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Seu investimento no S&P 500 pode perder 1% ao ano para a renda fixa na próxima década – 23/10/2024 – De Grão em Grão

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Michael Viriato

Você já se pegou torcendo para o mesmo time ganhar todas as partidas do campeonato, apenas porque ele já venceu várias seguidas? No começo, é empolgante, mas, com o tempo, surge a dúvida: será que esse domínio todo vai durar para sempre? No mercado de ações, muitos investidores estão passando por esse dilema com o S&P 500, onde um punhado de empresas gigantes está dominando o jogo. E, para deixar as coisas mais interessantes, um dos bancos de maior prestígio do mundo, o Goldman Sachs, acredita que esse domínio pode se transformar em um grande risco para os retornos futuros, conforme divulgado em seu relatório na última sexta-feira, 18 de outubro.

Atualmente, a concentração no S&P 500 está entre as mais altas dos últimos 100 anos, de acordo com o Goldman Sachs. As dez maiores empresas do índice representam 36% de seu valor de mercado total, o que significa que o destino de todo o índice está fortemente ligado ao desempenho de poucas empresas, majoritariamente do setor de tecnologia. O Goldman Sachs projeta que o retorno nominal anualizado do S&P 500 nos próximos dez anos será de apenas 3%, e, descontada a inflação, isso representa cerca de 1%. Esses números estão muito abaixo da média histórica de 11%.

Para se ter uma ideia da diferença, nos últimos dez anos o S&P 500 teve um retorno anualizado de 13%, impulsionado pelo aumento dos lucros, expansão de múltiplos e uma era de juros historicamente baixos. Contudo, o cenário atual é outro: os juros dos títulos do Tesouro dos EUA estão em 4%, e o ambiente é menos favorável para as grandes empresas manterem margens de lucro e crescimento elevados, segundo o relatório do Goldman Sachs.

O maior problema com a concentração é que ela adiciona um nível extra de risco ao mercado. O Goldman Sachs destaca que é extremamente difícil para qualquer empresa, por maior que seja, sustentar níveis elevados de crescimento e lucratividade por um longo período. Quando as gigantes do índice começam a desacelerar, todo o S&P 500 sofre. Se a concentração de mercado fosse menor, o retorno projetado seria de 7% ao ano, um cenário muito mais atrativo.

Além disso, o Goldman Sachs sugere que o índice ponderado de forma igualitária, onde todas as empresas têm o mesmo peso, poderia superar o S&P 500 tradicional, que é ponderado por valor de mercado, com um retorno adicional de até 8% ao ano. Isso ocorre porque o índice igualitário depende menos de um pequeno grupo de empresas e oferece maior diversificação, suavizando o risco.

Outro ponto importante levantado pelo Goldman Sachs é a forte competição que as ações do S&P 500 enfrentarão dos títulos públicos nos próximos anos. Com os juros dos títulos do Tesouro dos EUA a 4%, há uma probabilidade de 72% de que o S&P 500 tenha um desempenho inferior aos títulos ao longo da próxima década. Isso é algo que os investidores precisam considerar, especialmente aqueles que buscam retornos mais previsíveis e menos expostos às oscilações do mercado de ações.

Além disso, o Goldman Sachs aponta uma chance de 33% de que o S&P 500 perca para a inflação durante esse período, um número significativamente maior do que os 13% registrados historicamente. Com os preços subindo, muitos investidores podem ver seus retornos reais corroídos se continuarem apostando cegamente no índice, sem uma estratégia bem pensada.

Diante desse cenário, o que os investidores devem fazer? O Goldman Sachs sugere que é hora de reavaliar as expectativas. A era de crescimento meteórico das gigantes da tecnologia pode estar chegando ao fim, e depender delas para sustentar retornos elevados pode ser uma aposta arriscada. Diversificar mais o portfólio, buscando oportunidades fora das ações mais populares, pode ser uma estratégia inteligente. Incluir empresas de setores menos visados, buscar mercados internacionais ou até considerar ativos mais estáveis, como os títulos públicos, são formas práticas de reduzir o risco.

E para aqueles que buscam segurança, os títulos públicos americanos podem oferecer retornos mais previsíveis, sem os altos e baixos do mercado de ações. Com uma taxa de 4% ao ano, eles competem diretamente com as ações, oferecendo uma alternativa mais tranquila para quem prefere evitar grandes oscilações no portfólio.

Em suma, para o Goldman Sachs, o dilema é claro: continuar apostando no S&P 500 altamente concentrado ou buscar alternativas mais equilibradas? Embora as estrelas do índice ainda brilhem, confiar apenas nelas pode não garantir o sucesso na próxima década.

PS. Não estou tão pessimista quanto o Goldman Sachs. Pelo menos nos próximos 12 meses, a expectativa de crescimento de lucros das empresas é superior a 10%, e a taxa básica de juros deve cair mais de 1,5%, atingindo 3,5% ao ano, o que deve continuar favorecendo o mercado de ações.

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.

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Ufac recebe equipamentos para Laboratórios de Toxicologia e Farmácia Viva — Universidade Federal do Acre

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Ufac recebe equipamentos para Laboratórios de Toxicologia e Farmácia Viva — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou nesta segunda-feira, 1º, na sala ambiente do bloco de Nutrição, a entrega oficial do material destinado ao Laboratório de Toxicologia Analítica e ao Projeto Farmácia Viva, reforçando a infraestrutura científica da instituição e ampliando o suporte às ações de ensino, pesquisa e extensão.

A ação integra o Projeto de Implantação do Laboratório de Toxicologia Analítica, que recebeu a doação de 21 equipamentos permanentes, adquiridos com recursos do Ministério Público do Trabalho da 14ª Região (MPT-14), mediante autorização da Primeira Vara Federal do Acre. A iniciativa reconhece o interesse público e a relevância social das atividades desenvolvidas pela Universidade Federal do Acre, especialmente nas áreas da saúde, inovação científica e desenvolvimento regional.

Os equipamentos recebidos fortalecem duas frentes estratégicas da instituição. No âmbito do Projeto Farmácia Viva, eles ampliam a capacidade de cultivo, processamento e controle de qualidade de plantas medicinais, reforçando também as ações de extensão voltadas à promoção da saúde e ao uso racional de fitoterápicos. Já na área de toxicologia analítica, os novos aparelhos permitem o desenvolvimento e validação de métodos de análise, o processamento de matrizes biológicas e ambientais e o suporte a investigações científicas e forenses.

“Parabenizo os três professores que estão à frente desse projeto: a professora Marta Adelino, Dayan Marques e Anne Grace. Isso moderniza nossa universidade e representa um salto qualitativo na formação de profissionais”,  afirma a reitora Guida Aquino.

O professor Dayan de Araújo Marques, docente do Centro de Ciências da Saúde e do Desporto (CCSD) e farmacêutico industrial, realizou a apresentação das fases do projeto. Ele destacou que a parceria com o MPT-14 representa a consolidação de um espaço científico. “Essa consolidação é capaz de oferecer respostas mais rápidas e precisas às demandas de saúde e meio ambiente no Acre, reduzindo a dependência de laboratórios externos e ampliando o impacto social das pesquisas desenvolvidas na universidade”.

Com a entrega desse conjunto tecnológico, a instituição eleva seu potencial de atuação laboratorial e reafirma o compromisso com a produção de conhecimento e o atendimento às demandas da sociedade acreana.

Também compuseram o dispositivo de honra o Pró Reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes; a coordenadora do projeto do laboratório de toxicologia analítica, Marta Adelino da Silva Faria; a procuradora do Trabalho, representando o ministério público, Ana Paula Pinheiro de Carvalho.

 



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Curso de Medicina Veterinária da Ufac promove 4ª edição do Universo VET — Universidade Federal do Acre

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Curso de Medicina Veterinária da Ufac promove 4ª edição do Universo VET — Universidade Federal do Acre

As escolas da rede municipal realizam visitas guiadas aos espaços temáticos montados especialmente para o evento. A programação inclui dois planetários, salas ambientadas, mostras de esqueletos de animais, estudos de células, exposição de animais de fazenda, jogos educativos e outras atividades voltadas à popularização da ciência.

A pró-reitora de Inovação e Tecnologia, Almecina Balbino, acompanhou o evento. “O Universo VET evidencia três pilares fundamentais: pesquisa, que é a base do que fazemos; extensão, que leva o conhecimento para além dos muros da Ufac; e inovação, essencial para o avanço das áreas científicas”, afirmou. “Tecnologias como robótica e inteligência artificial mostram como a inovação transforma nossa capacidade de pesquisa e ensino.”

A coordenadora do Universo VET, professora Tamyres Izarelly, destacou o caráter formativo e extensionista da iniciativa. “Estamos na quarta edição e conseguimos atender à comunidade interna e externa, que está bastante engajada no projeto”, afirmou. “Todo o curso de Medicina Veterinária participa, além de colaboradores da Química, Engenharia Elétrica e outras áreas que abraçaram o projeto para complementá-lo.”

Ela também reforçou o compromisso da universidade com a democratização do conhecimento. “Nosso objetivo é proporcionar um dia diferente, com aprendizado, diversão, jogos e experiências que muitos estudantes não têm a oportunidade de vivenciar em sala de aula”, disse. “A extensão é um dos pilares da universidade, e é ela que move nossas ações aqui.”

A programação do Universo VET segue ao longo do dia, com atividades interativas para estudantes e visitantes.

(Fhagner Soares, estagiário Ascom/Ufac)



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Doutorandos da Ufac elaboram plano de prevenção a incêndios no PZ — Universidade Federal do Acre

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Doutorandos da Ufac elaboram plano de prevenção a incêndios no PZ — Universidade Federal do Acre

Doutorandos do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal (Rede Bionorte) apresentaram, na última quarta-feira, 19, propostas para o primeiro Plano de Prevenção e Ações de Combate a Incêndios voltado ao campus sede e ao Parque Zoobotânico da Universidade Federal do Acre (Ufac). A atividade foi realizada na sala ambiente do PZ, como resultado da disciplina “Fundamentos de Geoinformação e Representação Gráfica para a Análise Ambiental”, ministrada pelo professor Rodrigo Serrano.

A ação marca a primeira iniciativa formalizada voltada à proteção do maior fragmento urbano de floresta em Rio Branco. As propostas foram desenvolvidas com o apoio de servidores do PZ e utilizaram ferramentas como o QGIS, mapas mentais e dados de campo.

Entre os produtos apresentados estão o Mapa de Risco de Fogo, com análise de vegetação, áreas urbanas e tráfego humano, e o Mapa de Rotas e Pontos de Água, com trilhas de evacuação e açudes úteis no combate ao fogo.

Os estudos sugerem a criação de um Plano Permanente com ações como: Parcerias com o Corpo de Bombeiros; Definição de rotas de fuga e acessos de emergência; Manutenção de aceiros e sinalização; Instalação de hidrantes ou reservatórios móveis; Monitoramento por drones; Formação de brigada voluntária e contratação de brigadistas em período de estiagem.

O Parque Zoobotânico abriga 345 espécies florestais e 402 de fauna silvestre. As medidas visam garantir a segurança da área, que integra o patrimônio ambiental da universidade.

“É importante registrar essa iniciativa acadêmica voltada à proteção do Campus Sede e do PZ”, disse Harley Araújo da Silva, coordenador do Parque Zoobotânico. Ele destacou “a sensibilidade do professor Rodrigo Serrano ao propor o desenvolvimento do trabalho em uma área da própria universidade, permitindo que os doutorandos apliquem conhecimentos técnicos de forma concreta e contribuam diretamente para a gestão e segurança” do espaço.

Participaram da atividade os doutorandos Alessandro, Francisco Bezerra, Moisés, Norma, Daniela Silva Tamwing Aguilar, David Pedroza Guimarães, Luana Alencar de Lima, Richarlly da Costa Silva e Rodrigo da Gama de Santana. A equipe contou com apoio dos servidores Nilson Alves Brilhante, Plínio Carlos Mitoso e Francisco Félix Amaral.

 



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