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Quem é a líder de extrema direita da AfD na Alemanha, Alice Weidel? – DW – 09/10/2024

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Alice Weidel pertence a uma minoria muito pequena. Ela é uma das nove mulheres no partido parlamentar de extrema direita Alternativa para a Alemanha. Sessenta e nove homens compõem o resto.

Politicamente, Weidel é um peso pesado na AfD dominada pelos homens. Ela co-preside o partido e o partido parlamentar, juntamente com Tino Chrupalla. Weidel também concorreu em conjunto com Chrupalla nas últimas eleições federais em 2021. O resultado naquela época foi decepcionante para a AfD: eles ganharam 10,3%, abaixo dos 12,6% em 2017.

Tino Chrupalla batendo palmas ao lado de Alice Weidel com outros membros do partido ao fundo. Logotipo do partido AfD e símbolo da bandeira alemã na parede.
Weidel co-preside a AfD com Tino Chrupalla (l.)Imagem: DW

Resultados recordes nas eleições estaduais regionais

Desde então, porém, a festa tem crescido cada vez mais. Em recentes eleições estaduaisa AfD registou resultados entre 18,4% no estado de Hesse, no centro da Alemanha, e 32,8% em Turíngia no leste da Alemanha. O partido, que foi classificado como grupo suspeito de extremismo de direita pelo governo do país serviço de inteligência nacional (BfV), está atualmente obtendo classificações nacionais de até 20%.

Impulsionada por este sucesso, a Liderança da AfD decidiu agora apresentar o seu próprio candidato a chanceler nas eleições federais, apesar de não se esperar que tenham uma oportunidade real de chefiar o governo. Mesmo que a AfD se tornasse o partido com mais votos, todos os outros partidos rejeitaram a ideia de se tornarem seus parceiros de coligação.

Modelo de Weidel: Margaret Thatcher

Weidel, de 45 anos, tem doutorado em economia. No final dos anos 2000, trabalhou no Banco da China e morou seis anos na China, onde aprendeu a falar mandarim. Posteriormente, ela escreveu sua tese de doutorado sobre o futuro do sistema previdenciário chinês.

Weidel é um admirador de Margaret Thatcher, primeira-ministra da Grã-Bretanha de 1979 a 1990. Falando de Thatcher em entrevista ao tablóide Foto jornal, ela disse: “Estou impressionada com sua biografia, com ela nadando contra a maré mesmo quando as coisas ficam desagradáveis.”

Thatcher era conhecida como a “Dama de Ferro” porque manteve a sua linha económica neoliberal face a uma resistência considerável. Ela defendia impostos baixos, cortes na assistência social e privatizações. É um programa que agrada a Weidel, um ex-consultor de gestão. “Thatcher assumiu o comando da Grã-Bretanha quando o país estava economicamente em crise e colocou-o de volta nos trilhos”, disse ela na mesma entrevista.

Margaret Thatcher na frente dos microfones.
Weidel reivindica a ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher como seu modelo Imagem: épicos/aliança de imagens

‘Estamos a tentar reformar a UE’

Quando Weidel se juntou à AfD em 2013, pouco depois de esta ter sido fundada, o partido era um partido eurocéptico e nacional-liberalista. Na opinião dela, isso não mudou. “Estamos tentando reformar a UE”, disse ela ao jornal Mundo no domingo em agosto.

Weidel disse que se as reformas falhassem, então todos os países deveriam ter a oportunidade de realizar um referendo sobre a sua adesão à União Europeia.

Na mesma entrevista, Weidel recusou-se a aceitar que tivesse havido uma mudança para a direita dentro do seu partido. Ela até defendeu Björn Hockeo líder do braço extremista da AfD no estado oriental da Turíngia. Höcke foi condenado várias vezes por usar repetidamente slogans nazistas em público. No entanto, Weidel afirmou: “Ele atenuou o elemento muito provocativo. Ele está fazendo um excelente trabalho na Turíngia. Acho os julgamentos criminais ridículos e duvidosos.”

Uma bandeira com uma Cruz de Ferro e as cores alemãs na multidão em frente a Höcke no comício eleitoral.
O político da AfD, Björn Höcke, foi considerado ‘fascista’ em várias decisões judiciaisImagem: Hannes P Albert/dpa/imagem aliança

Weidel protege Björn Höcke

É assim que o principal político da AfD fala sobre um homem que, de acordo com uma decisão judicial, pode ser chamado de “fascista”. Além disso, o seu próprio partido acusou-o de ter “afinidades com o nacional-socialismo” em 2017 e Weidel apoiou medidas para expulsá-lo No entanto, o pedido da liderança nacional foi rejeitado por um tribunal.

Weidel admite abertamente que gosta de provocar. Em 2018, ela referiu-se aos refugiados e requerentes de asilo no Bundestag como “homens que empunham facas e beneficiam da assistência social” e “meninas com lenço na cabeça”. O líder do partido parlamentar AfD foi repreendido publicamente por isso pelo então presidente parlamentar Wolfgang Schäuble.

Carro alegórico do Carnaval de Mainz mostrando Alice Weidel e Sahra Wagenknecht em um carro rosa, agitando bandeiras russas, Vladimir Putin com sangue nas mãos no volante
Um carro alegórico em 2024 zombou de Alice Weidel, da AfD, e de Sahra Wagenknecht, do BSW, como sendo dirigidas pelo presidente russo Vladimir PutinImagem: Arne Dedert/aliança de imagem/dpa

Alice Weidel pertence à comunidade LGBTQ+

Poucos dias depois, ela justificou a sua escolha de palavras numa entrevista ao jornal suíço Novo jornal de Zurique. “A polarização é um artifício estilístico para desencadear debates”, disse ela ao jornal. Ao usar o termo “menina do lenço na cabeça”, ela disse que queria chamar a atenção para o fato de que a Alemanha tinha problemas com o Islã conservador. Na sua opinião, é incompatível com a Lei Básica do país.

Alice Weidel, a provocadora? Alguém que pode enfrentar preconceito em suas próprias fileiras por causa de sua vida privada? Ela mantém uma parceria civil com uma mulher que vem do Sri Lanka. Juntos, eles têm dois filhos adotivos. Isto está muito longe dos ideais da AfD. No manifesto do partido, o partido aposta no modelo da família tradicional. Afirma: “Na família, mãe e pai assumem responsabilidade conjunta permanente pelos filhos”.

A futura candidata da AfD a chanceler, que vive na Alemanha e na Suíça, não representa de forma alguma a visão do mundo do seu partido. Isso não é um problema para Alice Weidel. Como ela disse em 2017: “Uma ou duas pessoas podem se sentir prejudicadas, mas isso também existe em outros partidos”.

Este artigo foi escrito originalmente em alemão.

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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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