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Rússia e Ucrânia fazem ofensivas antes da chegada de Trump – 06/01/2025 – Mundo

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Igor Gielow

Um dia após um ataque surpresa da Ucrânia dentro da região russa de Kursk, as forças de Moscou anunciaram nesta segunda (6) a conquista de uma cidade vital para as linhas de defesa de Donetsk, no leste do país invadido por Vladimir Putin há quase três anos.

Ambos os movimentos visam posicionar os rivais no campo de batalha, com objetivos diferentes, antes da chegada ao palco do novo presidente americano, Donald Trump. Ele toma posse daqui a duas semanas, e promete acabar com a guerra forçando uma negociação.

Aí começam as diferenças estratégicas. O ataque de Volodimir Zelenski no sul russo, uma aparente tentativa de ameaçar a capital regional homônima de Kursk, busca mostrar a Trump que Kiev ainda está no jogo do ponto de vista militar e pode impor constrangimentos a Putin.

Até aqui, a ação na região, iniciada há exatos cinco meses, não deu resultado prático de outro modo: as forças do Kremlin seguiram avançando no leste ucraniano, sem perda de tração. Zelenski também tentou convencer aliados ocidentais da Otan a lhe dar garantias de segurança com envio de tropas, sem sucesso.

Além disso, há uma cartada no ataque: expor a participação de soldados norte-coreanos na guerra de Putin, um segredo de polichinelo a esta altura: há vídeos abundantes apontando a presença dos aliados comandados por Kim Jong-un lutando em Kursk.

A Rússia não nega nem confirma que já faz uso do acordo assinado em 2024 com Pyongyang, que prevê assistência mútua em caso de agressão territorial —Moscou não via forças estrangeiras em seu solo desde a Segunda Guerra Mundial. Mas analistas russos são unânimes acerca da presença, discordando sobre os números.

Kiev fala em pelo menos 11 mil soldados, 3.000 dos quais já teriam morrido ou sido feridos de forma incapacitante. Não é possível avaliar isso, mas o fato é que no seu primeiro mandato, de 2017 a 2021, Trump colocou a Coreia do Norte no topo de suas prioridades.

Primeiro, ameaçou aniquilar a ditadura comunista, depois a legitimou como potência nuclear ao promover três encontros com Kim. A aproximação fracassou e hoje os norte-coreanos, apoiados no tratado com Putin, estão mais agressivos do que nunca.

Explicitar a aliança parece ser o objetivo subjacente de Kiev em Kursk, já que militarmente avanços reais são difíceis. O problema para Zelenski é que, ao contrário do que previa ocorrer com os russos, a operação drena recursos importantes de defesa.

Isso se provou nesta segunda, com a queda de Kurakhove, uma cidade de tamanho grande para os padrões de Donetsk, que tinha cerca de 18 mil habitantes antes da guerra. Era um bastião fortificado ao longo dos meses pelos ucranianos, que a usavam para abastecer a defesa de Pokrovsk, centro logístico principal da região, que fica 32 km ao norte.

Pokrovsk já está sob ameaça há meses, e é palco de intensas batalhas. Segundo canais de Telegram ucranianos próximos das Forças Armadas, que confirmaram a tomada de Kurakhove apesar da alegação de Kiev de que ainda há combates no local, há unidades russas operando a 2 km da cidade.

Segundo um analista militar russo consultado pela reportagem, a assertiva do Ministério da Defesa de seu país de que a conquista vai acelerar o passo da tomada de Donetsk ainda precisa ser confirmada em solo. Segundo ele, o custo em sangue é altíssimo para Moscou, na casa de mil baixas por dia.

A vantagem de Putin, neste caso, é ter mais carne a oferecer. A Ucrânia, pressionada também por uma campanha aérea quase diária, está estudando formas de aumentar sua força humana na frente, mas ainda resiste a baixar a idade mínima de mobilização de 25 para 18 anos, como querem os Estados Unidos.

No leste conhecido como Donbass, Donetsk é 1 das 4 regiões anexadas por Putin em 2022, sem amparo legal ou controle total. Segundo estimativas da Defesa russa no fim do ano, algo entre 25% e 30% de lá, Kherson e Zaporíjia (sul) ainda estão sob controle de Kiev, enquanto apenas 1% de Lugansk (leste) segue nas mãos de Zelenski.



Leia Mais: Folha

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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre

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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre

O Colégio de Aplicação (CAp) da Ufac realizou uma minimaratona com participação de estudantes, professores, técnico-administrativos, familiares e ex-alunos. A atividade é um projeto de extensão pedagógico interdisciplinar, chamado Maracap, que está em sua 11ª edição. Reunindo mais de 800 pessoas, o evento ocorreu em 25 de outubro, no campus-sede da Ufac.

Idealizado e coordenado pela professora de Educação Física e vice-diretora do CAp, Alessandra Lima Peres de Oliveira, o projeto promove a saúde física e social no ambiente estudantil, com caráter competitivo e formativo, integrando diferentes áreas do conhecimento e estimulando o espírito esportivo e o convívio entre gerações. A minimaratona envolve alunos dos ensinos fundamental e médio, do 6º ano à 3ª série, com classificação para o 1º, 2º e 3º lugar em cada categoria. 

“O Maracap é muito mais do que uma corrida. Ele representa a união da nossa comunidade em torno de valores como disciplina, cooperação e respeito”, disse Alessandra. “É também uma proposta de pedagogia de inclusão do esporte no currículo escolar, que desperta nos estudantes o prazer pela prática esportiva e pela vida saudável.”

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou a importância do projeto como uma ação de extensão universitária que conecta a Ufac à sociedade. “Projetos como o Maracap mostram como a extensão universitária cumpre seu papel de integrar a universidade à comunidade. O Colégio de Aplicação é um espaço de formação integral e o esporte é uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento humano, social e educacional.”

 



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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre

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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre

O curso e o Centro Acadêmico de Letras/Português da Ufac iniciaram, nessa segunda-feira, 10, no anfiteatro Garibaldi Brasil, sua 24ª Semana Acadêmica, com o tema “Minha Pátria é a Língua Pretuguesa”. O evento é dedicado à reflexão sobre memória, decolonialidade e as relações históricas entre o Brasil e as demais nações de língua portuguesa. A programação segue até sexta-feira, 14, com mesas-redondas, intervenções artísticas, conferências, minicursos, oficinas e comunicações orais.

Na abertura, o coordenador da semana acadêmica, Henrique Silvestre Soares, destacou a necessidade de ligar a celebração da língua às lutas históricas por soberania e justiça social. Segundo ele, é importante que, ao celebrar a Semana de Letras e a independência dos países africanos, se lembre também que esses países continuam, assim como o Brasil, subjugados à força de imperialismos que conduzem à pobreza, à violência e aos preconceitos que ainda persistem.

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, salientou o compromisso ético da educação e reforçou que a universidade deve assumir uma postura crítica diante da realidade. “A educação não é imparcial. É preciso, sim, refletir sobre essas questões, é preciso, sim, assumir o lado da história.”

A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou a força do tema proposto. Para ela, o assunto é precioso por levar uma mensagem forte sobre o papel da universidade na sociedade. “Na própria abertura dos eventos na faculdade, percebemos o que ocorre ao nosso redor e que não podemos mais tratar como aula generalizada ou naturalizada”, observou.

O diretor do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela), Selmo Azevedo Pontes, reafirmou a urgência do debate proposto pela semana. Ele lembrou que, no Brasil, as universidades estiveram, durante muitos anos, atreladas a um projeto hegemônico. “Diziam que não era mais urgente nem necessário, mas é urgente e necessário.”

Também estiveram presentes na cerimônia de abertura o vice-reitor, Josimar Batista Ferreira; o coordenador de Letras/Português, Sérgio da Silva Santos; a presidente do Cela, Thaís de Souza; e a professora do Laboratório de Letras, Jeissyane Furtado da Silva.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 

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Mestrado em Ciências Ambientais é destacado em livro da Capes — Universidade Federal do Acre

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Mestrado em Ciências Ambientais é destacado em livro da Capes — Universidade Federal do Acre

O mestrado em Ciências Ambientais (PPGCA) da Ufac foi destaque no livro “Impacto da Pós-Graduação Brasileira na Agenda 2030: Contribuição do Sistema Nacional de Pós-Graduação para a COP30 na Amazônia” (248 p.), editado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). A boa prática destacada se origina do projeto “Formação de Capacidades e Trocas de Conhecimentos para a Governança e o Empreendedorismo Socioambiental na Bacia do Alto Juruá”.

O projeto é realizado em parceria com o programa de pós-graduação em Ciências Ambientais da Universidade de São Paulo, o Programa de Conservação e Desenvolvimento Tropical da Universidade da Flórida e o Instituto Fronteiras. O destaque está nas páginas 158 e 159 do livro.

“O projeto promoveu a parceria global para o desenvolvimento sustentável ao mobilizar e compartilhar 159 conhecimento, expertise e recursos financeiros para a capacitação de 30 pessoas em liderança empreendedora comunitária na Bacia do Alto Juruá (Acre)”, diz um dos trechos da referência.

A atividade foi coordenada pelo professor da Ufac, Charles Rossi. “A reflexão sobre a necessidade de repensar sua abordagem de investigação, educação e formação para apoiar as comunidades tradicionais e indígenas tem sido um pilar a ser fortalecido no PPGCA”, pontuou ele.

O livro aborda os destaques de experiências na pós-graduação, através de atividades de ensino, pesquisa, extensão e inovação, que atendem aos objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS). “Dos destaques enviados foram selecionados 4 de cada das 9 grandes áreas, sendo uma delas da área de ciências ambientais de um programa com jovens no interior da Amazônia, demonstrando o potencial de contribuição vindo da Amazônia e para a Amazônia”, comentou o coordenador da Área de Ciências Ambientais da Capes, professor Carlos Sampaio.

 



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