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A influência russa em Bangui está disfarçada de cultura? – DW – 28/10/2024

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A influência crescente da Rússia em África é evidente no República Centro-Africana (RCA)que reforçou os seus laços com o Kremlin através de uma acordo de defesa de 2018 que concedeu o Grupo Wagnerum grupo militar privado russo, um papel maior no país.

Instrutores militares russos forneceram armas ao seu exército, treinaram soldados para combater os rebeldes e serviram como guarda-costas do presidente centro-africano Faustin-Archange Touadera.

Manifestantes na RCA mostrando a bandeira russa vermelha e azul em apoio à presença da Rússia em Bangui
A República Centro-Africana procurou ajuda em 2018 do grupo mercantil russo WagnerImagem: Barbara Debout/​AFP/​Getty Images/AFP

Atrás da cortina cultural

Um dos intervenientes centrais na presença russa é Dmitri Sytyi, um especialista em marketing e economista de 35 anos, que dirige a Russian House, um centro cultural russo na capital da RCA, Bangui.

Sytyi gosta de falar sobre cursos de russo e noites de música e teatro russo para os habitantes locais.

Mas os observadores afirmam que a sua influência é tão significativa que suspeitam que ele seja uma das figuras-chave no Grupo Wagner.

A organização paramilitar russa é também acusada de estar envolvida em actividades em toda a África, incluindo operações na Líbia, Sudão, Mali, Burkina Faso e Níger.

Também é acusado de desempenhar um papel importante na A guerra da Rússia na Ucrânia. O líder anterior de Wagner, Evgeny Prigozhinmorreu em um acidente de avião na Rússia em 2023algumas semanas depois de o grupo mercenário ter organizado um motim contra o Kremlin.

“Estamos continuando o que ele começou”, disse Sytyi, referindo-se a Prigozhin.

Sytyi descreveu a morte de Prigozhin como uma grande perda para África, especialmente para a RCA, e observou que África é um continente do futuro.

“O objectivo da nossa política é ajudar a RCA”, disse ele. “Tudo gira em torno desta política de ajuda. Não se trata de fazer valer os nossos interesses.”

Como a Rússia usa o seu poder brando na República Centro-Africana

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A entrada estratégica de Wagner

Do ponto de vista da RCA, Wagner conquistou uma posição no país no momento certo, de acordo com Beverly Ochieng, analista de segurança do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, um grupo de reflexão com sede em Washington.

“Havia um sentimento de que a França, a potência dominante na RCA e uma antiga potência colonial, e a ONU não tinham feito o suficiente porque a violência crescente dos rebeldes ameaçava um governo eleito”, disse Ochieng à DW.

Ela acrescentou que isto permitiu a Moscovo dominar o sector de segurança, bem como o sector mineiro, que não poderia ser controlado apesar de leis mineiras claras.

“O que me incomoda nos russos e na sua abordagem na República Centro-Africana é o facto de quererem agir com tanta impunidade e tomar as minas por todos os meios necessários”, disse Philip Obagi, correspondente do The Daily Beast na Nigéria, que pesquisou a mineração. na região de conflito.

Obagi acusa tanto os russos quanto os rebeldes de ganância. Eles querem controlar as minas e não negociar, segundo Obagi, que disse que é por isso que não houve nenhuma melhoria recente na estabilidade e na paz na RCA.

Qual é o futuro de Wagner na RCA após a morte de Prigozhin?

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De vítima de bomba a influenciadora

Sytyi rejeitou as acusações de graves violações dos direitos humanos contra ex-mercenários da Wagner, feitas por jornalistas, ONG e pelo Reino Unido, como propaganda ocidental.

Ele próprio foi vítima de um ataque com bomba no final de 2022, que o levou a usar uma prótese no braço direito.

“Os jornalistas que afirmam nos seus artigos que eu estava por detrás do ataque estão a concordar com este acto de terrorismo”, disse ele.

Sytyi está nas listas de sanções dos EUA e da União Europeia em conexão com as alegações de abuso de direitos. Ele também é um dos acionistas da Lobaye Invest, que está em listas de sanções internacionais.

A empresa está envolvida na exploração de novas jazidas de matérias-primas e participa do financiamento das atividades da Wagner.

Sytyi disse à DW que é antes de tudo um “embaixador cultural da Rússia”. No entanto, admite realizar ocasionalmente outras “missões de desarmamento” em nome do Presidente Touadera com os grupos armados na África Central.

Wagner: O que a Rússia está fazendo na República Centro-Africana?

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Influência política em vez de trabalho cultural

De acordo com Ochieng, Sytyi dirige um centro cultural — mas também está em posição de exercer uma influência política significativa sobre as negociações governamentais e as suas condições. “Sytyi atua no aparato de segurança, é o chefe da inteligência militar russa e o chefe de todos aqueles que se revezam para treinar tropas auxiliares em Berengo”, disse o especialista em segurança, referindo-se a um base militar russa planejada na cidade de Berengo, no sul, equipada para atender às necessidades de 10.000 soldados.

“Então, oficialmente, eles são treinadores russos, mas na realidade são membros do Wagner que possuem empresas”, disse o ex-legislador centro-africano Jean-Pierre Mara no podcast em francês de 2023 da DW. QuemO QueComo?

A base planeada em Berengo – que já tem um aeroporto e outras instalações necessárias para o funcionamento de uma base militar – é outra peça do puzzle com que a Rússia está obviamente a tentar expandir a sua influência em toda a África. “A República Centro-Africana é uma espécie de projeto piloto para a nova política africana da Rússia”, disse Sytyi à DW.

Muitos outros países estão a observar atentamente o desenvolvimento das relações com a RCA, pois isso poderá sinalizar o futuro da influência da Rússia em África.

Este artigo foi publicado originalmente em alemão

Zigoto Tchaya Tchameni, Sandrine Blanchard e Eddy Micah Jr.



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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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