NOSSAS REDES

MUNDO

China lesa ‘dignidade’ do tomate italiano, diz Mutti – 01/11/2024 – Mercado

PUBLICADO

em

Amy Kazmin

Um magnata italiano do molho de tomate pediu a Bruxelas que proteja os agricultores da concorrência “injusta” representada pela pasta barata feita na região de Xinjiang, na China, e restaure a “dignidade” do fruto vermelho básico da Itália.

Francesco Mutti, diretor executivo do fabricante homônimo de ingredientes como passata, polpa e tomates enlatados, disse que uma proibição da UE (União Europeia) ou tarifas de importação elevadas sobre os produtos chineses são necessárias para salvaguardar os agricultores italianos. Em 2021, os EUA proibiram as importações de pasta de tomate de Xinjiang, citando preocupações com trabalho forçado, mas Bruxelas não seguiu o exemplo.

“Devemos parar a importação de pasta de tomate da China ou adicionar uma taxa de 60% sobre ela para que seu custo não seja tão diferente dos produtos italianos”, disse Mutti ao Financial Times na sede de sua empresa familiar de 125 anos, que teve receitas de 665 milhões de euros (R$ 4 bi) no ano passado.

Ele alertou que a indústria de tomate da Itália corre o risco de ser prejudicada pela pasta de tomate feita por empresas estatais chinesas em Xinjiang, onde o comissário de direitos humanos da ONU documentou abusos generalizados de direitos contra a minoria muçulmana uigur local —incluindo trabalho forçado.

Pequim negou as alegações.

Mutti, que é a quarta geração a comandar a empresa dos arredores de Parma, criticou Bruxelas por forçar os agricultores a aderirem a regras rígidas de sustentabilidade sem protegê-los do “dumping ambiental” da China.

“Temos que ensinar nossos agricultores a fazer um cultivo melhor, mas também temos que protegê-los da concorrência desleal”, disse Mutti, cuja empresa usa apenas tomates italianos. “Caso contrário, o resultado final não será melhorar o meio ambiente, mas mover nossa produção para o exterior, onde o meio ambiente não é protegido.”

Estima-se que a China responda por quase 23% da produção global de tomate deste ano —acima de cerca de 18% em 2023, de acordo com o Conselho Mundial de Tomate Processado.

Importações baratas são uma questão sensível na Itália, o terceiro maior produtor de tomate do mundo, depois dos EUA e da China. A pasta de tomate chinesa custa metade do preço dos produtos italianos.

Em uma demonstração de indignação na primavera passada, a Coldiretti, influente associação de agricultores da Itália, enviou uma flotilha de pequenos barcos para protestar contra o descarregamento de toneladas de concentrado de tomate chinês no porto de Salerno.

“A concorrência hoje não é justa porque mais de 90% dos tomates chineses são produzidos na região de Xinjiang e os custos de mão de obra lá são muito, muito baixos”, disse Luigi Pio Scordamaglio, diretor de assuntos internacionais da Coldiretti.

“Isso é inaceitável do ponto de vista ético, mas também em termos de concorrência.”

O ministério das Relações Exteriores da China reiterou que as alegações de trabalho forçado em Xinjiang são “uma mentira” usada por alguns países, incluindo os EUA, para minar a China e suprimir o desenvolvimento das indústrias chinesas.

“Espera-se que indivíduos e instituições europeias relevantes reconheçam os esquemas maliciosos por trás da chamada mentira do ‘trabalho forçado’, abstenham-se de manchar a imagem da China e não usem isso como pretexto para implementar medidas protecionistas comerciais”, disse o ministério.

A vasta indústria de tomate orientada para exportação de Xinjiang cresceu como parte da estratégia de desenvolvimento econômico de Pequim para a região ocidental instável. Os principais atores do setor incluem ChalkIS, uma afiliada corporativa do Corpo de Produção e Construção de Xinjiang da Sexta Divisão, e COFCO Tomato, subsidiária de um vasto conglomerado agroindustrial estatal, de acordo com o Rights Lab da Universidade de Nottingham e os sites das empresas.

A COFCO afirma que suas 12 plantas de processamento têm capacidade para produzir 300 mil toneladas de pasta de tomate a granel por ano.

Cerca de 13% da pasta de tomate a granel produzida na China é enviada para a UE, especialmente para a Itália, onde é processada —seja por diluição ou mistura com produtos locais de tomate— e reembalada, principalmente para reexportação, de acordo com o Rights Lab de Nottingham.

As rigorosas leis de rotulagem de alimentos da Itália proíbem a comercialização de pasta de tomate chinesa diluída como passata, mas os incentivos para trapacear podem ser tentadores, dada a diferença de preço.

Em um caso de fraude alimentar de alto perfil em 2021, a polícia apreendeu 4.477 toneladas de concentrado de tomate enlatado de um proeminente processador de tomate italiano que havia rotulado falsamente seus produtos como “100% tomates italianos”, apesar da adição de pasta de tomate chinesa.

A Coldiretti está pressionando para que a Europa adote leis de rotulagem de alimentos mais rigorosas —para exigir a identificação da origem dos principais ingredientes nos alimentos processados— o que acredita que permitiria aos consumidores fazer escolhas informadas.

Mutti também apoia tais regras, necessárias “particularmente para um produto em que o tomate é o elemento mais importante”, disse ele.

“O objetivo é dar dignidade aos tomates”, insistiu Mutti, “para pegar um produto que muitas vezes foi considerado uma commodity e dizer: ‘não —os tomates contam!'”



Leia Mais: Folha

Advertisement
Comentários

Warning: Undefined variable $user_ID in /home/u824415267/domains/acre.com.br/public_html/wp-content/themes/zox-news/comments.php on line 48

You must be logged in to post a comment Login

Comente aqui

MUNDO

Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

PUBLICADO

em

O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

Leia mais notícia boa

Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



Leia Mais: Só Notícias Boas

Continue lendo

MUNDO

Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

PUBLICADO

em

Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

Leia mais notícia boa

A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



Leia Mais: Só Notícias Boas

Continue lendo

MUNDO

Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

PUBLICADO

em

O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

Leia mais notícia boa

Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

//www.instagram.com/embed.js



Leia Mais: Só Notícias Boas

Continue lendo

MAIS LIDAS