NOSSAS REDES

MUNDO

Candidatos à Prefeitura de Curitiba acumulam desgastes – 14/10/2024 – Poder

PUBLICADO

em

Candidatos à Prefeitura de Curitiba acumulam desgastes - 14/10/2024 - Poder

A duas semanas do segundo turno, Eduardo Pimentel (PSD) e Cristina Graeml (PMB) ainda tentam desviar dos desgastes que se acumulam desde o primeiro turno da disputa à Prefeitura de Curitiba e passaram a ser mais explorados agora, dando combustível às campanhas.

Na campanha de Cristina, o peso maior é o seu candidato a vice-prefeito, Jairo Aparecido Ferreira Filho (PMB), que se apresenta como advogado e empresário e é alvo de processos judiciais movidos por pessoas que alegam terem perdido dinheiro em negócios com ele.

A reportagem consultou os processos e, embora os casos tramitem na área cível, advogados das vítimas também relatam suspeitas de delitos criminais, como estelionato, apropriação indébita e “pirâmide financeira”.

Um dos processos tramita desde fevereiro de 2023 na 3ª Vara Cível de São Bernardo do Campo (SP) e foi protocolado por uma aposentada de 67 anos. Ela sustenta ter investido R$ 400 mil para que Jairo lhe devolvesse rendimentos de 2,5% ao mês. Mas, segundo ela, isso aconteceu por apenas quatro meses.

A ação é cível, mas o advogado da aposentada sugere na petição que há também delitos penais no caso, como estelionato e apropriação indébita. Afirma que sua cliente foi vítima de um “grave golpe” e pede indenização moral. O caso ainda aguarda um desfecho.

Outro processo foi movido quase na mesma época por outra mulher, que faz relato semelhante.

Em dezembro de 2021, ela investiu R$ 185 mil em um contrato com a empresa Leilão Money. A empresa, com Jairo entre os sócios, prometeu rendimentos de 2% ao mês. A partir de maio de 2022, contudo, deixou de pagar o combinado.

“Há sérios indícios de que se trata de verdadeiro esquema de pirâmide financeira, pois dificilmente, no mundo dos negócios lícitos, uma empresa teria sustentabilidade financeira para proporcionar rentabilidade de 70% a 100%, conforme se depreende do site da parte ré”, diz a petição. O processo, ainda sem desfecho, tramita na 25ª Vara Cível de Brasília.

Outro processo, movido pela mesma mulher, está na 4ª Vara Cível de Brasília. Em março de 2024, Jairo e seu sócio na Leilão Money foram condenados a ressarci-la em R$ 90 mil. Jairo recorreu, mas, em agosto, a 7ª Turma Cível, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, negou o recurso.

A mulher fez um pagamento antecipado de R$ 90 mil para o aluguel de um veículo por três anos, com a promessa de devolução do valor integral no final do contrato. Ela recebeu um carro alugado em nome da Leilão Money, ficando como condutora adicional, mas, quase três meses depois, em março de 2022, o automóvel foi recolhido pela locadora por inadimplência.

Antes dos processos de São Paulo e Brasília, o hoje candidato a vice já tinha ao menos uma dívida no Paraná com um homem que alega ter injetado R$ 75 mil em um negócio com Jairo, por meio de uma empresa chamada Clubens.

Em julho deste ano, o homem levou o caso à 22ª Vara Cível de Curitiba, mostrando que o hoje candidato a vice reconheceu a dívida no início de 2019, mas não concluiu o pagamento.

No mês seguinte, contudo, ele desistiu do processo. A reportagem fez contato com a advogada do homem nesta segunda-feira (14), mas ela não quis se manifestar, alegando sigilo profissional.

A Folha tentou entrevistar Jairo na sexta-feira (11), mas sua assessoria indicou a advogada da campanha, Tainara Prado Laber, para falar sobre o assunto.

Segundo ela, os R$ 400 mil da aposentada seriam um empréstimo que Jairo obteve em razão de problemas financeiros. “Ele é mentor de empresas, e esse trabalho dele sofreu grande prejuízo na pandemia. E aí ele procurou uma pessoa para emprestar dinheiro”, diz a advogada.

Sobre os dois negócios envolvendo a Leilão Money, Jairo diz que eles foram firmados pelo sócio, e que ele não teve qualquer responsabilidade. Na Receita Federal, consta que a empresa foi aberta em 2016 e teve atividade encerrada em 19 de abril deste ano.

A campanha de Pimentel, por sua vez, também enfrenta desgastes. O maior deles envolve a Prefeitura de Curitiba e uma suposta coação de funcionários públicos para que houvesse colaboração financeira à campanha.

Áudios vazados na última semana da campanha do primeiro turno mostraram um superintendente da prefeitura dizendo a servidores que eles precisavam comprar convites do jantar em apoio a Pimentel, que isso “já veio determinado” e “não tem como negociar”.

O superintendente não falou com a imprensa e foi exonerado após a repercussão do caso. A prefeitura tratou o episódio como fato isolado, e a campanha de Pimentel negou qualquer participação, repudiando a atitude. O caso está sendo investigado na Justiça Eleitoral.

Leia Mais

Advertisement
Comentários

You must be logged in to post a comment Login

Comente aqui

MUNDO

A fortaleza da Austrália perdeu a aura, mas a história pesa sobre os turistas | Seleção australiana de críquete

PUBLICADO

em

A fortaleza da Austrália perdeu a aura, mas a história pesa sobre os turistas | Seleção australiana de críquete

Geoff Lemon in Brisbane

EUEstá sendo estranho. Na cidade, antes do Teste Austrália-Índia, Brisbane se sente como sempre: caras andando pela Queen Street carregando caixas de mangas, a umidade de Queensland realizando seu ritual de sufocação luxuriante enquanto o ar da cidade se desloca relutantemente ao longo do caminho serpenteante do rio . O Teste Gabba, porém, não parece exatamente o mesmo.

Durante três décadas ou mais, foi aqui que as equipes australianas foram imbatíveis. Apontado com uma forte batida de simbolismo, o vencedor visitante anterior foi o grande time das Índias Ocidentais de 1988. Foi preciso o melhor de todos os tempos para alcançar esse feito, foi a mensagem. Mas esse não é mais o caso.

Foi a Índia, há quatro anos, quem quebrou o feitiço, numa perseguição monstruosa construída no limiar da dor de Cheteshwar Pujara e no limiar da audácia de Rishabh Pant. Dois anos depois, a África do Sul perdeu em dois dias, mas poderia facilmente ter vencido em dois, em um campo de loteria que derrubou a Austrália a quatro postigos atrás de 34. Então, em janeiro deste ano, as Índias Ocidentais modernas, muito mais fracas, tiveram seu momento de retrocesso. , o jovem desconhecido Shamar Joseph com nove dedos do pé destruindo o time da casa para negar uma perseguição que eles deveriam ter feito.

Nada disso significa que a Austrália não vencerá nos próximos cinco dias, ou que serão necessários cinco dias. Quer dizer que a possibilidade de as coisas correrem de forma diferente é tangível, e não apenas um sonho esperançoso. A Índia saberá que pode vencer, se conseguir acertar as rebatidas. O “se” é enorme, mas também o é o prêmio potencial, uma vantagem na série antes dos jogos de Melbourne e Sydney que deve ser muito melhor para eles do que os três compromissos anteriores.

Outra coisa que mudou é o lugar do Gabba na ordem do processo. Na Austrália – um país com a mais longa civilização humana e a mais curta memória – fazer algo duas vezes torna-o uma tradição. Assim, Brisbane sendo o primeiro Teste da temporada passou a ser visto como imóvel, eterno, apesar de todas as temporadas em que não o foi. Equipes que visitavam aqui para serem derrotadas antes mesmo de distinguirem a Vulture Street de Stanley era o caminho esperado do mundo.

Josh Hazlewood provou sua aptidão para retornar ao Austrália XI para o terceiro teste contra a Índia. Fotografia: Bradley Kanaris/Getty Images

Brisbane raramente é o primeiro, e não o será pelo menos nas próximas cinco temporadas. Grilo Plano de agendamento da Austrália. A mudança, por mais que possa perturbar a bússola sazonal interna de algumas pessoas, significa que agora temos Testes Gabba com contexto genuíno. Ser o primeiro significava que a única questão interessante era se uma equipe em turnê conseguiria chuva suficiente ou um campo plano o suficiente para escapar com um empate. Agora começamos Brisbane com duas equipes empatadas em 1-1, e muito mais motivos para sintonizar.

A terceira mudança é que este Teste volta antes do Natal. As décadas vencedoras tendiam a ter provas em novembro ou dezembro. As duas derrotas da Austrália aqui nos últimos quatro anos ocorreram em janeiro, depois que o calor do verão teve mais um ou dois meses para abalar o convés. Se isso faz diferença é algo que apenas um curador pode dizer, mas pode fazer. Aqueles testes de janeiro foram diferentes antes mesmo de o resultado os tornar assim.

Josh Hazlewood está apto para jogar, com um excelente recorde de Gabba começando na estreia com 5 de 68 contra a Índia há uma década. Pat Cummins também tem um histórico marcadamente melhor aqui do que os números de sua carreira. Um retorno à programação anterior pode significar um retorno à média histórica, com os arremessadores rápidos da Austrália anotando uma ordem de rebatidas inadequada para ritmo, salto e movimento.

pular a promoção do boletim informativo

É isso que se espera, num campo tão verde como um cliché irlandês. Mas as faixas de Brisbane podem ser enganosas pela aparência, como vários visitantes aprenderam às suas custas. Muitas vezes a cor é cosmética e, de acordo com o propósito dos cosméticos, pode esconder uma realidade mais clara. Muitos testes de Gabba foram definidos pela lenta rotina de rebatidas por dias, em vez da explosão rápida do boliche rápido.

Se for favorável às artes mais rápidas, a Austrália terá seus próprios dois problemas: uma ordem de rebatidas atualmente instável e enfrentar Jasprit Bumrah. Como a Índia aprendeu recentemente às suas custas em pistas giratórias contra a Nova Zelândia, as condições domésticas com muito veneno no boliche podem envenenar suas próprias rebatidas tanto quanto as do adversário. Muita coisa depende de como aquela faixa de grama se comporta, e como a história ensina àqueles que a lerão, nenhum estudo dos registros pode nos ajudar a prever isso.



Leia Mais: The Guardian



Continue lendo

MUNDO

Dahomey cutuca ferida colonial com devolução de relíquias – 12/12/2024 – Ilustrada

PUBLICADO

em

Dahomey cutuca ferida colonial com devolução de relíquias - 12/12/2024 - Ilustrada

Alessandra Monterastelli

Sequestrada, apalpada, medida e exposta diariamente a milhares de olhos. Depois de décadas, de um dia para o outro, trancafiada em uma caixa e mandada de volta ao seu país de origem. Essa é a trajetória de uma estátua do Reino de Daomé, atual Benim, levada a Paris no final do século 19 e que a França devolveu ao país africano neste ano.

Em “Dahomey“, documentário ficcionalizado de Mati Diop, ouvimos o lamento do objeto, que se revela uma entidade presa em pedra e madeira entalhadas. O filme narra a volta para casa de 26 tesouros reais levados à Europa durante a colonização da África e foi coroado com o Urso de Ouro no último Festival de Berlim.

É a segunda vez que a diretora saiu vencedora de um festival de cinema europeu. Em 2019, ela venceu o Grand Prix em Cannes pelo drama sobrenatural “Atlantics”, sobre um casal de imigrantes que enfrenta o crime, o desemprego e fantasmas. Na ocasião, Diop se tornou a primeira mulher negra a dirigir um filme em competição pela Palma de Ouro.

Ela diz se esforçar para ficar alinhada aos seus princípios estéticos e políticos diante da pressão da indústria cinematográfica. “Decidi cedo que queria colocar o meu cinema a serviço das urgências de minha época”, diz Diop. “O cinema é definitivamente um dos meios que pode reconstruir a nossa própria história e a representação de nós mesmos.”

Por videochamada, ela conta ainda admirar o diretor brasileiro Kleber Mendonça Filho, por transmitir mensagens sociais em seus filmes sem deixar de entreter com o horror ou a comédia. Diop espera não ser limitada no futuro por dirigir um filme explicitamente político neste momento.

Isso porque “Dahomey” cutuca uma ferida aberta e de difícil cicatrização na história mundial, a apropriação de obras de arte e relíquias por europeus em períodos de ocupação violenta na África, América Latina e Ásia.

O corte voltou a arder nos últimos dois anos, depois que alguns países, como Nepal, Camarões, Indonésia e próprio Benim pediram a restituição de itens que estavam em museus na França, Alemanha e Inglaterra. Em 2017, o presidente francês Emanuel Macron fez um discurso em Burkina Faso em que prometeu devolver permanentemente o patrimônio africano retido em seu país.

Em 2023, a Alemanha restituiu 1.100 bronzes ao Benim, por exemplo. Até o Brasil entrou nesse debate quando, no ano passado, o Museu Nacional anunciou que receberia um manto tupinambá que estava fixado na Dinamarca desde o século 17.

Diop, porém, não está otimista. “A França está passando por uma tendência neoliberal e de ultradireita”, diz a diretora francesa, de ascendência senegalesa. “O mais importante é espalhar consciência. O cinema tem uma grande capacidade de impactar as pessoas, e é um meio que pode reconstruir a nossa própria história e a representação de nós mesmos.”

“Dahomey” não conta, exatamente, sobre o processo de restituição das peças —até porque não é um documentário convencional. Reflexões das entidades-estátuas dividem tempo de tela com discussões de alunos de uma universidade, por exemplo, e cenas silenciosas da viagem, que acabam pondo em xeque o próprio papel social dos museus.

Se por um lado essas instituições guardam e disponibilizam itens importantes para a história e identidade dos povos, por outro, impõem de forma autoritária como essas peças devem ser organizadas e por quem, a despeito das culturas que as criaram.

“As estátuas estavam cativas. Foram reduzidas à invisibilidade, nas cavernas de um museu”, afirma Diop, sobre os tesouros de Daomé. “Mas elas podem se tornar novamente narradoras de suas próprias histórias, sem serem reduzidas à condição de vítimas. Para mim, são viajantes do tempo, veículos que seguram almas ancestrais, de antigos africanos e escravos que foram deportados.”

Ao mesmo tempo, o filme perturba pela semelhança entre a trajetória do tesouro transviado e a situação de milhares de imigrantes africanos que hoje partem em direção à Europa —e que, às vezes, são deportados para seus países por autoridades.

Quando chega ao Benim, a relíquia não sente exatamente que retornou ao seu lar. Tudo mudou, afinal, depois de um século em que ela foi destacada da própria cultura, e o retorno parece tão complexo quanto a partida.





Leia Mais: Folha

Continue lendo

MUNDO

O novo dia de hesitação na valsa de Emmanuel Macron, forçado a adiar o prazo que havia estabelecido para si mesmo

PUBLICADO

em

O novo dia de hesitação na valsa de Emmanuel Macron, forçado a adiar o prazo que havia estabelecido para si mesmo

Emmanuel Macron, na chancelaria de Varsóvia, 12 de dezembro de 2024.

Passa um pouco das 19h30 de quinta-feira, 12 de dezembro. O Falcon presidencial acaba de pousar no aeroporto de Villacoublay, na região de Paris. A bordo, o Chefe de Estado e alguns conselheiros, regressando de uma viagem oficial à Polónia. O que tinha em mente o Presidente da República naquela noite? Ele fez sua escolha? O mundo político-midiático está cada vez mais impaciente, pendurado nos lábios de Emmanuel Macron.

Na véspera, no Eliseu, o presidente garantiu aos representantes das diferentes forças políticas presentes no Parlamento, à parte La France insoumise (LFI) e o Rally Nacional (RN), queele nomearia um primeiro-ministro “dentro de quarenta e oito horas”substituindo Michel Barnier, deposto por uma moção de censura uma semana antes. Nós estamos lá. “É para hoje ou amanhã? “, pergunta o banner do canal de notícias BFM-TV.

O Presidente da República acaba de abreviar a sua viagem a Varsóvia. É um sinal. Mas da Polónia, ao longo do dia, Emmanuel Macron parecia muito distante das preocupações nacionais. Ao lado do primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, discute a guerra, o apoio à Ucrânia ou o necessário renascimento da Europa face à concorrência da China e dos Estados Unidos. Depois, ele se enfurece contra o tratado de livre comércio entre a União Europeia e os países do Mercosul que a presidente da Comissão, Ursula Von der Leyen, assinou em 6 de dezembro. “Nossa agricultura não será sacrificada ao fundo de um mercantilismo do século anterior”, ele grita de Varsóvia, evitando cuidadosamente qualquer interação com jornalistas.

Você ainda tem 74,97% deste artigo para ler. O restante é reservado aos assinantes.



Leia Mais: Le Monde

Continue lendo

MAIS LIDAS