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Com Nunes ou Boulos, clima manterá São Paulo de joelhos – 27/10/2024 – Marcelo Leite

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Enquanto escrevo, não se sabe se Ricardo Nunes (MDB) terá sido reeleito prefeito de São Paulo, como indicam pesquisas, ou se Guilherme Boulos (PSOL) seria o azarão. Mas dá para dizer que tanto faz, do ponto de vista da crise climática.

Nenhum dos adversários apresentou planos condizentes com o porte dos desastres que seguirão castigando a maior cidade do país. O aquecimento global é a maior ameaça para a vida urbana, que não se combate com mais armas para a Guarda Civil.

Fique em suspenso a questão das enchentes, que afinal só martirizam os pobres, para tratar primeiro dos blecautes, que prejudicam a todos. Árvores e fios são os perigos óbvios sobre as cabeças paulistanas, mas candidatos têm pouco a propor sobre eles.

O programa de Nunes nem mesmo menciona o manejo de árvores. Com efeito, no texto submetido à Justiça Eleitoral a palavra só aparece duas vezes, para tratar de plantio e não de poda ou controle de saúde das mais de 650 mil árvores nas ruas (sem contar as que estão em parques e matas naturais).

A proposta de Boulos também cita árvores duas vezes, prometendo empregar tecnologia para monitorar a saúde delas e tornar mais eficiente o serviço de poda e manejo. Como no inferno climático ocorrem vendavais de boas intenções verdes, seria melhor incluir na previsão qual tecnologia, em quais prazos, a que custo etc.

Nova York tem um mapa acessível ao público com 873.635 árvores identificadas. Clicando numa bolinha, a esmo, descobre-se que se trata de um carvalho Quercus imbricaria (uma das 542 espécies catalogadas) inspecionado há sete anos por um engenheiro florestal, com tronco no diâmetro de duas polegadas (5 cm).

Sampa tem outras prioridades e não pode se dar a tal luxo; o Brasil é pobre, e os EUA, ricos; há 14 mil pedidos de poda pendentes em São Paulo e você vem falar de mapear as árvores da cidade? Pois é: sim. Com criatividade e tecnologia, daria pelo menos para começar.

Pondere que a cidade de Nova York estima em US$ 124,6 milhões (R$ 700 milhões) o valor dos serviços ambientais prestados por suas árvores, como a contenção de águas em tempestades. Uma regra de três simples indica que os espécimes paulistanos renderiam uns R$ 520 milhões anuais, pois não?

Não é tão simples, claro, porque benefícios prestados pela natureza não são precificados nem muito menos monetizados. Por outro lado, podem-se estimar os prejuízos causados por um blecaute, por exemplo R$ 1,65 bilhão em víveres e vendas perdidos pelo varejo no apagão do dia 11, segundo a Fecomercio.

Além de cuidar melhor das árvores, São Paulo precisa enterrar a rede elétrica, sob pena de enfrentar sucessivos apagões. Seria empreitada gigantesca, caríssima, coisa de R$ 240 bilhões para livrar-se dos #malditosfios, como registrou Leão Serva. Um argumento de peso, que paralisa e desobriga de dizer por onde começar.

Dê uma busca com os termos “fiação”, “rede elétrica” ou “enterramento” nos programas de Nunes e Boulos. Nada, nonada.

“Fio” parece dezenas de vezes, verdade. Mas só como parte de “desafio”, a palavra vazia com que os candidatos enchem a boca para nada dizer de aproveitável.


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Ufac recebe equipamentos para Laboratórios de Toxicologia e Farmácia Viva — Universidade Federal do Acre

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Ufac recebe equipamentos para Laboratórios de Toxicologia e Farmácia Viva — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou nesta segunda-feira, 1º, na sala ambiente do bloco de Nutrição, a entrega oficial do material destinado ao Laboratório de Toxicologia Analítica e ao Projeto Farmácia Viva, reforçando a infraestrutura científica da instituição e ampliando o suporte às ações de ensino, pesquisa e extensão.

A ação integra o Projeto de Implantação do Laboratório de Toxicologia Analítica, que recebeu a doação de 21 equipamentos permanentes, adquiridos com recursos do Ministério Público do Trabalho da 14ª Região (MPT-14), mediante autorização da Primeira Vara Federal do Acre. A iniciativa reconhece o interesse público e a relevância social das atividades desenvolvidas pela Universidade Federal do Acre, especialmente nas áreas da saúde, inovação científica e desenvolvimento regional.

Os equipamentos recebidos fortalecem duas frentes estratégicas da instituição. No âmbito do Projeto Farmácia Viva, eles ampliam a capacidade de cultivo, processamento e controle de qualidade de plantas medicinais, reforçando também as ações de extensão voltadas à promoção da saúde e ao uso racional de fitoterápicos. Já na área de toxicologia analítica, os novos aparelhos permitem o desenvolvimento e validação de métodos de análise, o processamento de matrizes biológicas e ambientais e o suporte a investigações científicas e forenses.

“Parabenizo os três professores que estão à frente desse projeto: a professora Marta Adelino, Dayan Marques e Anne Grace. Isso moderniza nossa universidade e representa um salto qualitativo na formação de profissionais”,  afirma a reitora Guida Aquino.

O professor Dayan de Araújo Marques, docente do Centro de Ciências da Saúde e do Desporto (CCSD) e farmacêutico industrial, realizou a apresentação das fases do projeto. Ele destacou que a parceria com o MPT-14 representa a consolidação de um espaço científico. “Essa consolidação é capaz de oferecer respostas mais rápidas e precisas às demandas de saúde e meio ambiente no Acre, reduzindo a dependência de laboratórios externos e ampliando o impacto social das pesquisas desenvolvidas na universidade”.

Com a entrega desse conjunto tecnológico, a instituição eleva seu potencial de atuação laboratorial e reafirma o compromisso com a produção de conhecimento e o atendimento às demandas da sociedade acreana.

Também compuseram o dispositivo de honra o Pró Reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes; a coordenadora do projeto do laboratório de toxicologia analítica, Marta Adelino da Silva Faria; a procuradora do Trabalho, representando o ministério público, Ana Paula Pinheiro de Carvalho.

 



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Curso de Medicina Veterinária da Ufac promove 4ª edição do Universo VET — Universidade Federal do Acre

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Curso de Medicina Veterinária da Ufac promove 4ª edição do Universo VET — Universidade Federal do Acre

As escolas da rede municipal realizam visitas guiadas aos espaços temáticos montados especialmente para o evento. A programação inclui dois planetários, salas ambientadas, mostras de esqueletos de animais, estudos de células, exposição de animais de fazenda, jogos educativos e outras atividades voltadas à popularização da ciência.

A pró-reitora de Inovação e Tecnologia, Almecina Balbino, acompanhou o evento. “O Universo VET evidencia três pilares fundamentais: pesquisa, que é a base do que fazemos; extensão, que leva o conhecimento para além dos muros da Ufac; e inovação, essencial para o avanço das áreas científicas”, afirmou. “Tecnologias como robótica e inteligência artificial mostram como a inovação transforma nossa capacidade de pesquisa e ensino.”

A coordenadora do Universo VET, professora Tamyres Izarelly, destacou o caráter formativo e extensionista da iniciativa. “Estamos na quarta edição e conseguimos atender à comunidade interna e externa, que está bastante engajada no projeto”, afirmou. “Todo o curso de Medicina Veterinária participa, além de colaboradores da Química, Engenharia Elétrica e outras áreas que abraçaram o projeto para complementá-lo.”

Ela também reforçou o compromisso da universidade com a democratização do conhecimento. “Nosso objetivo é proporcionar um dia diferente, com aprendizado, diversão, jogos e experiências que muitos estudantes não têm a oportunidade de vivenciar em sala de aula”, disse. “A extensão é um dos pilares da universidade, e é ela que move nossas ações aqui.”

A programação do Universo VET segue ao longo do dia, com atividades interativas para estudantes e visitantes.

(Fhagner Soares, estagiário Ascom/Ufac)



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Doutorandos da Ufac elaboram plano de prevenção a incêndios no PZ — Universidade Federal do Acre

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Doutorandos da Ufac elaboram plano de prevenção a incêndios no PZ — Universidade Federal do Acre

Doutorandos do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal (Rede Bionorte) apresentaram, na última quarta-feira, 19, propostas para o primeiro Plano de Prevenção e Ações de Combate a Incêndios voltado ao campus sede e ao Parque Zoobotânico da Universidade Federal do Acre (Ufac). A atividade foi realizada na sala ambiente do PZ, como resultado da disciplina “Fundamentos de Geoinformação e Representação Gráfica para a Análise Ambiental”, ministrada pelo professor Rodrigo Serrano.

A ação marca a primeira iniciativa formalizada voltada à proteção do maior fragmento urbano de floresta em Rio Branco. As propostas foram desenvolvidas com o apoio de servidores do PZ e utilizaram ferramentas como o QGIS, mapas mentais e dados de campo.

Entre os produtos apresentados estão o Mapa de Risco de Fogo, com análise de vegetação, áreas urbanas e tráfego humano, e o Mapa de Rotas e Pontos de Água, com trilhas de evacuação e açudes úteis no combate ao fogo.

Os estudos sugerem a criação de um Plano Permanente com ações como: Parcerias com o Corpo de Bombeiros; Definição de rotas de fuga e acessos de emergência; Manutenção de aceiros e sinalização; Instalação de hidrantes ou reservatórios móveis; Monitoramento por drones; Formação de brigada voluntária e contratação de brigadistas em período de estiagem.

O Parque Zoobotânico abriga 345 espécies florestais e 402 de fauna silvestre. As medidas visam garantir a segurança da área, que integra o patrimônio ambiental da universidade.

“É importante registrar essa iniciativa acadêmica voltada à proteção do Campus Sede e do PZ”, disse Harley Araújo da Silva, coordenador do Parque Zoobotânico. Ele destacou “a sensibilidade do professor Rodrigo Serrano ao propor o desenvolvimento do trabalho em uma área da própria universidade, permitindo que os doutorandos apliquem conhecimentos técnicos de forma concreta e contribuam diretamente para a gestão e segurança” do espaço.

Participaram da atividade os doutorandos Alessandro, Francisco Bezerra, Moisés, Norma, Daniela Silva Tamwing Aguilar, David Pedroza Guimarães, Luana Alencar de Lima, Richarlly da Costa Silva e Rodrigo da Gama de Santana. A equipe contou com apoio dos servidores Nilson Alves Brilhante, Plínio Carlos Mitoso e Francisco Félix Amaral.

 



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