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Bombas no Líbano acabam com vidas, sonhos e futebol – DW – 22/11/2024

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Nenhum futebol foi jogado em Líbano desde setembro, mas o esporte ainda tem a capacidade de unir um país que espera e reza para que Celine Haidar se recupere de lesões potencialmente fatais.

A jovem de 19 anos já jogou pela seleção libanesa de futebol feminino e um futuro brilhante estava previsto para a talentosa meio-campista. No dia 16 de novembro, porém, ela foi atingida na cabeça por estilhaços vindos de um Bomba israelense lançada sobre Beirute. As tensões entre Israel e o Hezbollah aumentaram nos últimos meses.

Estima-se que um milhão de pessoas deixou as áreas ao sul da capital devido aos ataques israelenses, mas Haidar voltou para estudar e treinar quando foi ferida. Desde então, ela luta por sua vida em Beirute Hospital Saint-Georges e foi colocado em coma induzido.

“As palavras não podem descrever o que senti quando ouvi o que aconteceu”, disse Lama Abdine, colega de equipe de Haidar, à DW. “Celine é como uma irmã para mim, uma das pessoas mais gentis e puras que conheço. Ela está sempre ajudando a todos, ouvindo seus problemas e motivando-os e é uma fonte de alegria e felicidade para todos ao seu redor. por ela, esperando que ela volte, totalmente recuperada.”

Um exemplo inspirador

Abdine estava lá com Haider quando o Líbano venceu o Campeonato Sub-18 da Ásia Ocidental em 2022, num triunfo celebrado em todo o país. Há esperança de que a seleção feminina sênior consiga se classificar para a Copa Asiática de 2026, que acontecerá na Austrália.

“Celine e eu compartilhamos o mesmo campo desde 2022”, disse Abdine. “Vencemos campeonatos juntos, perdemos juntos, comemoramos juntos e, o mais importante, apoiamos um ao outro em todos os jogos. Sempre gostei da companhia dela no meio-campo”.

Haidar percorreu um longo caminho, passando pela escola e pelos clubes, antes de ingressar na Beirut Football Academy (BFA). Ela ajudou o clube a vencer a Liga Libanesa de Futebol Feminino na temporada passada sem perder um único jogo e foi escalada para usar a braçadeira de capitã na próxima temporada.

“A jornada de Celine reflete sua dedicação, resiliência e talento, fazendo dela um exemplo inspirador para aspirantes a jogadores de futebol”, disse Ziad Saade, gerente de equipe do BFA, à DW.

“Sua capacidade de deixar de ser um jovem talento para se tornar uma jogadora-chave em uma equipe vencedora do campeonato mostra sua ética de trabalho e compromisso com o crescimento. Sua pontualidade e mentalidade voltada para a equipe sublinham ainda mais seu profissionalismo, tornando-a não apenas uma meio-campista qualificada, mas também um modelo dentro e fora do campo.”

No Líbano, milhares de crianças sofrem em ataques israelenses

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Questões económicas e políticas de longa data

Houve problemas no futebol libanês antes do recente conflito entre Israel e o Hezbollah. O país tem lutado com graves problemas económicos e políticossimbolizado pela devastadora explosão no centro de Beirute em 2020 que matou mais de 200 pessoas e feriu mais de 7.000. À medida que a seleção masculina avançava para a fase final das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022, o prêmio em dinheiro que ganhou pelos bons resultados e jogos extras foi usado para ajudar os clubes em dificuldades em casa.

“O apoio financeiro e estrutural limitado aos clubes e jogadores prejudica significativamente o potencial dos jogadores de futebol para seguirem carreiras profissionais”, disse Saade. “Maiores investimentos, melhores infra-estruturas e apoio dos órgãos dirigentes são essenciais para permitir que talentos como Celine Haidar prosperem num palco maior. Defender estas mudanças pode abrir caminho para um futuro melhor para o futebol libanês.”

O futebol feminino no país caminhava na direção certa, mas tudo mudou quando os mísseis começaram a cair. “O futebol feminino no Líbano estava a progredir surpreendentemente antes dos ataques de Israel”, disse Wael Chehayeb, membro do Comité Executivo da Federação Libanesa de Futebol, à DW.

“Havia boas equipas em todas as categorias de idade e jogadores talentosos, mas depois tudo parou quando os ataques começaram. Os clubes mal treinam.”

A FA adiou todas as atividades relacionadas ao futebol, incluindo a Premier League masculina, até o final de novembro, quando o órgão se reunirá, mas poucos esperam que seja dada luz verde à medida que os ataques de Israel continuam. A seleção masculina tem disputado jogos no exterior.

“O futuro do Líbano futebol permanece pouco claro e incerto neste momento relativamente aos clubes, muitos dos quais estão localizados no sul, que foi destruído, e nas áreas do Vale Beqaa. Apenas a seleção nacional ainda sobrevive e tenta se preparar para as eliminatórias da Copa da Ásia, em março”, disse Chehayeb.

Bassel Jradi, do Líbano, luta pela bola contra o Catar
Os homens do Líbano terminaram em último lugar no seu grupo na Copa Asiática de 2024 e agora tentam se classificar para o torneio de 2027Imagem: Molly Darlington/REUTERS

Esperança de um futuro melhor

Até então, todos esperam que Haidar esteja recuperada e possa eventualmente voltar a fazer o que ela mais ama. “Celine sempre sonhou em chegar ao mais alto nível e sempre quis fazer parte da seleção principal, o que ela conseguiu ultimamente devido ao seu trabalho duro e comprometimento”, disse o companheiro de equipe Abdine.

Reina Madi jogou com Haidar no Akhaa Aley FC, em Bhamdoun, a leste de Beirute, e espera que uma das maiores promessas do futebol libanês se recupere.

“Celine é uma pessoa vibrante e positiva que traz energia e positividade a qualquer ambiente”, disse ela. “Ela está sempre sorrindo e rindo, o que faz dela a vida da festa. Como amiga, ela é incrivelmente confiável; está sempre disponível quando você precisa dela e sempre oferece apoio e gentileza.”

Agora, a família do futebol libanês está fazendo o mesmo por Celine Haidar.

“Ouvir sobre a lesão de Celine foi verdadeiramente chocante e inesperado. Foi difícil processar no início e continuamos profundamente preocupados, mas temos plena fé em sua força e resiliência”, disse Madi.

Editado por: Jonathan Harding



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Ufac promove ações pelo fim da violência contra a mulher — Universidade Federal do Acre

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A Ufac realizou ações de conscientização pelo fim da violência contra a mulher, em alusão à campanha Agosto Lilás. A programação, que ocorreu nesta segunda-feira, 25, incluiu distribuição de adesivos na entrada principal do campus-sede, às 7h, com a participação de pró-reitores, membros da administração superior e servidores, que entregaram mais de 2 mil adesivos da campanha às pessoas que acessavam a instituição. Outro adesivaço foi realizado no Restaurante Universitário (RU), às 11h.

“É uma alegria imensa a Ufac abraçar essa causa tão importante, que é a não violência contra a mulher”, disse a reitora Guida Aquino. “Como mulher, como mãe, como gestora, como cidadã, eu defendo o nosso gênero. Precisamos de mais carinho, mais afeto, mais amor e não violência. Não à violência contra a mulher, sigamos firmes e fortes.”
Até 12h, o estacionamento do RU recebeu o Ônibus Lilás, da Secretaria de Estado da Mulher, oferecendo atendimento psicológico, jurídico e outras orientações voltadas ao enfrentamento da violência contra a mulher.

Agosto Lilás



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Evento no PZ para estudantes do Ifac difunde espécies botânicas — Universidade Federal do Acre

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A Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex) da Ufac realizou a abertura do Floresta em Evidência, nesta quarta-feira, 20, no auditório da Associação dos Docentes (Adufac). O projeto de extensão segue até quinta-feira, 21, desenvolvido pelo Herbário do Parque Zoobotânico (PZ) da Ufac em parceria com o Instituto Federal do Acre (Ifac) e o Jardim Botânico do Rio de Janeiro. A iniciativa tem como público-alvo estudantes do campus Transacreana do Ifac.

O projeto busca difundir conhecimentos teóricos e práticos sobre coleta, identificação e preservação de espécies botânicas, contribuindo para valorização da biodiversidade amazônica e fortalecimento da pesquisa científica na região.

Representando a Proex, a professora Keiti Roseani Mendes Pereira enfatizou a importância da extensão universitária como espaço de democratização do conhecimento. “A extensão nos permite sair dos muros da universidade e alcançar a sociedade.”

O coordenador do PZ, Harley Araújo, destacou a contribuição do parque para a conservação ambiental e a formação de profissionais. “A documentação botânica está diretamente ligada à conservação. O PZ é uma unidade integradora da universidade que abriga mais de 400 espécies de animais e mais de 340 espécies florestais nativas.”

A professora do Ifac, Rosana Cavalcante, lembrou que a articulação entre instituições é fundamental para consolidar a pesquisa no Acre. “Ninguém faz ciência sozinho. Esse curso é fruto de parcerias e amizades acadêmicas que nos permitem avançar. Para mim, voltar à Ufac nesse contexto é motivo de grande emoção.”

A pesquisadora Viviane Stern ressaltou a relevância da etnobotânica como campo de estudo voltado para a interação entre pessoas e plantas. “A Amazônia é enorme e diversa; conhecer essa relação entre comunidades e a floresta é essencial para compreender e preservar. Estou muito feliz com a recepção e em poder colaborar com esse trabalho em parceria com a Ufac e o Ifac.”

O evento contou ainda com a palestra da professora Andréa Rocha (Ufac), que abordou o tema “Justiça Climática e Produção Acadêmica na Amazônia”.

Nesta quarta-feira, à tarde, no PZ, ocorre a parte teórica do minicurso “Coleta e Herborização: Apoiando a Documentação da Sociobiodiversidade na Amazônia”. Na quinta-feira, 21, será realizada a etapa prática do curso, também no PZ, encerrando o evento.



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Ufac recebe deputado Tadeu Hassem e vereadores de Capixaba para tratar de cursos e transporte estudantil — Universidade Federal do Acre

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A reitora da Universidade Federal do Acre (Ufac), Guida Aquino, recebeu, na manhã desta segunda-feira, 18, no gabinete da reitoria, a visita do deputado estadual Tadeu Hassem (Republicanos) e de vereadores do município de Capixaba. A pauta do encontro envolveu a possibilidade de oferta de cursos de graduação no município e apoio ao transporte de estudantes daquele município que frequentam a instituição em Rio Branco.

A reitora Guida Aquino destacou que a interiorização do ensino superior é um compromisso da universidade, mas depende de emendas parlamentares para custeio e viabilização dos cursos. “O meu partido é a educação, e a universidade tem sido o caminho de transformação para jovens do interior. É por meio de parcerias e recursos destinados por parlamentares que conseguimos levar cursos fora da sede. Precisamos estar juntos para garantir essas oportunidades”, afirmou.

Atualmente, 32 alunos de Capixaba estudam na Ufac. A demanda apresentada pelos parlamentares inclui parcerias com o governo estadual para garantir transporte adequado, além da implantação de cursos a distância por meio do polo da Universidade Aberta do Brasil (UAB), em parceria com a prefeitura.

O deputado Tadeu Hassem reforçou o pedido de apoio e colocou seu mandato à disposição para buscar soluções junto ao governo estadual. “Estamos tratando de um tema fundamental para Capixaba. Queremos viabilizar transporte aos estudantes e também novas possibilidades de cursos, seja de forma presencial ou a distância. Esse é um compromisso que assumimos com a população”, declarou.

A vereadora Dra. Ângela Paula (PL) ressaltou a transformação pessoal que viveu ao ingressar na universidade e defendeu a importância de ampliar esse acesso para jovens de Capixaba. “A universidade mudou minha vida e pode mudar a vida de muitas outras pessoas. Hoje, nossos alunos têm dificuldades para se deslocar e muitos desistem do sonho. Precisamos de sensibilidade para garantir oportunidades de estudo também no nosso município”, disse.

Também participaram da reunião a pró-reitora de Graduação, Ednaceli Abreu Damasceno; o presidente da Câmara Municipal de Capixaba, Diego Paulista (PP); e o advogado Amós D’Ávila de Paulo, representante legal do Legislativo municipal.



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