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Tarifas de Trump preocupam produtores de champanhe – 16/03/2025 – Mercado

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Liz Alderman
Os produtores de champanhe franceses obtêm quase US$ 1 bilhão (R$ 5,74 bilhões) em negócios com os EUA todos os anos. Mas na sexta-feira (14) em Épernay, a capital mundial do vinho espumante, o único número na boca de todos era 200.
Esse era o percentual de tarifa que Donald Trump ameaçou impor sobre o champanhe e outros vinhos e destilados europeus exportados para os Estados Unidos, em uma guerra comercial que explodiu na semana passada depois que a União Europeia contra-atacou as penalidades de Trump sobre aço e alumínio com suas próprias tarifas sobre produtos norte-americanos.
A ameaça de três dígitos caiu como um raio em Épernay, abalando trabalhadores nos campos próximos, produtores em pequenas aldeias e as casas que margeiam a Avenue de Champagne, o boulevard central de Épernay e um patrimônio da Unesco que exala riqueza de bom gosto.
“Uma tarifa de 200% é projetada para garantir que nenhum champanhe seja enviado para os Estados Unidos“, comentou Calvin Boucher, gerente da Michel Gonet, uma casa de champanhe de 225 anos na avenida.
Esse negócio seria esmagado
Atualmente, a empresa produz 200 mil garrafas por ano, sendo que 20% a 30% são exportadas para comerciantes e restaurantes de vinho dos EUA. Boucher prevê que o preço de um champanhe de US$ 125 (R$ 718,64) mais que triplicaria da noite para o dia.
Épernay está no coração de uma região que produz o melhor espumante do mundo. Os Estados Unidos são seu maior mercado estrangeiro, com 27 milhões de garrafas enviadas para lá em 2023, avaliadas em cerca de 810 milhões de euros (R$ 5,09 bilhões).
As uvas chardonnay, pinot noir e meunier cobrem as colinas ondulantes e os vales profundos de Champagne, que se estende por quase 210 quilômetros quadrados, da cidade de Reims ao rio Aube. A área está sob o rigoroso sistema de Appellation d’Origine da França, que garante que apenas o vinho espumante feito aqui, usando métodos específicos, possa ser legalmente chamado de champanhe.
Com mais de 4.000 vinicultores independentes e 360 casas de champanhe, a região produz cerca de 300 milhões de garrafas anualmente, com mais 1 bilhão descansando em adegas. As maiores casas —incluindo Dom Pérignon, Veuve Clicquot e Moët & Chandon, pertencentes ao conglomerado de luxo LVMH— dominam a produção e as exportações e representam um terço das vendas totais.
Mas tais números não aliviaram a preocupação após a ameaça de Trump. Perto da Avenue de Champagne, Nathalie Doucet, presidente da Besserat de Bellefon, uma casa de champanhe especializada que exporta 10% de sua produção premium para os EUA, disse que a guerra comercial a deixou ansiosa.
“Estamos esperando para ver o que acontece, mas não é uma boa notícia”, afirmou Doucet, cujo champanhe é feito com um processo trabalhoso de baixa pressão que lhe confere uma acidez nítida e uma efervescência fina.
SETOR VIVE MOMENTO RUIM
A região de Champagne já teve um ano difícil com o mau tempo que reduziu a colheita. O consumo diminuiu à medida que os jovens mudaram de hábitos e passaram a consumir coquetéis e cervejas artesanais. As vendas de champanhe diminuíram desde a pandemia, caindo 9% no ano passado.
Doucet relembra que, simultaneamente, a Europa também estava lidando com guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza. E agora a guerra comercial com os Estados Unidos, um dos aliados tradicionais da França, por questões que nada têm a ver com champanhe, a fez sentir-se como dano colateral.
“Parece uma punição deliberada”, avaliou Cyril Depart, proprietário da loja de vinhos Salvatori, perto da avenida, que oferece uma ampla variedade de champanhes artesanais. Sua mulher era gerente de exportação de uma das grandes casas de champanhe e já estava calculando o impacto potencial.
Leah Razzouki, uma residente de Épernay cuja família trabalha no negócio de champanhe há gerações, disse que estava furiosa. “Muitos de nossos amigos são pequenos produtores e seriam muito atingidos”, avaliou.
TEMOR DE UM EFEITO CASCATA
O dano de uma guerra comercial se espalharia muito além das empresas na região de Champagne, atingindo importadores e distribuidores americanos e colocando em risco inúmeras pequenas empresas.
Michael Reiss, presidente da distribuidora Vineyard Road, disse que pequenas empresas como a dele, incluindo restaurantes e lojas de varejo, seriam “muito prejudicadas”. A Vineyeard Road é um pequeno distribuidor em Framingham, nos EUA, que importa champanhe e vinhos da Europa e os distribui no estado da Nova Inglaterra.
Para ele, o ambiente comercial imprevisível poderia forçar as empresas a cancelar investimentos planejados.
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Para piorar a situação, tarifas aplicadas no início da cadeia de suprimentos podem se multiplicar, à medida que cada empresa que lida com o produto aumenta o preço, disse Reiss. “Então, mesmo uma tarifa de 25% pode facilmente levar a um aumento de 40% a 60% nos preços”, indicou.
“(A tarifa de 200%) eliminaria a possibilidade de as pessoas comprarem coisas que lhes trazem alegria em suas vidas”, complementou.
Mesmo dentro do Museu do Champanhe, na fronteira da avenida em Épernay, a conversa se voltou para as ameaças de Trump. Sacha Raynaud, cuja família possui uma pequena casa de champanhe, trouxe um amigo para aprender a história da bebida, que apareceu pela primeira vez no século 17 nas mesas da realeza, dando à bebida o apelido de “o rei dos vinhos”.
“Os franceses estão acordando para o que está acontecendo nos Estados Unidos e começando a falar sobre boicotar produtos americanos”, disse Sacha.
Preocupações semelhantes circulavam nos campos. Trabalhando sob uma luz matinal dourada, uma dúzia de trabalhadores do campo amarrava vinhas marrons em fios antes da temporada de crescimento da primavera (outono no Brasil) em solo recém-arado, à sombra da cidade produtora de champanhe de Reuil, a oeste de Épernay.
Mesmo esses empregos estavam em risco, comentou Patrick Andrade, que dirige uma pequena empresa que ajuda a manter os vinhedos de champanhe. O terreno de 12 hectares pertencia a uma pequena casa que exporta para os Estados Unidos, disse.
Se as vendas caírem, os produtores de vinho precisariam de menos trabalhadores do campo, e haveria menos trabalho para operadores de tratores e fabricantes de rolhas e de garrafas. No pior dos casos, acrescentou, isso poderia forçar os produtores de champanhe a considerar destruir as vinhas.
Na sexta-feira (14), o ministro das Relações Exteriores da França, Eric Lombard, chamou a guerra comercial de “idiota” e afirmou que viajaria para Washington em breve. “Precisamos conversar com os americanos para diminuir a tensão”, disse ele à televisão francesa.
As maiores casas de champanhe da França permaneceram em silêncio, recusando-se a dizer qualquer coisa enquanto esperavam para ver como a ameaça de Trump se desenrolará —e se as autoridades europeias conseguiriam fazê-lo recuar.
Nos bastidores, uma das apostas é que Bernard Arnault, dono do império LVMH que domina grande parte da produção de champanhe, possa ajudar, já que tem uma relação de longa data com o presidente dos EUA e foi convidado por Trump para sua posse.
Mas, por enquanto, isso é apenas especulação. A realidade é que nada é certo —e a incerteza é ruim para os negócios.
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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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4 semanas atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
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Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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4 semanas atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
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A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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4 semanas atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
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Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
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