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Alarme amazônico

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Desmatamento aumentou 49% de agosto a outubro, na comparação com o mesmo período de 2017.
Foto: Área desmatada no sul do Amazonas – Lalo de Almeida – 11.ago.2018/Folhapress.
Más novas para a floresta amazônica. A destruição de sua cobertura vegetal acelerou-se nos últimos meses, segundo indicam dois levantamentos independentes.
De agosto a outubro, o desmatamento na região aumentou 49%, na comparação com o mesmo período de 2017, conforme o Deter B, projeto do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que faz monitoramento em tempo quase real para subsidiar o trabalho de fiscalização.
O percentual corresponde a uma perda de nada menos que 1.674 km² de floresta, área pouco maior que a do município de São Paulo.
Verdade que a taxa oficial é calculada por outro sistema, o Prodes, também do Inpe, de maior resolução. Ambos os métodos, no entanto, apresentam convergência.
O maior aumento do desmate ilegal se deu na divisa do Acre com o Amazonas, área de influência da BR-364. Nesses estados, a alta foi de 273% e 114%, respectivamente.
Já o acompanhamento conduzido pela ONG Imazon trouxe dados ainda mais inquietantes. Em setembro, o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) registrou elevação de 84% na perda florestal da Amazônia, comparada ao mesmo mês de 2017.
Diversos fatores concorrem, tradicionalmente, para a derrubada de florestas. Destacam-se a especulação imobiliária, a expansão da fronteira agropecuária e a consolidação de infraestruturas regionais, como estradas e portos.
Ademais, em especial em Mato Grosso, Pará e Rondônia, circunstâncias como a alta do dólar também dão impulso ao fenômeno.
Deveria ser desnecessário mencionar os motivos para que o poder público se empenhe no combate ao desmatamento. Trata-se de compromissos assumidos no esforço para conter o aquecimento global —a maior parte das emissões brasileiras de gases do efeito estufa provém da devastação das matas.
Sabe-se ainda que a cobertura vegetal da maior floresta tropical do mundo tem influência sobre o regime de chuvas de parte considerável do Brasil, levando água por meio de “rios voadores”, inclusive na estação seca, para o Sul e o Sudeste.
Tem impacto direto, ademais, sobre o clima de regiões mais próximas, como o Centro-Oeste, base do agronegócio nacional.
O país obteve expressiva melhora na preservação florestal durante a década passada. Se novos avanços têm se mostrado difíceis, um retrocesso seria inadmissível. O que a Folha Pensa. editoriais@grupofolha.com.br
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