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As articulações por trás do pacote de pautas polêm…

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José Benedito da Silva

Pressionado a votar temas importantes na reta final do ano, como o corte de gastos e a reforma tributária, o Congresso achou tempo para dar tração a projetos polêmicos e de relevância no mínimo questionável. Em pouco mais de um mês, deputados fizeram avançar propostas que, entre outras coisas, restabelece o voto impresso, acaba com o aborto legal, impõe a castração química para estupradores e libera armas a pessoas que respondem a inquéritos policiais, além de anistiar quem tem posse ilegal.

Patrocinada pela bancada de direita, a ofensiva legislativa visa aproveitar o que resta de poder a parlamentares da turma enquanto eles ocupam ainda posições estratégicas. Em fevereiro de 2025, colegiados vitais como as comissões de Constituição e Justiça, Segurança e Educação, todas sob comando bolsonarista, devem trocar de mãos. A CCJ, chefiada por Caroline de Toni (PL-SC), pode ir para Arthur Lira (PP-AL), cujo mandato de presidente da Câmara expira no início do ano. Foi ele, aliás, quem facilitou, em nome de sua estratégia política, o acesso dos conservadores a postos importantes. Em meio ao furor para passar a boiada, resolveu suspender, na quinta 12, os trabalhos das comissões para que a Casa pudesse se concentrar no que interessa: as votações em plenário.

Também contribuiu para a ofensiva da direita o clima de descontentamento com o governo. “O Congresso é mais conservador que o Executivo e, num momento de insatisfação, aprova pautas desse tipo porque tem votos que, em situação normal, seriam mais facilmente cooptados por cargos e emendas”, diz Ricardo Salles (Novo-­SP), que emplacou a castração química. O projeto contra o aborto passou pela CCJ após dormitar desde 2012, quando foi proposto por Eduardo Cunha. O PL do voto impresso, uma obsessão do bolsonarismo, estava na gaveta desde 2015.

A maioria dessas propostas serve apenas para agitar a base conservadora e dar munição eleitoral a parlamentares, pois dificilmente irá prosperar — nenhuma delas completou ainda o ciclo de votações no Legislativo. Poderão criar, em todo caso, algum incômodo para os futuros chefes do Congresso, que poderão ser pressionados a pautar iniciativas que não estão na ordem do dia das prioridades do país. Como se sabe, elas são outras — e não são poucas.

Publicado em VEJA de 20 de dezembro de 2024, edição nº 2924



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Matheus Leitão

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“Estou muito envergonhado! Isto é uma indignidade inexplicável!” (Ciro Gomes, ex-ministro da Fazenda, usando as redes sociais para reclamar da troca de Carlos Lupi por Wolney Queiroz, seu desafeto no PDT, no comando do Ministério da Previdência Social) 


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Felipe Barbosa

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A articulação para mudar quem define o teto de jur…

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A articulação para mudar quem define o teto de jur...

Nicholas Shores

O Ministério da Fazenda e os principais bancos do país trabalham em uma articulação para transferir a definição do teto de juros das linhas de consignado para o Conselho Monetário Nacional (CMN). 

A ideia é que o poder de decisão sobre o custo desse tipo de crédito fique com um órgão vocacionado para a análise da conjuntura econômica. 

Compõem o CMN os titulares dos ministérios da Fazenda e do Planejamento e Orçamento e da presidência do Banco Central – que, atualmente, são Fernando Haddad, Simone Tebet e Gabriel Galípolo.

A oportunidade enxergada pelos defensores da mudança é a MP 1.292 de 2025, do chamado consignado CLT. O Congresso deve instalar a comissão mista que vai analisar a proposta na próxima quarta-feira. 

Uma possibilidade seria aprovar uma emenda ao texto para transferir a função ao CMN.

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Hoje, o poder de definir o teto de juros das diferentes linhas de empréstimo consignado está espalhado por alguns ministérios. 

Cabe ao Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS), presidido pelo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, fixar o juro máximo cobrado no consignado para pensionistas e aposentados do INSS.

A ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, é quem decide o teto para os empréstimos consignados contraídos por servidores públicos federais.

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Na modalidade do consignado para beneficiários do BPC-Loas, a decisão cabe ao ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Wellington Dias.

Já no consignado de adiantamento do saque-aniversário do FGTS, é o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que tem a palavra final sobre o juro máximo.

Atualmente, o teto de juros no consignado para aposentados do INSS é de 1,85% ao mês. No consignado de servidores públicos federais, o limite está fixado em 1,80% ao mês.

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Segundo os defensores da transferência da decisão para o CMN, o teto “achatado” de juros faz com que, a partir de uma modelagem de risco de crédito, os bancos priorizem conceder empréstimos nessas linhas para quem ganha mais e tem menos idade – restringindo o acesso a crédito para uma parcela considerável do público-alvo desses consignados.

Ainda de acordo com essa lógica, com os contratos de juros futuros de dois anos beirando os 15% e a regra do Banco Central que proíbe que qualquer empréstimo consignado tenha rentabilidade negativa, a tendência é que o universo de tomadores elegíveis para os quais os bancos estejam dispostos a emprestar fique cada vez menor.



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