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Trump: O efeito no Brasil do plano do republicano – 26/10/2024 – Vinicius Torres Freire

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A economia brasileira pode até ter crescimento pouquinho maior e passageiro, de curto prazo, caso Donald Trump vença e implemente o grosso do seu plano econômico. É o que se depreende de estudo publicado em setembro pelo Peterson Institute for International Economics, de Warwick McKibbin e colegas.

Os Estados Unidos seriam o país mais prejudicado, além de China, México e Canadá, consideradas as economias do G20, blocos regionais e o grupo do “resto do mundo”, no que diz respeito ao PIB (Produto Interno Bruto). Beneficiados maiores: Turquia e Rússia.

O trabalho leva em conta apenas três aspectos do plano confusamente declarado de Trump

  1. Deportação de milhões de trabalhadores imigrantes em situação ilegal
  2. Alta de dez pontos percentuais do imposto sobre importação (“tarifas”) sobre produtos de todos os parceiros comerciais; de 60 pontos, no caso da China
  3. Diminuição da independência do Fed, o Banco Central americano

Como se nota, não trata do efeito de um enorme aumento de déficit e dívida do governo americano, que seria o resultado provável da política fiscal trumpiana.

Além de PIB, estimam-se consequências para consumo, investimento, juros e câmbio, por meio de um grande modelo macroeconômico, com suas insuficiências habituais de teoria e dados, entre outras. Há, como inevitável, pressupostos esquemáticos e limitações como a quase impossibilidade de prever reações políticas domésticas e internas.

Isto posto, o estudo é interessante, útil e tem um link para dados e resultados. De resto, as estimativas são compatíveis com as de trabalhos similares, de outros centros de pesquisa e de bancões globais.

A primeira dúvida óbvia é saber se Trump ladra mais do que vai morder, caso vença (por inépcia ou outro motivo, ficou longe de fazer o que prometia, em economia). A segunda é o controle do Congresso. A terceira é a reação política, no resto do Partido Republicano, entre outros apoiadores de Trump de outros grupos sociais e econômicos prejudicados.

Uma deportação em massa afetaria diretamente mais a agropecuária (com quase 15% de mão de obra ilegal) e indústria de bens de consumo (quase 6% de ilegais) —para apenas dar um pequeno aperitivo do problema.

Quem se dispôs a estimar o efeito da “trumponomics” nos EUA aponta crescimento menor do PIB, mais inflação e juros, falta de mão de obra, déficit maior e dívida sem controle, fim de programas de transição ecológica e, ao menos, grande incerteza jurídica e política. Trump quer o poder de processar e demitir servidores de carreira recalcitrantes e intervir em agências, até no Fed, por exemplo.

Caso Trump vá às vias de fato, as tarifas de importação iriam ao maior nível desde os anos 1930, quando medida semelhante piorou a Grande Depressão, causou guerra comercial e aprofundou a crise política internacional. O Brasil ou alguém ganharia com isso? Não.

O aumento descontrolado da dívida pública, ainda maior sob Trump 2 (embora crescesse também sob Kamala Harris) é tema maior, que vem desde a crise de 2008 (a parcela da dívida no PIB passou de 35,2% em 2007 para os 97,3% de 2023).

Essa degradação pode mudar a estrutura da finança mundial, contribuir para a desconfiança do dólar, elevar de modo duradouro as taxas de juros no mundo ou causar crises súbitas, dramáticas. É assunto para a próxima coluna.


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Ufac promove ações pelo fim da violência contra a mulher — Universidade Federal do Acre

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A Ufac realizou ações de conscientização pelo fim da violência contra a mulher, em alusão à campanha Agosto Lilás. A programação, que ocorreu nesta segunda-feira, 25, incluiu distribuição de adesivos na entrada principal do campus-sede, às 7h, com a participação de pró-reitores, membros da administração superior e servidores, que entregaram mais de 2 mil adesivos da campanha às pessoas que acessavam a instituição. Outro adesivaço foi realizado no Restaurante Universitário (RU), às 11h.

“É uma alegria imensa a Ufac abraçar essa causa tão importante, que é a não violência contra a mulher”, disse a reitora Guida Aquino. “Como mulher, como mãe, como gestora, como cidadã, eu defendo o nosso gênero. Precisamos de mais carinho, mais afeto, mais amor e não violência. Não à violência contra a mulher, sigamos firmes e fortes.”
Até 12h, o estacionamento do RU recebeu o Ônibus Lilás, da Secretaria de Estado da Mulher, oferecendo atendimento psicológico, jurídico e outras orientações voltadas ao enfrentamento da violência contra a mulher.

Agosto Lilás



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Evento no PZ para estudantes do Ifac difunde espécies botânicas — Universidade Federal do Acre

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A Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex) da Ufac realizou a abertura do Floresta em Evidência, nesta quarta-feira, 20, no auditório da Associação dos Docentes (Adufac). O projeto de extensão segue até quinta-feira, 21, desenvolvido pelo Herbário do Parque Zoobotânico (PZ) da Ufac em parceria com o Instituto Federal do Acre (Ifac) e o Jardim Botânico do Rio de Janeiro. A iniciativa tem como público-alvo estudantes do campus Transacreana do Ifac.

O projeto busca difundir conhecimentos teóricos e práticos sobre coleta, identificação e preservação de espécies botânicas, contribuindo para valorização da biodiversidade amazônica e fortalecimento da pesquisa científica na região.

Representando a Proex, a professora Keiti Roseani Mendes Pereira enfatizou a importância da extensão universitária como espaço de democratização do conhecimento. “A extensão nos permite sair dos muros da universidade e alcançar a sociedade.”

O coordenador do PZ, Harley Araújo, destacou a contribuição do parque para a conservação ambiental e a formação de profissionais. “A documentação botânica está diretamente ligada à conservação. O PZ é uma unidade integradora da universidade que abriga mais de 400 espécies de animais e mais de 340 espécies florestais nativas.”

A professora do Ifac, Rosana Cavalcante, lembrou que a articulação entre instituições é fundamental para consolidar a pesquisa no Acre. “Ninguém faz ciência sozinho. Esse curso é fruto de parcerias e amizades acadêmicas que nos permitem avançar. Para mim, voltar à Ufac nesse contexto é motivo de grande emoção.”

A pesquisadora Viviane Stern ressaltou a relevância da etnobotânica como campo de estudo voltado para a interação entre pessoas e plantas. “A Amazônia é enorme e diversa; conhecer essa relação entre comunidades e a floresta é essencial para compreender e preservar. Estou muito feliz com a recepção e em poder colaborar com esse trabalho em parceria com a Ufac e o Ifac.”

O evento contou ainda com a palestra da professora Andréa Rocha (Ufac), que abordou o tema “Justiça Climática e Produção Acadêmica na Amazônia”.

Nesta quarta-feira, à tarde, no PZ, ocorre a parte teórica do minicurso “Coleta e Herborização: Apoiando a Documentação da Sociobiodiversidade na Amazônia”. Na quinta-feira, 21, será realizada a etapa prática do curso, também no PZ, encerrando o evento.



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Ufac recebe deputado Tadeu Hassem e vereadores de Capixaba para tratar de cursos e transporte estudantil — Universidade Federal do Acre

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Ufac recebe deputado Tadeu Hassem e vereadores de Capixaba para tratar de cursos e transporte estudantil.jpg

A reitora da Universidade Federal do Acre (Ufac), Guida Aquino, recebeu, na manhã desta segunda-feira, 18, no gabinete da reitoria, a visita do deputado estadual Tadeu Hassem (Republicanos) e de vereadores do município de Capixaba. A pauta do encontro envolveu a possibilidade de oferta de cursos de graduação no município e apoio ao transporte de estudantes daquele município que frequentam a instituição em Rio Branco.

A reitora Guida Aquino destacou que a interiorização do ensino superior é um compromisso da universidade, mas depende de emendas parlamentares para custeio e viabilização dos cursos. “O meu partido é a educação, e a universidade tem sido o caminho de transformação para jovens do interior. É por meio de parcerias e recursos destinados por parlamentares que conseguimos levar cursos fora da sede. Precisamos estar juntos para garantir essas oportunidades”, afirmou.

Atualmente, 32 alunos de Capixaba estudam na Ufac. A demanda apresentada pelos parlamentares inclui parcerias com o governo estadual para garantir transporte adequado, além da implantação de cursos a distância por meio do polo da Universidade Aberta do Brasil (UAB), em parceria com a prefeitura.

O deputado Tadeu Hassem reforçou o pedido de apoio e colocou seu mandato à disposição para buscar soluções junto ao governo estadual. “Estamos tratando de um tema fundamental para Capixaba. Queremos viabilizar transporte aos estudantes e também novas possibilidades de cursos, seja de forma presencial ou a distância. Esse é um compromisso que assumimos com a população”, declarou.

A vereadora Dra. Ângela Paula (PL) ressaltou a transformação pessoal que viveu ao ingressar na universidade e defendeu a importância de ampliar esse acesso para jovens de Capixaba. “A universidade mudou minha vida e pode mudar a vida de muitas outras pessoas. Hoje, nossos alunos têm dificuldades para se deslocar e muitos desistem do sonho. Precisamos de sensibilidade para garantir oportunidades de estudo também no nosso município”, disse.

Também participaram da reunião a pró-reitora de Graduação, Ednaceli Abreu Damasceno; o presidente da Câmara Municipal de Capixaba, Diego Paulista (PP); e o advogado Amós D’Ávila de Paulo, representante legal do Legislativo municipal.



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