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COP30: Obra é abandonada, e região é tomado por tráfico – 13/03/2025 – Cotidiano

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COP30: Obra é abandonada, e região é tomado por tráfico - 13/03/2025 - Cotidiano

Vinicius Sassine

O abandono de uma obra de drenagem, num dos canais de Belém excluídos do pacote de obras da COP30 (conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas), levou à consolidação de uma invasão de barracos precários na beira do curso d’água, num lugar com comércio livre de drogas e com circulação restrita de pessoas de fora desse universo.

A obra teve início em 2024, e é responsabilidade da Prefeitura de Belém. É financiada com dinheiro do Banco do Brasil, no valor de R$ 36,3 milhões.

O ponto de abandono, com ampliação da violência em razão da operação do tráfico, fica a 5 km do Parque da Cidade, que será o principal espaço para os eventos oficiais e para as discussões sobre clima da COP30, em novembro. São esperados 40 mil visitantes e representantes de mais de 190 países, entre eles chefes de Estado e de governo.

Diversas obras estão em curso na cidade para a cúpula da ONU (Organização das Nações Unidas), financiadas majoritariamente por recursos do governo Lula (PT), na ordem de R$ 4,7 bilhões.

Os governos federal e do Pará, da gestão Helder Barbalho (MDB), decidiram incluir obras de drenagem e saneamento –tanto em áreas centrais quanto na periferia– no rol de intervenções feitas para a COP30.

Ao todo, há intervenção em 13 canais de Belém, com alargamento para drenagem de água da chuva, instalação de um sistema de coleta de esgoto e retirada de lixo e entulho.

As ações são uma tentativa de resolver parte de problemas históricos na formação e crescimento da cidade, onde canais e igarapés foram ocupados de forma desordenada.

Belém é a capital brasileira com mais pessoas vivendo em áreas de favelas, conforme critérios usados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os indicadores mais recentes mostram que apenas 20% dos moradores da cidade têm acesso ao serviço de coleta de esgoto.

As obras nos canais são financiadas majoritariamente com dinheiro do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), num valor superior a R$ 1 bilhão. Ao todo, 520 mil pessoas serão beneficiadas, segundo o banco, o equivalente a 40% da população da cidade.

Uma parte da população que vive em torno de canais em Belém foi excluída do pacote de obras da COP30. É o caso do espaço onde houve abandono da obra de drenagem e consolidação da invasão de barracos em condições insalubres, no canal São Joaquim, bem próximo da confluência com o canal do Galo.

Uma placa segue instalada na beira do canal, com a informação de que se trata de “mais uma obra financiada pelo Banco do Brasil”. O empreendimento é um projeto de “execução do sistema viário e drenagem em via”.

Segundo os moradores da rua rente ao canal, a obra foi abandonada. Restaram calçadas quebradas e não há sinal da presença de operários no lugar.

O espaço apertado é disputado por barracos de lona instalados no lado oposto da rua estreita, já na beira do canal. Há bastante lixo na beira, e o esgoto segue direto para a água do canal.

A reportagem da Folha esteve no local e houve pedidos de pessoas que controlam o espaço público para que não fossem feitas imagens da rua. Sem segurança mínima, foi necessário deixar o local após conversa com alguns moradores sobre a obra de drenagem.

A Prefeitura de Belém e o Governo do Pará confirmaram que a obra não integra as iniciativas voltadas para a COP30.

Segundo a prefeitura, não houve paralisação da intervenção feita na drenagem, mas um “ritmo lento quando a atual gestão assumiu”.

O atual prefeito é Igor Normando (MDB), primo de segundo grau do governador Helder Barbalho. As obras tiveram início em julho de 2024, na gestão de Edmilson Rodrigues (PSOL), derrotado nas urnas em outubro.

“Por deliberação da prefeitura, foi enviada uma notificação para a empresa contratada, que atendeu o pedido e aumentou o número de frentes de trabalho”, disse o município, em nota. Houve ainda uma troca do fiscal da obra, para acompanhamento diário do trabalho, segundo a gestão Normando.

Um parque urbano no igarapé São Joaquim integra o pacote de obras da COP30, conforme a prefeitura. “Todos os moradores do entorno serão beneficiados. Além de combater alagamentos, o projeto promove melhorias significativas na infraestrutura local.”

O Banco do Brasil afirmou, em nota, que mantém operações de crédito vigentes com Belém e que, no caso da contratação envolvendo as obras de drenagem, o fluxo de comprovação está em andamento, “não tendo ainda alcançado a fase final”.

A Secretaria de Segurança Pública do governo do Pará disse que faz rondas diárias e reforço do policiamento ostensivo e preventivo em “áreas sensíveis”, o que inclui a região do canal São Joaquim.

“A atuação policial segue critérios legais, sendo prisões feitas com flagrantes ou determinação judicial”, afirmou a secretaria, em nota.

Reportagem publicada pela Folha no último dia 27 mostrou que obras da COP30 de saneamento e drenagem em pelo menos três canais de Belém geraram avisos de demolições totais ou parciais de casas muito próximas. A retirada dos imóveis ou de parte deles seria necessária para o alargamento dos canais e das vias paralelas, e o risco gera tensão entre moradores desses locais.



Leia Mais: Folha

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Ufac recebe equipamentos para Laboratórios de Toxicologia e Farmácia Viva — Universidade Federal do Acre

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Ufac recebe equipamentos para Laboratórios de Toxicologia e Farmácia Viva — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou nesta segunda-feira, 1º, na sala ambiente do bloco de Nutrição, a entrega oficial do material destinado ao Laboratório de Toxicologia Analítica e ao Projeto Farmácia Viva, reforçando a infraestrutura científica da instituição e ampliando o suporte às ações de ensino, pesquisa e extensão.

A ação integra o Projeto de Implantação do Laboratório de Toxicologia Analítica, que recebeu a doação de 21 equipamentos permanentes, adquiridos com recursos do Ministério Público do Trabalho da 14ª Região (MPT-14), mediante autorização da Primeira Vara Federal do Acre. A iniciativa reconhece o interesse público e a relevância social das atividades desenvolvidas pela Universidade Federal do Acre, especialmente nas áreas da saúde, inovação científica e desenvolvimento regional.

Os equipamentos recebidos fortalecem duas frentes estratégicas da instituição. No âmbito do Projeto Farmácia Viva, eles ampliam a capacidade de cultivo, processamento e controle de qualidade de plantas medicinais, reforçando também as ações de extensão voltadas à promoção da saúde e ao uso racional de fitoterápicos. Já na área de toxicologia analítica, os novos aparelhos permitem o desenvolvimento e validação de métodos de análise, o processamento de matrizes biológicas e ambientais e o suporte a investigações científicas e forenses.

“Parabenizo os três professores que estão à frente desse projeto: a professora Marta Adelino, Dayan Marques e Anne Grace. Isso moderniza nossa universidade e representa um salto qualitativo na formação de profissionais”,  afirma a reitora Guida Aquino.

O professor Dayan de Araújo Marques, docente do Centro de Ciências da Saúde e do Desporto (CCSD) e farmacêutico industrial, realizou a apresentação das fases do projeto. Ele destacou que a parceria com o MPT-14 representa a consolidação de um espaço científico. “Essa consolidação é capaz de oferecer respostas mais rápidas e precisas às demandas de saúde e meio ambiente no Acre, reduzindo a dependência de laboratórios externos e ampliando o impacto social das pesquisas desenvolvidas na universidade”.

Com a entrega desse conjunto tecnológico, a instituição eleva seu potencial de atuação laboratorial e reafirma o compromisso com a produção de conhecimento e o atendimento às demandas da sociedade acreana.

Também compuseram o dispositivo de honra o Pró Reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes; a coordenadora do projeto do laboratório de toxicologia analítica, Marta Adelino da Silva Faria; a procuradora do Trabalho, representando o ministério público, Ana Paula Pinheiro de Carvalho.

 



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Curso de Medicina Veterinária da Ufac promove 4ª edição do Universo VET — Universidade Federal do Acre

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Curso de Medicina Veterinária da Ufac promove 4ª edição do Universo VET — Universidade Federal do Acre

As escolas da rede municipal realizam visitas guiadas aos espaços temáticos montados especialmente para o evento. A programação inclui dois planetários, salas ambientadas, mostras de esqueletos de animais, estudos de células, exposição de animais de fazenda, jogos educativos e outras atividades voltadas à popularização da ciência.

A pró-reitora de Inovação e Tecnologia, Almecina Balbino, acompanhou o evento. “O Universo VET evidencia três pilares fundamentais: pesquisa, que é a base do que fazemos; extensão, que leva o conhecimento para além dos muros da Ufac; e inovação, essencial para o avanço das áreas científicas”, afirmou. “Tecnologias como robótica e inteligência artificial mostram como a inovação transforma nossa capacidade de pesquisa e ensino.”

A coordenadora do Universo VET, professora Tamyres Izarelly, destacou o caráter formativo e extensionista da iniciativa. “Estamos na quarta edição e conseguimos atender à comunidade interna e externa, que está bastante engajada no projeto”, afirmou. “Todo o curso de Medicina Veterinária participa, além de colaboradores da Química, Engenharia Elétrica e outras áreas que abraçaram o projeto para complementá-lo.”

Ela também reforçou o compromisso da universidade com a democratização do conhecimento. “Nosso objetivo é proporcionar um dia diferente, com aprendizado, diversão, jogos e experiências que muitos estudantes não têm a oportunidade de vivenciar em sala de aula”, disse. “A extensão é um dos pilares da universidade, e é ela que move nossas ações aqui.”

A programação do Universo VET segue ao longo do dia, com atividades interativas para estudantes e visitantes.

(Fhagner Soares, estagiário Ascom/Ufac)



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Doutorandos da Ufac elaboram plano de prevenção a incêndios no PZ — Universidade Federal do Acre

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Doutorandos da Ufac elaboram plano de prevenção a incêndios no PZ — Universidade Federal do Acre

Doutorandos do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal (Rede Bionorte) apresentaram, na última quarta-feira, 19, propostas para o primeiro Plano de Prevenção e Ações de Combate a Incêndios voltado ao campus sede e ao Parque Zoobotânico da Universidade Federal do Acre (Ufac). A atividade foi realizada na sala ambiente do PZ, como resultado da disciplina “Fundamentos de Geoinformação e Representação Gráfica para a Análise Ambiental”, ministrada pelo professor Rodrigo Serrano.

A ação marca a primeira iniciativa formalizada voltada à proteção do maior fragmento urbano de floresta em Rio Branco. As propostas foram desenvolvidas com o apoio de servidores do PZ e utilizaram ferramentas como o QGIS, mapas mentais e dados de campo.

Entre os produtos apresentados estão o Mapa de Risco de Fogo, com análise de vegetação, áreas urbanas e tráfego humano, e o Mapa de Rotas e Pontos de Água, com trilhas de evacuação e açudes úteis no combate ao fogo.

Os estudos sugerem a criação de um Plano Permanente com ações como: Parcerias com o Corpo de Bombeiros; Definição de rotas de fuga e acessos de emergência; Manutenção de aceiros e sinalização; Instalação de hidrantes ou reservatórios móveis; Monitoramento por drones; Formação de brigada voluntária e contratação de brigadistas em período de estiagem.

O Parque Zoobotânico abriga 345 espécies florestais e 402 de fauna silvestre. As medidas visam garantir a segurança da área, que integra o patrimônio ambiental da universidade.

“É importante registrar essa iniciativa acadêmica voltada à proteção do Campus Sede e do PZ”, disse Harley Araújo da Silva, coordenador do Parque Zoobotânico. Ele destacou “a sensibilidade do professor Rodrigo Serrano ao propor o desenvolvimento do trabalho em uma área da própria universidade, permitindo que os doutorandos apliquem conhecimentos técnicos de forma concreta e contribuam diretamente para a gestão e segurança” do espaço.

Participaram da atividade os doutorandos Alessandro, Francisco Bezerra, Moisés, Norma, Daniela Silva Tamwing Aguilar, David Pedroza Guimarães, Luana Alencar de Lima, Richarlly da Costa Silva e Rodrigo da Gama de Santana. A equipe contou com apoio dos servidores Nilson Alves Brilhante, Plínio Carlos Mitoso e Francisco Félix Amaral.

 



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