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As cimeiras da polícia ‘não são mais adequadas ao seu propósito’, dizem os principais especialistas em política climática | Cop29

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7 meses atrásem
Fiona Harvey, Dharna Noor, Damian Carrington and Ajit Niranjan in Baku
As futuras cimeiras da ONU sobre o clima devem ser realizadas apenas em países que possam demonstrar um apoio claro à acção climática e que tenham regras mais rigorosas sobre o lobby dos combustíveis fósseis, de acordo com um grupo de influentes especialistas em política climática.
O grupo inclui o ex-secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, a ex-presidente da Irlanda, Mary Robinson, a ex-chefe do clima da ONU, Christiana Figueres, e o proeminente cientista climático Johan Rockström.
Eles escreveram à ONU exigindo que o actual processo complexo de “conferências das partes” anuais no âmbito da convenção-quadro da ONU sobre alterações climáticas – o tratado principal do Acordo de Paris – fosse simplificado e que as reuniões fossem realizadas com mais frequência, dando mais voz aos países em desenvolvimento.
“Agora está claro que o Cop não é mais adequado para o seu propósito. Precisamos de uma mudança da negociação para a implementação”, escreveram.
As palestras deste ano, conhecidas como Cop29estão a aproximar-se da metade do caminho na capital do Azerbaijão, Baku.
O Azerbaijão é um anfitrião controverso da conferência, uma vez que é um grande produtor de combustíveis fósseis, sendo o petróleo e o gás responsáveis por metade das suas exportações. A conferência do ano passado também foi realizada num petroestado, os Emirados Árabes Unidos, e o presidente dessa edição, Sultan Al Jaber, manteve a sua função principal de chefiar a petrolífera nacional do país, a Adnoc.
Antes da abertura da Cop29, um dos principais membros da equipa organizadora do governo do Azerbaijão foi filmado a oferecer ajuda para fechar acordos de combustíveis fósseis. O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, também comentou na cerimónia de abertura que o petróleo e o gás do seu país eram “uma dádiva de Deus”.
“Precisamos de critérios de elegibilidade rigorosos para excluir países que não apoiam a eliminação/transição progressiva da energia fóssil. Os países anfitriões devem demonstrar o seu elevado nível de ambição para defender os objetivos do acordo de Paris”, escreveu o grupo.
Figueres disse: “Na última Cop, os lobistas dos combustíveis fósseis superaram em número os representantes de instituições científicas, comunidades indígenas e nações vulneráveis. Não podemos esperar alcançar uma transição justa sem reformas significativas no processo Cop que garantam uma representação justa dos mais afetados.”
Pelo menos 1.773 lobistas de carvão, petróleo e gás tiveram acesso à Cop29de acordo com dados analisados pela coalizão ativista Kick Big Polluters Out. Isto é mais do que todos os países, exceto três (Azerbaijão, Brasil e Turquia), e consideravelmente mais do que as 10 nações mais vulneráveis à crise climática, que têm um total de 1.033 delegados.
Al Gore, o antigo vice-presidente dos EUA, também apontou a influência dos combustíveis fósseis na conferência, especialmente do Azerbaijão.
Gore disse: “Há uma antiga música country de Nashville chamada Looking for Love in All the Wrong Places. Durante muito tempo, muitas pessoas acreditaram que, como a indústria dos combustíveis fósseis causou (a crise climática), eles resolveriam isso para nós. Mas eles não vão resolver isso para nós. A comunidade global tem de organizar uma forma muito mais eficaz de gerir estes Policiais (do que hospedá-los em petroestados). O secretário-geral da ONU deveria ter um papel na decisão de quem será o anfitrião.”
O foco da Cop29 é como fornecer dinheiro suficiente aos países pobres para ajudá-los a reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e a adaptar-se aos impactos das condições meteorológicas extremas provocadas pelo clima.
Os países pobres precisarão de cerca de 1 bilião de dólares por ano até 2030 para cumprir os objectivos do acordo de Paris e limitar o aumento da temperatura global a 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais. Perto de um terço desse montante deverá provir dos países desenvolvidos, quer através de bancos de desenvolvimento, como o Banco Mundial, quer através de financiamento directo, de acordo com um relatório elaborado por economistas de renome, enquanto a maior parte do restante deverá provir do sector privado.
após a promoção do boletim informativo
Mas ainda há pouco acordo por parte dos países desenvolvidos sobre quanto estão dispostos a fornecer e em que termos, ou sobre que outros países – incluindo petroestados e grandes economias emergentes como a China – deveriam ser convidados a contribuir para esse financiamento.
Os ativistas que ocuparam as áreas externas do local do Cop – o Estádio Olímpico de Baku – não tiveram dúvidas sobre quem deveria fornecer o dinheiro. “Façam os poluidores pagarem”, dizia a faixa gigante desfraldada durante a conferência, enquanto os ativistas entoavam o slogan.
As negociações principais sobre um novo acordo de financiamento climático – denominado “nova meta coletiva quantificada” – avançou lentamente na quinta-feira, com um novo projeto de texto considerado “impraticável” por alguns países. As negociações continuarão ao longo da próxima semana e estão programadas para terminar na próxima sexta-feira à noite.
Fora das salas de negociação, alguns países procuram novas fontes de financiamento para tapar as lacunas. Um relatório elaborado por um grupo de trabalho liderado por Laurence Tubiana, um antigo diplomata francês e actual chefe da Fundação Europeia para o Clima, concluiu que novas “taxas de solidariedade global” poderiam angariar grandes somas para o financiamento climático necessário para o mundo pobre.
Cobrar uma taxa sobre criptomoedas – cuja criação consome muita energia – poderia ser uma opção, concluiu o relatório. Cobrar apenas US$ 0,045 por kWh pela energia produziria US$ 5 bilhões, disse.
Uma taxa sobre a produção de plásticos, cobrada sobre a produção de plásticos a partir de polímeros e não de material reciclado, poderia render entre 25 mil milhões e 35 mil milhões de dólares por ano, se fosse fixada entre 60 e 90 dólares por tonelada. Ainda mais eficaz seria um imposto sobre a riqueza de 2%, uma ideia defendida pelo Brasil, que poderia render entre 200 mil milhões e 250 mil milhões de dólares por ano.
A tributação dos passageiros frequentes e dos bilhetes de avião em classe executiva poderia gerar até 164 mil milhões de dólares por ano, dependendo da concepção do esquema.
Tubiana disse: “Um dos pilares fundadores do acordo de Paris é a solidariedade financeira entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. Esta solidariedade permite que todos os países aumentem gradualmente as suas ambições nacionais para alcançar o objectivo de limitar o aumento da temperatura a 1,5ºC. No entanto, não pode haver justiça climática sem justiça fiscal, uma vez que todos os países enfrentam o mesmo desafio: como financiar a transição e, ao mesmo tempo, garantir que aqueles com maiores recursos e maiores emissões paguem a sua parte justa.”
Ela apresentará o relatório final do grupo de trabalho, liderado pelos governos de França, Barbados e Quénia, antes da Cop do próximo ano.
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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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4 semanas atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
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Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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4 semanas atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
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A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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4 semanas atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
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Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
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