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Conflitos: América Latina será campo de batalha do…

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José Casado

Numa trapaça da história, a América Latina será um campo de batalha relevante na guerra econômica anunciada por Donald Trump contra a China.

Há nisso uma ponta de ironia, porque a atenção de Trump à região se dá por um viés negativo – a discriminação contra os imigrantes latinos.

Ele esgrimiu com o preconceito e o nacionalismo para atrair eleitores nas áreas industriais dos EUA devastadas pela concorrência com a China, dona do maior exército mundial de mão de obra qualificada e barata – em breve, pode vir a ser ultrapassada pela Indonésia.

Imigração latina e China são temas entrelaçados na agenda da elite de Washington. Representam questão de Estado, consensual para democratas e republicanos.

O tom de estridência na retórica eleitoral sobre esses assuntos é obra de Trump.

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Agora, ele tem a legitimidade da vitória no voto popular, no colégio eleitoral, a maioria no Senado, provavelmente também na Câmara, e na Suprema Corte, para definir as novas bases da relação dos EUA com os países latinos, agora transformados em alvo da política de contenção da imigração e da China.

Como disse no discurso da madrugada de quarta-feira (6/11), é um “mandato poderoso” conquistado numa situação política sem precedentes.

Seu primeiro alvo é o México, com 3,1 mil quilômetros de fronteira. Fechar a “porta” mexicana é o objetivo enunciado durante toda a campanha. Pressupõe isolar os EUA de todos e de tudo que venha do subcontinente latino abaixo do Rio Grande.

Na campanha, Trump ameaçou com uma espécie de bloqueio econômico ao México, a aplicação de tarifas (até 25%) como retaliação à suposta letargia mexicana na contenção das massas de imigrantes pobres em busca de lugar ao sol no sonho americano.

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Enquanto Trump esbraveja contra o “veneno” da imigração, o México se consolidava na posição de principal fornecedor dos EUA: aumentou as exportações em 4,6%.

Ocupou parte do espaço perdido pela China, cujas vendas ao mercado americana despencaram 26% no ano passado, em comparação com o ano anterior.

Visto de outra forma, os EUA passaram a depender significativamente do México na rivalidade com a China.

Ironicamente, isso aconteceu por iniciativa de Donald Trump, que arquitetou e assinou em 2016 o acordo comercial EUA-México na tentativa de proteger o mercado americano do assédio das indústrias chinesas.

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É difícil imaginar Trump destruindo um dos pilares do programa econômico do seu primeiro governo, que ele considera um grande êxito. Mas, como dizia o escritor George Orwell, política é uma soma de mentiras, evasivas, loucura, ódio e esquizofrenia. Mais uma vez, deu Trump na cabeça.



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Frase do dia: Ciro Gomes

Matheus Leitão

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“Estou muito envergonhado! Isto é uma indignidade inexplicável!” (Ciro Gomes, ex-ministro da Fazenda, usando as redes sociais para reclamar da troca de Carlos Lupi por Wolney Queiroz, seu desafeto no PDT, no comando do Ministério da Previdência Social) 


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Felipe Barbosa

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A articulação para mudar quem define o teto de jur…

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A articulação para mudar quem define o teto de jur...

Nicholas Shores

O Ministério da Fazenda e os principais bancos do país trabalham em uma articulação para transferir a definição do teto de juros das linhas de consignado para o Conselho Monetário Nacional (CMN). 

A ideia é que o poder de decisão sobre o custo desse tipo de crédito fique com um órgão vocacionado para a análise da conjuntura econômica. 

Compõem o CMN os titulares dos ministérios da Fazenda e do Planejamento e Orçamento e da presidência do Banco Central – que, atualmente, são Fernando Haddad, Simone Tebet e Gabriel Galípolo.

A oportunidade enxergada pelos defensores da mudança é a MP 1.292 de 2025, do chamado consignado CLT. O Congresso deve instalar a comissão mista que vai analisar a proposta na próxima quarta-feira. 

Uma possibilidade seria aprovar uma emenda ao texto para transferir a função ao CMN.

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Hoje, o poder de definir o teto de juros das diferentes linhas de empréstimo consignado está espalhado por alguns ministérios. 

Cabe ao Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS), presidido pelo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, fixar o juro máximo cobrado no consignado para pensionistas e aposentados do INSS.

A ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, é quem decide o teto para os empréstimos consignados contraídos por servidores públicos federais.

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Na modalidade do consignado para beneficiários do BPC-Loas, a decisão cabe ao ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Wellington Dias.

Já no consignado de adiantamento do saque-aniversário do FGTS, é o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que tem a palavra final sobre o juro máximo.

Atualmente, o teto de juros no consignado para aposentados do INSS é de 1,85% ao mês. No consignado de servidores públicos federais, o limite está fixado em 1,80% ao mês.

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Segundo os defensores da transferência da decisão para o CMN, o teto “achatado” de juros faz com que, a partir de uma modelagem de risco de crédito, os bancos priorizem conceder empréstimos nessas linhas para quem ganha mais e tem menos idade – restringindo o acesso a crédito para uma parcela considerável do público-alvo desses consignados.

Ainda de acordo com essa lógica, com os contratos de juros futuros de dois anos beirando os 15% e a regra do Banco Central que proíbe que qualquer empréstimo consignado tenha rentabilidade negativa, a tendência é que o universo de tomadores elegíveis para os quais os bancos estejam dispostos a emprestar fique cada vez menor.



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