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Por que tanto tempo entre a eleição e a posse? – DW – 11/06/2024

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O Eleições presidenciais dos EUA em 2024 ocorreu em 5 de novembro, mas o vencedor não toma posse até Dia de inauguração em 20 de janeiro de 2025.

Qual é o propósito desta espera de 11 semanas? A França, por exemplo, toma posse do seu presidente apenas 10 dias após a sua eleição. No Reino Unido, o vencedor das eleições gerais é empossado no dia seguinte.

Antigo período de quatro meses

Durante mais de um século, os EUA só tomaram posse do seu presidente em Março, deixando potencialmente uma administração que foi eliminada por votação no cargo por mais quatro meses. Isso mudou em 1933, com a ratificação da 20ª alteração à Constituição dos EUA, durante o auge da crise económica da Grande Depressão. Mudou o dia da inauguração de 4 de março para 20 de janeiro.

Na altura, o país registava uma taxa de desemprego de 25%, a mais elevada registada na história dos EUA. O recém-eleito Franklin D. Roosevelt estava esperando para assumir o cargo enquanto o atual Herbert Hoover estava “quase fora da Casa Branca”, escreveu Matt Dallek, historiador e professor de gestão política na Universidade George Washington, nos EUA, em um e-mail à DW. .

A medida foi tomada “para limitar as chances de caos, instabilidade e um governo sem liderança”, disse ele.

Roosevelt em uma mesa, março de 1933
Em 1933, no auge da pior crise económica da história dos EUA, o ex-presidente dos EUA Franklin D. Roosevelt (foto) esperou para assumir o cargo enquanto o ex-presidente dos EUA Herbert Hoover esperava o fim do seu mandatoImagem: Aliança AP Foto/imagem

Certificação dos resultados eleitorais

O processo da eleição presidencial dos EUA até à tomada de posse é complexo porque, como escreveu Erik Engstrom, professor de ciências políticas na Universidade da Califórnia, Davis, num e-mail à DW, “a máquina eleitoral dos EUA é muito descentralizada”.

Após o encerramento das urnas no dia das eleições, os votos são contabilizados pelos mesários em milhares de distritos eleitorais individuais em todo o país. Esses resultados são geralmente relatados em um banco de dados estadual na noite das eleições. É assim que o país descobre quem deverá vencer a corrida.

Mas embora estes resultados iniciais quase sempre reflitam um vencedor claro, ainda são considerados não oficiais e não certificados.

Após a noite eleitoral, o processo de certificação começa em cada estado. Isso envolve tarefas como examinar as cédulas que foram rejeitadas pelas máquinas de votação, contar as cédulas que chegaram após a eleição oficial – de cidadãos norte-americanos que vivem no exterior, por exemplo – e manusear quaisquer conflitos relacionadas à contagem dos votos no estado ou em seus municípios.

As eleições de 2000 entre Al Gore e o antigo Presidente dos EUA George Bush oferecem um exemplo de uma destas disputas. A campanha de Gore pediu uma recontagem dos votos na Flórida. Após vários processos judiciais em nível estadual, a Suprema Corte decidiu contra o pedido em 9 de dezembro de 2000.

Bush sendo inaugurado em janeiro de 2001
A Suprema Corte decidiu sobre a disputa eleitoral entre Bush e Gore na Flórida a tempo de os eleitores votarem em meados de dezembro, para que Bush pudesse tomar posse em 20 de janeiro de 2001.Imagem: Frazza/dpa/picture-alliance

Votos eleitorais

Após a resolução das disputas e a apuração dos resultados, eles são encaminhados ao governo do estado para serem certificados pelo governador.

Ao contrário da maioria dos outros países, os presidentes dos EUA não são eleitos pelo voto da maioria da população, mas por eleitores do Colégio Eleitoral dos EUA.

Quando as pessoas votam nas eleições presidenciais dos EUA, na verdade não estão a votar no presidente, mas sim nos eleitores do candidato.

Para usar o exemplo do Missouri, Kamala Harris e Donald Trump disputou 10 eleitores no estado. A mídia já anunciou que Trump obteve a maioria dos votos do estado, portanto ele vence todos os 10 eleitores. Um candidato precisa de 270 votos eleitorais para vencer uma eleição.

Então, quando o governador certifica o resultado, na verdade está certificando a chapa eleitoral.

Esses eleitores se reúnem para lançar os votos eleitorais oficiais do estado em meados de dezembro. Suas respostas são enviadas ao Congresso.

Contagem de votos no Congresso

O Congresso se reúne em 6 de janeiro para contar os votos eleitorais recebidos dos 50 estados dos EUA. O vice-presidente dos EUA preside e anuncia o vencedor. Em 2021, Donald Trump alegou falsamente que a eleição de 2020 foi “roubada” dele, o que irritou os apoiantes de Trump de extrema direita o suficiente para invadir o Capitólio dos EUA em 6 de janeiro para tentar impedir a contagem de votos. Joe Biden foi anunciado como o legítimo vencedor mais tarde naquele dia.

Ao longo das duas semanas seguintes até o dia da posse, que acontece em 20 de janeiro, o novo presidente dos EUA anunciará seu gabinete. Isto inclui as suas escolhas para Secretário de Estado, Secretário de Defesa e Procurador-Geral, por exemplo.

No caso raro de empate e ambos os candidatos receberem 269 votos no Colégio Eleitoral, ou nenhum deles receber os 270 exigidos, a Câmara dos Representantes (a câmara baixa do Congresso dos EUA) é encarregada de decidir o vencedor.

Tempestade no Capitólio em 6 de janeiro de 2021
Uma multidão enfurecida invadiu o Capitólio em 6 de janeiro de 2021.Imagem: Tayfun Coskun/AA/aliança de imagens

‘Um artefato histórico’

O cronograma de novembro a janeiro, desde a eleição até a posse, definido na Constituição dos EUA, também teve um componente logístico.

É “uma espécie de artefato histórico”, disse à DW Michael Berkman, professor de ciência política na Universidade Estadual da Pensilvânia, nos EUA.

“(Demorou) muito tempo para vir a Nova Iorque para a inauguração dos 13 estados originais”, disse ele, referindo-se às 13 colónias que existiam quando a Constituição dos EUA foi fundada em 1789.

O tempo de viagem até ao centro do governo dos EUA, na altura localizado na cidade de Nova Iorque, desempenhou um grande papel na forma como todo o governo e os seus processos foram concebidos, explicou.

Editado por: Carla Bleiker



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Curso de Medicina Veterinária da Ufac promove 4ª edição do Universo VET — Universidade Federal do Acre

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Curso de Medicina Veterinária da Ufac promove 4ª edição do Universo VET — Universidade Federal do Acre

As escolas da rede municipal realizam visitas guiadas aos espaços temáticos montados especialmente para o evento. A programação inclui dois planetários, salas ambientadas, mostras de esqueletos de animais, estudos de células, exposição de animais de fazenda, jogos educativos e outras atividades voltadas à popularização da ciência.

A pró-reitora de Inovação e Tecnologia, Almecina Balbino, acompanhou o evento. “O Universo VET evidencia três pilares fundamentais: pesquisa, que é a base do que fazemos; extensão, que leva o conhecimento para além dos muros da Ufac; e inovação, essencial para o avanço das áreas científicas”, afirmou. “Tecnologias como robótica e inteligência artificial mostram como a inovação transforma nossa capacidade de pesquisa e ensino.”

A coordenadora do Universo VET, professora Tamyres Izarelly, destacou o caráter formativo e extensionista da iniciativa. “Estamos na quarta edição e conseguimos atender à comunidade interna e externa, que está bastante engajada no projeto”, afirmou. “Todo o curso de Medicina Veterinária participa, além de colaboradores da Química, Engenharia Elétrica e outras áreas que abraçaram o projeto para complementá-lo.”

Ela também reforçou o compromisso da universidade com a democratização do conhecimento. “Nosso objetivo é proporcionar um dia diferente, com aprendizado, diversão, jogos e experiências que muitos estudantes não têm a oportunidade de vivenciar em sala de aula”, disse. “A extensão é um dos pilares da universidade, e é ela que move nossas ações aqui.”

A programação do Universo VET segue ao longo do dia, com atividades interativas para estudantes e visitantes.

(Fhagner Soares, estagiário Ascom/Ufac)



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Doutorandos da Ufac elaboram plano de prevenção a incêndios no PZ — Universidade Federal do Acre

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Doutorandos da Ufac elaboram plano de prevenção a incêndios no PZ — Universidade Federal do Acre

Doutorandos do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal (Rede Bionorte) apresentaram, na última quarta-feira, 19, propostas para o primeiro Plano de Prevenção e Ações de Combate a Incêndios voltado ao campus sede e ao Parque Zoobotânico da Universidade Federal do Acre (Ufac). A atividade foi realizada na sala ambiente do PZ, como resultado da disciplina “Fundamentos de Geoinformação e Representação Gráfica para a Análise Ambiental”, ministrada pelo professor Rodrigo Serrano.

A ação marca a primeira iniciativa formalizada voltada à proteção do maior fragmento urbano de floresta em Rio Branco. As propostas foram desenvolvidas com o apoio de servidores do PZ e utilizaram ferramentas como o QGIS, mapas mentais e dados de campo.

Entre os produtos apresentados estão o Mapa de Risco de Fogo, com análise de vegetação, áreas urbanas e tráfego humano, e o Mapa de Rotas e Pontos de Água, com trilhas de evacuação e açudes úteis no combate ao fogo.

Os estudos sugerem a criação de um Plano Permanente com ações como: Parcerias com o Corpo de Bombeiros; Definição de rotas de fuga e acessos de emergência; Manutenção de aceiros e sinalização; Instalação de hidrantes ou reservatórios móveis; Monitoramento por drones; Formação de brigada voluntária e contratação de brigadistas em período de estiagem.

O Parque Zoobotânico abriga 345 espécies florestais e 402 de fauna silvestre. As medidas visam garantir a segurança da área, que integra o patrimônio ambiental da universidade.

“É importante registrar essa iniciativa acadêmica voltada à proteção do Campus Sede e do PZ”, disse Harley Araújo da Silva, coordenador do Parque Zoobotânico. Ele destacou “a sensibilidade do professor Rodrigo Serrano ao propor o desenvolvimento do trabalho em uma área da própria universidade, permitindo que os doutorandos apliquem conhecimentos técnicos de forma concreta e contribuam diretamente para a gestão e segurança” do espaço.

Participaram da atividade os doutorandos Alessandro, Francisco Bezerra, Moisés, Norma, Daniela Silva Tamwing Aguilar, David Pedroza Guimarães, Luana Alencar de Lima, Richarlly da Costa Silva e Rodrigo da Gama de Santana. A equipe contou com apoio dos servidores Nilson Alves Brilhante, Plínio Carlos Mitoso e Francisco Félix Amaral.

 



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Ufac sedia 10ª edição do Seminário de Integração do PGEDA — Universidade Federal do Acre

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Ufac sedia 10ª edição do Seminário de Integração do PGEDA — Universidade Federal do Acre

A Rede Educanorte é composta por universidades da região amazônica que ofertam doutorado em Educação de forma consorciada. A proposta é formar pesquisadores capazes de compreender e enfrentar os desafios educacionais da Amazônia, fortalecendo a pós-graduação na região.

Coordenadora geral da Rede Educanorte, a professora Fátima Matos, da Universidade Federal do Pará (UFPA), destacou que o seminário tem como objetivo avaliar as atividades realizadas no semestre e planejar os próximos passos. “A cada semestre, realizamos o seminário em um dos polos do programa. Aqui em Rio Branco, estamos conhecendo de perto a dinâmica do polo da Ufac, aproximando a gestão da Rede da reitoria local e permitindo que professores, coordenadores e alunos compartilhem experiências”, explicou. Para ela, cada edição contribui para consolidar o programa. “É uma forma de dizer à sociedade que temos um doutorado potente em Educação. Cada visita fortalece os polos e amplia o impacto do programa em nossas cidades e na região Norte.”

Durante a cerimônia, o professor Mark Clark Assen de Carvalho, coordenador do polo Rio Branco, reforçou o papel da Ufac na Rede. “Em 2022, nos credenciamos com sete docentes e passamos a ser um polo. Hoje somos dez professores, sendo dois do Campus Floresta, e temos 27 doutorandos em andamento e mais 13 aprovados no edital de 2025. Isso representa um avanço importante na qualificação de pesquisadores da região”, afirmou.

Mark Clark explicou ainda que o seminário é um espaço estratégico. “Esse encontro é uma prática da Rede, realizado semestralmente, para avaliação das atividades e planejamento do que será desenvolvido no próximo quadriênio. A nossa expectativa é ampliar o conceito na Avaliação Quadrienal da Capes, pois esse modelo de doutorado em rede é único no país e tem impacto relevante na formação docente da região norte”, pontuou.

Representando a reitora Guida Aquino, o diretor de pós-graduação da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeg), Lisandro Juno Soares, destacou o compromisso institucional com os programas em rede. “A Ufac tem se esforçado para estruturar tanto seus programas próprios quanto os consorciados. O Educanorte mostra que é possível, mesmo com limitações orçamentárias, fortalecer a pós-graduação, utilizando estratégias como captação de recursos por emendas parlamentares e parcerias com agências de fomento”, disse.

Lisandro também ressaltou os impactos sociais do programa. “Esses doutores e doutoras retornam às suas comunidades, fortalecem redes de ensino e inspiram novas gerações a seguir na pesquisa. É uma formação que também gera impacto social e econômico.”

A coordenadora regional da Rede Educanorte, professora Ney Cristina Monteiro, da Universidade Federal do Pará (UFPA), lembrou o esforço coletivo na criação do programa e reforçou o protagonismo da região norte. “O PGEDA é hoje o maior programa de pós-graduação da UFPA em número de docentes e discentes. Desde 2020, já formamos mais de 100 doutores. É um orgulho fazer parte dessa rede, que nasceu de uma mobilização conjunta das universidades amazônicas e que precisa ser fortalecida com melhores condições de funcionamento”, afirmou.

Participou também da mesa de abertura o vice-reitor da Ufac, Josimar Batista Ferreira.



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