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Ao presumir que sou incompetente em tudo, estou piorando tudo | Adriano Chiles

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8 meses atrásem
Adrian Chiles
Taqui está algo pior do que pura incompetência, e isso é a incompetência de próximo nível – quando a sua incompetência começa a se alimentar. É um lugar perigoso para se estar. É como se não apenas se sentisse deprimido, mas também se sentisse deprimido por estar deprimido ou ansioso por estar ansioso. A incompetência de próximo nível é quando, estando tristemente consciente da sua incompetência, você começa – com boas razões – a duvidar de tudo o que faz e, o que é mais importante, a se culpar por coisas que não foram culpa sua. E isso pode causar ainda mais caos.
Um exemplo: há algumas quartas-feiras, eu entrevistaria Geoff Hurst, lenda do futebol inglês, no festival literário de Cheltenham, sobre seu novo livro, Last Boy of ’66. Na segunda-feira, sendo um profissional consumado, achei que deveria dar uma lida no livro. Mas não consegui encontrar o livro em lugar nenhum do meu apartamento. Onde eu coloquei isso? Obviamente, em algum lugar tão seguro que agora não consegui encontrá-lo.
O dia inteiro eu caçava, embaixo das camas, em cima dos guarda-roupas, nas mochilas, nas malas e nas gavetas. As estantes foram esvaziadas de todos os seus livros com golpes cada vez mais mal-humorados da minha mão. Ao cair da noite, desisti, decidindo retomar a busca ao amanhecer. Na manhã de terça-feira, agora assistido por entes queridos cansados, nada aconteceu. Sim, eu poderia ler o PDF, mas precisava do livro para fazer anotações e assim por diante. Encolhendo-me, desculpando-me, implorei ao editor que me entregasse outro exemplar. Eles concordaram com isso, embora também pedissem desculpas – por publicá-lo tão tarde. Eh? Quer dizer que eu nunca tive esse livro em primeiro lugar?
É assim que se parece a incompetência de próximo nível. Estando tão acostumado a perder coisas, eu tinha certeza de que havia perdido algo que nunca tive em minha posse. A bicicleta chegou com um exemplar do livro, assim como a outra veio com o correio. Mais umas 24 horas desnecessariamente estressantes chegaram ao fim. Eu tive tantos dias assim quando eu ter embolado; Não posso fazer a mesma coisa quando não fiz nada de errado.
Você teria pensado que a transição da incompetência comum ou de jardim para este novo e terrível nível seria gradual. Mas para mim aconteceu de repente, com três exemplos na mesma semana.
De qualquer lado da não perda do Último Garoto, tive desastres não-desastres com – se você me perdoa a ironia imperdoável – meu remédio para TDAH. Não consegui encontrar meus comprimidos em lugar nenhum. Eu coloquei a nova garrafa em algum lugar e não consegui encontrá-la. Freneticamente, vasculhei caixas e frascos de remédios, jogando-os para o alto, como um malabarismo absurdo em que objetos eram jogados para cima, mas não apanhados.
Mais uma vez, os entes queridos foram pressionados a participar da busca. Minha cunhada, que por acaso é médica, veio passar o fim de semana e passou grande parte do tempo procurando meus comprimidos. Sem alegria. Eu desisti. Desagradavelmente, pedi outra receita ao meu médico. Não tem problema, disse ele, explicando que NUNCA OS ENVIOU EM PRIMEIRO LUGAR. Depois de recebê-los, fui embora no fim de semana seguinte e descobri, para meu desespero sem fim, que não os havia embalado. Foi um fim de semana prolongado e não de um jeito bom. E então, ao fazer as malas para voltar para casa, descobri que na verdade os havia trazido comigo, mas, inexplicavelmente, os havia escondido em um tênis de corrida. Emocionado, embora desesperado, tomei um imediatamente, tarde demais, e o resultado foi que não dormi nada naquela noite.
Tudo isso se deve ao TDAH? Não sei. Alguns de meus entes queridos, levando em consideração minha neurodiversidade, me dão uma chance. Outros apenas me consideram um bufão. Simpatizo com ambos os pontos de vista, mas essencialmente não sei o que pensar. Tudo o que sei com certeza é que é absolutamente exaustivo para todos os envolvidos.
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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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3 semanas atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
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Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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3 semanas atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
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A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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3 semanas atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
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Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
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