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Como religião foi notícia em 2024 e as perguntas para 2025 – 03/01/2025 – Cotidiano
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Neste período do ano somos estimulados a pensar sobre os meses passados e a imaginar o que virá no ciclo que se inaugura. E se fizermos esse exercício de reflexão sobre 2024 e projeção para 2025 quanto ao tema da religião no Brasil?
Ainda no primeiro trimestre do ano, em março de 2024, foi o próprio presidente Lula (PT) quem diagnosticou a dificuldade de seu governo em abrir frentes de diálogo com os evangélicos. Em uma reunião ministerial, Lula se disse pressionado a se reunir mais com o segmento. Político experiente que é, Lula estava certo em seu diagnóstico.
O saldo do ano para o governo no campo evangélico ainda é bastante negativo. No entanto, depois daquela reunião, dois eventos marcaram os meses seguintes. O primeiro foi a ruptura do deputado federal Otoni de Paula (MDB) com Jair Bolsonaro e início de uma aproximação com o governo Lula. O segundo foi Lula ter cogitado a vereadora de Goiânia, Aava Santiago (PSDB), reconhecida como um nome nacional da esquerda evangélica, para um ministério em seu governo.
Com perfis bastante distintos, ambos políticos são da Assembleia de Deus, a maior igreja evangélica do país. Buscando diálogo com um evangélico ex-bolsonarista e com uma vereadora evangélica de esquerda, Lula continua tentando compor sua frente ampla religiosa. De olho na eleição presidencial, o governo sabe que a disputa de 2026 começa em 2025. Por isso, não surpreenderá se, na anunciada reforma ministerial, Lula considerar não apenas a sigla partidária, mas também a religião de seus próximos ministros.
Em fevereiro de 2024, Juliano Spyer antecipou a pergunta-chave das eleições municipais de outubro: Líderes evangélicos vão abandonar Bolsonaro?
A questão de Spyer fez todo sentido, especialmente, durante o primeiro turno da disputa na capital paulista. Diante de uma corrida acirrada, Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB) tinham chances reais de seguirem para o segundo turno na capital paulista. Jair Bolsonaro (PL) vacilou na definição de seu apoio até ouvir de Silas Malafaia que era covarde e omisso. “Que porcaria de líder é esse?”, perguntou o pastor, que apoiou Nunes e trocou farpas com Marçal.
Jair Bolsonaro tirou Malafaia do sério porque demonstrou falta de lealdade política ao seu antigo aliado, Nunes, e errou no timing da declaração de apoio, dando margem para o crescimento de Marçal. O ex-presidente Bolsonaro não foi exatamente abandonado por líderes evangélicos, mas sua imagem neste segmento termina 2024 pior do que começou. Cada vez mais sua falta de lealdade o compromete. Malafaia até tentou lembrá-lo que tanto na política quanto na religião a falta de lealdade é pecado mortal.
Por mais que tenha perdido a eleição que disputou, a adesão que Pablo Marçal (PRTB) recebeu do eleitorado evangélico também foi notícia de destaque no ano. Sem necessariamente apelar para uma estratégia de aliança com grandes líderes religiosos, Marçal parece ter entendido como poucos que a maior parte dos eleitores evangélicos paulistas estão em igrejas pequenas e médias, com até 200 pessoas. Por isso, o candidato usou a estratégia de falar diretamente com o eleitor, sem dar tanta atenção aos seus pastores.
Marçal ameaçou pulverizar a centralidade de figuras-chave do campo da política evangélica, como Silas Malafaia. A tática é difícil de ser replicada em eleições federais, mas Marçal mostrou um caminho que poderá ser trilhado por outros. Assim como Marçal estremeceu a unidade do bolsonarismo, também fragmentou o “voto evangélico”. O surgimento de outros políticos como Marçal será capaz de desestabilizar o protagonismo de líderes religiosos hoje consolidados?
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Além das disputas anunciadas envolvendo evangélicos e política no Brasil, em 2025 também podemos esperar outros dois protagonismos no noticiário sobre religião: o catolicismo e os números do Censo.
Aos poucos, a relevância do catolicismo na política contemporânea tem adquirido a relevância que lhe cabe. Neste ano, devemos dar atenção ao catolicismo oficial. Dom Jaime Spengler, atual presidente da CNBB, foi transformado em cardeal pelo papa Francisco. Ganhou peso político e religioso, ainda não sabemos como os usará.
Espera-se para o ano a divulgação dos números sobre religião no Brasil de acordo com o Censo. Os dados já nascerão velhos, com quase três anos de defasagem. Certamente terá crescido o número de evangélicos e diminuído o de católicos, mas e as outras religiões? Terá aumentado os que se identificam como sem religião, como espíritas ou adeptos de religiões afro? Seja como for, em 2025 teremos a revelação desse retrato religioso do Brasil.
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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre
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12 de novembro de 2025A Ufac realizou o encerramento do curso de aperfeiçoamento em cuidado pré-natal na atenção primária à saúde, promovido pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex), Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa). O evento, que ocorreu nessa terça-feira, 11, no auditório do E-Amazônia, campus-sede, marcou também a primeira mostra de planos de intervenção que se transformaram em ações no território, intitulada “O Cuidar que Floresce”.
Com carga horária de 180 horas, o curso qualificou 70 enfermeiros da rede municipal de saúde de Rio Branco, com foco na atualização das práticas de cuidado pré-natal e na ampliação da atenção às gestantes de risco habitual. A formação teve início em março e foi conduzida em formato modular, utilizando metodologias ativas de aprendizagem.
Representando a reitora da Ufac, Guida Aquino, o diretor de Ações de Extensão da Proex, Gilvan Martins, destacou o papel social da universidade na formação continuada dos profissionais de saúde. “Cada cursista leva consigo o conhecimento científico que foi compartilhado aqui. Esse é o compromisso da Ufac: transformar o saber em ação, alcançando as comunidades e contribuindo para a melhoria da assistência às mulheres atendidas nas unidades.”
A coordenadora do curso, professora Clisângela Lago Santos, explicou que a iniciativa nasceu de uma demanda da Sesacre e foi planejada de forma inovadora. “Percebemos que o modelo tradicional já não surtia o efeito esperado. Por isso, pensamos em um formato diferente, com módulos e metodologias ativas. Foi a nossa primeira experiência nesse formato e o resultado foi muito positivo.”
Para ela, a formação representa um esforço conjunto. “Esse curso só foi possível com o envolvimento de professores, residentes e estudantes da graduação, além do apoio da Rede Alyne e da Sesacre”, disse. “Hoje é um dia de celebração, porque quem vai sentir os resultados desse trabalho são as gestantes atendidas nos territórios.”
Representando o secretário municipal de Saúde, Rennan Biths, a diretora de Políticas de Saúde da Semsa, Jocelene Soares, destacou o impacto da qualificação na rotina dos profissionais. “Esse curso veio para aprimorar os conhecimentos de quem está na ponta, nas unidades de saúde da família. Sei da dedicação de cada enfermeiro e fico feliz em ver que a qualidade do curso está se refletindo no atendimento às nossas gestantes.”
A programação do encerramento contou com uma mostra cultural intitulada “O Impacto da Formação na Prática dos Enfermeiros”, que reuniu relatos e produções dos participantes sobre as transformações promovidas pelo curso em suas rotinas de trabalho. Em seguida, foi realizada uma exposição de banners com os planos de intervenção desenvolvidos pelos cursistas, apresentando as ações implementadas nos territórios de saúde.
Também participaram do evento o coordenador da Rede Alyne, Walber Carvalho, representando a Sesacre; a enfermeira cursista Narjara Campos; além de docentes e residentes da área de saúde da mulher da Ufac.
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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre
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11 de novembro de 2025O Colégio de Aplicação (CAp) da Ufac realizou uma minimaratona com participação de estudantes, professores, técnico-administrativos, familiares e ex-alunos. A atividade é um projeto de extensão pedagógico interdisciplinar, chamado Maracap, que está em sua 11ª edição. Reunindo mais de 800 pessoas, o evento ocorreu em 25 de outubro, no campus-sede da Ufac.
Idealizado e coordenado pela professora de Educação Física e vice-diretora do CAp, Alessandra Lima Peres de Oliveira, o projeto promove a saúde física e social no ambiente estudantil, com caráter competitivo e formativo, integrando diferentes áreas do conhecimento e estimulando o espírito esportivo e o convívio entre gerações. A minimaratona envolve alunos dos ensinos fundamental e médio, do 6º ano à 3ª série, com classificação para o 1º, 2º e 3º lugar em cada categoria.
“O Maracap é muito mais do que uma corrida. Ele representa a união da nossa comunidade em torno de valores como disciplina, cooperação e respeito”, disse Alessandra. “É também uma proposta de pedagogia de inclusão do esporte no currículo escolar, que desperta nos estudantes o prazer pela prática esportiva e pela vida saudável.”
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou a importância do projeto como uma ação de extensão universitária que conecta a Ufac à sociedade. “Projetos como o Maracap mostram como a extensão universitária cumpre seu papel de integrar a universidade à comunidade. O Colégio de Aplicação é um espaço de formação integral e o esporte é uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento humano, social e educacional.”
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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre
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11 de novembro de 2025O curso e o Centro Acadêmico de Letras/Português da Ufac iniciaram, nessa segunda-feira, 10, no anfiteatro Garibaldi Brasil, sua 24ª Semana Acadêmica, com o tema “Minha Pátria é a Língua Pretuguesa”. O evento é dedicado à reflexão sobre memória, decolonialidade e as relações históricas entre o Brasil e as demais nações de língua portuguesa. A programação segue até sexta-feira, 14, com mesas-redondas, intervenções artísticas, conferências, minicursos, oficinas e comunicações orais.
Na abertura, o coordenador da semana acadêmica, Henrique Silvestre Soares, destacou a necessidade de ligar a celebração da língua às lutas históricas por soberania e justiça social. Segundo ele, é importante que, ao celebrar a Semana de Letras e a independência dos países africanos, se lembre também que esses países continuam, assim como o Brasil, subjugados à força de imperialismos que conduzem à pobreza, à violência e aos preconceitos que ainda persistem.
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, salientou o compromisso ético da educação e reforçou que a universidade deve assumir uma postura crítica diante da realidade. “A educação não é imparcial. É preciso, sim, refletir sobre essas questões, é preciso, sim, assumir o lado da história.”
A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou a força do tema proposto. Para ela, o assunto é precioso por levar uma mensagem forte sobre o papel da universidade na sociedade. “Na própria abertura dos eventos na faculdade, percebemos o que ocorre ao nosso redor e que não podemos mais tratar como aula generalizada ou naturalizada”, observou.
O diretor do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela), Selmo Azevedo Pontes, reafirmou a urgência do debate proposto pela semana. Ele lembrou que, no Brasil, as universidades estiveram, durante muitos anos, atreladas a um projeto hegemônico. “Diziam que não era mais urgente nem necessário, mas é urgente e necessário.”
Também estiveram presentes na cerimônia de abertura o vice-reitor, Josimar Batista Ferreira; o coordenador de Letras/Português, Sérgio da Silva Santos; a presidente do Cela, Thaís de Souza; e a professora do Laboratório de Letras, Jeissyane Furtado da Silva.
(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)
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