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Trufa branca, o ‘ouro’ da Itália ameaçado pelas mudanças no clima – 11/11/2024 – Mercado

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Brigitte Hagemann

Nas profundezas de uma densa floresta do Piemonte italiano, a caça da trufa branca de Alba está em pleno apogeu. Entusiasmados, os cães avançam e vasculham o solo, mas o tesouro culinário está cada vez mais escasso, afetado pelas mudanças climáticas.

“Vão buscar! Onde está?”. Carlo Marenda, um caçador de trufas em seu tempo livre, chama seus cachorros Gigi, de sete meses, e Buk, de 13 anos, ambos um cruzamento de spinone italiano e lagotto romagnolo, conhecido pelo olfato aguçado.

Ao pé de um pitoresco vinhedo na encosta de uma colina perto de Alba, as estradas serpenteiam ao longo do rio Della Fava, atravessando solos úmidos ideais para o cultivo desse “ouro branco”.

Procurada por gourmets e grandes chefs de todo o mundo, a trufa branca de Alba, de maior prestígio, é um cogumelo subterrâneo que cresce em simbiose com certas árvores, fixando-se em suas raízes.

Seu perfume intenso e refinado, mistura de feno, alho e mel, permite aos cachorros de caça detectá-la, embora, às vezes, seja encontrada a meio metro de profundidade.

Iniciado na caça da trufa aos cinco anos por um amigo de sua família, Marenda, de 42 anos, fundou em 2015 a associação “Save the truffle” (Salve a trufa), com Edmondo Bonelli, um pesquisador de ciências naturais.

Foi o “trufeiro” octogenário Giuseppe Giamesio –conhecido pelo apelido “Notu” e último descendente de uma família com uma tradição trufeira centenária— que revelou seus segredos e deixou seus cães como presente antes de morrer em 2014.

A mensagem do mestre em modo de testamento foi: “Se queremos evitar o desaparecimento da trufa, devemos proteger as florestas, deixar de contaminar os cursos d’água e plantar novas árvores que propiciem o surgimento das trufas”.

Dez anos depois, graças às doações e ao apoio de alguns viticultores, a associação plantou mais de 700 árvores que propiciam o surgimento das trufas na região montanhosa de Langhe, entre choupos, carvalhos e tílioa.

A HERANÇA DE NOTU

“Notu me transmitiu sua paixão pela caça de trufas e a conservação das árvores”, conta Marenda ao descer de seu Fiat Panda 4X4 cinza, o carro fetiche dos caçadores de trufas.

Nos últimos 30 anos, a superfície dedicada à trufa branca na Itália caiu 30%, cedendo espaço pouco a pouco para vinhedos e plantações de avelã, mais rentáveis.

As colinas de Langhe fornecem grande quantidade de avelãs à gigante do chocolate Ferrero, fundada em 1946 em Alba, uma pequena e próspera cidade de 30 mil habitantes.

Mas a mudança climática é a principal ameaça para a trufa branca, declarada Patrimônio Imaterial da Humanidade em 2021 pela Unesco.

O aquecimento do planeta, o ressecamento, o desmatamento e as mudanças bruscas de temperatura são outros fatores que debilitam o habitat natural desse fungo.

Para sobreviver, a trufa precisa de frio e umidade. Mas no início de novembro, o termômetro marcava mais de 20 graus.

“Com o prolongamento do verão, a produção diminui”, lamenta Marenda.

PREÇOS EM ALTA

A coleta, que vai de outubro até o final de janeiro, está ficando cada vez mais curta.

E enquanto esperam o frio e a neve, “o aroma das trufas ainda não está 100% e elas se conservam por menos tempo”.

O efeito das chuvas abundantes das últimas semanas também pode ser desastroso: “Se houver pouca água, a trufa não cresce. Se houver muita água, ela apodrece”.

Alertado por seu cão Buk, ele se agacha para cavar suavemente o solo com uma pá estreita e retirar uma trufa. Mas o tamanho é muito modesto.

Com a explosão da demanda e uma oferta limitada, o valor da trufa branca alcança preços equivalentes ao do ouro: este ano alcançou 4.500 euros (US$ 4.825 dólares, R$ 28 mil reais) o quilo na feira de Alba, que termina em 8 de dezembro.

Duas trufas “gêmeas” com um peso total de 905 gramas foram vendidas no domingo por 140.000 euros (R$ 865 mil) a um magnata financeiro de Hong Kong no tradicional leilão beneficente de Alba.



Leia Mais: Folha

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Ufac realiza abertura do Fórum Permanente da Graduação — Universidade Federal do Acre

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Ufac realiza abertura do Fórum Permanente da Graduação — Universidade Federal do Acre

A Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) da Ufac realizou, nesta terça-feira, 21, no anfiteatro Garibaldi Brasil, campus-sede, a abertura do Fórum Permanente da Graduação. O evento visa promover a reflexão e o diálogo sobre políticas e diretrizes que fortalecem o ensino de graduação na instituição.

Com o tema “O Compromisso Social da Universidade Pública: Desafios, Práticas e Perspectivas Transformadoras”, a programação reúne conferências, mesas temáticas e fóruns de discussão. A abertura contou com apresentação cultural do Trio Caribe, formado pelos músicos James, Nilton e Eullis, em parceria com a Fundação de Cultura Elias Mansour.
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, representou a reitora Guida Aquino. Ele destacou o papel da universidade pública diante dos desafios orçamentários e institucionais. “Em 2025, conseguimos destinar R$ 10 milhões de emendas parlamentares para custeio, algo inédito em 61 anos de história.”

Para ele, a curricularização da extensão representa uma oportunidade de aproximar a formação acadêmica das demandas sociais. “A universidade pública tem potencial para ser uma plataforma de políticas públicas”, disse. “Precisamos formar jovens críticos, conscientes do território e dos problemas que enfrentamos.”
A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou que o fórum reúne coordenadores e docentes dos cursos de bacharelado e licenciatura, incluindo representantes do campus de Cruzeiro do Sul. “O encontro trata de temáticas comuns aos cursos, como estágio supervisionado e curricularização da extensão. Queremos sair daqui com propostas de reformulação dos projetos de curso, alinhando a formação às expectativas e realidades dos nossos alunos.”
A conferência de abertura foi ministrada pelo professor Diêgo Madureira de Oliveira, da Universidade de Brasília, que abordou os desafios e as transformações da formação universitária diante das novas demandas sociais. Ao final do fórum, será elaborada uma carta de encaminhamentos à Prograd, que servirá de base para o planejamento acadêmico de 2026.
Também participaram da solenidade de abertura a diretora de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Grace Gotelip; o diretor do CCSD, Carlos Frank Viga Ramos; e o vice-diretor do CMulti, do campus Floresta, Tiago Jorge.



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Ufac realiza cerimônia de abertura dos Jogos Interatléticas-2025 — Universidade Federal do Acre

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Ufac realiza cerimônia de abertura dos Jogos Interatléticas-2025 — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou a abertura dos Jogos Interatléticas-2025, na sexta-feira, 17, no hall do Centro de Convenções, campus-sede, e celebrou o espírito esportivo e a integração entre os cursos da instituição. A programação segue nos próximos dias com diversas modalidades esportivas e atividades culturais. A entrega das medalhas e troféus aos vencedores está prevista para o encerramento do evento.

A reitora Guida Aquino destacou a importância do incentivo ao esporte universitário e agradeceu o apoio da deputada Socorro Neri (PP-AC), responsável pela destinação de uma emenda parlamentar de mais de R$ 80 mil, que viabilizou a competição. “Iniciamos os Jogos Interatléticas e eu queria agradecer o apoio da nossa querida deputada Socorro Neri, que acredita na educação e faz o melhor que pode para que o esporte e a cultura sejam realizados em nosso Estado”, disse.

A cerimônia de abertura contou com a participação de estudantes, atletas, servidores, convidados e representantes da comunidade acadêmica. Também estiveram presentes o pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, e o presidente da Fundação de Cultura Elias Mansour, Minoru Kinpara.

(Fhagner Soares, estagiário Ascom/Ufac)

 



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Kits da 2ª Corrida da Ufac serão entregues no Centro de Convivência — Universidade Federal do Acre

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Kits da 2ª Corrida da Ufac serão entregues no Centro de Convivência — Universidade Federal do Acre

Os kits da 2ª Corrida da Ufac serão entregues aos atletas inscritos nesta quinta-feira, 23, das 9h às 17h, no Centro de Convivência (estacionamento B), campus-sede, em Rio Branco. O kit é obrigatório para participação na corrida e inclui, entre outros itens, camiseta oficial e número de peito. A 2ª Corrida da Ufac é uma iniciativa que visa incentivar a prática esportiva e a qualidade de vida nas comunidades acadêmica e externa.

 



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