NOSSAS REDES

MUNDO

Como Caetano, Bethânia e mais artistas consagrados conectam gerações

PUBLICADO

em

Caetano Veloso marcou gerações com letras que atravessam o tempo, como em Sozinho, sucesso dos anos 1990 que segue ecoando nos corações de jovens e veteranos. Com mais de cinco décadas de carreira, o artista continua renovando sua audiência e encantando admiradores de todas as idades.

Muitos deles estarão reunidos neste sábado (9/11), em Brasília, para ver o músico cantar ao lado da irmã Maria Bethânia. Os dois filhos de Dona Canô desembarcam na cidade com um show que reúne sucessos de suas carreiras solos e homenagens a artistas como Gal Costa e IZA. Hits como Oração ao Tempo, As Canções que Você fez para Mim e Reconvexo estão confirmadíssimas no setlist.

1 de 3

Caetano Veloso e Maria Bethânia começaram, neste sábado (3/8), a turnê Caetano & Bethânia

Beatriz Queiroz/Metrópoles

2 de 3

Maria Bethânia e Caetano Veloso

Reprodução

3 de 3

Caetano e Bethânia aproveitaram a noite para celebrar Gal Costa

Beatriz Queiroz/Metrópoles

Uma das pessoas que garantiu ingresso para o show foi a estudante de jornalismo Júlia Lopes, que se prepara para chegar cedo e conseguir um bom lugar no Arena BRB Mané Garrincha. Aos 21 anos, ela descobriu o talento de Maria Bethânia aos 15, após ouvir músicas do período da ditadura militar em uma aula de história e decidir pesquisar um pouco mais.

“Encontrei um vídeo da Bethânia cantando Reconvexo e até hoje me lembro da sensação que senti. Era como se meu corpo fosse tomado por diferentes emoções e minha mente se abrisse para um novo mundo. Depois disso, passei a escutar todas as músicas dela e querer saber mais sobre. Por meio da música de Bethânia, consegui traduzir meus sentimentos”, conta a estudante.

foto colorida de mulher com disco de maria bethania - metrópoles
Júlia Lopes é fã de Maria Bethânia

Jovens como Júlia, que possui um acervo de discos, CDs e revistas e utiliza capas de discos e fotos da cantora como decoração, mostram que essa geração de artistas tem sido cada vez mais popular entre as novas gerações. Além dos irmãos Veloso, nomes como Alcione, Gal Costa, Gilberto Gil e Chico César são apreciados por pessoas que estão abaixo dos 35 anos.

A conquista desse público tem muito a ver com quem dividiu a geração com eles. Para o compositor e professor do curso de Música da Faculdade Santa Marcelina Matheus Gentili Bitondi, uma das razões para o sucesso desses artistas entre os jovens é a memória afetiva de músicas passadas de pais para filhos. Ele destaca ainda que esses nomes têm um grande interesse pela experiência social, que se concretiza em parcerias como a de Gil e MC Hariel e a de Caetano e Anitta.

A memória afetiva é um dos marcos da história de Maria Luisa Ferreira Cardoso, de 30 anos, com Caetano e Bethânia. Ao Metrópoles, ela conta que nasceu e cresceu ouvindo os artistas. “Escuto desde criança”, pontua a economista, que tem como músicas preferidas os sucessos Cajuína e Olhos nos Olhos e também se prepara para ver o show na capital do país.

Quem também é fã de carteirinha é Rafael Leite, de 22 anos. Nordestino como Caetano e Bethânia, ele se identifica com as origens dos artistas para além da música. “Caetano tem uma obra extensa, que valoriza a cultura brasileira e, essencialmente, a nordestina, e isso me faz sentir essa admiração. Ele é um grande brasileiro”, avalia o estudante de direito.

Ouça a playlist da turnê:

O jovem conta que ainda não teve a oportunidade de ir a um show da turnê Caetano & Bethânia, mas deu um jeitinho de acompanhar um deles. “Assisti cada momento do show de Recife por videochamada, e foi uma mistura de festa e lágrimas aqui em casa. A sensação de ouvir os dois juntos, mesmo que pela tela, é indescritível”, conta ele, que tenta conciliar as demandas do fim da faculdade para assistir à apresentação em Fortaleza, no Ceará.

Grandes nomes, fortes influências

Também fã dos irmãos, a cantora e professora de canto Gabriella Dias é ainda uma apaixonada pela música de Alcione e Gilberto Gil. Ela conta que teve a influência dos pais para descobrir grandes nomes da música brasileira, mas que se debruçou sobre essas obras para conhecer mais após decidir cantar de forma profissional.

No repertório de shows, ela incluiu uma homenagem a dois deles com o show GilCaê. Ao lado do também manauara Nando Montenegro ela apresenta músicas com os quais se identificam e celebra dois dos principais nomes da música nacional. “É um show que eu amo demais fazer. Sou super fã dos dois e os tenho como mestres não só pela sua obra musical, mas pelo conteúdo das músicas”, explica.

Ela avalia ainda que os artistas apresentam assuntos atemporais nos trabalhos, mesmo que alguns deles tenham 50 anos ou mais e por isso ainda falam com as novas gerações. “Eles produziram essas obras em um momento de juventude, então expressam um pouco esse ímpeto de liberdade, mas, ao mesmo tempo, vejo como uma carta de um avô, por terem imprimido vários momentos da própria vida.”

Também grande fã de Gilberto Gil, a arquiteta e urbanista Ariane Gibim destaca o poder que ele tem de transcender gerações e estilos musicais. “A mistura de música brasileira com elementos de reggae, rock, e outros gêneros, mostra um espírito de inovação e liberdade criativa que admiro muito”, destaca.

1 de 3

Ariane Gibim fez um desenho de Gil

Foto: Arquivo pessoal

2 de 3

Ele elogiou o trabalho

Foto: Reprodução

3 de 3

E compartilhou no perfil oficial dele

Foto: Reprodução

Ela pontua ainda que ele “é uma figura importante pela forma como usa a arte para falar sobre questões sociais, cultura e política”. “Gil é poético, filosófico e musicalmente ousado”, define a jovem, de 28 anos, que começou a gostar do artista por volta dos 5 anos, após dançar a música Esperando na Janela em uma apresentação da escola.

Quem também nutre admiração por uma das grandes vozes femininas da MPB é a chef Catarina Freire. Hoje com 29 anos, ela lembra de ouvir bolero e samba nos almoços de domingo, na casa dos avós, há cerca de duas décadas. “A potência da voz de Alcione sempre me pegou: a força e a intensidade que a mulher preta entoa para falar de amor é revolucionária”, avalia.

Proprietária do restaurante brasiliense Santu Comedoria, ela revela sua música preferida, a qual acredita mexer com todo mundo que a escuta — mesmo que pela primeira vez.

“A Loba. Quando toca no samba tudo à minha volta para e eu sinto a letra no meu âmago. Sempre digo que não sobra um não monogâmico quando toca nossa Marrom”, se diverte.

Quem serão os próximos grandes nomes da música brasileira?

Com muitos artistas deixando os palcos, como foi o caso de Milton Nascimento, ou prestes a se aposentar, como deve fazer Gilberto Gil, muitas pessoas especulam quem serão os próximos artistas consagrados da música. Para o professor Matheus Gentili Bitondi, quando se pensa que a arte é uma “força indutora da construção de um povo por vir” (SAFATLE, 2022, p. 18), existem nomes que podem ser boas apostas.

“A experiência estética como impulso de transformação do corpo social e produzindo relações entre arte e política pode vir de artistas como MC Hariel, Racionais MCs, Baiana System e Djonga. Eles ocupam um lugar que usa a música para pensar a sensibilidade, a consciência de classe, a consciência de si, a história pessoal e do Brasil”, explica o profissional.

Com um pensamento próximo, o professor do departamento de música da Universidade de Brasília Alexei Alves acredita que existe um caminho certo para esses novos nomes. Ele defende que musicos como Gil e Caetano ganharam ainda mais força por causa do espaço na televisão logo que esse meio começou a funcionar. Ou seja, novas mídias também podem impulsionar novos nomes.

Alexei defende, contudo, que esses artistas marcaram um período de mudanças e luta por meio da música, portanto, seus sucessores precisam seguir o mesmo caminho. “Eles deram asas para a música se transformar, evoluir, se arriscar e experimentar. Quando pensamos em quem serão os próximos, a gente pensa em pessoas que têm as mesmas atitudes transformadoras.”



Leia Mais

Advertisement
Comentários

Warning: Undefined variable $user_ID in /home/u824415267/domains/acre.com.br/public_html/wp-content/themes/zox-news/comments.php on line 48

You must be logged in to post a comment Login

Comente aqui

MUNDO

Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

PUBLICADO

em

O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

Leia mais notícia boa

Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



Leia Mais: Só Notícias Boas

Continue lendo

MUNDO

Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

PUBLICADO

em

Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

Leia mais notícia boa

A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



Leia Mais: Só Notícias Boas

Continue lendo

MUNDO

Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

PUBLICADO

em

O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

Leia mais notícia boa

Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

//www.instagram.com/embed.js



Leia Mais: Só Notícias Boas

Continue lendo

MAIS LIDAS