos participantes sobre as transformações promovidas pelo curso em suas rotinas de trabalho. Em seguida, foi realizada uma exposição de banners com os planos de intervenção desenvolvidos pelos cursistas, apresentando as ações implementadas nos territórios de saúde. 

Também participaram do evento o coordenador da Rede Alyne, Walber Carvalho, representando a Sesacre; a enfermeira cursista Narjara Campos; além de docentes e residentes da área de saúde da mulher da Ufac.

 



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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre

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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre

O Colégio de Aplicação (CAp) da Ufac realizou uma minimaratona com participação de estudantes, professores, técnico-administrativos, familiares e ex-alunos. A atividade é um projeto de extensão pedagógico interdisciplinar, chamado Maracap, que está em sua 11ª edição. Reunindo mais de 800 pessoas, o evento ocorreu em 25 de outubro, no campus-sede da Ufac.

Idealizado e coordenado pela professora de Educação Física e vice-diretora do CAp, Alessandra Lima Peres de Oliveira, o projeto promove a saúde física e social no ambiente estudantil, com caráter competitivo e formativo, integrando diferentes áreas do conhecimento e estimulando o espírito esportivo e o convívio entre gerações. A minimaratona envolve alunos dos ensinos fundamental e médio, do 6º ano à 3ª série, com classificação para o 1º, 2º e 3º lugar em cada categoria. 

“O Maracap é muito mais do que uma corrida. Ele representa a união da nossa comunidade em torno de valores como disciplina, cooperação e respeito”, disse Alessandra. “É também uma proposta de pedagogia de inclusão do esporte no currículo escolar, que desperta nos estudantes o prazer pela prática esportiva e pela vida saudável.”

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou a importância do projeto como uma ação de extensão universitária que conecta a Ufac à sociedade. “Projetos como o Maracap mostram como a extensão universitária cumpre seu papel de integrar a universidade à comunidade. O Colégio de Aplicação é um espaço de formação integral e o esporte é uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento humano, social e educacional.”

 



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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre

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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre

O curso e o Centro Acadêmico de Letras/Português da Ufac iniciaram, nessa segunda-feira, 10, no anfiteatro Garibaldi Brasil, sua 24ª Semana Acadêmica, com o tema “Minha Pátria é a Língua Pretuguesa”. O evento é dedicado à reflexão sobre memória, decolonialidade e as relações históricas entre o Brasil e as demais nações de língua portuguesa. A programação segue até sexta-feira, 14, com mesas-redondas, intervenções artísticas, conferências, minicursos, oficinas e comunicações orais.

Na abertura, o coordenador da semana acadêmica, Henrique Silvestre Soares, destacou a necessidade de ligar a celebração da língua às lutas históricas por soberania e justiça social. Segundo ele, é importante que, ao celebrar a Semana de Letras e a independência dos países africanos, se lembre também que esses países continuam, assim como o Brasil, subjugados à força de imperialismos que conduzem à pobreza, à violência e aos preconceitos que ainda persistem.

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, salientou o compromisso ético da educação e reforçou que a universidade deve assumir uma postura crítica diante da realidade. “A educação não é imparcial. É preciso, sim, refletir sobre essas questões, é preciso, sim, assumir o lado da história.”

A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou a força do tema proposto. Para ela, o assunto é precioso por levar uma mensagem forte sobre o papel da universidade na sociedade. “Na própria abertura dos eventos na faculdade, percebemos o que ocorre ao nosso redor e que não podemos mais tratar como aula generalizada ou naturalizada”, observou.

O diretor do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela), Selmo Azevedo Pontes, reafirmou a urgência do debate proposto pela semana. Ele lembrou que, no Brasil, as universidades estiveram, durante muitos anos, atreladas a um projeto hegemônico. “Diziam que não era mais urgente nem necessário, mas é urgente e necessário.”

Também estiveram presentes na cerimônia de abertura o vice-reitor, Josimar Batista Ferreira; o coordenador de Letras/Português, Sérgio da Silva Santos; a presidente do Cela, Thaís de Souza; e a professora do Laboratório de Letras, Jeissyane Furtado da Silva.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 

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