POLÍTICA
Conspiração: Bolsonaro perdeu no tribunal da opini…
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10 meses atrásem
José Casado
Jair Bolsonaro perdeu a batalha da opinião pública antes mesmo de ir a julgamento por conspiração contra o regime democrático. É o que mostra pesquisa do instituto Quaest divulgada nesta segunda-feira, dia 6.
Quase nove em cada dez brasileiros, em todas regiões, faixas de renda, escolaridade e idade, mantém o repúdio às invasões das sedes do governo, do Congresso e do Judiciário no domingo, dia 8 de janeiro de 2023 — fato compreendido como epílogo de uma tentativa frustrada de golpe de estado para manter Bolsonaro no poder, após a derrota nas urnas.
Dois anos depois, a reprovação continua alta (86%). Segue expressiva mesmo entre os eleitores que escolheram votar em Lula (88%) e em Bolsonaro (85%) no segundo turno da eleição presidencial de 2022.
Essa quase unanimidade confirma a aversão do eleitorado à radicalização política, sobretudo com violência institucional.
É uma tendência captada em outras pesquisas desde 2022 e confirmada na eleição municipal de outubro do ano passado, quando os eleitores rejeitaram a “nacionalização” da campanha eleitoral para repetição do embate Lula x Bolsonaro.
Lula percebeu, recuou e passou a campanha praticamente recolhido em Brasília. Bolsonaro insistiu, perdeu nas principais cidades e, principalmente, no Centro-Oeste, reduto conservador que o havia apoiado nas eleições de 2018 e 2022.
A derrota nas urnas o deixou ainda mais isolado, com a liderança à direita abertamente contestada por líderes regionais como Ronaldo Caiado, governador de Goiás. Desde então, assiste à migração de antigos aliados para partidos reconhecidos como de centro.
É provável que ainda neste ano Bolsonaro seja julgado em um dos principais casos de que é acusado por conspiração e tentativa de golpe de estado.
Ele se diz inocente, mas, até agora, seu crédito no eleitorado está minguante, como demonstra a pesquisa Quaest: se havia uma tendência à relativização da participação de Bolsonaro no episódio de 8 de janeiro, ela perdeu força com a divulgação das novas evidências sobre a tentativa de golpe.
Um em cada dois brasileiros, informa a pesquisa, acha que Bolsonaro foi responsável ou influenciou nos episódios de violência política e institucional de dois anos atrás. Quase metade (48%) acha que ele participou, sim, do planejamento da tentativa de golpe de estado.
A parcela dos que acham que nada teve a ver é bem menor (39% acham que não influenciou e 34% julgam que não participou). É quadro semelhante ao registrado nas sondagens feitas em 2023, logo depois das invasões em Brasília.

Um aspecto notável é o comportamento da minoria do eleitorado no julgamento sobre a influência de Bolsonaro nos acontecimentos de 8 de janeiro.
Entre os eleitores que votaram em Lula no 2º turno de 2022, cresceu de forma expressiva (de 11% para 29%) o contingente dos que acham que ele nada teve a ver com isso.
Já entre os eleitorados que votaram em Bolsonaro, aumentou muito (de 13% para 39%) a parcela daqueles que acreditam que Bolsonaro teve, sim, influência no 8 de janeiro.
Felipe Nunes, da Quaest, arriscou uma interpretação: “Ao longo do tempo, os eleitores moderados de Lula, que enxergam algum exagero nas acusações que Bolsonaro vem sofrendo, tendem a relativizar suas posições. Ao mesmo tempo, os eleitores moderados de Bolsonaro, que enxergaram como grave as acusações contra o ex-presidente, tendem a ficar mais severos nas avaliações dos seus atos, para não se sentirem cúmplices de algo que acreditam ser errado.”
É uma teoria. Na essência, ficou evidente que Bolsonaro já perdeu no tribunal da opinião pública — por ampla maioria.
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A articulação para mudar quem define o teto de jur…
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6 meses atrásem
5 de maio de 2025Nicholas Shores
O Ministério da Fazenda e os principais bancos do país trabalham em uma articulação para transferir a definição do teto de juros das linhas de consignado para o Conselho Monetário Nacional (CMN).
A ideia é que o poder de decisão sobre o custo desse tipo de crédito fique com um órgão vocacionado para a análise da conjuntura econômica.
Compõem o CMN os titulares dos ministérios da Fazenda e do Planejamento e Orçamento e da presidência do Banco Central – que, atualmente, são Fernando Haddad, Simone Tebet e Gabriel Galípolo.
A oportunidade enxergada pelos defensores da mudança é a MP 1.292 de 2025, do chamado consignado CLT. O Congresso deve instalar a comissão mista que vai analisar a proposta na próxima quarta-feira.
Uma possibilidade seria aprovar uma emenda ao texto para transferir a função ao CMN.
Hoje, o poder de definir o teto de juros das diferentes linhas de empréstimo consignado está espalhado por alguns ministérios.
Cabe ao Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS), presidido pelo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, fixar o juro máximo cobrado no consignado para pensionistas e aposentados do INSS.
A ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, é quem decide o teto para os empréstimos consignados contraídos por servidores públicos federais.
Na modalidade do consignado para beneficiários do BPC-Loas, a decisão cabe ao ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Wellington Dias.
Já no consignado de adiantamento do saque-aniversário do FGTS, é o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que tem a palavra final sobre o juro máximo.
Atualmente, o teto de juros no consignado para aposentados do INSS é de 1,85% ao mês. No consignado de servidores públicos federais, o limite está fixado em 1,80% ao mês.
Segundo os defensores da transferência da decisão para o CMN, o teto “achatado” de juros faz com que, a partir de uma modelagem de risco de crédito, os bancos priorizem conceder empréstimos nessas linhas para quem ganha mais e tem menos idade – restringindo o acesso a crédito para uma parcela considerável do público-alvo desses consignados.
Ainda de acordo com essa lógica, com os contratos de juros futuros de dois anos beirando os 15% e a regra do Banco Central que proíbe que qualquer empréstimo consignado tenha rentabilidade negativa, a tendência é que o universo de tomadores elegíveis para os quais os bancos estejam dispostos a emprestar fique cada vez menor.
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