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a organização das finais do WTA na Arábia Saudita gera polêmica

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O WTA Masters, evento emblemático do circuito profissional feminino que reúne as oito melhores jogadoras de simples e as oito melhores equipes de duplas, começa sábado, 2 de novembro, em Riad, na Arábia Saudita, e será realizado até 9 de novembro. Dotada de mais de 15 milhões de dólares (cerca de 13,8 milhões de euros) em “prêmio monetário” – valor equivalente ao dos homens no ATP Masters – a competição de final de temporada é, no entanto, polêmica devido à escolha do país organizador, com quem a WTA assinou por três anos. O reino saudita é regularmente criticado por ONG pelas suas violações dos direitos humanos, especialmente contra as mulheres e a comunidade LGBTQ+.

Para entender melhor a situação, precisamos retroceder. Em 2019, a WTA deixou a China após o caso Peng Shuai, e cancela um contrato de dez anos. Enfraquecida pela pandemia de Covid-19, a WTA organizou então o Masters com base em acordos de última hora. A lucrativa oferta da Arábia Saudita foi, portanto, vista como uma tábua de salvação pela WTA.

Mas a realização do evento no reino conservador levanta reservas: “Eu estaria mentindo para você se dissesse que não tenho nenhuma reserva… declarou Coco Gauff, número 3 do mundo, em uma coletiva de imprensa no sábado, em palpável desconforto. Se eu me sentir desconfortável ou sentir que nada está mudando no país, provavelmente não voltarei”.disse a jovem de 20 anos, comprometida com os direitos das minorias nos Estados Unidos.

Desconforto no mundo do tênis

A norte-americana não foi a única a manifestar as suas reservas. A ex-número 1 mundial Martina Navratilova sempre se opôs à organização da competição na Arábia Saudita: “ Perdemos a moral quando decidimos ir para lá, declarou o oito vezes vencedor do Masters em New York Times em outubro. Eu teria gostado de ver algum progresso primeiro. As mulheres devem ser cidadãs iguais perante a lei. Caso contrário, é melhor jogar na Coreia do Norte. »

Outros, no entanto, vêem-no como uma forma de impulsionar mudanças na região. Billie Jean King, uma das fundadoras da WTA e porta-voz do tênis feminino, é a favor da realização do Masters em Riad, assim como a bielorrussa Aryna Sabalenka, número 1 do mundo, que disse: realmente impressionado” pelos esforços “implementado para o esporte feminino”.

Se o assunto divide tanto é porque o mal-estar percorre todo o meio da bolinha amarela. No espaço de poucos meses, a ATP e a WTA multiplicaram os eventos na Arábia Saudita: as ATP NextGen Finals, que colocam os melhores jogadores com menos de 21 anos uns contra os outros, tiveram lugar em Jeddah; a exposição Six Kings Slam foi organizada em Riade em outubro, incluindo Jannik Sinner, Carlos Alcaraz e Novak Djokovic; e Rafael Nadal aceitou o cargo de embaixador na Federação Saudita de Tênis.

Mas a organização do WTA Masters marca uma mudança de rumo: nunca o reino, que multiplica parcerias no desporto através da sua Fundo de investimento público (PIF), nunca havia sediado uma competição internacional feminina de tamanha importância. No entanto, as mulheres sauditas ainda não podem ser formadas por homens, os activistas dos direitos das mulheres estão presos, a tutela masculina continua em vigor e a comunidade LGBTQ+ é reprimida.

Apesar da situação, nenhum dos jogadores recusou o convite: Aryna Sabalenka, Iga Swiatek, Coco Gauff, Elena Rybakina, Jasmine Paolini, Jessica Pegula, Zheng Qinwen e Barbora Krejcikova responderam presentes em Riade.

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Questionada sobre isso, Coco Gauff declarou na sexta-feira: “Estou plenamente consciente da situação na Arábia Saudita, mas penso que o desporto pode abrir portas às pessoas (…). A WTA comprometeu-se, durante os próximos três anos, a apoiar o programa “Future Stars” na Arábia Saudita e a introduzir mais mulheres sauditas no desporto. Espero que isso promova a igualdade. »

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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre

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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou o encerramento do curso de aperfeiçoamento em cuidado pré-natal na atenção primária à saúde, promovido pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex), Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa). O evento, que ocorreu nessa terça-feira, 11, no auditório do E-Amazônia, campus-sede, marcou também a primeira mostra de planos de intervenção que se transformaram em ações no território, intitulada “O Cuidar que Floresce”.

Com carga horária de 180 horas, o curso qualificou 70 enfermeiros da rede municipal de saúde de Rio Branco, com foco na atualização das práticas de cuidado pré-natal e na ampliação da atenção às gestantes de risco habitual. A formação teve início em março e foi conduzida em formato modular, utilizando metodologias ativas de aprendizagem.

Representando a reitora da Ufac, Guida Aquino, o diretor de Ações de Extensão da Proex, Gilvan Martins, destacou o papel social da universidade na formação continuada dos profissionais de saúde. “Cada cursista leva consigo o conhecimento científico que foi compartilhado aqui. Esse é o compromisso da Ufac: transformar o saber em ação, alcançando as comunidades e contribuindo para a melhoria da assistência às mulheres atendidas nas unidades.” 

A coordenadora do curso, professora Clisângela Lago Santos, explicou que a iniciativa nasceu de uma demanda da Sesacre e foi planejada de forma inovadora. “Percebemos que o modelo tradicional já não surtia o efeito esperado. Por isso, pensamos em um formato diferente, com módulos e metodologias ativas. Foi a nossa primeira experiência nesse formato e o resultado foi muito positivo.”

Para ela, a formação representa um esforço conjunto. “Esse curso só foi possível com o envolvimento de professores, residentes e estudantes da graduação, além do apoio da Rede Alyne e da Sesacre”, disse. “Hoje é um dia de celebração, porque quem vai sentir os resultados desse trabalho são as gestantes atendidas nos territórios.” 

Representando o secretário municipal de Saúde, Rennan Biths, a diretora de Políticas de Saúde da Semsa, Jocelene Soares, destacou o impacto da qualificação na rotina dos profissionais. “Esse curso veio para aprimorar os conhecimentos de quem está na ponta, nas unidades de saúde da família. Sei da dedicação de cada enfermeiro e fico feliz em ver que a qualidade do curso está se refletindo no atendimento às nossas gestantes.”

A programação do encerramento contou com uma mostra cultural intitulada “O Impacto da Formação na Prática dos Enfermeiros”, que reuniu relatos e produções dos participantes sobre as transformações promovidas pelo curso em suas rotinas de trabalho. Em seguida, foi realizada uma exposição de banners com os planos de intervenção desenvolvidos pelos cursistas, apresentando as ações implementadas nos territórios de saúde. 

Também participaram do evento o coordenador da Rede Alyne, Walber Carvalho, representando a Sesacre; a enfermeira cursista Narjara Campos; além de docentes e residentes da área de saúde da mulher da Ufac.

 



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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre

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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre

O Colégio de Aplicação (CAp) da Ufac realizou uma minimaratona com participação de estudantes, professores, técnico-administrativos, familiares e ex-alunos. A atividade é um projeto de extensão pedagógico interdisciplinar, chamado Maracap, que está em sua 11ª edição. Reunindo mais de 800 pessoas, o evento ocorreu em 25 de outubro, no campus-sede da Ufac.

Idealizado e coordenado pela professora de Educação Física e vice-diretora do CAp, Alessandra Lima Peres de Oliveira, o projeto promove a saúde física e social no ambiente estudantil, com caráter competitivo e formativo, integrando diferentes áreas do conhecimento e estimulando o espírito esportivo e o convívio entre gerações. A minimaratona envolve alunos dos ensinos fundamental e médio, do 6º ano à 3ª série, com classificação para o 1º, 2º e 3º lugar em cada categoria. 

“O Maracap é muito mais do que uma corrida. Ele representa a união da nossa comunidade em torno de valores como disciplina, cooperação e respeito”, disse Alessandra. “É também uma proposta de pedagogia de inclusão do esporte no currículo escolar, que desperta nos estudantes o prazer pela prática esportiva e pela vida saudável.”

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou a importância do projeto como uma ação de extensão universitária que conecta a Ufac à sociedade. “Projetos como o Maracap mostram como a extensão universitária cumpre seu papel de integrar a universidade à comunidade. O Colégio de Aplicação é um espaço de formação integral e o esporte é uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento humano, social e educacional.”

 



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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre

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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre

O curso e o Centro Acadêmico de Letras/Português da Ufac iniciaram, nessa segunda-feira, 10, no anfiteatro Garibaldi Brasil, sua 24ª Semana Acadêmica, com o tema “Minha Pátria é a Língua Pretuguesa”. O evento é dedicado à reflexão sobre memória, decolonialidade e as relações históricas entre o Brasil e as demais nações de língua portuguesa. A programação segue até sexta-feira, 14, com mesas-redondas, intervenções artísticas, conferências, minicursos, oficinas e comunicações orais.

Na abertura, o coordenador da semana acadêmica, Henrique Silvestre Soares, destacou a necessidade de ligar a celebração da língua às lutas históricas por soberania e justiça social. Segundo ele, é importante que, ao celebrar a Semana de Letras e a independência dos países africanos, se lembre também que esses países continuam, assim como o Brasil, subjugados à força de imperialismos que conduzem à pobreza, à violência e aos preconceitos que ainda persistem.

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, salientou o compromisso ético da educação e reforçou que a universidade deve assumir uma postura crítica diante da realidade. “A educação não é imparcial. É preciso, sim, refletir sobre essas questões, é preciso, sim, assumir o lado da história.”

A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou a força do tema proposto. Para ela, o assunto é precioso por levar uma mensagem forte sobre o papel da universidade na sociedade. “Na própria abertura dos eventos na faculdade, percebemos o que ocorre ao nosso redor e que não podemos mais tratar como aula generalizada ou naturalizada”, observou.

O diretor do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela), Selmo Azevedo Pontes, reafirmou a urgência do debate proposto pela semana. Ele lembrou que, no Brasil, as universidades estiveram, durante muitos anos, atreladas a um projeto hegemônico. “Diziam que não era mais urgente nem necessário, mas é urgente e necessário.”

Também estiveram presentes na cerimônia de abertura o vice-reitor, Josimar Batista Ferreira; o coordenador de Letras/Português, Sérgio da Silva Santos; a presidente do Cela, Thaís de Souza; e a professora do Laboratório de Letras, Jeissyane Furtado da Silva.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 

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