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WhatsApp luta contra disparo em massa mas eleição tem spam – 27/10/2024 – Tec

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Pedro S. Teixeira

O WhatsApp realizou uma operação judicial com ao menos oito ações contra 12 empresas para tirar do ar softwares que permitiam disparo em massa. Ainda assim, a disseminação de spam eleitoral com ataques a candidatos ainda esteve presente nas eleições deste ano.

A plataforma de monitoramento Palver mostra, nos últimos três meses, 13.180 mensagens classificadas como spam no aplicativo, citando postulantes a prefeituras que disputam o segundo turno em 15 capitais brasileiras.

Os dados indicam que as campanhas encontraram alternativas às mais conhecidas ferramentas de automação no WhatsApp. Relatos de marqueteiros, sob condição de anonimato, confirmam o cenário.

A plataforma Palver classifica como movimento coordenado qualquer mensagem que tenha possibilidade de ser inautêntica. É o caso de várias mensagens disparadas pelo mesmo usuário em um curto espaço de tempo, conteúdos repetidos por várias contas ou de uma pessoa que só envia links, diz o fundador da Palver Luis Fakhouri.

A Palver extrai dados de 75 mil grupos públicos, cujos links de acesso foram encontrados na internet.

“Existiram movimentos coordenados, mas não dá para saber se a frequência se reduziu ou não, porque em 2020 não fazíamos esse levantamento”, afirma Fakhouri.

O WhatsApp afirma que mantém “um sistema de integridade que é constantemente aperfeiçoado e bane automaticamente cerca de 8 milhões de contas por mês em todo mundo por comportamento não autêntico no aplicativo, sendo que 75% dessas contas são banidas antes mesmo de uma denúncia de usuário.”

Os advogados da big tech, do escritório Mattos Filho, se recusaram a comentar.

A prática, intermediada por softwares integrados ao aplicativo, ficou conhecida como “disparo em massa”. Em 2018, a Folha revelou o uso da tecnologia por empresários para impulsionar mensagens contra o PT —depois, investigações apontaram amplo uso dessas ferramentas em um fogo cruzado entre os partidos. O WhatsApp também adotou o termo em proibição descrita em seus termos de uso.

Na definição empregada pelos advogados do Mattos Filho, nos autos dos processos, o disparo em massa consiste no envio de um mesmo conteúdo, ou variações dele, para uma grande quantidade de usuários do aplicativo sem a autorização prévia dos destinatários.

A autorização expressa do usuário é uma diferença fundamental dos serviços das agências de marketing digital processadas para os serviços comerciais do WhatsApp, como a interface de automação do WhatsApp Business, segundo a tese da big tech. “Essa ferramenta exige permissão prévia do usuário para recebimento de mensagens da empresa”, escrevem os advogados em petição juntada ao processo.

Advogados das empresas rés repetiram os argumentos de que os desenvolvedores de aplicações integradas ao WhatsApp não teriam controle sobre o uso do software de automação, da mesma forma que o WhatsApp diz, em audiências públicas, ser incapaz de moderar todas as mensagens.

O advogado José Diniz, que representou a Yacows, conhecida pelos disparos na campanha de 2018, e os cinco CNPJs ligados à marca, apelou ao Superior Tribunal de Justiça para tentar anular a sentença, em função da indenização fixada em R$ 20 mil para cada empresa, totalizando R$ 100 mil, na medida em que o WhatsApp havia pedido apenas R$ 50 mil de indenização. A apelação, entretanto, foi negada.

Diniz diz que a Meta vende serviços que permitem o envio de até 100 mil mensagens simultaneamente. “A linha tênue entre a livre concorrência e a concorrência desleal parece o tema presente no caso concreto”, diz o advogado.

As decisões finais ocorreram neste ano, em alguns casos, a dias do início do período eleitoral, em agosto.

O diretor-executivo do ITS-Rio (Instituto Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro) Fabro Steibel diz, porém, que muitos dos aplicativos que faziam disparo em massa utilizavam técnicas para quebrar as barreiras de segurança impostas pelo WhatsApp, em um processo chamado de engenharia reversa.

“Vamos imaginar que exista uma trava para enviar mais de mil mensagens sem pedir autorização; com engenharia reversa, eu tiro essa trava”, exemplifica Steibel.

O WhatsApp solicitou que os réus se abstivessem de “desenvolver, distribuir, promover, operar, vender e ofertar softwares ou serviços de mensagens em massa pelo WhatsApp” e deixassem de “usar todas as marcas e símbolos associados ao aplicativo”.

A empresa citou, além da violação aos termos do uso ao promover disparos em massa (uma prática explicitamente vetada no contrato) e de violação das regras eleitorais, uso indevido da marca do app em conteúdos publicitários e violação da Lei de Software, uma vez que seria prerrogativa da big tech explorar a tecnologia.

Todos os pedidos do WhatsApp foram aceitos em primeira e segunda instâncias, além de mantidos nos casos em que os processos foram aos tribunais superiores. Algumas das empresas ainda pedem revisão dos valores de indenização fixados pelas 1ª e 2ª Vara empresariais de São Paulo, onde os casos foram julgados.

O único ponto não acatado em parte dos processos foi a vedação ao desenvolvimento de novas tecnologias integradas ao WhatsApp, por questões de direito autoral no desenvolvimento do programa.

Após as decisões favoráveis ao aplicativo de mensagens na Justiça, funcionários de agências de marketing político relataram, sob condição de anonimato, que ficou mais difícil encontrar aplicativos de terceiros para manter o envio automatizado de mensagens. Segundo eles, as funções do WhatsApp não furam a bolha e chegam a pessoas desconhecidas pela equipe do candidato.

Contudo, ainda haveria agências que ofereceriam serviços de dissparo em massa, usando aplicativos de empresas no exterior, métodos de automação mais rudimentares numa prática chamada de “queima de chip” e disparo manual. A característica de ataques velados a adversários de campanha por meio das mensagens no WhatsApp também se mantém.

Ainda assim, as alternativas apresentam limitações. A “queima de chip” tem capacidade mais precária de engenharia reversa e é detectada com frequência pelos algoritmos de moderação —o nome faz referência aos bloqueios impostos pela big tech.

“Embora não tenha acesso aos dados da conversa, que passam por criptografia de ponta a ponta, o WhatsApp consegue saber de qual IP saíram, qual a quantidade e velocidade —tudo isso permite que o aplicativo identifique comportamentos suspeitos—”, diz o diretor-executivo do ITS-Rio.

O disparo manual, por outro lado, ganha eficiência na engenharia reversa, mas custa mais dinheiro. Exige contratação de mão de obra intensiva e tem um efeito limitado em comparação à tecnologia de automação.



Leia Mais: Folha

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MUNDO

Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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