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TARAUACÁ: O que será do PT ? Dirigentes locais tentam manter filiados. Pedidos de desfiliação ocorrem em nível local e nacional.

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Espelho do seu principal líder, o partido vira sinônimo de corrupção, perde o protagonismo na esquerda, desidrata e vê o futuro repetir o passado. Radical, desconectada da realidade e sem rumo, a legenda tende a ser reprovada nas urnas.

Lula /Condenado

A fragorosa derrota de Lula no julgamento de quarta-feira 24 por três votos a zero – com o agravamento da pena – foi acachapante não só para a icônica liderança, que num passado não tão longínquo arrastou multidões e se tornou um dos presidentes mais populares da história do Brasil – hoje sabemos a que custo e a partir de quais métodos. O infortúnio de Lula levou de roldão o partido idealizado e criado por ele para, pretensamente, conferir voz aos trabalhadores, mas que acabou por sucumbir às mais abomináveis práticas políticas, às quais um dia prometeu eliminar da vida pública. Não só não exterminou como as aprofundou.

É impossível dissociar Lula do PT. Um é o espelho do outro. Por isso, devastado por denúncias de corrupção e com sua principal liderança inelegível, nos termos da lei eleitoral, e na iminência de parar na cadeia, o PT definha e enxerga um cenário que se descortina sombrio no horizonte. Senão vejamos. Prestes a completar 38 anos, o partido, que nasceu sob o signo da ética e virou sinônimo de corrupção, deixou de ser o principal protagonista da esquerda, perdeu a primazia das ruas e, hoje, carece de um rumo. Na verdade, a sigla jamais será a mesma. Se o PT que alcançou o poder, e para chegar lá aderiu ao pragmatismo pernicioso das alianças a qualquer custo, já era bem distinto daquele que desabrochou do sindicalismo e dos movimentos eclesiais de base, o filhote do pós-Lula se revela ainda pior. Principalmente se prevalecerem lideranças mais radicais, encabeçadas pela senadora e presidente nacional da legenda, Gleisi Hoffmann, que, partindo de premissas equivocadas, prega o enfrentamento à Justiça e ao ordenamento jurídico a todo custo. Outro grupo, que inclui os ex-governadores Tarso Genro e Olívio Dutra, adota uma visão realista e admite que o PT precisa se reinventar e fazer uma autocrítica se quiser sobreviver. Mas a corrente que poderia representar uma lufada de renovação aparenta ser minoritária.



“O PT precisa se reinventar se não quiser desaparecer. É a única saída para não se tornar nanico” David Fleischer, cientista político.

Irrelevância

A situação, como se nota, é crítica e o PT vê seu capital político virar pó. Além da batalha judicial para salvar a pele de Lula, o primeiro ex-presidente a ser condenado por corrupção, o PT tem tudo para sair das urnas em 2018 como um partido irrelevante. Em 2014, no rastro da reeleição de Dilma Rousseff, o PT conseguiu eleger cinco governadores, 57 deputados federais, a segunda maior bancada da Câmara, e onze senadores. Como perdeu Marta Suplicy para o PMDB e Delcídio Amaral foi cassado, restaram-lhe nove senadores. Mas sete se aproximam do fim dos oito anos de mandato. As chances de a legenda repetir o mesmo desempenho nas eleições de 7 de outubro? Zero. Até os cômodos reformados do tríplex no Guarujá pela OAS sabem que o PT vai encolher, aconteça o que acontecer com Lula. A dúvida é: o que vai sobrar do partido?

Segundo o mapeamento de David Fleischer, cientista político e professor da Universidade de Brasília, o partido sofrerá uma drástica redução no número de deputados federais, senadores e governadores. “Em 2016, o PT elegeu menos da metade de prefeitos que em 2012. Isso vai se repetir neste ano. A bancada na Câmara deve cair para cerca de 30 deputados”, disse. Se reunia 530 prefeituras antes da eleição de 2016, a legenda hoje comanda apenas 212 municípios, uma redução de 60%. De acordo com Fleischer, um novo fiasco nas eleições deste ano ligará o sinal de alerta na legenda: “Há petistas mais sensatos, como Tarso Genro, que estão preocupados com o destino do PT. Essas pessoas querem reformular o partido, expulsar os bichos sujos, mudar estatuto, bandeira, sigla. Só que eles são minoria”.

De fato, Tarso Genro, que desistiu de concorrer a um novo mandato de governador do Rio Grande do Sul, já está sentindo os tremores do desastre eleitoral. “Estamos vivendo um período em que proximamente se esgotará a hegemonia absoluta do PT, com sua liderança na esquerda”, admite o ex- ministro da Justiça de Lula. Para Genro, “o PT só voltará ao cenário nacional com força política renovada, se compartilhar sua hegemonia com outras forças à sua esquerda”. David Fleischer concorda com Genro, mas vislumbra um destino bem mais sombrio do que a simples perda da hegemonia. “O PT precisa se reinventar se não quiser desaparecer da política brasileira. É a única saída para não se tornar um partido nanico”, avaliou.

Tanto a hecatombe é inevitável que muita gente já abandona o barco, sob as mais variadas alegações. No sábado 21, por exemplo, em ato público na Faculdade Zumbi dos Palmares, em São Paulo, os dirigentes da União da Juventude Brasileira anunciaram seu desligamento do PT. Decidiram mudar de malas e bagagens para o PSB. Em setembro, houve uma debandada de cerca de 300 militantes no Mato Grosso do Sul, igualmente descontentes com os rumos do partido. No Rio de Janeiro, a dissidência também salta aos olhos. Petistas que participaram da fundação do PT se transferiram o PSOL, legenda que passou a atrair a maior parte da juventude de esquerda. Sangrando com as seguidas denúncias do Ministério Público Federal, o PT é rejeitado por moças e rapazes que defendem mudanças de fundo na economia e na política. Para eles, o sonho petista pertence ao passado. Ficou no retrovisor.

O reflexo será sentido nas eleições de outubro. Na corrida ao Senado, diante da possibilidade de alguns parlamentares abrirem mão da reeleição, como é o caso da senadora Gleisi Hoffmann (PR), a própria legenda reconhece que haverá um sensível encolhimento. De nove para cinco senadores na melhor das hipóteses. Nos estados, o PT sonha em manter a quantidade de governadores. São cinco. Devem sobrar no máximo dois.

Por isso, mesmo a par do resultado no julgamento do TRF-4, o diretório nacional do partido vai insistir na candidatura de Lula como estratégia, mesmo que ela não vá para frente. “Ele ajuda nos palanques regionais. Por isso, o partido vai esticar ao máximo, porque sabe que terá mais problemas nos estados sem a presença do ex-presidente”, afirmou o diretor do Instituto Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo. Ele cita o exemplo da Bahia, em que o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), está liderando as pesquisas ao governo.

Segundo Hidalgo, o atual chefe do Executivo local, o petista Rui Costa, terá enorme dificuldade para se reeleger sem a figura de Lula ao lado. “A condição do PT atualmente é diferente de anos atrás, quando ainda tinha um discurso forte do ‘contra tudo e contra todos’. Agora, para sobreviver, o partido terá que rediscutir procedimentos e parcerias”, acrescentou o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi.

“O PT atualmente é diferente de anos atrás. Para sobreviver, terá de rediscutir procedimentos e parcerias”Carlos Lupi, presidente do PDT.

Sem meias palavras, o PT deixou de ser hegemônico. Agora, partidos que antes caminhavam de braços dados com Lula estão lançando candidatos próprios. O que fica é a imagem de um PT muito menor do que já foi. O partido deixou o centro do palco. Se Lula está visivelmente desgastado e envelhecido, sua criatura também. Se antes enchiam praças e estádios, o PT hoje consegue reunir apenas os militantes gatos-pingados que vivem das glórias do passado. Poucos são os que respondem às convocações. Para disfarçar as aparências e negar as evidências do esvaziamento, houve, na semana passada, quem recorresse a fotos antigas como se fossem registros de mobilizações atuais. A foto estava amarelada, desbotada de velha. O PT também é uma foto que perdeu o brilho.

Por Tábata Viapiana. 25.01.18 – 20h51.

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Avança projeto que iguala direitos de geólogos e engenheiros geólogos — Senado Notícias

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Avança projeto que iguala direitos de geólogos e engenheiros geólogos — Senado Notícias

Da Agência Senado

O projeto de lei que iguala direitos e deveres de geólogos e engenheiros geólogos, prevendo a mesma regulamentação profissional para as duas categorias, recebeu parecer favorável da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) nesta quarta-feira (9). O colegiado também aprovou um requerimento de urgência para a votação do texto no Plenário do Senado.

Esse projeto (PL 435/2021) teve origem na Câmara dos Deputados. O relator da matéria na CAS foi o senador Humberto Costa (PT-PE), que defendeu a sua aprovação.

O objetivo da proposta é assegurar tratamento igualitário entre as duas carreiras. O texto estabelece que as normas legais que regulam as profissões de geólogo e engenheiro geólogo se aplicam indistintamente às duas profissões. Também estabelece que, para fins legais, tanto a engenharia geológica quanto a geologia integram a categoria “engenharia”.

Humberto Costa argumenta que a formação acadêmica de geólogos e engenheiros geólogos seguem as mesmas diretrizes, sem distinções na estrutura básica dos cursos superiores. Mas ele ressalta que os questionamentos que ainda persistem sobre a equivalência e a uniformidade das duas carreiras, assim como o tratamento diferenciado que eventualmente é dado a elas, resultam em prejuízos profissionais, financeiros e de representatividade para os geólogos.

— Embora esses profissionais [os geólogos] precisem seguir todos os deveres, seus direitos são por muitas vezes limitados, meramente por haver interpretações que destoam da realidade. Este projeto irá trazer igualdade de direitos, uma vez que a igualdade de deveres já foi estabelecida — avalia Humberto.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)





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A decisão do STF sobre Ednaldo que pode tirar Sele…

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A decisão do STF sobre Ednaldo que pode tirar Sele...

Matheus Leitão

O julgamento que vai decidir o futuro de Ednaldo Rodrigues na presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), em pauta no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira 9, pode resultar em prejuízos para a Seleção Brasileira, tanto masculina quanto feminina, além de clubes nacionais. 

Isso porque, desde o ano passado, a Fifa se posiciona contra o afastamento de Ednaldo, por entender que há interferências externas na atuação da Confederação, tendo já ameaçado deixar a Seleção e os clubes nacionais fora de competições internacionais, como a Copa Libertadores, a Copa Sul-Americana, o Pré-Olímpico, entre outros. A penalidade não seria inédita. 

Em 2022, a Federação de Futebol da Índia sofreu punição da Fifa por ter passado por “interferência externa”, o que resultou, entre outras consequências, na retirada do país do Mundial Sub-17 feminino. Outra punição poderia ser ainda a perda do direito do Brasil de sediar a Copa do Mundo Feminina de 2027. 

Apesar de já eleito como sede da décima edição da principal competição de seleções do futebol feminino, o país pode ser substituído por ordem da Fifa, organizadora e detentora dos direitos do evento. Todos os riscos foram comunicados à CBF em cartas enviadas pela Fifa na época da decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) que afastou Ednaldo Rodrigues da presidência. 

Nos comunicados, a entidade internacional deixou claro que as interferências externas na CBF poderiam ocasionar a suspensão da Confederação, que perderia todos os direitos de membro. Os ministros vão decidir, na Ação Direta de Inconstitucionalidade 7580, se referendam uma liminar de Gilmar Mendes que recolocou Ednaldo Rodrigues na presidência da CBF. 

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A liminar foi concedida após o TJRJ ter determinado o afastamento de Ednaldo, em dezembro de 2023. Um mês depois, Gilmar Mendes suspendeu a decisão da Justiça fluminense que destituiu Ednaldo do cargo. Ao decidir pela continuidade de Ednaldo na Confederação, Gilmar Mendes ressaltou o “evidente perigo de dano” caso a decisão da Justiça fluminense fosse mantida. 

“Faz-se necessária a concessão de medida cautelar apta a salvaguardar a atuação – ao que tudo indica constitucional – do ente ministerial, consubstanciada em diversas medidas judiciais e extrajudiciais manejadas em todo o país”, justificou o ministro na decisão. 

Após a liminar, o espanhol Emílio García, diretor jurídico da Fifa, esteve na sede da CBF para avaliar a situação política da entidade e afirmou estar aliviado com a decisão judicial. “Ficamos contentes e aliviados com a decisão do Supremo Tribunal que restabeleceu o presidente Ednaldo. O mais importante para a Fifa e para a Conmebol é que o futebol brasileiro escolheu o presidente Ednaldo, é a Assembleia-Geral da CBF que tem competência para isso”, afirmou Garcia, à época. 

Entenda o caso 

Em 2018, o Ministério Público do Rio de Janeiro ajuizou uma Ação Civil Pública contra a CBF por entender que o estatuto da entidade não estava em acordo com a Lei Pelé. A norma previa peso igualitário entre federações e clubes de futebol. 

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No entanto, em meio ao processo, o então presidente da entidade, Rogério Caboclo, foi afastado do cargo por denúncias de assédio sexual. Ednaldo Rodrigues era vice-presidente à época e assumiu a Presidência interinamente. 

Como presidente interino, Ednaldo negociou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o MPRJ, que resultou na anulação da eleição de Caboclo e na realização de um novo pleito, que acabou colocando o próprio Ednaldo efetivamente na presidência. 

O TAC – e seus desdobramentos – desagradou a gestão de Caboclo, que alegou não ter sido consultada sobre o acordo e acabou prejudicada, já que precisou abandonar a diretoria. Gustavo Feijó, que era vice na época de Caboclo, acionou a Justiça, pedindo que o TAC fosse anulado e Ednaldo fosse afastado do cargo. 

A alegação era de que um juiz de 1ª instância não tinha atribuição para homologar o acordo entre o Ministério Público e a CBF. Em 7 de dezembro de 2023, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro acatou o pedido, concluiu pela nulidade do Termo de Ajustamento de Conduta, afastou Ednaldo da presidência e, na mesma decisão, nomeou o então presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), José Perdiz de Jesus, como interventor. Em janeiro de 2024, Gilmar Mendes suspendeu a decisão do TJRJ.

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Em janeiro, Ednaldo afirmou, em entrevista exclusiva à coluna, que não vai mais concorrer a reeleição na CBF. A declaração repercutiu nos primeiros jornais e telejornais do país.



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CMA debaterá campanha Julho Dourado, de proteção a animais domésticos — Senado Notícias

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CMA debaterá campanha Julho Dourado, de proteção a animais domésticos — Senado Notícias

Da Agência Senado

A Comissão de Meio Ambiente (CMA) promoverá uma audiência pública para debater a instituição da campanha Julho Dourado, destinada à promoção da saúde dos animais domésticos e de rua e à prevenção de zoonoses. A campanha está prevista no projeto de lei (PL 2.729/2021), de autoria da Câmara dos Deputados.

A realização da audiência atende ao requerimento da senadora Damares Alves (Republicanos-DF), relatora do projeto (REQ 52/2024 – CMA). Damares argumenta que o “Brasil enfrenta um desafio significativo no controle populacional de cães e gatos, cujo crescimento exponencial tem impactos negativos para o bem-estar animal, a fauna silvestre, o meio ambiente e a saúde pública”.

Segundo a senadora, a sociedade tem mudado e, com essas mudanças, surgem novas reivindicações por direitos. Hoje, afirmou, já existem mais lares com cães e gatos do que com crianças de até 14 anos. E três em cada cinco dos donos dos animais consideram os cães e gatos como membros da família, o que exige atenção, cuidados e políticas públicas.

Participantes

Foram listadas pela senadora para participar da audiência pública:

– Edilene Dias Cerqueira, subsecretária de proteção animal da Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Distrito Federal;

– Ana Elisa Fernandes de Souza Almeida, presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária;

– Vanessa Patrício, gerente da Diretoria de Vigilância Ambiental de Zoonoses da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal;

– Valéria Sokal, diretora geral da Associação Protetora dos Animais do Distrito Federal (ProAnima).

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)





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