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Bolo contaminado com arsênio: entenda risco da substância – 28/12/2024 – Cotidiano

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Ana Bottallo

Uma investigação da Polícia Civil do Rio Grande do Sul apontou a possibilidade da presença de arsênio no sangue das três pessoas que morreram e outras duas que estão internadas após consumir um bolo em uma confraternização em Torres (RS), no litoral gaúcho.

As três vítimas são Neuza Denize Silva dos Anjos, Tatiana Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva. Entre as pessoas hospitalizadas estão a mulher responsável por preparar o bolo e o sobrinho-neta dela, uma criança de 10 anos, que estão clinicamente estáveis, conforme boletim médico divulgado na última sexta-feira (27).

De acordo com o delegado Marcos Veloso, a mulher que preparou o bolo foi a única a comer duas fatias e, portanto, teve a maior concentração da substância em seu sangue. O arsênio é considerado tóxico em altas concentrações, e a polícia apura as hipóteses de envenenamento ou intoxicação alimentar.

Conheça o que é o arsênio, quais os efeitos no organismo e onde ele pode ser encontrado.

O que é o arsênio e onde ele é encontrado naturalmente?

O arsênio é um semi metal encontrado naturalmente no ar, na água e no subsolo. Ele possui duas formas, a inorgânica, altamente tóxica, e a orgânica, que pode ser encontrada em alguns animais e plantas.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o arsênio inorgânico é uma substância sabidamente cancerígena e um dos maiores contaminantes de água potável globalmente. Compostos que contêm arsênio inorgânico (como aquele encontrado na água) são altamente tóxicos, enquanto aqueles presentes naturalmente em alimentos (orgânicos, como em frutos do mar) são menos prejudiciais à saúde.

A farmacêutica e bioquímica Bernadette Dora Gombossy de Melo Franco, professora na Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) e diretora do Food Research Center (FoRC) da USP, explica que o arsênico é o nome de um composto derivado do arsênio (trióxido de arsênico), cujo efeito tóxico depende, principalmente, de sua forma química, podendo variar de muito baixa a fatal. “Em algumas regiões do planeta, é muito comum encontrar arsênico na água subterrânea”, diz.

Dentre os sintomas imediatos de contaminação por arsênio estão náuseas, dores abdominais, diarreia e vômitos, acompanhados frequentemente de sensação de formigamento dos membros e cãibras musculares. Franco lembra que o arsênio se acumula rapidamente no fígado, rins, pulmões e ossos, e que em altas doses têm efeito imediato, podendo levar ao coma e à morte.

Além disso, a exposição prolongada a fontes de contaminação de arsênio pode causar sequelas à pele, incluindo lesões epiteliais, mudanças na pigmentação e espessamento nas plantas dos pés (hiperqueratose plantar). Tais lesões podem, eventualmente, levar ao desenvolvimento de câncer de pele.

Outros efeitos no organismo por exposição prolongada incluem tumores de bexiga e de pulmões, alterações no desenvolvimento (principalmente em crianças e em bebês expostos durante a gestação), diabetes, doenças pulmonares e doenças cardíacas. A exposição intrauterina ao arsênio pode também resultar na morte fetal e na maior mortalidade, na vida adulta, por diversos tipos de câncer, ataque cardíaco, doença pulmonar e falência renal.

Quais os riscos de alimentos mal preparados ou mal conservados apresentarem contaminação por arsênio?

Algumas das principais fontes de exposição ao arsênio incluem o consumo de água contaminada ou sua utilização no preparo de alimentos e bebidas, o que pode aumentar o risco de intoxicação, de acordo com a OMS. Além disso, se a água utilizada para a irrigação de plantios ou processos industriais tiver uma concentração elevada de arsênio, este também pode contaminar alimentos e outros itens de consumo.

Peixes, frutos do mar, carne vermelha, aves e produtos lácteos ou grãos de cereais também podem ser fontes de contaminação por arsênio, embora a concentração nesses alimentos seja menor do que na água subterrânea. O arsênio presente em frutos do mar é geralmente encontrado em sua forma orgânica, que é menos tóxica.

Normalmente, em nosso tempo de vida, somos muito expostos ao arsênio?

A farmacêutica afirma que o arsênio é utilizado em inúmeros processos industriais e, portanto, estamos constantemente expostos ao composto, seja na produção de vidro, papel, pigmentos, produtos têxteis, conservadores de madeira, tratamento de couro, aditivos alimentares, produtos farmacêuticos, dentre outros.

Fumantes de cigarro também podem ser expostos durante a vida ao arsênio, já que a planta do tabaco absorve naturalmente o arsênio inorgânico presente no solo.

Quanto tempo após uma ingestão podem ser sentidos os primeiros sinais de contaminação? É possível salvar uma pessoa da intoxicação por arsênico?

Segundo Sergio Graff, diretor médico da Toxiclin Serviços Médicos Eireli, o início dos sintomas depende da dose, podendo começar em poucas horas ou até dias. “Geralmente, em baixas quantidades, não produz efeitos”, afirma.

Graff explica que é incomum a intoxicação aguda por arsênio através do consumo de alimentos. No caso do incidente com o bolo, ele lembra que é preciso investigar para saber se a causa foi acidental ou intencional.

A farmacêutica da USP afirma que quando há ingestão elevada, seja acidental ou proposital, o diagnóstico de intoxicação pode ser difícil devido à semelhança dos sintomas gastrointestinais com outros distúrbios.

De acordo com a professora, o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) americano recomenda, em casos de intoxicação aguda por arsênio, a descontaminação intestinal, a estabilização hemodinâmica e a administração de medicamentos à base de agentes quelantes, como ácidos meso-dimercaptosuccínico (DMSA) e dimercaptopropano-sulfônico (DMPS).



Leia Mais: Folha

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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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