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Com programas de inclusão social, governo do Acre muda a história de socioeducandos do ISE
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10 meses atrásem
Carlos Alexandre
O Instituto Socioeducativo do Acre (ISE) é um importante órgão no processo de ressocialização de jovens em conflito com a lei no estado. Seu trabalho não se limita à punição, mas busca principalmente a mudança de trajetória, oferecendo aos adolescentes internados mais oportunidades, educação e acompanhamento, para que possam se reintegrar plenamente à sociedade. Com isso, a instituição tem apresentado avanços significativos nos últimos anos, tanto na redução de jovens em cumprimento de medidas socioeducativas quanto na oferta de programas educativos.
O número de adolescentes sob a responsabilidade do ISE diminuiu consideravelmente nos últimos anos. Atualmente, a instituição acompanha 111 jovens, sendo 6 do sexo feminino e 105 do sexo masculino, o que representa uma queda drástica em relação aos mais de 700 jovens em internação na época anterior à atual gestão. Os resultados atuais são fruto do trabalho de equipes multidisciplinares e de políticas públicas voltadas para a reintegração social e para a qualificação do atendimento, com foco na educação e no desenvolvimento integral dos adolescentes.
De acordo com dados recentes da instituição, o número de adolescentes que ingressaram no sistema socioeducativo em 2023 foi de 183, enquanto em 2024 esse número caiu para 115, o que significa uma redução de 37,2%. O cenário positivo é consequência direta de um esforço coletivo que envolve não apenas o governo do Acre, mas também instituições como o Ministério Público do Estado (MPAC), o Tribunal de Justiça (TJAC) e diversas outras entidades parceiras.

Investimentos e estruturação
O fortalecimento do ISE também passa por investimentos substanciais em infraestrutura e recursos humanos. Em 2024, o governo do Estado destinou R$ 13,5 milhões para a instituição, montante que foi utilizado para melhorias nas unidades de internação, aquisição de equipamentos e realização de um concurso público inédito para a contratação de novos servidores. Desde 2021, foram convocados 347 servidores, incluindo agentes socioeducativos, assistentes sociais, psicólogos e técnicos administrativos, todos com objetivo de melhorar o atendimento e a recuperação dos jovens.

No início de 2025, o governo do Acre também investiu R$ 2,4 milhões em recursos próprios para a compra de 10 novas caminhonetes e 50 detectores de metal individuais, reforçando a segurança e as condições de trabalho nas unidades.

O presidente do ISE, Mário César Freitas, ressalta a importância dessa estruturação para a consolidação do modelo de ressocialização, destacando a integração dos diversos órgãos da Justiça e da gestão estadual como fatores fundamentais para os avanços conquistados. “O apoio do governo Gladson Cameli tem sido essencial para a implementação de políticas públicas que promovem não só a punição, mas a reintegração social dos adolescentes”, afirma.

Projetos para a transformação
O sucesso do ISE também é reflexo dos projetos de reintegração social implementados nas unidades de internação. Diversos projetos abrangem as áreas de educação, cultura e qualificação profissional. Entre os mais destacados estão o Plantando Sonhos, que oferece cursos de manejo de hortas e empreendedorismo, assim como o Som da Liberdade, que proporciona aos adolescentes a oportunidade de participar de aulas de iniciação musical, estimulando a criatividade e o desenvolvimento cultural.

Além disso, a ação Informatizando as Medidas Socioeducativas tem levado tecnologia para todas as unidades, com a instalação de laboratórios de informática, preparando os jovens para o mercado de trabalho. Outros projetos, como o Esporte é Vida e o Construindo um Futuro Saudável, que oferecem tratamentos de saúde com base em medicinas alternativas, também têm sido fundamentais para o bem-estar e desenvolvimento dos internos.

Os adolescentes atendidos pelo ISE também recebem capacitação em diversas áreas, por meio de cursos oferecidos nas unidades. O Espaço da Beleza, por exemplo, propicia formação profissional para os internos que, ao saírem do sistema, podem iniciar pequenos negócios, como barbearia. O projeto Portas Abertas contribui diretamente para a geração de renda e a reintegração social dos egressos.

Outra medida importante para o pleno funcionamento das unidades foi a criação da Central Reguladora de Vagas (CRV) em 2023, que opera para evitar a superlotação nas unidades do ISE. A centralização da gestão de vagas permite maior controle e eficiência, além de possibilitar que os adolescentes recebam a devida atenção individualizada, fundamental para a reintegração social. A ação também contribui para a melhor distribuição dos jovens nas unidades de internação e semiliberdade, otimizando os recursos e garantindo que cada adolescente tenha acesso a um atendimento adequado.
O papel das parcerias
A integração com outras instituições tem sido uma estratégia essencial para o sucesso do ISE. Parcerias com secretarias estaduais, municipais e demais instituições de ensino, como o Instituto Federal do Acre (Ifac) e a Universidade Federal do Acre (Ufac), entre outras, têm proporcionado aos adolescentes acesso a diferentes saberes, como cursos técnicos, práticas culturais e até tratamentos de saúde.
Essa articulação entre diferentes esferas de governo e sociedade civil é um exemplo de como a ressocialização pode ser mais eficaz quando se conta com o apoio de várias frentes. O trabalho conjunto é imprescindível para que os jovens tenham acesso a oportunidades que garantam uma real reintegração à sociedade.
Vislumbrando o futuro
Para o ano de 2025, a previsão é de que o ISE continue a investir na qualificação dos seus servidores e na ampliação das ações de capacitação, sempre com foco na prevenção da reincidência e na promoção de uma verdadeira transformação social. Para Mário César Freitas, a redução da criminalidade juvenil no estado é um reflexo do trabalho eficaz do ISE e da articulação entre os diversos atores sociais: “O resultado de hoje é fruto de muito esforço e dedicação, mas ainda há muito a ser feito para garantir que esses jovens possam escrever um novo futuro”.
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Neabi da Ufac inicia 11ª Semana em Favor da Igualdade Racial — Universidade Federal do Acre
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6 de novembro de 2025O Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi) da Ufac realizou, na segunda-feira, 3, na sala Auton Peres, a abertura da 11ª Semana em Favor da Igualdade Racial e do 8º Novembro Negro, com o tema “Nada Sobre Nós Sem Nós: Acesso, Permanência e Protagonismo Negro”. A programação segue até 27 de novembro, com palestras, rodas de conversa, mesas-redondas, seminários, oficinas e exposições.
Os eventos integram as ações do Movimento Negro Educador, que desde 2015 reúne professores, estudantes e representantes de movimentos sociais do Acre em torno da promoção da igualdade racial. “O Novembro Negro constitui um espaço de visibilidade das epistemologias e dos saberes produzidos pelo Movimento Negro, contribuindo para o debate crítico sobre as relações étnico-raciais e para a ampliação da consciência negra, conforme orienta a política pública de promoção da igualdade racial”, disse a coordenadora dos eventos, professora Flávia Rocha.
A cerimônia de abertura contou com apresentação cultural do grupo Moças do Samba, formado por Nayara Saab, Carol de Deus e Sandra Bu. Estiveram presentes o vice-reitor Josimar Batista Ferreira; a vice-diretora do CCBN, Almecina Balbino Ferreira; a diretora do CFCH, Geórgia Pereira; e o coordenador do curso de História, João Paulo Pacheco.
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Prodgep realiza treinamento para fortalecer liderança afetiva — Universidade Federal do Acre
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6 de novembro de 2025A Pró-Reitoria de Desenvolvimento e Gestão de Pessoas (Prodgep) da Ufac promoveu, nessa terça-feira, 4, no laboratório Life, térreo do bloco do Núcleo de Tecnologia da Informação, o treinamento “Sentir para Agir”, voltado à capacitação de gestores da instituição. O encontro faz parte de uma proposta de fortalecimento da liderança afetiva, com foco na melhoria da qualidade de vida e do desempenho das equipes.
Durante a atividade, a palestrante Vanessa Vogliotti Igami destacou que o objetivo é estimular líderes já comprometidos com a universidade a desenvolverem novas habilidades emocionais, capazes de aprimorar a gestão e os resultados institucionais. “Ao cuidar do bem-estar dos líderes, melhoramos o desempenho das equipes e, com isso, toda a cadeia da educação, dos servidores aos estudantes.”
(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)
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Curso de Letras/Libras da Ufac realiza sua 8ª Semana Acadêmica — Universidade Federal do Acre
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4 de novembro de 2025O curso de Letras/Libras da Ufac realizou, nessa segunda-feira, 3, a abertura de sua 8ª Semana Acadêmica, com o tema “Povo Surdo: Entrelaçamentos entre Línguas e Culturas”. A programação continua até quarta-feira, 5, no anfiteatro Garibaldi Brasil, campus-sede, com palestras, minicursos e mesas-redondas que abordam o bilinguismo, a educação inclusiva e as práticas pedagógicas voltadas à comunidade surda.
“A Semana de Letras/Libras é um momento importante para o curso e para a universidade”, disse a pró-reitora de Graduação, Edinaceli Damasceno. “Reúne alunos, professores e a comunidade surda em torno de um diálogo sobre educação, cultura e inclusão. Ainda enfrentamos desafios, mas o curso tem se consolidado como um dos mais importantes da Ufac.”
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou que o evento representa um espaço de transformação institucional. “A semana provoca uma reflexão sobre a necessidade de acolher o povo surdo e integrar essa diversidade. A inclusão não é mais uma escolha, é uma necessidade. As universidades precisam se mobilizar para acompanhar as mudanças sociais e culturais, e o curso de Libras tem um papel fundamental nesse processo.”

A organizadora da semana, Karlene Souza, destacou que o evento celebra os 11 anos do curso e marca um momento de fortalecimento da extensão universitária. “Essa é uma oportunidade de promover discussões sobre bilinguismo e educação de surdos com nossos alunos, egressos e a comunidade externa. Convidamos pesquisadores e professores surdos para compartilhar experiências e ampliar o debate sobre as políticas públicas de educação bilíngue.”
A palestra de abertura foi ministrada pela professora da Universidade Federal do Paraná, Sueli Fernandes, referência nacional nos estudos sobre bilinguismo e ensino de português como segunda língua para surdos.
O evento também conta com a participação de representantes da Secretaria de Estado de Educação e Cultura, da Secretaria Municipal de Educação, do Centro de Apoio ao Surdo e de profissionais que atuam na gestão da educação especial.
(Fhagner Soares, estagiário Ascom/Ufac)
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