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50 anos dedicados à pintura: O adeus da região a Flávio Scholles
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Faleceu na tarde desta terça-feira (5), aos 74 anos, Flávio Scholles, um dos principais artistas plásticos da região, que dedicou sua carreira à representação da história dos imigrantes alemães e à preservação do patrimônio histórico. Scholles morreu no Hospital de Dois Irmãos, onde foi internado na segunda-feira (4).
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Foto: Arquivo/GES
Há cinco meses, Scholles descobriu um câncer de próstata já em fase de metástase. A doença chegou a outros órgãos e nos últimos três meses impossibilitou que ele exercesse sua maior paixão, a pintura. “Este foi um período muito dolorido e sofrido, porque ele pintava todos os dias e teve de parar de pintar”, relatou Rudaia Scholles, filha única do artista, que trabalhou diretamente com o pai ao longo das últimas décadas.
Natural de Morro Reuter, Scholles ficou o máximo de tempo possível sem ser internado mesmo durante a luta contra a doença. Mas após sofrer com fortes dores na segunda-feira, a decisão foi de buscar atendimento médico. Por volta das 14h15 desta terça, o artista veio a óbito.
Missão cumprida
Mesmo com as dificuldades impostas pela doença, Scholles encarou a fase final da vida com tranquilidade e sabedoria. Em conversas com a filha, chegou a fazer uma espécie de balanço de vida. “Ele me disse ‘se morrer amanhã, fiz tudo que queria”, afirmou o artista em conversas com a filha única. Além de Rudaia, o pintor também deixa dois netos, um menino e uma menina.
O mais novo de um casal que teve 11 filhos, Scholles é da segunda geração de duas famílias de imigrantes alemães que chegaram na região entre 1827 e 1854. A relação com a imigração deu o tom de suas obras. “Ele vivenciou muitas histórias da colônia e traduziu isso em seus quadros, foram 50 anos dedicados à pintura”, destaca Rudaia.
Um pequeno alívio proporcionado por medicações permitiu um período em que pôde retomar as atividades no atelier, produzindo diversos quadros. Scholles se formou em desenho plástico no ano de 1973, pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas, em São Paulo. No mesmo ano, retornou ao Rio Grande do Sul iniciando os estudos em arte pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs).
Pés na região, cabeça no mundo
Ao final da década de 1970, Scholles assinou uma das suas primeiras grandes obras, o monumento ao sapateiro em Novo Hamburgo. Com o tempo, sua obra foi ganhando o Estado, em 1987 e 1988, se espalhou para outros cantos do País e do mundo.
Só que mesmo ganhando mais espaço no mapa nacional, a marca de sua obra sempre foi a forte ligação com as raízes locais. “O Flávio é uma das grandes figuras que levou a história da nossa região para o mundo, assim como Scheffel”, ressalta o curador do museu da Fundação Scheffel, Ângelo Reinheimer.
Em janeiro, o artista concedeu uma entrevista para o suplemento XYZ, no qual falava justamente sobre a manutenção dessa ligação com sua terra natal, mesmo com reconhecimento internacional. “A natureza foi tão gentil que me deu esse lugar”, afirmou, na época, em entrevista concedida à repórter Susi Mello.
Reinheimer, que tem antepassados em comum com Scholles, também traça um paralelo na importância entre Ernesto Frederico Scheffel e Scholles. “Ele também teve uma trajetória artística marcada por uma busca eterna pela qualidade, e o que unia ele ao Scheffel foi o amor dos dois pelo patrimônio histórico.”
Além das obras em telas, Scholles também se destacou na busca de preservação de imóveis históricos na região. Em 1977, idealizou e fundou o movimento de Arte Casa Velha em Novo Hamburgo.
Legado e homenagens
Curadora e artista plástica, Amanda Becker viu na trajetória de Scholles uma inspiração para seu trabalho. “Ele sempre foi uma referência para mim, assim como Marciano, Ariadne, Cláudia Sperb, que mostram a força das artes em Novo Hamburgo e fazem acreditar que era possível viver de arte, ser artista. Os trabalhos do Scholles sempre me aproximaram da ‘realidade do habitante da minha aldeia’, como ele mesmo dizia”, destaca a artista.
A importância de Scholles para a região pode ser atestada pelas reações de agentes públicos. Pelo menos três municípios da região divulgaram nota de pesar pela morte do pintor.
Morro Reuter, cidade onde Scholles nasceu e viveu a maior parte de sua vida, reafirmou o legado incontestável das obras do pintor. “Sua obra seguirá inspirando gerações e seu compromisso com a preservação da identidade cultural teuto-brasileira será sempre lembrado com respeito e admiração.” O governo municipal decretou luto oficial de três dias em homenagem ao artista.
Já a admiração de Dois Irmãos, onde ele passou as últimas horas de vida, destacou o legado para fora das fronteiras do Vale do Sinos. “Sua arte conquistou o reconhecimento internacional, com mais de 10 mil telas distribuídas mundo afora, e com respeitável acervo em seu reconhecido atelier.” O governo de Novo Hamburgo também divulgou nota reconhecendo a importância do artista. “Em Novo Hamburgo, um dos legados é o Monumento ao Sapateiro, projetado por Scholles e inaugurado no ano de 1979 na Rótula Papa João XXIII, no encontro das Avenidas Nicolau Becker e Nações Unidas”, diz o texto.
O corpo do pintor será velado a partir das 8h30 desta quarta-feira (6) na Capela 4 do Crematório e Cemitério Parque Jardim da Memória, em Novo Hamburgo. A cerimônia de cremação ocorrerá às 17 horas, no mesmo local.
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Ufac promove confraternização estudantil no Restaurante Universitário — Universidade Federal do Acre
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4 de dezembro de 2025A Ufac, por meio da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Proaes), promove nesta quinta-feira, 4, a confraternização de fim de ano destinada aos estudantes do campus-sede, em Rio Branco. A atividade ocorre no Restaurante Universitário (RU) durante o almoço, a partir das 11h, e no jantar, a partir das 17h30.
Segundo o pró-reitor de Assuntos Estudantis, professor Isaac Dayan Bastos da Silva, a confraternização já se tornou uma tradição institucional, reforçando o vínculo entre a universidade e sua comunidade acadêmica. “Esse acolhimento faz parte da política estudantil da gestão. No final do ano, realizamos essa confraternização tanto no almoço quanto no jantar, algo que já se tornou cultural para nós”, afirmou.
Como parte da programação, o RU oferece almoço e jantar especiais, incluindo a entrega de panetone como sobremesa. O ambiente também recebe decoração temática e contará com música ao vivo, realizada pelos bolsistas do projeto Pró-Cultura Estudantil, responsáveis pela tradicional cantata de Natal.
“Tudo isso é pensado para fortalecer esse acolhimento. Buscamos criar um ambiente festivo, com decoração e música ao vivo, para que os estudantes se sintam parte desse momento de encerramento das atividades do ano”, destacou o pró-reitor.
A confraternização permanece aberta aos estudantes regularmente atendidos pelo RU durante os horários habituais de funcionamento.
(Fhagner Soares, estagiário Ascom/Ufac)
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Ufac recebe equipamentos para Laboratórios de Toxicologia e Farmácia Viva — Universidade Federal do Acre
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2 de dezembro de 2025A Ufac realizou nesta segunda-feira, 1º, na sala ambiente do bloco de Nutrição, a entrega oficial do material destinado ao Laboratório de Toxicologia Analítica e ao Projeto Farmácia Viva, reforçando a infraestrutura científica da instituição e ampliando o suporte às ações de ensino, pesquisa e extensão.
A ação integra o Projeto de Implantação do Laboratório de Toxicologia Analítica, que recebeu a doação de 21 equipamentos permanentes, adquiridos com recursos do Ministério Público do Trabalho da 14ª Região (MPT-14), mediante autorização da Primeira Vara Federal do Acre. A iniciativa reconhece o interesse público e a relevância social das atividades desenvolvidas pela Universidade Federal do Acre, especialmente nas áreas da saúde, inovação científica e desenvolvimento regional.
Os equipamentos recebidos fortalecem duas frentes estratégicas da instituição. No âmbito do Projeto Farmácia Viva, eles ampliam a capacidade de cultivo, processamento e controle de qualidade de plantas medicinais, reforçando também as ações de extensão voltadas à promoção da saúde e ao uso racional de fitoterápicos. Já na área de toxicologia analítica, os novos aparelhos permitem o desenvolvimento e validação de métodos de análise, o processamento de matrizes biológicas e ambientais e o suporte a investigações científicas e forenses.
“Parabenizo os três professores que estão à frente desse projeto: a professora Marta Adelino, Dayan Marques e Anne Grace. Isso moderniza nossa universidade e representa um salto qualitativo na formação de profissionais”, afirma a reitora Guida Aquino.
O professor Dayan de Araújo Marques, docente do Centro de Ciências da Saúde e do Desporto (CCSD) e farmacêutico industrial, realizou a apresentação das fases do projeto. Ele destacou que a parceria com o MPT-14 representa a consolidação de um espaço científico. “Essa consolidação é capaz de oferecer respostas mais rápidas e precisas às demandas de saúde e meio ambiente no Acre, reduzindo a dependência de laboratórios externos e ampliando o impacto social das pesquisas desenvolvidas na universidade”.
Com a entrega desse conjunto tecnológico, a instituição eleva seu potencial de atuação laboratorial e reafirma o compromisso com a produção de conhecimento e o atendimento às demandas da sociedade acreana.
Também compuseram o dispositivo de honra o Pró Reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes; a coordenadora do projeto do laboratório de toxicologia analítica, Marta Adelino da Silva Faria; a procuradora do Trabalho, representando o ministério público, Ana Paula Pinheiro de Carvalho.
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Curso de Medicina Veterinária da Ufac promove 4ª edição do Universo VET — Universidade Federal do Acre
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29 de novembro de 2025As escolas da rede municipal realizam visitas guiadas aos espaços temáticos montados especialmente para o evento. A programação inclui dois planetários, salas ambientadas, mostras de esqueletos de animais, estudos de células, exposição de animais de fazenda, jogos educativos e outras atividades voltadas à popularização da ciência.
A pró-reitora de Inovação e Tecnologia, Almecina Balbino, acompanhou o evento. “O Universo VET evidencia três pilares fundamentais: pesquisa, que é a base do que fazemos; extensão, que leva o conhecimento para além dos muros da Ufac; e inovação, essencial para o avanço das áreas científicas”, afirmou. “Tecnologias como robótica e inteligência artificial mostram como a inovação transforma nossa capacidade de pesquisa e ensino.”
A coordenadora do Universo VET, professora Tamyres Izarelly, destacou o caráter formativo e extensionista da iniciativa. “Estamos na quarta edição e conseguimos atender à comunidade interna e externa, que está bastante engajada no projeto”, afirmou. “Todo o curso de Medicina Veterinária participa, além de colaboradores da Química, Engenharia Elétrica e outras áreas que abraçaram o projeto para complementá-lo.”
Ela também reforçou o compromisso da universidade com a democratização do conhecimento. “Nosso objetivo é proporcionar um dia diferente, com aprendizado, diversão, jogos e experiências que muitos estudantes não têm a oportunidade de vivenciar em sala de aula”, disse. “A extensão é um dos pilares da universidade, e é ela que move nossas ações aqui.”
A programação do Universo VET segue ao longo do dia, com atividades interativas para estudantes e visitantes.
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