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Contra as cotas, só racistas! – 20/11/2024 – Opinião

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11 meses atrásem
Relembrar é viver, e o título deste artigo é um dos marcos da luta pela implementação efetiva da política de cotas raciais no Brasil.
Foi em 2012, após o julgamento da constitucionalidade das cotas raciais pelo Supremo Tribunal Federal, que organizações negras articuladas em torno do Comitê Contra o Genocídio da População Negra investiram em uma campanha ousada, pressionando o estado de São Paulo e o Governo Federal a adotarem a política nas universidades públicas.
A campanha, na época, recebeu diversas críticas pelo tom duro que adotava, mas cumpria um papel pedagógico de constranger setores que, mesmo superados os argumentos jurídicos e meritocráticos, seguiam se posicionando contrariamente às cotas raciais, embasados em um temor de que, com a adoção da política, o Brasil se dividisse entre brancos e negros (como se assim já não o fosse).
A luta pela adoção de cotas raciais no Brasil começou muito antes disso. O movimento negro brasileiro sempre compreendeu que a política de reserva de vagas para a população negra era essencial para o avanço nas condições de vida da população negra.
O Movimento Negro Unificado, por exemplo, desde a sua fundação, em 1978, já questionava a democracia racial e demandava a adoção de medidas para efetiva inclusão da população negra brasileira.
E foi a partir de todo esse contexto histórico, de luta e reivindicação dos movimentos negros brasileiros, que as cotas raciais foram adotadas no âmbito das universidades federais brasileiras, em 2012, e no âmbito do serviço público federal, em 2014.
Vale dizer que o caminho percorrido até a efetiva adoção da política consolidou uma robusta jurisprudência sobre a legalidade e a constitucionalidade da medida (ADPF 7654 e ADC 41), reafirmando que, ao adotar as cotas raciais, o Estado brasileiro não faz nada mais do que cumprir o mandamento constitucional que prevê, entre os seus princípios fundamentais, a igualdade.
Assim, dez anos após a sanção presidencial da lei que previa a adoção de cotas raciais no âmbito do serviço público no patamar de 20%, com vigência de dez anos, a Câmara dos Deputados está às vésperas de votar um novo projeto de lei que, entre outras alterações, amplia o percentual de reserva de vagas para 30% e garante a continuidade da política.
O que fundamenta a ampliação e a continuidade da política são os resultados da avaliação dessa política pública, que demonstraram a efetividade das ações afirmativas, mas não só isso, também a necessidade de sua ampliação para garantir que ela atinja a sua finalidade: contornar a desproporção racial nos cargos efetivos nas carreiras do serviço público federal.
Entre os dados mais expressivos, vale destacar as projeções realizadas pelo Ministério da Gestão e da Inovação que apontam que, considerando as reservas de 20% para pretos e pardos, somente em 2060 a população negra (pretos e pardos) atingiria 48% dos servidores públicos. Por outro lado, com a ampliação para 30%, em 2047 chegaríamos a esse mesmo patamar, que ainda está abaixo da proporção da população racial brasileira (negros conformam 56% da população).
Vale dizer que a análise realizada pelo ministério aponta que, à medida que as faixas salariais aumentam, a desproporção fica ainda maior.
A pergunta que devemos nos fazer é: por que esperar? O que justifica a decisão de atrasar em 13 anos a possibilidade de garantir uma distribuição mais justa dos cargos públicos federais?
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Ufac homenageia professores com confraternização e show de talentos — Universidade Federal do Acre

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1 dia atrásem
17 de outubro de 2025
A reitora da Ufac, Guida Aquino, e a pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, realizaram nessa quarta-feira, 15, no anfiteatro Garibaldi Brasil, uma atividade em alusão ao Dia dos Professores. O evento teve como objetivo homenagear os docentes da instituição, promovendo um momento de confraternização. A programação contou com o show de talentos “Quem Ensina Também Encanta”, que reuniu professores de diferentes centros acadêmicos em apresentações musicais e artísticas.
“Preparamos algo especial para este Dia dos Professores, parabenizo a todos, sou muito grata por todo o apoio e pela parceria de cada um”, disse Guida.
Ednaceli Damasceno parabenizou os professores dos campi da Ufac e suas unidades. “Este é um momento de reconhecimento e gratidão pelo trabalho e dedicação de cada um.”
O presidente da Fundação de Cultura Elias Mansour, Minoru Kinpara, reforçou o orgulho de pertencer à carreira docente. “Sinto muito orgulho de dizer que sou professor e que já passei por esta casa. Feliz Dia dos Professores.”
(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)
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PZ e Semeia realizam evento sobre Dia do Educador Ambiental — Universidade Federal do Acre

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2 dias atrásem
16 de outubro de 2025
O Parque Zoobotânico (PZ) da Ufac e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semeia) realizaram o evento Diálogos de Saberes Ambientais: Compartilhando Experiências, nessa quarta-feira, 15, no PZ, em alusão ao Dia do Educador Ambiental e para valorizar o papel desses profissionais na construção de uma sociedade mais consciente e comprometida com a sustentabilidade. A programação contou com participação de instituições convidadas.
Pela manhã houve abertura oficial e apresentação cultural do grupo musical Sementes Sonoras. Ocorreram exposições das ações desenvolvidas pelos organizadores, Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Sínteses da Biodiversidade Amazônica (INCT SinBiAm) e SOS Amazônia, encerrando com uma discussão sobre ações conjuntas a serem realizadas em 2026.
À tarde, a programação contou com momentos de integração e bem-estar, incluindo sessão de alongamento, apresentação musical e atividade na trilha com contemplação da natureza. Como resultado das discussões, foi formada uma comissão organizadora para a realização do 2º Encontro de Educadores Ambientais do Estado do Acre, previsto para 2026.
Compuseram o dispositivo de honra na abertura o coordenador do PZ, Harley Araújo da Silva; a secretária municipal de Meio Ambiente de Rio Branco, Flaviane Agustini; a educadora ambiental Dilcélia Silva Araújo, representando a Sema; a pesquisadora Luane Fontenele, representando o INCT SinBiAm; o coordenador de Biodiversidade e Monitoramento Ambiental, Luiz Borges, representando a SOS Amazônia; e o analista ambiental Sebastião Santos da Silva, representando o Ibama.
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Curso de extensão da Ufac sobre software Jamovi inscreve até 26/10 — Universidade Federal do Acre

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2 dias atrásem
16 de outubro de 2025
O curso de extensão Jamovi na Prática: Análise de Dados, da Ufac, está com inscrições abertas até 26 de outubro. São oferecidas 30 vagas para as comunidades acadêmica e externa. O curso tem carga horária de 24 horas e será realizado de 20 de outubro a 14 de dezembro, na modalidade remota assíncrona, pela plataforma virtual da Ufac. É necessário ter 75% das atividades realizadas para obter o certificado.
O objetivo do curso é capacitar estudantes e profissionais no uso do software Jamovi para realização de análises estatísticas de forma intuitiva e eficiente. Com uma abordagem prática, o curso apresenta desde conceitos básicos de estatística descritiva até testes inferenciais, correlação, regressão e análise de variância.
Serão explorados recursos de importação e tratamento de dados, interpretação de resultados e elaboração de relatórios. Ao final, o participante estará apto a aplicar o Jamovi em pesquisas acadêmicas e profissionais, otimizando processos de análise e apresentação de dados com rigor científico e clareza.
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