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Ribeirão Preto tem a eleição mais apertada da história – 28/10/2024 – Poder

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Marcelo Toledo

Domingo (27), 18h41. Com 99,23% das urnas apuradas, era impossível saber quem seria o próximo prefeito de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo). Naquele momento Ricardo Silva (PSD), tinha 50,26% dos votos, e Marco Aurélio Martins (Novo), 49,74%, diferença que caía a cada voto contabilizado.

E a apuração, que já estava cercada de emoções nos comitês das duas campanhas, parou, devido ao atraso para a chegada de algumas urnas, o que aumentou a tensão numa cidade que já tinha visto disputas acirradas, mas nunca como a protagonizada pelos candidatos neste pleito.

Marco Aurélio estava à frente da apuração até ela atingir 27,02% das urnas, quando Ricardo virou e passou a ter uma ligeira folga. Com 87,4%, o placar mostrava 51,72% a 48,28%, mas o jogo começou a mudar nas urnas seguintes.

Uma possibilidade de virada faltando tão poucos votos seria difícil, mas não impossível –nem inédita na história da cidade–, já que as urnas que chegaram atrasadas e ainda não tinham sido apuradas eram da escola municipal Raul Machado, no bairro Santa Cruz do José Jacques, região em que Marco Aurélio tinha vencido no primeiro turno e mantinha boa performance no turno final.

Àquela altura, ecoava no meio político a até então emblemática eleição de 1996, quando o ex-ministro Antônio Palocci (PT) tentou emplacar seu sucessor, Sérgio Roxo, que tinha terminado o primeiro turno à frente do tucano Luiz Roberto Jábali (1937-2004), 37,96% a 32,45%.

Terminada a apuração no segundo turno, no entanto, Jábali venceu por 50,34% a 49,66%. Só 1.572 votos de diferença, na disputa mais apertada desde o advento do turno extra, quatro anos antes.

Em 1992, Palocci teve 24,38% dos votos no primeiro turno, atrás de Duarte Nogueira, então no PFL (28,05%), e virou no segundo turno, ao obter 52,82%.

A última vez em que Ribeirão viu disputa muito acirrada foi em 2012, quando Dárcy Vera (PSD) venceu Nogueira, já no PSDB, por 51,97% a 48,03% no turno final.

Foram intermináveis 18 minutos até que ocorresse a totalização dos votos restantes pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) neste domingo: Ricardo 131.421 votos, Marco Aurélio 130.734, só 687 votos de diferença, 50,13% a 49,87%, 0,26 ponto percentual entre os dois.

No primeiro turno, o deputado federal Ricardo obteve 48,44% dos votos válidos, ante os 24,94% do empresário, o que já foi visto no meio político como algo surpreendente.

Marco Aurélio foi anunciado como pré-candidato à prefeitura pelo Novo em fevereiro, e foi praticamente ignorado nas conversas políticas pré-campanha. Afinal, era a primeira vez que o Novo lançava um candidato à prefeitura da importante cidade, e um nome desconhecido do meio.

Mesmo durante a campanha, adversários viam como diminuta a possibilidade de Marco Aurélio, sem tempo no horário eleitoral gratuito em rádio e TV no primeiro turno, prosperar. Jorge Roque (PT) tinha conseguido reunir a frente esquerdista (PT, PC do B, PV, PSOL, Rede e PMB), e André Trindade (União Brasil) era apoiado pelo prefeito Duarte Nogueira e tinha PSDB e Cidadania ao seu lado.

Ele adotou em sua campanha a estratégia de ir para a rua o tempo todo —às vezes das 5h à 1h do dia seguinte—, mantida nas semanas finais. No fim da noite deste sábado (26), Marco Aurélio estava nas ruas, passando em mesas de bares para falar com eleitores em busca de votos de última hora.

O candidato do Novo também explorou ao máximo no segundo turno, já com tempo no horário eleitoral, a imagem de políticos do partido, especialmente o governador de Minas Gerais, Romeu Zema. Mas outros nomes atuaram na campanha, como o deputado federal Ricardo Salles, que passou três dias em Ribeirão participando de atos do empresário, e o ex-procurador Deltan Dallagnol, que esteve na cidade na semana decisiva.

A dez dias da eleição, pesquisa Quaest mostrava que ele era desconhecido por 47% dos eleitores, ante os 8% de Ricardo.

Após a apuração deste domingo, o candidato derrotado qualificou o resultado como um “empate”, em relação aos votos, mas como uma vitória política.

“Um desconhecido da política, nunca se apresentou de forma alguma, só como empresário, pequeno empreendedor que conseguiu vencer na vida. Sem espaço de TV e rádio no primeiro turno, apenas um grupo político, que é do partido Novo, com poucos recursos, contra um grande grupo político com mais de dez partidos, maior espaço de TV e rádio, maior recurso financeiro e com vários apoios de padrinhos políticos, inclusive do governador do estado”, disse.

Ele venceu em duas das quatro zonas eleitorais, em uma delas, a 305, que concentra votos da rica zona sul e da região central, por 59,73% a 40,27%. Na 108, venceu por 50,76% a 49,24%. Perdeu na 265 (55,21% a 44,79%) e na 266 (56,90% a 43,10%).

A curva de votos mostra que Ricardo praticamente estacionou sua votação, pois ganhou neste domingo somente 2.955 votos em relação aos 128.466 de 6 de outubro. Já Marco Aurélio quase dobrou, com 64.598 votos a mais que os 66.136 do turno inicial.

“Essa foi uma eleição que foi difícil sim, foi de muitos ataques, mas eu não vou olhar para o retrovisor, vou olhar para a frente”, disse Ricardo na comemoração de sua vitória, abraçado ao seu pai, o deputado estadual Rafael Silva (PSD), que disputou a acirrada eleição de 1996 –ficou em quinto lugar.

Ao votar neste domingo no Colégio Marista, Nogueira disse que encerrará seu segundo mandato com a consciência tranquila “e a certeza de dever cumprido” e que oferecerá o suporte necessário para Ricardo –derrotado por ele nas urnas em 2016– no período de transição.



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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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