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Vitória de Trump cria armadilhas para BCs no mundo – 07/11/2024 – Mercado

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A vitória enfática de Donald Trump nos EUA cria uma série de armadilhas para os bancos centrais evitarem nas semanas e meses seguintes. A mudança iminente na administração dos EUA representa uma espécie de crise para os responsáveis pela política monetária.

Dada a incerteza do resultado eleitoral, nenhum banco central —seja nos EUA, Europa, Japão ou países emergentes— pôde se preparar para o triunfo republicano. Nenhum deles definiu políticas prevendo essa possibilidade. Eles precisarão mostrar mais uma vez que são bons em se adaptar aos eventos.

Inicialmente, salvaguardas institucionais e roteiros bem estabelecidos estão disponíveis para resultados inesperados como este. Na Inglaterra, o banco central anunciou um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros e não fez comentário sobre a eleição nos EUA.

Esse ato deve ser replicado nesta tarde em Washington no Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA). O presidente da instituição, Jerome Powell, está prestes a citar o progresso na inflação como a razão por trás do próprio corte de 0,25 ponto percentual do Fed. O Comitê Federal de Mercado Aberto, responsável pela definição da política, está cumprindo seu dever de garantir o máximo emprego e preços estáveis, dirá Powell.

Felizmente, tanto para o Fed quanto para o Banco da Inglaterra, suas palavras e ações refletem a realidade. Suas decisões imediatas não têm nada a ver com Trump e certamente refletem seus desejos de aderir aos seus mandatos.

Menos afortunado nesse aspecto é o Banco do Japão, que afirmou explicitamente em sua reunião na semana passada que “prestaria a devida atenção aos desenvolvimentos nos mercados financeiros e de câmbio” ao definir as taxas. O iene enfraqueceu 1,7% para 154,3 ienes para US$ 1 após os resultados das eleições, colocando o banco central sob mais pressão para aumentar a taxa novamente, provavelmente mais cedo do que os funcionários em Tóquio realmente desejavam.

Mandatos e convenções também protegem os bancos centrais se questionados sobre como responderão a uma presidência de Trump. Eles são obrigados a dizer que não podem definir a política monetária com base em hipóteses e precisam esperar para ver as políticas da nova administração.

Essas táticas, é claro, evitam questões-chave que podem estar preocupando todos os outros e serão frustrantes de acompanhar em conferências de imprensa. Mas parecer calmo e aderir a um mandato é um benefício fundamental das instituições econômicas que podem proporcionar estabilidade em tempos de incerteza e turbulência.

Onde os bancos centrais estão mais expostos, no entanto, é em suas capacidades de modelagem econômica. Caso Trump use sua ampla nova autoridade para impor tarifas nos níveis da década de 1930, deportar imigrantes em massa e cortar radicalmente os impostos, como prometeu na campanha, os modelos econômicos são extremamente ineficazes para lidar com mudanças tão grandes. Eles são baseados em dados de períodos de relativa calma e lutam para lidar com as consequências de momentos mais tumultuados.

Se confiarem em seus principais modelos, os bancos centrais correm o risco de serem pegos de surpresa pelo possível mundo de tensões geopolíticas, guerras comerciais ferozes e um presidente determinado a ter voz nas decisões do Fed, subestimando vastamente as potenciais repercussões.

O FMI (Fundo Monetário Internacional), por exemplo, no mês passado divulgou um cenário de previsão sugerindo que grandes tarifas dos EUA, baixa migração, tensões comerciais globais e mercados financeiros globais nervosos aumentariam a inflação em até 0,2 ponto percentual do caminho principal previsto nos EUA, Europa, China ou no mundo.

O resultado sugere que as políticas de Trump são, no máximo, o equivalente a um erro de previsão ruim em um dado mensal de inflação. Sabemos que isso é um absurdo porque as interrupções na cadeia de suprimentos após a Covid-19 elevaram a inflação nos EUA de perto da meta de 2% no início de 2021 para 7,2% em junho de 2022.

A maior armadilha de todas para os bancos centrais virá quando Trump usar extensivamente seus poderes. Os funcionários precisarão estar atentos às suas políticas que são amplamente inflacionárias, sejam cortes de impostos ou tarifas.

Os bancos centrais, de modo geral, conseguiram escapar de prever e combater um episódio inflacionário em 2021 com uma resposta tardia, mas vigorosa. O período que está por vir é mais perigoso. Trump provavelmente atacará o Fed, caso a autarquia tente contrariar suas políticas ou se a inflação disparar novamente —seja isso justo ou não.

E no resto do mundo, o público será muito menos compreensivo com os bancos centrais que perdem o controle dos preços pela segunda vez em cinco anos, mesmo que não possam controlar os eventos. As defesas institucionais só podem proteger os funcionários até certo ponto. Se Trump executar as suas propostas econômicas, um período mais conturbado aguarda os bancos centrais.



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Ufac recepciona estudantes de licenciaturas que farão o Enade — Universidade Federal do Acre

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Ufac recepciona estudantes de licenciaturas que farão o Enade — Universidade Federal do Acre

A Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) da Ufac realizou, nesta sexta-feira, 24, no Teatro Universitário, a recepção aos alunos concluintes dos cursos de licenciatura que participarão do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), neste domingo, 26.
O evento teve como objetivo acolher e motivar os estudantes para a realização da prova, que tem grande importância para a formação docente e para a avaliação dos cursos de graduação. Ao todo, 530 alunos participarão do Enade Licenciaturas este ano, sendo 397 em Rio Branco e 133 em Cruzeiro do Sul.
Participam do Enade Licenciaturas os concluintes dos cursos de Física, Física EaD, Letras/Português, Letras/Inglês, História, Geografia, Ciências Biológicas, Química, Matemática, Matemática EaD, Pedagogia, Ciências Sociais, Filosofia e Educação Física.

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, que representou a reitora Guida Aquino, destacou o papel da universidade pública na formação docente e o compromisso social que acompanha o exercício do magistério. “A missão de quem se forma nesta instituição vai além do diploma. É defender a educação pública, a democracia e os direitos humanos. Vocês representam o que há de melhor na educação acreana e brasileira. Cada um de vocês é parte da história e da luta da Ufac.”

A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou o caráter formativo do exame e o compromisso da universidade com a qualidade da educação. “O Enade é mais do que uma prova. Ele representa uma etapa importante da trajetória de cada estudante que trilhou sua formação nesta universidade. É um momento de reflexão sobre o aprendizado, o esforço e o legado que cada um deixa para os próximos alunos.”
Ela reforçou que o desempenho dos estudantes é determinante para o conceito de cada curso e destacou a importância da participação responsável. “É fundamental que todos façam a prova com dedicação, levando o nome da Ufac com orgulho. Nós preparamos esse encontro para motivar, orientar, e entregar um kit com lanche, água, fruta e caneta, ajudando os alunos a se organizarem para o domingo.”
A pró-reitora lembrou ainda que a mesma ação está sendo realizada no campus Floresta, em Cruzeiro do Sul, com o apoio da equipe da Prograd e dos coordenadores locais. “Lá, os alunos estão distribuídos em três escolas, e nossa equipe vai acompanhá-los no dia da prova, garantindo o mesmo acolhimento e suporte.”

O evento contou com apresentação cultural da cantora Luzienne Lucena e do Grupo Vibe, do projeto Pró-Cultura Estudantil, formado pelos acadêmicos Gabriel Daniel (Sistemas de Informação), Geovanna Maria (Teatro) e Lucas Santos (Música).
Também participaram da solenidade a diretora de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Grace Gotelip; e os coordenadores de cursos de licenciatura: Francisca do Nascimento Pereira Filha (Pedagogia), Lucilene Almeida (Geografia) e Alcides Loureiro Santos (Química).

 



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Ufac promove ação de autocuidado para servidoras e terceirizadas — Universidade Federal do Acre

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Ufac promove ação de autocuidado para servidoras e terceirizadas — Universidade Federal do Acre

A Coordenadoria de Vigilância à Saúde do Servidor (CVSS) da Ufac realizou, nesta quinta-feira, 23, o evento “Cuidar de Si É um Ato de Amor”, em alusão à Campanha Outubro Rosa. A atividade ocorreu no Setor Médico Pericial e teve como público-alvo servidoras técnico-administrativas, docentes e trabalhadoras terceirizadas.

A ação buscou reforçar a importância do autocuidado e da atenção integral à saúde da mulher, indo além da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e do colo do útero. O objetivo foi promover um momento de acolhimento e bem-estar, integrando ações de valorização e promoção da saúde no ambiente de trabalho.

“O mês de outubro não deve ser apenas um momento de lembrar dos exames preventivos, mas também de refletir sobre o cuidado com a saúde como um todo”, disse a coordenadora da CVSS, Priscila Oliveira de Miranda. Ela ressaltou que muitas mulheres acabam se sobrecarregando com as demandas da casa, da família e do trabalho e acabam deixando o autocuidado em segundo plano.

Priscila também explicou que a iniciativa buscou proporcionar um espaço de pausa e acolhimento no ambiente de trabalho. “Nem sempre é fácil parar para se cuidar ou ter acesso a ações de relaxamento e promoção da saúde. Por isso, organizamos esse momento para que as servidoras possam respirar e se dedicar a si mesmas.” 

O setor mantém atividades contínuas, como consultas com clínico-geral, nutricionista e fonoaudióloga, além de grupos de caminhada e ações voltadas à saúde mental. “Essas iniciativas estão sempre disponíveis. É importante que as mulheres participem e mantenham o compromisso com o próprio bem-estar”, completou.

A programação contou com acolhimento, roda de conversa mediada pela assistente social Kayla Monique, lanche compartilhado e o momento “Cuidando de Si”, com acupuntura, auriculoterapia, reflexologia podal, ventosaterapia e orientações de cuidados com a pele. A ação teve parceria da Liga Acadêmica de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde e da especialista em bem-estar Marciane Villeme.

 



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Ufac realiza abertura do Fórum Permanente da Graduação — Universidade Federal do Acre

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Ufac realiza abertura do Fórum Permanente da Graduação — Universidade Federal do Acre

A Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) da Ufac realizou, nesta terça-feira, 21, no anfiteatro Garibaldi Brasil, campus-sede, a abertura do Fórum Permanente da Graduação. O evento visa promover a reflexão e o diálogo sobre políticas e diretrizes que fortalecem o ensino de graduação na instituição.

Com o tema “O Compromisso Social da Universidade Pública: Desafios, Práticas e Perspectivas Transformadoras”, a programação reúne conferências, mesas temáticas e fóruns de discussão. A abertura contou com apresentação cultural do Trio Caribe, formado pelos músicos James, Nilton e Eullis, em parceria com a Fundação de Cultura Elias Mansour.
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, representou a reitora Guida Aquino. Ele destacou o papel da universidade pública diante dos desafios orçamentários e institucionais. “Em 2025, conseguimos destinar R$ 10 milhões de emendas parlamentares para custeio, algo inédito em 61 anos de história.”

Para ele, a curricularização da extensão representa uma oportunidade de aproximar a formação acadêmica das demandas sociais. “A universidade pública tem potencial para ser uma plataforma de políticas públicas”, disse. “Precisamos formar jovens críticos, conscientes do território e dos problemas que enfrentamos.”
A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou que o fórum reúne coordenadores e docentes dos cursos de bacharelado e licenciatura, incluindo representantes do campus de Cruzeiro do Sul. “O encontro trata de temáticas comuns aos cursos, como estágio supervisionado e curricularização da extensão. Queremos sair daqui com propostas de reformulação dos projetos de curso, alinhando a formação às expectativas e realidades dos nossos alunos.”
A conferência de abertura foi ministrada pelo professor Diêgo Madureira de Oliveira, da Universidade de Brasília, que abordou os desafios e as transformações da formação universitária diante das novas demandas sociais. Ao final do fórum, será elaborada uma carta de encaminhamentos à Prograd, que servirá de base para o planejamento acadêmico de 2026.
Também participaram da solenidade de abertura a diretora de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Grace Gotelip; o diretor do CCSD, Carlos Frank Viga Ramos; e o vice-diretor do CMulti, do campus Floresta, Tiago Jorge.



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