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Câncer no intestino aumenta em pessoas abaixo de 50 anos – 23/01/2025 – Equilíbrio e Saúde

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Quase 2 milhões de pessoas são diagnosticadas com câncer de intestino a cada ano. Também conhecido como câncer colorretal, é o terceiro mais comum câncer em todo o mundo.

Embora a maioria das pessoas diagnosticadas com câncer de intestino tenha mais de 50 anos, nos últimos anos houve um aumento alarmante no número de jovens diagnosticados com a doença.

Em 2019, um estudo mostrou que em sete países de alta renda com níveis historicamente altos de câncer de intestino, as taxas na faixa etária acima de 50 anos começaram a se estabilizar ou até mesmo diminuir. Isso foi atribuído ao sucesso dos programas de triagem de rotina que detectam lesões pré-cancerosas antes que elas tenham a chance de se transformar em câncer.

Mas esse mesmo estudo também constatou que a doença estava se tornando mais comum em pessoas com menos de 50 anos em todos os países analisados. Por exemplo, na Noruega, o risco de desenvolver câncer retal (um tipo de câncer de intestino) em idade precoce foi cinco vezes maior para alguém nascido em 1990 em comparação com alguém nascido em 1920.

Mais recentemente, um estudo mais abrangente que analisou as taxas de câncer de intestino em 50 países diferentes revelou que tendências semelhantes estão ocorrendo em todo o mundo. Taxas crescentes de diagnósticos de câncer de intestino foram observadas em países da Europa, América Latina, Caribe e Ásia, sendo que em muitos deles o aumento foi maior na faixa etária abaixo de 50 anos.

Embora os pesquisadores não tenham certeza absoluta do que está alimentando esse aumento especificamente nos jovens, isso pode ser devido ao nosso estilo de vida cada vez mais insalubre.

Causas evitáveis

Sabe-se há décadas que o risco de desenvolver câncer de intestino é fortemente influenciado pelo estilo de vida e pelo ambiente de uma pessoa.

Por exemplo, um estudo de referência de 1968 mostrou que as taxas de câncer de intestino eram substancialmente mais altas em cidadãos americanos de etnia japonesa em comparação com a população do Japão, que, naquela época, apresentava níveis comparativamente baixos da doença. Esse fenômeno, que foi apoiado por muitos estudos posteriores, implica fortemente que um estilo de vida ocidentalizado promove o câncer de intestino.

Nos anos seguintes, tivemos uma ideia melhor dos fatores que sustentam esse efeito. Baixos níveis de atividade física, uma dieta pobre em fibras e rica em gorduras ou que contenha grandes quantidades de carnes vermelhas ou processadas, sobrepeso ou obesidade, consumo de álcool e tabagismo estão todos ligados ao risco substancialmente maior de desenvolver câncer de intestino.

O impacto que esses fatores de estilo de vida têm sobre o número total de casos de câncer de intestino é significativo. A Cancer Research UK estima que mais da metade dos casos de câncer de intestino no Reino Unido se deve a causas evitáveis.

Enquanto isso, o Japão, onde o rápido desenvolvimento econômico impulsionou a adoção de uma dieta cada vez mais ocidentalizada, agora tem uma das taxas mais altas de câncer de intestino do mundo.

Nosso estilo de vida cada vez mais sedentário e o aumento do consumo de alimentos altamente calóricos e pobres em nutrientes provavelmente desempenham um papel fundamental nas mudanças geracionais na incidência de câncer de intestino que estamos observando. Essas dietas se tornaram cada vez mais comuns nos EUA e em partes da Europa na década de 1970, antes de se espalharem para outros países como um efeito colateral do desenvolvimento econômico.

Também estamos no meio de uma crise mundial de obesidade. Estima-se que 2,2 bilhões de pessoas em todo o mundo estejam acima do peso e 890 milhões delas sejam obesas. É preocupante o fato de que, embora as taxas de obesidade estejam aumentando entre pessoas de todas as idades, as crianças e os adolescentes são afetados de forma desproporcional. Atualmente, a obesidade é dez vezes mais comum em crianças entre cinco e 14 anos de idade do que em meados da década de 1970.

Isso é significativo, pois acredita-se que muitas das alterações metabólicas associadas à obesidade, como hormônios desregulados e um estado crônico de inflamação, ajudem a impulsionar o desenvolvimento do câncer. A obesidade também está associada ao diabetes tipo 2, que tem sido associado ao aumento do risco de desenvolver câncer de intestino. O diabetes tipo 2 também está se tornando cada vez mais comum em pessoas mais jovens.

Nossa dieta também tem um grande impacto na saúde do nosso microbioma intestinal, a população de trilhões de bactérias e micróbios que vivem dentro de nós. As evidências sugerem que uma dieta de estilo ocidental pode promover um estado de disbiose. Isso significa que o equilíbrio das bactérias do intestino é perturbado, facilitando o crescimento de micróbios nocivos e reduzindo o crescimento de bactérias úteis.

Está ficando cada vez mais claro que a composição do nosso microbioma pode ter um grande impacto na probabilidade de desenvolvermos câncer de intestino. Um estudo até mostrou que os efeitos da disbiose intestinal sobre a incidência de câncer de intestino podem ter um papel ainda maior em pacientes mais jovens do que em pacientes mais velhos.

Infelizmente, o câncer de intestino em pessoas com menos de 50 anos geralmente é diagnosticado em um estágio tardio. Isso se deve, em parte, ao fato de os programas de triagem serem direcionados para pessoas com mais de 50 anos. No entanto, uma pesquisa realizada pela Bowel Cancer UK também destacou a falta de conscientização sobre a doença em pessoas mais jovens e seus médicos como um fator contribuinte.

O diagnóstico precoce é fundamental para um melhor prognóstico, por isso é importante estar ciente dos sintomas. Dor abdominal, fezes com sangue, mudança nos hábitos intestinais ou perda de peso inexplicável podem ser sinais de câncer de intestino. Muitos desses sintomas podem ocorrer na ausência de câncer, mas é importante que sejam verificados para que o câncer possa ser descartado.

Para reduzir o risco de desenvolver câncer de intestino em qualquer idade, a mensagem é muito clara. Tenha uma dieta saudável, limite a ingestão de alimentos ultraprocessados e álcool, não fume e faça exercícios regularmente.

O artigo foi originalmente publicado no The Conversation.



Leia Mais: Folha

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Nota da Andifes sobre os cortes no orçamento aprovado pelo Congresso Nacional para as Universidades Federais — Universidade Federal do Acre

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publicado:
23/12/2025 07h31,


última modificação:
23/12/2025 07h32

Confira a nota na integra no link: Nota Andifes



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Ufac entrega equipamentos ao Centro de Referência Paralímpico — Universidade Federal do Acre

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Ufac entrega equipamentos ao Centro de Referência Paralímpico — Universidade Federal do Acre

A Ufac, a Associação Paradesportiva Acreana (APA) e a Secretaria Extraordinária de Esporte e Lazer realizaram, nessa quarta-feira, 17, a entrega dos equipamentos de halterofilismo e musculação no Centro de Referência Paralímpico, localizado no bloco de Educação Física, campus-sede. A iniciativa fortalece as ações voltadas ao esporte paraolímpico e amplia as condições de treinamento e preparação dos atletas atendidos pelo centro, contribuindo para o desenvolvimento esportivo e a inclusão de pessoas com deficiência.

Os equipamentos foram adquiridos por meio de emenda parlamentar do deputado estadual Eduardo Ribeiro (PSD), em parceria com o Comitê Paralímpico Brasileiro, com o objetivo de fortalecer a preparação esportiva e garantir melhores condições de treino aos atletas do Centro de Referência Paralímpico da Ufac.

Durante a solenidade, a reitora da Ufac, Guida Aquino, destacou a importância da atuação conjunta entre as instituições. “Sozinho não fazemos nada, mas juntos somos mais fortes. É por isso que esse centro está dando certo.”

A presidente da APA, Rakel Thompson Abud, relembrou a trajetória de construção do projeto. “Estamos dentro da Ufac realizando esse trabalho há muitos anos e hoje vemos esse resultado, que é o Centro de Referência Paralímpico.”

O coordenador do centro e do curso de Educação Física, Jader Bezerra, ressaltou o compromisso das instituições envolvidas. “Este momento é de agradecimento. Tudo o que fizemos é em prol dessa comunidade. Agradeço a todas as instituições envolvidas e reforço que estaremos sempre aqui para receber os atletas com a melhor estrutura possível.”

O atleta paralímpico Mazinho Silva, representando os demais atletas, agradeceu o apoio recebido. “Hoje é um momento de gratidão a todos os envolvidos. Precisamos avançar cada vez mais e somos muito gratos por tudo o que está sendo feito.”

A vice-governadora do Estado do Acre, Mailza Assis da Silva, também destacou o trabalho desenvolvido no centro e o talento dos atletas. “Estou reconhecendo o excelente trabalho de toda a equipe, mas, acima de tudo, o talento de cada um de nossos atletas.”

Já o assessor do deputado estadual Eduardo Ribeiro, Jeferson Barroso, enfatizou a finalidade social da emenda. “O deputado Eduardo fica muito feliz em ver que o recurso está sendo bem gerenciado, garantindo direitos, igualdade e representatividade.”

Também compuseram o dispositivo de honra a pró-reitora de Inovação, Almecina Balbino, e um dos coordenadores do Centro de Referência Paralímpico, Antônio Clodoaldo Melo de Castro.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)



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Orquestra de Câmara da Ufac apresenta-se no campus-sede — Universidade Federal do Acre

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Orquestra de Câmara da Ufac apresenta-se no campus-sede — Universidade Federal do Acre

A Orquestra de Câmara da Ufac realizou, nesta quarta-feira, 17, uma apresentação musical no auditório do E-Amazônia, no campus-sede. Sob a coordenação e regência do professor Romualdo Medeiros, o concerto integrou a programação cultural da instituição e evidenciou a importância da música instrumental na formação artística, cultural e acadêmica da comunidade universitária.

 

A reitora Guida Aquino ressaltou a relevância da iniciativa. “Fico encantada. A cultura e a arte são fundamentais para a nossa universidade.” Durante o evento, o pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, destacou o papel social da arte. “Sem arte, sem cultura e sem música, a sociedade sofre mais. A arte, a cultura e a música são direitos humanos.” 

Também compôs o dispositivo de honra a professora Lya Januária Vasconcelos.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 



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