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A nova polícia da moralidade da Líbia pretende restringir os direitos das mulheres – DW – 16/11/2024

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A administração da Líbia em Trípoli está a intensificar os esforços para afastar a influência europeia e proteger os valores sociais islâmicos, com uma nova “polícia da moralidade” prevista para começar a operar em Dezembro.

A polícia da moralidade aplicará regulamentos rigorosos relativos aos códigos de vestimenta das mulheres em locais públicos, incluindo a obrigatoriedade de as meninas usarem véu, ou hijab, a partir dos 9 anos de idade. entre mulheres e homens em público também será proibida.

Líbia não é um lugar para liberdades pessoais”, disse Emad Al-Trabelsi, ministro do Interior do Governo de Unidade Nacional da Líbia, com sede em Trípoli e apoiado pela ONU. disseno início deste mês, acrescentando que “aqueles que procuram liberdade deveriam ir para a Europa”.

Estas palavras suscitaram protestos entre a população excessivamente jovem da Líbia e, em particular, entre as mulheres do país.

“Como cidadão líbio, você, como ministro, não tem o direito de me dizer para partir para a Europa se eu discordar das suas decisões”, disse Ahlam Bin Taboun, investigador civil líbio, à DW.

“A Líbia é um Estado que deveria ser governado por leis aplicadas a todos, e não pelas opiniões pessoais de alguém”, disse ela.

Emad Trabelsi (2º-L), Ministro do Interior do Governo de Unidade Nacional da Líbia (GNU), senta-se com outras autoridades em frente a microfones
Emad Al-Trabelsi (falando ao microfone), ministro do Interior do Governo de Unidade Nacional da Líbia, quer manter os valores sociais europeus fora do seu paísImagem: MAHMUD TURKIA/AFP

Mesmo antes da introdução da nova força, as políticas anunciadas já encorajaram alguns homens a responsabilizar as mulheres por um traje mais rigoroso, disseram várias mulheres à DW.

“Um homem se aproximou de mim e de meu amigo e perguntou se estávamos aderindo às regras de modéstia”, disse Yasmin, de 26 anos, que pediu para não publicar seu nome completo por medo de represálias.

“De qualquer maneira, eu estava usando uma saia longa”, ela lembrou. “Mas quando eu o ignorei, ele começou a me ameaçar e desde então tenho medo de estar em público.”

Zainab Tarbah, uma popular jornalista líbia e âncora de TV, passou por uma situação semelhante enquanto dirigia. “Um motorista me cortou e apontou para esta cabeça, referindo-se ao meu cabelo”, disse ela.

“Eu estava com medo”, acrescentou ela, dizendo que “este homem acreditava que tinha autoridade para me responsabilizar”.

Uma mulher líbia olha brinquedos expostos em uma loja de brinquedos
De acordo com a polícia moral da Líbia, meninas e mulheres terão que usar véu em públicoImagem: Mohamed Messara/aliança de imagens/dpa

Grupos de direitos humanos consideram novas políticas “profundamente alarmantes”

Organizações de direitos humanos, como a Human Rights Watch e a Amnistia Internacional, ter avisado que estas políticas reflectem uma “escalada perigosa nos já sufocantes níveis de repressão“na Líbia.

“As propostas para impor o uso obrigatório do véu a mulheres e meninas a partir dos nove anos de idade, restringir as interações entre homens e mulheres e policiar as escolhas pessoais dos jovens no que diz respeito a penteados e roupas não são apenas profundamente alarmantes, mas também violam as obrigações da Líbia sob o direito internacional”. disse Bassam Al Kantar, pesquisador da Anistia na Líbia, em 8 de novembro.

Ele acrescentou que outras propostas, como a exigência de permissão do guardiões masculinos paraO facto de as mulheres viajarem e a violação da privacidade dos indivíduos através da vigilância constituem violações flagrantes dos direitos humanos.

O Comité Nacional de Direitos Humanos da Líbia já apresentou uma queixa legal contra Al-Trabelsi junto do procurador-geral.

“É uma violação flagrante das liberdades individuais”, disse Ahmed Hamza, chefe do comitê.

“As declarações do ministro insultam a sociedade líbia e constituem um crime punível nos termos da lei”, disse, apontando para o artigo 195 do Código Penal líbio, que proíbe a violação dos direitos dos cidadãos.

“Estas políticas são apenas um meio de reforçar controle governamental“, disse ele. “Em meio a graves problemas políticos e econômicos fragmentaçãoparece que o governo está a usar estas iniciativas para desviar a atenção de questões centrais.”

A Líbia está dividida entre duas administrações rivais desde 2014. O Ocidente está sob a administração do governo reconhecido pela ONU, liderado pelo primeiro-ministro Abdul Hamid Dbeibah, em Trípoli. Enquanto isso, o leste está sob o governo do general Khalifa Hiftar em Tobruk.

O impasse político do país rico em petróleo, com a sua longa Litoral mediterrâneo foi agravado por agitação política e milícias governantes.

Medos de um novo abuso de poder

Jalel Harchaoui, especialista em segurança do Norte de África e membro do Royal United Services Institute em Londres, contado o jornal britânico O telégrafo que a instalação de uma polícia da moralidade daria ainda mais ao governo poderes “perversos” para “agilizar as prisões” sem a “formalidade dos procedimentos legais”.

No entanto, devido A divisão política da Líbiaessas novas restrições não serão aplicadas em todo o país.

“O primeiro-ministro não pode poder do projeto em toda a capital, muito menos fora da capital. Estamos falando de alguns bairros, na melhor das hipóteses”, disse Harchaoui O telégrafo.

Pessoas passam por um café em Trípoli, capital da Líbia
As medidas propostas lembraram a muitos membros da população excessivamente jovem da Líbia as décadas de ditadura sob Kadhafi.Imagem: MAHMUD TURKIA/AFP

E, no entanto, para a população da Líbia no oeste do país, este desenvolvimento ainda irá lembrá-los das décadas sob o regime ditatorial de Muammar Gadhafi, que terminou em 2011.

A nova polícia da moralidade terá, por exemplo, o direito de encerrar barbearias ou bares de shisha que não cumpram os novos regulamentos.

“Hoje alguém critica meu penteado e amanhã poderá impor o que devo vestir”, disse à DW Ahmed Qarqum, um estudante universitário de 23 anos.

“Estas políticas criam um ambiente sufocante que nos faz sentir alienados no nosso próprio país”, acrescentou.

Jennifer Holleis contribuiu para este relatório.

Editado por: Martin Kuebler



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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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