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Uma primeira Copa do Mundo pode mudar a imagem da Venezuela – DW – 12/11/2024

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Venezuela é o único país da América do Sul, louco por futebol, que nunca chegou a um Copa do Mundo. Não só isso, mas o futebol nem sequer é considerado o desporto número 1 do país.

“Durante muito tempo, a Venezuela foi só beisebol e concursos de beleza, mas algumas coisas mudaram”, disse o especialista em futebol sul-americano Tim Vickery à DW.

Isso ficará evidente quando uma multidão esperada de mais de 50 mil pessoas comparecer para assistir à Venezuela receber o Brasil em uma partida das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026, em Maturín, esta semana. Após 10 dos 18 jogos disputados, a equipa da casa ocupa o oitavo lugar entre as 10 equipas da tabela regional, mas a apenas dois pontos do sexto lugar – e da qualificação.

“Eles podem se classificar para a Copa do Mundo, mas será difícil”, disse Vickery.

Depois de vitórias sobre Paraguai e Chile e um empate em 1 a 1 no Brasil em outubro de 2023, houve muito otimismo inicial, mas apenas três pontos nos últimos cinco jogos significam que a Venezuela ainda tem muito trabalho pela frente.

O lendário atacante Salomon Rondon concorda.

“Não temos ilusões”, disse o jogador de 35 anos numa entrevista publicada no site da FIFA.

“A seguir enfrentaremos o Brasil em casa e depois viajaremos para o Chile, e só precisamos nos concentrar em vencer jogos de futebol. Temos que entrar em todos os jogos em busca da vitória, porque só assim chegaremos à Copa do Mundo .”

Experiência de clube internacional

Rondon jogou futebol em clubes da Espanha, Inglaterra, China e Rússia, e sua vasta experiência internacional não é de forma alguma única. A última seleção da Venezuela inclui jogadores que atuam no Brasil, Argentina, França, Espanha, Polônia e Arábia Saudita.

Ricardo Paz
Richard Paez é creditado por inspirar um sentimento de orgulho nacional durante seu mandato como técnico da VenezuelaImagem: Newscom/GDA/IMAGO

Nem sempre foi assim. A Venezuela teve pouco impacto internacional até 2001, quando Richard Paez se tornou o primeiro técnico venezuelano da seleção nacional desde a década de 1980. Ele incutiu um sentimento de orgulho nacional e uma filosofia de ataque que começou a dar resultados a uma nova geração de jogadores.

“Durante muito tempo, o futebol foi um jogo de imigrantes da Europa, mas Paez fez a diferença e o governo apoiou a equipa”, explicou Vickery.

Fazendo progresso

Em 2007, a Venezuela sediou a Copa América e chegou à fase eliminatória pela primeira vez. Depois disso, seus jogadores passaram a ser contratados regularmente por times estrangeiros.

Em 2011, a Venezuela chegou à semifinal da Copa América e desde então chegou às quartas de final em três dos últimos quatro torneios – incluindo o deste ano. Também foi dada atenção ao desenvolvimento dos jovens, com a equipa a chegar à final do Campeonato do Mundo Sub-20, perdendo por 1-0 para a Inglaterra em 2017.

“O futebol sempre esteve em segundo plano, mas estava apenas esperando por algo para torcer”, disse Vickery.

No entanto, o beisebol continua sendo rei. As empresas petrolíferas dos EUA introduziram o passatempo americano no país no início do século XX. A Venezuela venceu a Série Amadora de Beisebol de 1941, com grande aclamação e entusiasmo, ajudando o esporte a crescer. No século 21, algumas das maiores estrelas da Liga Principal de Beisebol foram venezuelanas, deixando seus compatriotas orgulhosos.

“O beisebol sempre terá essa tradição e história”, disse Jordan Florit, olheiro de Caracas da agência de jogadores Andrade Sports Group, à DW.

“Há mais dinheiro na liga nacional de beisebol do que na liga de futebol americano e, embora o futebol tenha melhorado, há muito espaço para o esporte crescer e evoluir.”

Perdendo aquela ‘etiqueta embaraçosa’

Chegar à Copa do Mundo seria um grande passo em frente – provavelmente dando um impulso ao campeonato nacional, mas também beneficiando a imagem internacional do futebol venezuelano.

“Quando a Venezuela perde fortemente, as pessoas na Europa apenas veem o resultado e pensam que ‘a Venezuela é horrível’ e as pessoas aqui estão perfeitamente conscientes disso”, observou Florit.

“Se eles se classificarem para a Copa do Mundo da noite para o dia, perderão aquela marca embaraçosa de ser o único país sul-americano a não comparecer e isso significa muito.”

Não se trata apenas do que acontece em campo. Comparado ao limitado alcance global do beisebol, popular nos Estados Unidos e em alguns outros países como Cuba, Coreia do Sul, Japão e Canadá, o futebol traz um destaque muito maior.

Jose Altuve acerta um single para o Houston Astros em um estádio
Jose Altuve, do Houston Astros, é uma das inúmeras estrelas venezuelanas que jogam na Liga Principal de BeisebolImagem: Tom Walko/ZUMA Press Wire/IMAGO

“O futebol é o mundo”, disse Vickery.

“Seleções sul-americanas como Brasil, Argentina e Uruguai estão na Copa do Mundo para vencer, mas o próximo grupo de países do continente só quer dizer ao resto do mundo: ‘nós existimos, fazemos parte desta narrativa global’. “

Uma narrativa diferente

Isto é especialmente verdade no caso da Venezuela, um país que tem estado nas manchetes internacionais por razões que não são positivas. Nos últimos anos, a queda do preço do petróleo, o aumento da inflação e as dificuldades económicas levaram a que mais de sete milhões de pessoas abandonassem o país.

Nas eleições presidenciais de Julho, o líder da oposição Edmundo González e muitos observadores internacionais sentiram que ele tinha vencido de forma convincente, mas uma comissão eleitoral controlada pelo governo declarou que Nicolás Maduro havia conquistado o terceiro mandato consecutivo. As tensões permaneceram altas desde então.

“As pessoas não sabem nada sobre a Venezuela, exceto talvez a política, o petróleo e a crise monetária”, disse Florit.

“O futebol tem esse poder incomparável de trazer outro nível de atenção a um país e a Venezuela está passando por um período delicado no momento. Chegar à Copa do Mundo pode ajudar a unir um país que está dividido em muitas coisas.”

Editado por: Chuck Penfold



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Ufac promove ações pelo fim da violência contra a mulher — Universidade Federal do Acre

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A Ufac realizou ações de conscientização pelo fim da violência contra a mulher, em alusão à campanha Agosto Lilás. A programação, que ocorreu nesta segunda-feira, 25, incluiu distribuição de adesivos na entrada principal do campus-sede, às 7h, com a participação de pró-reitores, membros da administração superior e servidores, que entregaram mais de 2 mil adesivos da campanha às pessoas que acessavam a instituição. Outro adesivaço foi realizado no Restaurante Universitário (RU), às 11h.

“É uma alegria imensa a Ufac abraçar essa causa tão importante, que é a não violência contra a mulher”, disse a reitora Guida Aquino. “Como mulher, como mãe, como gestora, como cidadã, eu defendo o nosso gênero. Precisamos de mais carinho, mais afeto, mais amor e não violência. Não à violência contra a mulher, sigamos firmes e fortes.”
Até 12h, o estacionamento do RU recebeu o Ônibus Lilás, da Secretaria de Estado da Mulher, oferecendo atendimento psicológico, jurídico e outras orientações voltadas ao enfrentamento da violência contra a mulher.

Agosto Lilás



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Evento no PZ para estudantes do Ifac difunde espécies botânicas — Universidade Federal do Acre

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A Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex) da Ufac realizou a abertura do Floresta em Evidência, nesta quarta-feira, 20, no auditório da Associação dos Docentes (Adufac). O projeto de extensão segue até quinta-feira, 21, desenvolvido pelo Herbário do Parque Zoobotânico (PZ) da Ufac em parceria com o Instituto Federal do Acre (Ifac) e o Jardim Botânico do Rio de Janeiro. A iniciativa tem como público-alvo estudantes do campus Transacreana do Ifac.

O projeto busca difundir conhecimentos teóricos e práticos sobre coleta, identificação e preservação de espécies botânicas, contribuindo para valorização da biodiversidade amazônica e fortalecimento da pesquisa científica na região.

Representando a Proex, a professora Keiti Roseani Mendes Pereira enfatizou a importância da extensão universitária como espaço de democratização do conhecimento. “A extensão nos permite sair dos muros da universidade e alcançar a sociedade.”

O coordenador do PZ, Harley Araújo, destacou a contribuição do parque para a conservação ambiental e a formação de profissionais. “A documentação botânica está diretamente ligada à conservação. O PZ é uma unidade integradora da universidade que abriga mais de 400 espécies de animais e mais de 340 espécies florestais nativas.”

A professora do Ifac, Rosana Cavalcante, lembrou que a articulação entre instituições é fundamental para consolidar a pesquisa no Acre. “Ninguém faz ciência sozinho. Esse curso é fruto de parcerias e amizades acadêmicas que nos permitem avançar. Para mim, voltar à Ufac nesse contexto é motivo de grande emoção.”

A pesquisadora Viviane Stern ressaltou a relevância da etnobotânica como campo de estudo voltado para a interação entre pessoas e plantas. “A Amazônia é enorme e diversa; conhecer essa relação entre comunidades e a floresta é essencial para compreender e preservar. Estou muito feliz com a recepção e em poder colaborar com esse trabalho em parceria com a Ufac e o Ifac.”

O evento contou ainda com a palestra da professora Andréa Rocha (Ufac), que abordou o tema “Justiça Climática e Produção Acadêmica na Amazônia”.

Nesta quarta-feira, à tarde, no PZ, ocorre a parte teórica do minicurso “Coleta e Herborização: Apoiando a Documentação da Sociobiodiversidade na Amazônia”. Na quinta-feira, 21, será realizada a etapa prática do curso, também no PZ, encerrando o evento.



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Ufac recebe deputado Tadeu Hassem e vereadores de Capixaba para tratar de cursos e transporte estudantil — Universidade Federal do Acre

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A reitora da Universidade Federal do Acre (Ufac), Guida Aquino, recebeu, na manhã desta segunda-feira, 18, no gabinete da reitoria, a visita do deputado estadual Tadeu Hassem (Republicanos) e de vereadores do município de Capixaba. A pauta do encontro envolveu a possibilidade de oferta de cursos de graduação no município e apoio ao transporte de estudantes daquele município que frequentam a instituição em Rio Branco.

A reitora Guida Aquino destacou que a interiorização do ensino superior é um compromisso da universidade, mas depende de emendas parlamentares para custeio e viabilização dos cursos. “O meu partido é a educação, e a universidade tem sido o caminho de transformação para jovens do interior. É por meio de parcerias e recursos destinados por parlamentares que conseguimos levar cursos fora da sede. Precisamos estar juntos para garantir essas oportunidades”, afirmou.

Atualmente, 32 alunos de Capixaba estudam na Ufac. A demanda apresentada pelos parlamentares inclui parcerias com o governo estadual para garantir transporte adequado, além da implantação de cursos a distância por meio do polo da Universidade Aberta do Brasil (UAB), em parceria com a prefeitura.

O deputado Tadeu Hassem reforçou o pedido de apoio e colocou seu mandato à disposição para buscar soluções junto ao governo estadual. “Estamos tratando de um tema fundamental para Capixaba. Queremos viabilizar transporte aos estudantes e também novas possibilidades de cursos, seja de forma presencial ou a distância. Esse é um compromisso que assumimos com a população”, declarou.

A vereadora Dra. Ângela Paula (PL) ressaltou a transformação pessoal que viveu ao ingressar na universidade e defendeu a importância de ampliar esse acesso para jovens de Capixaba. “A universidade mudou minha vida e pode mudar a vida de muitas outras pessoas. Hoje, nossos alunos têm dificuldades para se deslocar e muitos desistem do sonho. Precisamos de sensibilidade para garantir oportunidades de estudo também no nosso município”, disse.

Também participaram da reunião a pró-reitora de Graduação, Ednaceli Abreu Damasceno; o presidente da Câmara Municipal de Capixaba, Diego Paulista (PP); e o advogado Amós D’Ávila de Paulo, representante legal do Legislativo municipal.



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