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Cotistas provam que oportunidade faz a diferença – 10/10/2024 – Sou Ciência

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Maria Angélica Minhoto, Soraya Smaili, Pedro Arantes, Tamires Tavares

A política de cotas não representa um privilégio para uma minoria, mas sim uma forma de democratizar o acesso à Educação Superior, garantindo a todos, independentemente de sua origem, as mesmas oportunidades de formação e crescimento. Os resultados do Censo da Educação Superior 2023, divulgados pelo Ministério da Educação (MEC), na última quinta-feira, oferecem um panorama revelador sobre a trajetória dos estudantes cotistas nas universidades públicas brasileiras.

Esses estudantes têm demonstrado desempenho acadêmico comparável ou até superior ao de seus colegas, além de maiores índices de permanência. Os dados do Censo de 2023 ressaltam os resultados positivos dessa política, como a taxa de conclusão de 51% entre cotistas, em comparação a 41% entre não cotistas, ainda que não seja possível uma análise desagregada dessas taxas, principalmente no que se refere ao tipo de cota ocupada pelos estudantes.

O sucesso das ações afirmativas está relacionado a diversos fatores sociais, econômicos e culturais. A valorização da oportunidade, por exemplo, é um aspecto que não pode ser subestimado. Muitos jovens enfrentaram uma série de obstáculos para conquistar uma vaga na universidade, alguns deles são os primeiros de suas famílias a cursar a graduação em uma instituição pública, o que faz com que encarem essa conquista com um elevado senso de compromisso.

O foco nos estudos é, também, impulsionado pela consciência de que a formação superior é uma maneira eficaz de romper ciclos de vulnerabilidade social, assegurando uma melhor inserção no mercado de trabalho e a possibilidade de prosseguimento nos estudos em nível de pós-graduação. Essa é uma perspectiva essencial em um país onde a discriminação é um dos principais motores das desigualdades e a inclusão de profissionais e estudiosos de grupos minoritários é vital para criar um mundo de trabalho e de produção de ciência e tecnologia que reflita a sociedade brasileira de forma mais representativa.

Além da motivação pessoal, o apoio institucional é indispensável. Políticas de assistência estudantil (como bolsa-permanência, auxílio-alimentação, moradia estudantil e atendimento médico) são essenciais para garantir que os estudantes concluam seus cursos, pois aliviam as pressões financeiras, permitindo que se concentrem em suas atividades acadêmicas. Bolsas de estudos são igualmente fundamentais para a permanência e a qualidade da formação. Por isso, o fortalecimento do orçamento dessas instituições e a sua perenidade devem ser considerados um bem social da maior relevância.

A entrada de estudantes de diversas origens sociais e raciais tem contribuído para a formação de um ambiente plural, em que a troca de experiências enriquece o aprendizado mútuo e o engajamento acadêmico, impulsionando a qualidade e os índices das instituições. Isso evidencia que os benefícios das cotas, além das trajetórias individuais, impactam positivamente a Educação Superior brasileira como um todo.

Contrariando os temores iniciais de que a qualidade das universidades cairia com a adoção das cotas, os dados mostram que as notas no Enade melhoraram após a consolidação das ações afirmativas, reforçando que a inclusão e a diversidade são trunfos para a excelência acadêmica. Dados do painel Cotas nas Instituições Públicas de Educação Superior, do SoU_Ciência, indicam que essa pluralidade de perspectivas melhora a qualidade da produção científica, pois permite que as universidades abordem questões sociais com maior profundidade e inovação.

A trajetória dos estudantes cotistas mostra que, quando recebem as condições adequadas de inclusão e apoio, apresentam um alto desempenho acadêmico e uma forte disposição para transformar suas vidas e contribuir para a sociedade. Nesse sentido, políticas de ações afirmativas e de permanência estudantil são essenciais para ampliar o acesso à Educação Superior e reparar desigualdades históricas em um país onde a educação de qualidade foi, por muito tempo, um privilégio de poucos.


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Curso de Letras/Libras da Ufac realiza sua 8ª Semana Acadêmica — Universidade Federal do Acre

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Curso de Letras/Libras da Ufac realiza sua 8ª Semana Acadêmica — Universidade Federal do Acre

O curso de Letras/Libras da Ufac realizou, nessa segunda-feira, 3, a abertura de sua 8ª Semana Acadêmica, com o tema “Povo Surdo: Entrelaçamentos entre Línguas e Culturas”. A programação continua até quarta-feira, 5, no anfiteatro Garibaldi Brasil, campus-sede, com palestras, minicursos e mesas-redondas que abordam o bilinguismo, a educação inclusiva e as práticas pedagógicas voltadas à comunidade surda.

“A Semana de Letras/Libras é um momento importante para o curso e para a universidade”, disse a pró-reitora de Graduação, Edinaceli Damasceno. “Reúne alunos, professores e a comunidade surda em torno de um diálogo sobre educação, cultura e inclusão. Ainda enfrentamos desafios, mas o curso tem se consolidado como um dos mais importantes da Ufac.”

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou que o evento representa um espaço de transformação institucional. “A semana provoca uma reflexão sobre a necessidade de acolher o povo surdo e integrar essa diversidade. A inclusão não é mais uma escolha, é uma necessidade. As universidades precisam se mobilizar para acompanhar as mudanças sociais e culturais, e o curso de Libras tem um papel fundamental nesse processo.”

A organizadora da semana, Karlene Souza, destacou que o evento celebra os 11 anos do curso e marca um momento de fortalecimento da extensão universitária. “Essa é uma oportunidade de promover discussões sobre bilinguismo e educação de surdos com nossos alunos, egressos e a comunidade externa. Convidamos pesquisadores e professores surdos para compartilhar experiências e ampliar o debate sobre as políticas públicas de educação bilíngue.”

A palestra de abertura foi ministrada pela professora da Universidade Federal do Paraná, Sueli Fernandes, referência nacional nos estudos sobre bilinguismo e ensino de português como segunda língua para surdos.

O evento também conta com a participação de representantes da Secretaria de Estado de Educação e Cultura, da Secretaria Municipal de Educação, do Centro de Apoio ao Surdo e de profissionais que atuam na gestão da educação especial.

 

(Fhagner Soares, estagiário Ascom/Ufac)

 

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Propeg — Universidade Federal do Acre

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Propeg — Universidade Federal do Acre

A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeg) comunica que estão abertas as inscrições até esta segunda-feira, 3, para o mestrado profissional em Administração Pública (Profiap). São oferecidas oito vagas para servidores da Ufac, duas para instituições de ensino federais e quatro para ampla concorrência.

 

Confira mais informações e o QR code na imagem abaixo:

 



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Atlética Sinistra conquista 5º título em disputa de baterias em RO — Universidade Federal do Acre

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Atlética Sinistra conquista 5º título em disputa de baterias em RO — Universidade Federal do Acre

A atlética Sinistra, do curso de Medicina da Ufac, participou, entre os dias 22 e 26 de outubro, do 10º Intermed Rondônia-Acre, sediado pela atlética Marreta, em Porto Velho. O evento reuniu estudantes de diferentes instituições dos dois Estados em competições esportivas e culturais, com destaque para a tradicional disputa de baterias universitárias.

Na competição musical, a bateria da atlética Sinistra conquistou o pentacampeonato do Intermed (2018, 2019, 2023, 2024 e 2025), tornando-se a mais premiada da história do evento. O grupo superou sete concorrentes do Acre e de Rondônia, com uma apresentação que se destacou pela técnica, criatividade e entrosamento.

Além do título principal, a bateria levou quase todos os prêmios individuais da disputa, incluindo melhor estandarte, chocalho, tamborim, mestre de bateria, surdos de marcação e surdos de terceira.

Nas modalidades esportivas, a Sinistra obteve o terceiro lugar geral, sendo a única equipe fora de Porto Velho a subir no pódio, por uma diferença mínima de pontos do segundo colocado.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 



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