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Crítica | Maníaco do Parque

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Crítica | Maníaco do Parque

O curioso caso de Francisco Assis de Pereira. Um dos assassinos em série mais aterrorizantes da história brasileira, indivíduo que mesmo diante de tantas atrocidades cometidas em um determinado período dos anos 1990, ainda recebe cartas de mulheres interessadas em um relacionamento amoroso. Instigante a mente humana, não é mesmo, caro leitor? Além desse detalhe peculiar, é também alvo de curiosidade, o interesse do cinema brasileiro em investir numa narrativa ficcional sobre o caso apenas por agora, quase três décadas após o caso, alardeado pela mídia sensacionalista constantemente nos telejornais da época, algo que posso descrever por aqui com muita fluência, pois mesmo adolescente, ainda me lembro da maneira como o assunto foi tratado pelo âmbito da comunicação. Caos, paranoia, pânico social, hipóteses, bem como todo um processo de especulação rondou a nossa mídia durante a investigação e a captura dessa figura interpretada em Maníaco do Parque por Silvero Pereira, ator que entrega um desempenho dramático muito eficiente, o ponto nevrálgico da produção de 104 minutos, dirigida por Maurício Eça e escrita por L. G. Brandão.

Antes de adentrar nos pormenores do filme, traço aqui um panorama do caso para nos situarmos, combinado? Francisco Assis de Pereira era, em sua aparência pública, um jovem comum, trabalhador e “bem-apresentado”. Trabalhou como motoboy e tinha um perfil charmoso que usava para atrair suas vítimas. Numa era anterior ao advento e popularização das redes sociais, lotadas de psicopatas semelhantes, ele usava um elemento basilar: o carisma. Era assim que ele conseguia ganhar a confiança de mulheres jovens, passando-se por fotógrafo profissional. Em seu modo operacional, propunha sessões de fotos, conseguia convencê-las a acompanhá-lo ao Parque do Estado, em São Paulo, onde as atacava. Após captura, foi condenado por assassinar pelo menos sete mulheres, mas a polícia suspeitou outras mortes estavam associados ao seu caso. As investigações indicavam um padrão de crimes sexuais, seguido de homicídio por estrangulamento. Amplamente midiatizado, o caso causou pânico na população. A polícia montou uma força-tarefa para capturá-lo, envolvendo a análise de padrões de comportamento e a colaboração com os familiares das vítimas. Um conteúdo em potencial ao estilo filme de terror.

Nesse processo, Francisco foi capturado em 1998, após uma intensa caçada. Confessou seus crimes e indicou os locais onde estavam os restos mortais de suas vítimas. Laudos apontavam que Pereira possuía traços de psicopatia e um distúrbio sexual. Detalhes sobre seu passado revelaram uma infância conturbada e possíveis traumas que poderiam ter contribuído para a eclosão de seu comportamento criminoso. Durante o julgamento, o comportamento frio e calculista de Francisco chocou a opinião pública. Ele foi condenado a mais de 200 anos de prisão por seus crimes. O caso suscitou debates sobre a segurança pública, a vulnerabilidade de mulheres em grandes centros urbanos e a forma como predadores sexuais podem se camuflar na sociedade. A já mencionada cobertura midiática se esbaldou com a situação. Os jornalistas tinham material para detalhar cada descoberta e acompanhar de perto o julgamento. Programas de televisão e jornais exploraram o tema, aumentando a pressão sobre as autoridades, minando a sensação de segurança não apenas dos paulistas, mas de telespectadores, leitores e internautas de todo o território brasileiro.

Após a resolução do caso, mudanças em políticas de segurança e campanhas de conscientização sobre os perigos de aceitar propostas de estranhos foram intensificadas. Também houve um incentivo para melhorias nas técnicas de investigação criminal e apoio às vítimas. Assustador, o caos estabelecido por Francisco Assis de Pereira, deixou uma marca na memória coletiva brasileira e, em 2024, ganha a sua versão cinematográfica com lançamento direto no serviço de streaming Prime Vídeo. Mas, precisamos nos perguntar, diante do que estabelecido ao longo da narrativa: Maníaco do Parque consegue traduzir o caso real em conteúdo ficcional com eficiência? A resposta, caro leitor, é objetiva por aqui: razoavelmente. Não consigo examinar a narrativa como ruim, mas é perceptível que a tensão podia ir mais além. Silvero pereira, em excelente desenho de personagem, nos entrega um verdadeiro monstro em cena, mas o filme tem também outros elementos interessantes, não sendo esse desastre que a nossa costumeira crítica brasileira, em seu eterno Complexo de Vira-Lata, apressada e unidimensional, já o classificou. É apenas um filme mediano, simples, diferente talvez do que esperávamos. Uma proposta vendida no trailer como terror, mas que flerta mais com o drama, relativamente comprometida pelo discurso proeminente das nossas telenovelas que, muitas vezes, contaminam a construção narrativa da nossa cinematografia.

Dividido em duas linhas, a trama se estabelece da seguinte maneira: de um lado, temos Elena (Giovana Grigio), uma jornalista iniciante que labuta diariamente por respeito diante do espaço misógino do veículo Notícias Populares. Ao ter a chance de ganhar notoriedade em publicações de capa no jornal em questão, ela adentra numa investigação alucinante em torno dos crimes cometidos por Francisco Assis (Silvero Pereira), personagem que assume assustadoramente o outro lado da narrativa. Como sabemos, clichê é algo que funciona muito bem. Por isso, o texto de L. G. Brandão concebe uma jornalista com problemas diante do referencial paterno no passado, alguém angustiada constantemente pelo cotidiano, figura ficcional que vai transformar a jornada investigativa diante do maníaco em algo central em sua vida, situação que a impede de respirar tranquilamente, de dormir em paz e de sorrir em qualquer momento que seja de seus dias. Essa é uma abordagem que funciona há eras no cinema internacional, desde Clarice Starling ao personagem de Sandra Bullock em Cálculo Mortal, dentre outros tantos suspenses que nos esbaldaram aos sábados noturnos do Super Cine. Aqui, por sinal, não é um problema.

A atriz segura firme o seu papel e demonstra firmeza diante de suas necessidades dramáticas. Rotineiramente “nublada”, circunspecta na investigação que pode mudar a sua posição dentro do jornalismo, Elena é responsável por dar ao “Maníaco do Parque”, a sua famosa nomenclatura. Mas, em contrapartida, é angustiante a sua batalha diária ao lidar com “homens escrotos” no ambiente de trabalho. Quando questionada por seu “chefe” sobre os motivos de uma mulher ter sido atropelada pelo marido, conteúdo de um de seus primeiros trabalhos no tal veículo de comunicação, antes da empreitada em torno de Francisco Assis de Pereira, ela recebe como resposta o seguinte absurdo: “temos que entender o que foi que ela fez para ter sido atropelada (grifo meu)”. Diante disso, não há muito a se esperar em termos colaborativos nesse espaço machista. Face ao cenário, a jornalista parte numa empreitada de busca por entendimento sobre as ações do psicopata antes, durante e depois dos seus crimes, uma experiência desconfortável enquanto ser humano, mas para muito além, enquanto mulher.

O que podemos perceber, no filme, é uma abordagem relativamente covarde. Os envolvidos na realização, provavelmente, se viram diante de fortes dilemas. Talvez por fugir do sensacionalismo comum ao tipo de trama, ou então, ao tentar estabelecer uma trama mais respeitosa com as sobreviventes, bem como os familiares das vítimas que não conseguiram escapar do lado monstruoso do psicopata, nos entregam uma narrativa morna. Maníaco do Parque não é exatamente um filme de terror. Está mais para uma abordagem dramática, com toques de investigação, com algumas doses bem controladas de suspense. É, em linhas gerais, uma história sobre um momento passado sombrio da segurança pública brasileira, mas que flerta com nossas celeumas do presente, especificamente, o feminicídio constante e a culpa atribuída à vítima, poucas vezes ao agressor. Como análise do papel do jornalismo, traz um texto interessante. O ponto de vista, feminino, diante de um cenário de discursos misóginos e posicionamento ético comprometedor da comunicação. Tudo, por sua vez, muito ameno.

E, talvez por isso, Maníaco do Parque não seja tão magnético como esperávamos. As explicações da personagem de Mel Lisboa, como irmã da protagonista, uma terapeuta, são um tanto pedagógicas demais, em linhas de diálogo que soam frágeis, mesmo diante da atuação firme da atriz que costuma ser muito competente em seus desempenhos dramáticos televisivos. Bruno Garcia, como o jornalista Zico, é a tradução do homem tóxico babaca do contemporâneo, hoje desnudado por denúncias em nossa atual era das redes sociais, mas que nos anos 1990, se esbaldava com seu posicionamento privilegiado. Silvero Pereira, como já mencionado, entrega um excelente personagem, esférico, abjeto, em mais um dos ótimos trabalhos do ator que, costumeiramente, entrega bons resultados no que se propõe a fazer. Marcos Pigossi, como editor do jornal Notícias Populares, também cumpre bem o seu papel, tão asqueroso quanto o desempenho de Bruno Garcia, ambos circundantes do mesmo espaço fílmico.

Consciente do tipo de filme em que se encontra envolvida, a equipe de realizadores, em quesitos estéticos, também nos entrega um trabalho assertivo. Há, inclusive, uma referência, proposital ou não, ao clássico momento de Jodie Foster em O Silêncio dos Inocentes, quando a personagem desce literalmente ao inferno para seu primeiro encontro com Hannibal Lecter.  Isso acontece quando a jornalista, próximo ao final, é informada que o psicopata deseja uma entrevista com a mesma, a responsável pelo título que o alçou à fama: o “Maníaco do Parque”. É uma referência discreta, concebida pela direção de fotografia de Marcelo Trotta, realizada com muito esmero, ao captar os espaços erguidos pela direção de arte também eficiente, assinada por Denise Dourado. No âmbito musical, a composição de Ed Cortês é contida, tal como a direção de Maurício Eça, cineasta mais uma vez envolvido na contemplação cinematográfica de psicopatas brasileiros, haja vista a sua assinatura em A Menina Que Matou os Pais e O Menino Que Matou Meus Pais, narrativas que demonstra lados paralelos da trajetória macabra de Suzane von Richtofen.

No geral, um filme razoável, com potencial para ser ótimo, mas que é apenas bom.

Maníaco do Parque (Brasil, 18 de outubro de 2024)
Direção: Maurício Eça
Roteiro: L. G. Bayão
Elenco: Silvero Pereira, Mariana Amâncio, Giovanna Grigio, Gilberto Barros, Marco Antonio Barreto, Arianne Botelho, Nathália Falcão, Augusto Madeira, Bruna Carvalho, Olívia Lopes, Bruno Garcia, Gui Giannetto, Olivia Lopes, Christian Malheiros, Mel Lisboa, Vicka Matos
Duração: 80 min.



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Polícia prende 13 pessoas em operação na Maré; três morreram

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Polícia prende 13 pessoas em operação na Maré; três morreram

Douglas Corrêa – Repórter da Agência Brasil

A polícia prendeu 13 pessoas nesta segunda-feira (9) na segunda fase da Operação Torniquete, realizada no complexo de favelas da Maré, zona norte do Rio de Janeiro.

De acordo com balanço divulgado, foram recuperados 68 veículos e foram apreendidos seis fuzis, duas pistolas, duas granadas, celulares e mais de 150 kg de drogas, além da localização de pontos de clonagem de carros de luxo. Dois criminosos morreram em confronto com policiais, segundo as autoridades. 

Duas mulheres foram feridas durante a ação, uma delas teve ferimento na perna e foi liberada e a outra morreu a caminho do hospital. A Delegacia de Homicídios da Capital investiga os casos. 

As principais vias expressas do Rio – as linhas Amarela e Vermelha e a Avenida Brasil – sofreram diversos impactos, no início da manhã desta segunda-feira (9), em consequência da operação.

As investigações revelaram roubos de veículos e de cargas, clonagem de veículos para revenda ou troca por armas e drogas, desmanche de automóveis e prática de outros crimes nas comunidades. “Combatemos facções criminosas que são responsáveis por 80% dos roubos de veículos e por 90% dos roubos de cargas. O veículo roubado é fonte de receita. A carga roubada tem liquidez imediata. Nós atuamos contra as lideranças, mas muito mais para atacar as finanças dessas organizações”, disse o secretário da Polícia Civil, Felipe Curi.

O secretário de Segurança Pública, Victor dos Santos disse que a operação visa a enfraquecer as organizações criminosas. Mais de 600 policiais civis e militares participaram da ação.

Durante a operação na Maré, a Polícia Militar, junto com as forças especiais, retiraram mais de duas toneladas de barricadas das ruas, que impedem a entrada das equipes policiais. “Um dos grandes obstáculos que as equipes policiais encontram hoje são as barricadas, que impedem o morador de ter o seu direito básico de locomoção”, disse o secretário de Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes.



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Governo deve implantar seis unidades para atender mulher indígena

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Governo deve implantar seis unidades para atender mulher indígena

Daniella Almeida – Repórter da Agência Brasil

O Ministério das Mulheres (MMulheres) firmou parceria, nesta segunda-feira (9), com a Universidade de Brasília (UnB), para elaborar diretrizes arquitetônicas para a construção da futura Casa da Mulher Indígena (CAMI), que irá atender mulheres indígenas em situação de violência.  

De acordo com a pasta, cada unidade deverá ter infraestrutura adequada às necessidades e demandas das mulheres dos diferentes biomas. O projeto deverá seguir as orientações do LAB Mulheres, Arquitetura e Territórios (LAB_M.A.T), da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), da UnB, e considerar edificações sensíveis à natureza.

Durante a cerimônia, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, disse que, para a elaboração do projeto, a pasta já tem dialogado com lideranças dos povos indígenas, representantes de governo, como os ministérios dos Povos Indígenas, da Saúde, da Justiça e Segurança Pública, além da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).


Brasília (DF),09/12/2024 - A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, durante o lançamento do Sistema Nacional de Dados das Casas da Mulher Brasileira. A nova ferramenta será responsável por coletar e organizar, de maneira padronizada e estruturada, os dados referentes aos atendimentos realizados nas Casas em todo o país. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Brasília (DF),09/12/2024 - A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, durante o lançamento do Sistema Nacional de Dados das Casas da Mulher Brasileira. A nova ferramenta será responsável por coletar e organizar, de maneira padronizada e estruturada, os dados referentes aos atendimentos realizados nas Casas em todo o país. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Brasília (DF),09/12/2024 – A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, anuncia projeto para Casa da Mulher Indígena – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

“É um grande desafio a construção da Casa da Mulher Indígena, pois o que existe na Casa da Mulher Brasileira não poderá compor na Casa da Mulher Indígena. Portanto, são necessários diálogos com as mulheres indígenas nas oitivas, plenárias, assembleias e nas conferências realizadas em parceria com o Ministério dos Povos Indígenas, porque a concepção arquitetônica e a política devem ser trabalhadas juntas e coletivamente”, disse. 

Historicamente, a violência contra mulheres indígenas não se limita ao âmbito familiar, mas ocorre em diversos setores da sociedade, influenciada por fatores históricos, culturais e sociais, relacionados, sobretudo, à violação dos direitos dos povos indígenas, agravados por racismo, e sexismo.

A reitora da UnB, Rozana Reigota Naves, antecipou que a assinatura do Termo de Execução Descentralizada (TED) deverá preencher uma lacuna significativa nas políticas públicas voltadas às mulheres indígenas que enfrentam múltiplas formas de violência, muitas vezes, sem o suporte necessário. “A criação de um espaço arquitetônico sensível às realidades indígenas é um passo fundamental para mitigar as vulnerabilidades dessas mulheres, ao mesmo tempo que valoriza suas tradições e promove a autonomia de suas comunidades.”

“Temos de trabalhar em uma escuta ativa das comunidades indígenas e, sobretudo, promovendo que os resultados dessas pesquisas retornem às comunidades”, afirmou Rozana Reigota Naves.

Casas da Mulher Indígena

Ao todo, o ministério prepara a construção de seis Casas da Mulher Indígena, uma unidade em cada bioma brasileiro (Caatinga, Pampa, Pantanal, Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica). Nestes equipamentos públicos, serão oferecidos serviços específicos de acolhimento e atendimento às mulheres indígenas em situação de violência, com identidade tradicional, que leve em conta seus aspectos culturais e respeite a dignidade delas. 

Além do encaminhamento das vítimas à rede de atendimento especializada, o projeto em elaboração prevê que a atuação da equipe multidisciplinar deverá formar lideranças, bem como desenvolver ações educativas e de sensibilização nas comunidades sobre o tema.

Casa da Mulher Brasileira

A Casa da Mulher Brasileira é um dos eixos do Programa Mulher Viver sem Violência, retomado pelo Ministério das Mulheres em março de 2023.

O objetivo dessas unidades é facilitar o acesso aos serviços especializados para garantir condições de enfrentamento à violência, o empoderamento da mulher e sua autonomia econômica.

Com foco no atendimento multidisciplinar e humanizado às mulheres, a Casa da Mulher Brasileira integra, no mesmo espaço, diversos serviços especializados: acolhimento e triagem; apoio psicossocial; delegacia; Juizado; Ministério Público, Defensoria Pública; cuidado das crianças – brinquedoteca (acolhe crianças de 0 a 12 anos, que acompanham as mulheres, enquanto estas aguardam o atendimento); alojamento de passagem; central de transportes; promoção de autonomia econômica, por meio de educação financeira, qualificação profissional e de inserção no mercado de trabalho.

Atualmente, existem dez Casas da Mulher Brasileira em funcionamento: Campo Grande, Fortaleza, Ceilândia (DF), Curitiba, São Luís, Boa Vista, São Paulo, Salvador, Teresina e Ananindeua (PA).

Outras 17 unidades estão em construção, sendo dez centros de referência e atendimento à mulher e mais sete Casas da Mulher Brasileira em obras, localizadas em Manaus, Aracaju, Palmas, Vila Velha (ES), Goiânia, Macapá (AP) e Belo Horizonte (MG).

A meta do governo federal é ter, ao todo, 40 Casas da Mulher Brasileira em funcionamento, até 2026, em todas as unidades da Federação.



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Cármen Lúcia defende mais participação de eleitores maiores de 70 anos

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Cármen Lúcia defende mais participação de eleitores maiores de 70 anos

André Richter – Repórter da Agência Brasil

A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, defendeu nesta segunda-feira (9) o aumento da participação de eleitores maiores de 70 anos nas eleições de 2026. Nessa faixa de idade, o voto é facultativo.

A ministra apresentou, no início desta noite, o relatório final de avaliação das eleições municipais de outubro. O documento revela as principais causas do aumento da abstenção no segundo turno do pleito deste ano, que ficou em 29,26% do eleitorado.

Cármen Lúcia afirmou que houve comparecimento de menos de 50% do eleitorado com idade acima de 70 anos e defendeu a realização de campanhas para aumentar a participação efetiva de idosos.

“Isso joga luz sobre os preconceitos que nós temos no Brasil, como o etarismo, em que a pessoa com mais de 70 anos não é convidada a votar com afinco, como fazemos com o eleitorado jovem. Nós temos depoimentos de eleitores que chegam para votar, a despeito das nossas campanhas de providências para acessibilidade, e são destratados nas filas”, afirmou.

A presidente do TSE disse que as alterações feitas nas comemorações do Dia do Servidor Público (28 de outubro) também podem ter contribuído para o aumento da abstenção, além da facilidade para o eleitor fazer a justificativa pelo aplicativo e-Título.

“Por questões de política, que podem interferir, e interferem, no resultado das eleições, isso fica a cargo de cada município resolver para quando vai flexibilizar. Se quer que se esvazie, ele passa para segunda ou para sexta naquele fim de semana que vai ter a eleição. Isso é feito para propiciar que a pessoa que vai para a serra ou para a praia não volte para votar”, completou.

Diplomação

Os candidatos eleitos no pleito municipal de outubro devem ser diplomados pelos tribunais regionais eleitorais (TREs) até o dia 19 deste mês. As cerimônias de posse estão previstas para 1° de janeiro de 2025.



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