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Vinho tinto: Consumo na França cai 90% em 50 anos – 04/01/2025 – Mercado

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Adrienne Klasa

O vinho tinto francês enfrenta um declínio existencial e precisa se adaptar, de acordo com pessoas que trabalham na indústria, já que as gerações mais jovens estão cada vez mais optando por outras bebidas ou evitando o consumo de álcool completamente.

O consumo de vinho tinto na França caiu cerca de 90% desde a década de 1970, segundo o Conseil Interprofessionnel du vin de Bordeaux (CIVB), uma associação da indústria do setor.

Já o total de vinho consumido, abrangendo tintos, brancos e rosés, caiu mais de 80% na França desde 1945, de acordo com dados de pesquisa da Nielsen, e o declínio está acelerando mais, com a geração Z comprando metade do volume adquirido pelos millennials mais velhos.

“As questões com o vinho —particularmente o tinto— estão se tornando existenciais agora, e têm sido problemas por mais de uma década”, disse Spiros Malandrakis, analista de bebidas da Euromonitor International.

A indústria enfrenta “uma falta de conexão com as gerações mais jovens” e já havia caído em “um senso de complacência” devido à popularidade do vinho com a geração mais nova, acrescentou ele.

A mudança no consumo francês é resultado de tendências globais que prejudicam o setor, como as pessoas bebendo menos e mudanças nos gostos. Os vinhos tintos, em particular, estão saindo de moda entre os jovens em favor do rosé, cerveja, destilados e opções sem álcool.

“Em cada geração na França, vemos a mudança. Se o avô bebia 300 litros de vinho tinto por ano, o pai bebe 180 litros e o filho, 30 litros”, comentou Jean-Pierre Durand, membro do conselho do CIVB.

A indústria também está lidando com uma queda acentuada na demanda da China, um de seus principais mercados de exportação, e o impacto das mudanças climáticas.

A situação não atingiu todas as categorias de vinho de forma igualitária. “Tintos de alto volume e fortemente tânicos estão em forte declínio, e isso está se acelerando com a mudança geracional”, apontou o comprador de vinhos Thomas Castet.

Alguns líderes da indústria esperam que os produtores respondam focando em vinhos de maior qualidade ou expandindo sua oferta de tintos para outros produtos, como vinhos brancos ou de baixo teor alcoólico — embora este último exija investimento em novas vinhas e equipamentos.

Durand, que lidera a produtora de vinhos AdVini no sudoeste de Bordeaux, prevê que haverá menos procura no futuro por vinhos de baixo custo, já que as gerações mais jovens priorizam qualidade sobre quantidade. Alguns vinhos são vendidos por apenas 2,50 euros a garrafa na França.

Mas Durand disse que a superprodução e a presença de muitos vinhos de baixo custo prejudicaram a imagem de Bordeaux, embora a região também seja conhecida pela área de Saint-Émilion, que produz vinhos de alta qualidade e caros.

Os negócios também são desafiadores para algumas vinícolas de alto padrão. A colheita de 2024 no Château Mauvinon, um pequeno negócio familiar em Saint-Émilion, foi afetada por altas temperaturas e míldio —problemas encontrados em toda a região à medida que o clima muda.

Brigitte Tribaudeau, que possui e administra a vinícola, disse que os vinhos tintos grand cru de alta qualidade ainda eram o núcleo da produção do Château Mauvinon, mas que ela notou mudanças nos hábitos dos jovens consumidores anos atrás e começou a se adaptar.

Ela passou a produzir um vinho branco em 2018, bem como um vinho laranja, popular entre os mais jovens. Agora, ela está experimentando vinho de baixo teor alcoólico, que estará pronto para venda este ano.

A vinícola também foi certificada como orgânica desde 2017, o que atrai os mais jovens. “Percebi bem cedo que os padrões de consumo estavam mudando —vendo que mulheres e especialmente mulheres mais jovens ao meu redor estavam bebendo menos, e muito menos vinho tinto”, afirmou Tribaudeau.

Algumas vinícolas são relutantes em inovar, seja por causa do custo ou por serem apegados à tradição. Mudar da produção de vinho tinto para branco requer um grande investimento tanto em novas vinhas quanto em equipamentos diferentes, e nem todas as áreas de cultivo são adequadas para diferentes uvas.

A maioria dos produtores de vinho tem sido resistente a fazer produtos como misturas de vinho e vinho enlatado, que poderiam ser usados para atrair novos consumidores, comentou Malandrakis. Muitos também têm sido lentos em adotar o enoturismo e o marketing personalizado, que podem atrair consumidores mais jovens que buscam uma experiência e uma história ao fazer compras.

As pressões levaram a região de Bordeaux a começar a arrancar até 9.500 hectares de vinhas para conter a superprodução e prevenir a propagação de doenças através de vinhedos mal mantidos. O plano de dois anos, iniciado em 2023, oferece 6.000 euros por hectare a ser arrancado, de um orçamento total de 57 milhões de euros financiado em grande parte pelo governo e pelo CIVB.

“Não podemos continuar a produzir vinhos que não são consumidos. Quando o modelo está quebrado, nós nos adaptamos”, disse Durand.



Leia Mais: Folha

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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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