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Indígena quer criar farmácia viva para preservar conhecimentos ancestrais de cura em aldeia no Acre

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Andressa Runi Shanenawa é formada em enfermagem e quer criar espaço para preservar conhecimentos. ‘Quero unir medicina do indígena e não indígena’, diz.

Foto: Indígena quer criar floresta viva para preservar conhecimento ancestrais de cura em aldeia no Acre — Foto: Arquivo pessoal.

Para preservar os conhecimentos ancestrais de cura de sua vó Runi, uma pajé de 85 anos, a indígena Andressa Runi Shanenawa criou um projeto que quer arrecadar recursos para implantar uma farmácia viva com viveiro de plantas medicinais na aldeia Mora Nova, que fica às margens do Rio Envira, em Feijó, interior do estado.



Andressa nasceu e se criou na aldeia, saindo apenas para estudar enfermagem, curso em que é formada. A aldeia fica a seis horas de Rio Branco. Ao conhecer a medicina dos não indígenas, ela passou a avaliar que seus ancestrais poderiam contribuir no processo de cura, como já fazem com rituais dentro das aldeias.

Ela pensa em criar uma casa de saúde na floresta para oferecer atendimento e medicamentos feitos a partir de plantas medicinais, o local se chamaria Centro de Medicina Indígena Shanenawa Runi. Com isso, os 700 moradores das 12 aldeias, que têm dificuldade de acesso a atendimento médico, seriam beneficiados.

“Tenho há muito tempo esse sonho de poder ter uma farmácia dentro da comunidade, mas não uma farmácia só com medicamentos não indígenas, mas também com a medicina da floresta, que também cura. Até o contato com os portugueses, nosso povo usava as folhas para a cura”, relembra.

 

Andressa é formada em enfermagem e quer unir conhecimentos em centro na aldeia — Foto: Arquivo pessoal

Andressa é formada em enfermagem e quer unir conhecimentos em centro na aldeia — Foto: Arquivo pessoal

Neta de uma pajé medicinal, ela foi alertada pela avó sobre o risco de o conhecimento se perder com o passar dos anos, caso não existisse uma perpetuação.

“Minha vó sempre dizia: ‘Andressa, me pesquisa porque quando eu morrer ninguém vai saber os conhecimentos’. E isso ficou sempre dentro de mim. Como sou formada em enfermagem, pensei que essas duas medicinas podem trabalhar juntas. Se for caso de ser curado com medicina da floresta, a gente vai curar. Se não for, a gente vai encaminhar para o médico. Então, seria um hospital dentro da aldeia em que a gente vai estar trabalhando o fortalecimento de medicinas naturais”, explica.

Alguns desses medicamentos são as tradicionais garrafadas e defumação, por exemplo. “Minha avó tem 85 anos e ela trabalha com a medicina indígena curando enfermos com a medicina da floresta dentro da aldeia e também pessoas não indígenas”, conta.

Na aldeia, são três pajés que trabalham com cura, pois há também o pajé espiritual. “Precisamos repassar a medicina espiritual, então vai ser um local também para uma formação dos jovens que querem aprender a medicina sagrada do nosso povo Shanenawa.”

Os 700 moradores das 12 aldeias, que têm dificuldade de acesso à atendimento médico, seriam beneficiados com centro — Foto: Arquivo pessoal

Os 700 moradores das 12 aldeias, que têm dificuldade de acesso à atendimento médico, seriam beneficiados com centro — Foto: Arquivo pessoal

Andressa conta ainda que esse sempre foi um sonho do povo dela, mas que não há recursos para a estrutura e por isso encabeçou o projeto para tentar conseguir levantar o dinheiro para a construção.

“A gente precisa de algumas coisas pra gente poder erguer essa farmácia viva na comunidade. Precisamos dos não indígenas, a gente sempre precisa um do outro, e iniciamos essa campanha para montarmos esse centro de medicina e quem sabe ampliar isso para outras comunidades e povos indígenas”, finaliza.

Filha do cacique Carlos Brandão e de Flaviana Melo, ela explica que essa etnia foi escravizada no atual local da aldeia, trabalhando em um seringal e tendo que abdicar de seus conhecimentos e costumes para poder permanecer no local.

Com o passar dos anos, adquiriram direitos sobre a terra, mas parte de sua cultura não foi passada para as novas gerações. O conhecimento ficou todo com as pajés, atuais lideranças femininas, que têm pouco tempo para passar isso para a frente, devido à idade avançada. Então essa campanha é também uma tentativa de resgate e preservação da cultura ancestral Shanenawa.

Após montar o centro, será realizado um trabalho de identificação, classificação e descrição de todas as espécies que estarão no viveiro e na farmácia, assim como a elaboração de uma apostila para uso dos moradores das 12 aldeias. de cientistas – biólogos, botânicos e taxônomos – contratados da Universidade Federal do Acre (Ufac).

Ideia é repassar conhecimentos de geração para geração — Foto: Arquivo pessoal

Ideia é repassar conhecimentos de geração para geração — Foto: Arquivo pessoal

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Estado capacita servidores na operacionalização do Sistema Integrado de Contabilidade, Administração Financeira e Orçamentária

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André Ricardo

Visando capacitar servidores e colaboradores que atuam diretamente nos setores de orçamento e finanças e na execução de receitas e despesas junto aos órgãos da administração pública estadual, o governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) e da Secretaria de Administração (Sead), deu início nesta segunda-feira, 14, à primeira turma do Curso de Operacionalização do Sistema Integrado de Contabilidade, Administração Financeira e Orçamentária do Acre (Sicaf/AC), em Rio Branco.

Primeira turma do Curso de Operacionalização do Sicaf/AC, em Rio Branco. Foto: Aleff Matos/Sefaz

Com a intenção de modernizar e garantir a efetiva transparência das contas públicas, a capacitação aborda questões sobre procedimentos de execução orçamentária e financeira de receitas e despesas, abrangendo desde conhecimentos básicos a funcionalidades, processos de despesa e receita orçamentária e resolução de problemas.

O Sicaf/AC é fundamental para todos os servidores e colaboradores que atuam na esfera pública orçamentário-financeira estadual. Trata-se de uma plataforma gerenciada pela Sefaz, com o objetivo de centralizar a execução, o acompanhamento, o controle e a transparência das atividades e informações contábeis, orçamentárias, financeiras, de custos e de planejamento do Estado.

Cerca de 120 servidores participam do curso, representando mais de 60 órgãos da administração pública estadual. Foto: Aleff Matos/Sefaz

Cerca de 120 servidores participam do curso, provenientes de mais de 60 órgãos da administração pública estadual, como as secretarias de Governo (Segov), de Planejamento (Seplan), de Comunicação (Secom), de Casa Civil e de Casa Militar, Defensoria Pública (DPE/AC), Controladoria-Geral (CGE), Procuradoria-Geral (PGE), Polícia Civil (PCAC), Polícia Militar (PMAC), Corpo de Bombeiros (CBMAC) e Ministério Público do Acre (MPAC), além da Sefaz e Sead.

“É uma nova ferramenta de execução orçamentário-financeira, que está sendo implementada pela Sefaz, por meio da Diretoria de Contabilidade, e visa modernizar, tornar mais seguras e mais transparentes as finanças do Estado”, disse o diretor de Contabilidade-Geral do Estado, Eduardo Maia.

Eduardo Maia é diretor de Contabilidade-Geral do Estado. Foto: Aleff Matos/Sefaz

O Sicaf foi instituído pelo governo, em decreto publicado no dia 9 de outubro, como  o único sistema oficial nesse âmbito, em substituição ao Sistema de Administração Orçamentária, Financeira e Contábil (Safira).

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Governo assegura hemodiálise a mais de 60 pacientes atendidos pelo serviço de nefrologia da Fundhacre

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Agnes Cavalcante

Gestores da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) e da Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre) se reuniram nesta segunda-feira, 14, com familiares e pacientes que fazem hemodiálise no serviço de nefrologia da Fundhacre. O objetivo foi ouvir as demandas e assegurar a continuidade dos atendimentos.

Atualmente, 65 pacientes são atendidos no setor de nefrologia da Fundhacre para tratamento de hemodiálise. Foto: Gleison Luz/Fundhacre

Durante o encontro, os gestores esclareceram que houve um desabastecimento pontual de um dos insumos necessários para o tratamento de hemodiálise. Desta forma, para assegurar o tratamento, 65 pacientes foram remanejados para clínicas parceiras, onde realizam os procedimentos desde a última semana. A previsão é de que a situação seja normalizada nos próximos dias.

Encontro com os pacientes ocorreu na Fundhacre durante a manhã desta segunda-feira, 14. Foto: Ascom/Fundhacre

Uma das questões levantadas pelos pacientes foi o possível encerramento dos serviços de nefrologia na Fundação. A esse respeito, o secretário da Saúde, Pedro Pascoal, reforça que estão sendo feitos estudos para readequações futuras que não têm relação com a atual situação.

“Nós estamos estudando a viabilidade técnica e financeira para a transferência desses pacientes em um segundo momento para essas clínicas, para que o espaço hoje utilizado pela nefrologia seja transformado em mais leitos de UTI”, disse.

Ele frisou, ainda, que o serviço para os pacientes internados segue normalmente dentro da Fundhacre, assim como àqueles pacientes que estão em leito de terapia intensiva.

“Nós estamos organizando o serviço para que o atual setor de nefrologia seja a referência para as situações de urgência e emergência, como aquela fístula sangrando, aquele cateter sangrando, aquele paciente que faz diálise e apresenta algum desconforto respiratório. Nós estaremos retomando e estruturando para que esse paciente seja atendido aqui na Fundação Hospitalar”, frisou.

A presidente da Fundhacre, Ana Beatriz Souza, ponderou que garantir os atendimentos é uma prioridade para o governo do Estado.

“Nós nos solidarizamos com os pacientes e entendemos a angústia deles, porque a vida de quem depende de máquinas para levar uma vida digna é muito difícil. Por isso, nós fizemos questão de assegurar os atendimentos, mesmo nas clínicas parceiras, porque nos preocupamos com cada uma das vidas que dependem desse serviço. Nós ouvimos as reivindicações e vamos trabalhar para que eles sejam atendidos da melhor forma possível, pois esses pacientes precisam continuar o tratamento e é isso que vamos garantir”, destacou.

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Semulher realiza pit stop noturno em apoio a mulheres em situação de prostituição com o projeto ‘Sou A Travesti, Existo!’

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Rebeca Martins

Por Rosely Cabral (estagiária)

A Secretaria de Estado da Mulher (Semulher) realizou um pit stop noturno para mulheres em situação de prostituição por meio do projeto ‘Sou A Travesti, Existo!’ na última sexta-feira, 11, nas proximidades do Horto Florestal, em Rio Branco. Com a distribuição de kits de saúde e a realização de rodas de conversa, a iniciativa promoveu um espaço de apoio e conscientização para a promoção da saúde da população LBT+.

Secretaria de Estado da Mulher (Semulher) realizou um pit stop noturno para mulheres em situação de prostituição. Foto: Cedida

A chefe do Departamento de Ações Temáticas e Participação Política, Alicia Flores, ressaltou a importância da iniciativa. “Estamos aqui para mostrar a essas mulheres que elas não estão sozinhas. A Semulher está comprometida em fornecer não apenas recursos, mas também apoio e orientação para que possam cuidar de sua saúde”, disse. Ela também destacou a importância de implementar políticas públicas que atendam às necessidades desse grupo vulnerável.

“Estamos aqui para mostrar a essas mulheres que elas não estão sozinhas”, disse a chefe do Departamento de Ações Temáticas e Participação Política, Alicia Flores. Foto: Cedida

Além da entrega dos kits, a ação inclui rodas de conversa, onde as participantes compartilham suas experiências e discutem temas como saúde, segurança e direitos. “Eu acho que essa ação deve continuar, acho que vocês sempre têm que estar vindo aqui para ajudar a gente. Porque assim, querendo ou não, as vezes é constrangimento para nós ir atrás. Por isso eu acho super importante. Até porque tem gente dessa área que não é bem informada, então quando vocês vêm, ajuda muito a gente, informando”, disse F. L. de 43 anos, uma das beneficiadas pelo projeto.

Ação inclui rodas de conversa, onde as participantes compartilham suas experiências e discutem temas como saúde, segurança e direitos. Foto: Cedida

A responsável pela Divisão de Diversidade de Orientação Sexual e Identidade de Gênero da Semulher, Luar Fernandes, destaca o papel transformador do projeto. “Queremos conscientizar a sociedade sobre a transfobia e os direitos das mulheres LBTs. Não encaramos a prostituição como um destino fixo, mas como uma fase que pode ser superada com apoio e oportunidades. A segurança e a saúde dessas mulheres são prioridade”, afirma Luar.

O pit stop faz parte de um esforço maior da Semulher para combater a marginalização das mulheres transexuais e travestis, promovendo não apenas suporte imediato, mas também possibilidades de reinserção social e profissional.

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