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80 anos do Holocausto: nas adversidades reconhecemos nossa força e resiliência – 26/01/2025 – Opinião

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Marcos Knobel

Nesta segunda-feira (27) celebramos o Dia Internacional em Memória às Vítimas do Holocausto, o maior genocídio do século 20, que dizimou a vida de mais de 6 milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Esse é um dos episódios mais difíceis, que marca a saga de perseguições vivenciadas pelo povo judeu ao longo de sua história desde o início de sua existência.

O primeiro relato que podemos considerar como genocídio que vivemos consta na Torá e data da época de Moisés no Egito, quando fomos perseguidos pelo faraó. Ele queria, a todo custo, aniquilar todos os judeus e jogar os filhos primogênitos no rio Nilo, pois seus astrólogos viram que iria nascer o redentor que tiraria o povo da escravidão.

Seguindo a ordem cronológica, na Idade Média, a prática religiosa foi o motivo de uma nova perseguição dos judeus em Portugal e Espanha, episódio conhecido como Inquisição, que levou muitos a sofrerem torturas e penas de morte. Já na década de 1930, o motivo da intolerância foi a raça, o que gerou o extermínio de judeus pelos nazistas durante vários anos. E, em 2023, novamente pela intolerância racial, vivenciamos um massacre orquestrado pelo Hamas em Israel que resultou na morte de centenas de judeus —homens, mulheres, jovens e crianças. Mais uma vez o povo de Israel é vítima de antissemitismo —e, agora, remodelado de antissionismo.

Avaliando cada um desses momentos da vida do povo de Israel, uma palavra me vem à mente: resiliência. O Holocausto com certeza foi um ato genocida —nossos inimigos tinham a intenção clara de aniquilar os judeus. O mesmo ocorreu em 2023, em uma proporção numérica de mortes menor. O grupo terrorista Hamas tinha o mesmo objetivo: não deixar um cidadão israelense vivo. Se nosso povo fosse fraco e desunido, todos os inimigos de Israel iriam acabar com o Estado e, consequentemente, com toda a população judaica ao redor do planeta. Porém, não é isso o que aconteceu ao longo da nossa caminhada pela história.

O povo judeu une forças —onde quer que esteja— e honra a memória dos que tiveram suas vidas ceifadas em todos esses episódios de genocídio, assim como dos sobreviventes das barbáries que marcam profundamente nossa jornada. A voz da população judaica de vários locais do mundo está ecoando; não estamos nos calando diante de tentativas incessantes de nossos inimigos de silenciar nossa fala. Israel está sendo confrontado por várias frentes internacionais, e os judeus estão fornecendo apoio, seja do ponto de vista moral, defendendo suas crenças, como também sob a ótica de oferta de recursos.

Graças a tudo o que temos disponível no Brasil, a população judaica em São Paulo e em vários estados brasileiros consegue levar uma vida normal, mesmo em um período de crise como o atual. Prestamos assistência e auxílio à comunidade como um todo para que os judeus não sejam alvo de ataques e atitudes antissemitas. E, caso ocorram, estamos prontos para atuar em todas as frentes —de segurança, institucional e jurídica—, garantindo que nenhum crime de antissemitismo fique impune.

Sabemos que esta guerra pode acabar a qualquer momento, mas hoje temos a consciência de que o mesmo não ocorrerá com o antissemitismo —muito pelo contrário, ele sobe um degrau na escala de fortalecimento. Para combater esse mal, nossa comunidade precisa estar unida e cada vez mais sólida.

Essa não é uma luta somente do povo judeu contra o antissemitismo, ou de Israel ante os terroristas. É um combate entre o bem e o mal. É uma sociedade democrática e justa que briga contra o terrorismo e o radicalismo que tanto assusta não somente os judeus, mas também outras minorias que sofrem com o preconceito.

O provérbio oriental “tempos difíceis criam homens fortes” nunca foi tão verdade para os judeus em toda a sua história.

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Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.



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Curso de Letras/Libras da Ufac realiza sua 8ª Semana Acadêmica — Universidade Federal do Acre

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Curso de Letras/Libras da Ufac realiza sua 8ª Semana Acadêmica — Universidade Federal do Acre

O curso de Letras/Libras da Ufac realizou, nessa segunda-feira, 3, a abertura de sua 8ª Semana Acadêmica, com o tema “Povo Surdo: Entrelaçamentos entre Línguas e Culturas”. A programação continua até quarta-feira, 5, no anfiteatro Garibaldi Brasil, campus-sede, com palestras, minicursos e mesas-redondas que abordam o bilinguismo, a educação inclusiva e as práticas pedagógicas voltadas à comunidade surda.

“A Semana de Letras/Libras é um momento importante para o curso e para a universidade”, disse a pró-reitora de Graduação, Edinaceli Damasceno. “Reúne alunos, professores e a comunidade surda em torno de um diálogo sobre educação, cultura e inclusão. Ainda enfrentamos desafios, mas o curso tem se consolidado como um dos mais importantes da Ufac.”

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou que o evento representa um espaço de transformação institucional. “A semana provoca uma reflexão sobre a necessidade de acolher o povo surdo e integrar essa diversidade. A inclusão não é mais uma escolha, é uma necessidade. As universidades precisam se mobilizar para acompanhar as mudanças sociais e culturais, e o curso de Libras tem um papel fundamental nesse processo.”

A organizadora da semana, Karlene Souza, destacou que o evento celebra os 11 anos do curso e marca um momento de fortalecimento da extensão universitária. “Essa é uma oportunidade de promover discussões sobre bilinguismo e educação de surdos com nossos alunos, egressos e a comunidade externa. Convidamos pesquisadores e professores surdos para compartilhar experiências e ampliar o debate sobre as políticas públicas de educação bilíngue.”

A palestra de abertura foi ministrada pela professora da Universidade Federal do Paraná, Sueli Fernandes, referência nacional nos estudos sobre bilinguismo e ensino de português como segunda língua para surdos.

O evento também conta com a participação de representantes da Secretaria de Estado de Educação e Cultura, da Secretaria Municipal de Educação, do Centro de Apoio ao Surdo e de profissionais que atuam na gestão da educação especial.

 

(Fhagner Soares, estagiário Ascom/Ufac)

 

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Propeg — Universidade Federal do Acre

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Propeg — Universidade Federal do Acre

A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeg) comunica que estão abertas as inscrições até esta segunda-feira, 3, para o mestrado profissional em Administração Pública (Profiap). São oferecidas oito vagas para servidores da Ufac, duas para instituições de ensino federais e quatro para ampla concorrência.

 

Confira mais informações e o QR code na imagem abaixo:

 



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Atlética Sinistra conquista 5º título em disputa de baterias em RO — Universidade Federal do Acre

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Atlética Sinistra conquista 5º título em disputa de baterias em RO — Universidade Federal do Acre

A atlética Sinistra, do curso de Medicina da Ufac, participou, entre os dias 22 e 26 de outubro, do 10º Intermed Rondônia-Acre, sediado pela atlética Marreta, em Porto Velho. O evento reuniu estudantes de diferentes instituições dos dois Estados em competições esportivas e culturais, com destaque para a tradicional disputa de baterias universitárias.

Na competição musical, a bateria da atlética Sinistra conquistou o pentacampeonato do Intermed (2018, 2019, 2023, 2024 e 2025), tornando-se a mais premiada da história do evento. O grupo superou sete concorrentes do Acre e de Rondônia, com uma apresentação que se destacou pela técnica, criatividade e entrosamento.

Além do título principal, a bateria levou quase todos os prêmios individuais da disputa, incluindo melhor estandarte, chocalho, tamborim, mestre de bateria, surdos de marcação e surdos de terceira.

Nas modalidades esportivas, a Sinistra obteve o terceiro lugar geral, sendo a única equipe fora de Porto Velho a subir no pódio, por uma diferença mínima de pontos do segundo colocado.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 



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