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“Precisamos de investimento direcionado em infraestrutura humana”
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1 ano atrásem
PAproximadamente 2,5% dos menores franceses – ou 381.000 crianças – estão atualmente sujeitos a uma medida de bem-estar infantil (ASE). Trezentos e oitenta e um mil é mais que a população da Córsega. Apesar de um orçamento de 9,8 mil milhões de euros, os serviços estatais e departamentais não conseguem conter situações de maus-tratos através de ações preventivas.
Também não fornecem soluções sistemáticas para garantir a igualdade de oportunidades para as crianças sob os seus cuidados. O recente relatório do Conselho Económico, Social e Ambiental (CESE) sobre a ASE sublinha isto: os serviços, exangues, estão atolados num “modo bombeiro” em que profissionais excessivamente ocupados afastam os mais apressados. Lutamos para recrutá-los, lutamos para treiná-los, não os apoiamos e o sistema de “proteção” não protege.
No entanto, as crianças sob tutela constituem a população mais vulnerável do nosso país, enfrentando uma perda de segurança em casa e depois nas instituições. Eles vivem vinte anos menos que seus pares. Tudo o que precisava ser descrito foi descrito. Declaramos coletivamente que a situação deve ser corrigida. Está corrigido? Não. Os bebés e as crianças chegam em fileiras apertadas numa rede de protecção da qual sairão mais ou menos prejudicados. Se a dinâmica atual continuar, um quarto viverá nas ruas. Como explicar a ausência de mecanismos para corrigir esta situação? Qual é o problema fundamental desta operação? E o que sugerir?
Um sistema em declínio
A França é rica, com excelente formação para seus administradores e profissionais. A rede associativa aí é densa. Mas a própria natureza do assunto – a protecção das crianças negligenciadas e vítimas de abuso – torna-nos incapazes de pensar de forma articulada para agir eficazmente. A ASE é, por um lado, o Estado, que financia os departamentos, organiza assembleias gerais, encomenda e publica planos e relatórios.
De outro, as secretarias, que recebem subsídios e administram fluxos de crianças e adolescentes traumatizados emocionalmente. A ação da ASE é, portanto, de natureza local. Se, como diz o ditado, é preciso uma aldeia para criar uma criança, é preciso uma aldeia para consertá-lo. Esta aldeia é formada por 129 mil profissionais e gestores de campo cujo trabalho envolve exposição permanente a situações de violência familiar e institucional.
O problema está aqui. Os intervenientes na protecção da criança realizam uma clínica difícil de prever, sistematizar e organizar. A qualidade do seu trabalho não pode ser considerada garantida. Não sem apoio, sem questionamentos e sem reavaliação. No entanto, através dos seus mecanismos de financiamento, o Estado e os departamentos financiam “actividades”, que seguem “projectos piloto”, centrados nas crianças (prevenir saídas abruptas da ASE, prevenir a violência no lar, etc.). Todos visam responder a uma faceta do problema destas crianças, com a esperança – compreensível – de restaurar a dignidade de um sistema em perigo através dos beneficiários e ignorando aqueles que cuidam deles.
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Curso de Letras/Libras da Ufac realiza sua 8ª Semana Acadêmica — Universidade Federal do Acre
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21 horas atrásem
4 de novembro de 2025O curso de Letras/Libras da Ufac realizou, nessa segunda-feira, 3, a abertura de sua 8ª Semana Acadêmica, com o tema “Povo Surdo: Entrelaçamentos entre Línguas e Culturas”. A programação continua até quarta-feira, 5, no anfiteatro Garibaldi Brasil, campus-sede, com palestras, minicursos e mesas-redondas que abordam o bilinguismo, a educação inclusiva e as práticas pedagógicas voltadas à comunidade surda.
“A Semana de Letras/Libras é um momento importante para o curso e para a universidade”, disse a pró-reitora de Graduação, Edinaceli Damasceno. “Reúne alunos, professores e a comunidade surda em torno de um diálogo sobre educação, cultura e inclusão. Ainda enfrentamos desafios, mas o curso tem se consolidado como um dos mais importantes da Ufac.”
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou que o evento representa um espaço de transformação institucional. “A semana provoca uma reflexão sobre a necessidade de acolher o povo surdo e integrar essa diversidade. A inclusão não é mais uma escolha, é uma necessidade. As universidades precisam se mobilizar para acompanhar as mudanças sociais e culturais, e o curso de Libras tem um papel fundamental nesse processo.”

A organizadora da semana, Karlene Souza, destacou que o evento celebra os 11 anos do curso e marca um momento de fortalecimento da extensão universitária. “Essa é uma oportunidade de promover discussões sobre bilinguismo e educação de surdos com nossos alunos, egressos e a comunidade externa. Convidamos pesquisadores e professores surdos para compartilhar experiências e ampliar o debate sobre as políticas públicas de educação bilíngue.”
A palestra de abertura foi ministrada pela professora da Universidade Federal do Paraná, Sueli Fernandes, referência nacional nos estudos sobre bilinguismo e ensino de português como segunda língua para surdos.
O evento também conta com a participação de representantes da Secretaria de Estado de Educação e Cultura, da Secretaria Municipal de Educação, do Centro de Apoio ao Surdo e de profissionais que atuam na gestão da educação especial.
(Fhagner Soares, estagiário Ascom/Ufac)
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A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeg) comunica que estão abertas as inscrições até esta segunda-feira, 3, para o mestrado profissional em Administração Pública (Profiap). São oferecidas oito vagas para servidores da Ufac, duas para instituições de ensino federais e quatro para ampla concorrência.
Confira mais informações e o QR code na imagem abaixo:
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Atlética Sinistra conquista 5º título em disputa de baterias em RO — Universidade Federal do Acre
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5 dias atrásem
31 de outubro de 2025A atlética Sinistra, do curso de Medicina da Ufac, participou, entre os dias 22 e 26 de outubro, do 10º Intermed Rondônia-Acre, sediado pela atlética Marreta, em Porto Velho. O evento reuniu estudantes de diferentes instituições dos dois Estados em competições esportivas e culturais, com destaque para a tradicional disputa de baterias universitárias.
Na competição musical, a bateria da atlética Sinistra conquistou o pentacampeonato do Intermed (2018, 2019, 2023, 2024 e 2025), tornando-se a mais premiada da história do evento. O grupo superou sete concorrentes do Acre e de Rondônia, com uma apresentação que se destacou pela técnica, criatividade e entrosamento.
Além do título principal, a bateria levou quase todos os prêmios individuais da disputa, incluindo melhor estandarte, chocalho, tamborim, mestre de bateria, surdos de marcação e surdos de terceira.
Nas modalidades esportivas, a Sinistra obteve o terceiro lugar geral, sendo a única equipe fora de Porto Velho a subir no pódio, por uma diferença mínima de pontos do segundo colocado.
(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)
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