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Cylone Chido: moradores locais gritam suas queixas enquanto Macron visita Mayotte | Maiote
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11 meses atrásem
Agence France-Presse in Mamoudzou
Os habitantes perturbados e furiosos de Mayotte gritaram as suas queixas ao presidente francês, Emmanuel Macron, quando este visitou a ilha, cinco dias depois de ter sido devastado por um ciclone.
No topo da lista estava a falta de água e comida e o medo de saques.
Macron, que esteve no território ultramarino francês na quinta-feira para avaliar a destruição causada pelo ciclone Chido, disse que prolongaria a sua viagem por um dia para poder inspecionar áreas remotas do arquipélago do Oceano Índico. Ele declarou um dia nacional de luto na segunda-feira.
As equipes de emergência ainda procuravam sobreviventes e forneciam a ajuda desesperadamente necessária.
“Senhor Presidente, ninguém se sente seguro aqui”, disse uma mulher a Macron durante a sua visita ao centro hospitalar de Mamoudzou. “As pessoas estão brigando pela água.”
Enquanto Macron conversava com os funcionários do hospital, um funcionário disse baixinho: “Mais dois dias e não poderemos mais alimentar os pacientes. Estou enojado.
Um homem do grupo chamou a atenção do presidente para os saques, dizendo que os ladrões poderiam facilmente entrar em casas cujos telhados foram arrancados, apesar do toque de recolher noturno.
“Senhor Presidente, tememos que isto se esteja a tornar como o Haiti”, disse ele, referindo-se ao país caribenho assolado pela pobreza e pela criminalidade que está em estado de emergência desde Março.
Macron respondeu prometendo fazer “tudo ao meu alcance para que você tenha água, comida e eletricidade” e prometeu “reconstruir” Maiote. Suas garantias tiveram uma recepção mista, da esperança à incredulidade. O presidente disse aos jornalistas que iria intensificar a luta contra a imigração ilegal, “ao mesmo tempo que reconstruiria escolas, reconstruiria casas, reconstruiria o hospital, e assim por diante”.
“Não deixem ninguém dizer que o governo jogou a toalha”, acrescentou.
A visita do presidente ocorreu depois que Paris declarou medidas de “catástrofe natural excepcional” para Mayotte na noite de quarta-feira.
Mayotte, localizada perto de Madagáscar, na costa do sudeste de África, é a região mais pobre de França. O avião de Macron transportava 20 médicos, enfermeiros e pessoal da segurança civil, bem como quatro toneladas de alimentos e produtos sanitários. “Não vá embora tão cedo”, implorou um oficial de segurança do aeroporto, Assan Halo, ao presidente quando ele chegou. “Não temos mais nada.”
Alguns transeuntes zombaram do comboio presidencial ao passar por um posto de gasolina, onde os carros faziam fila em uma longa fila na esperança de conseguir combustível. “É uma loucura”, disse um policial de Mayotte, pedindo para não ser identificado. “Você tem a sensação de que o governo subestimou completamente a escala do desastre.”
Um balanço preliminar do Ministério do Interior francês indica que 31 pessoas foram confirmadas mortas, 45 gravemente feridas e mais de 1.370 sofreram ferimentos mais leves. Mas as autoridades dizem que é provável que haja um número final de mortos de centenas ou mesmo milhares de pessoas.
“A tragédia de Mayotte é provavelmente o pior desastre natural dos últimos séculos da história francesa”, disse o primeiro-ministro, François Bayrou.
A França disse ter activado o mecanismo de protecção civil da UE, uma resposta conjunta a catástrofes. O governo emitiu um decreto congelando os preços dos bens de consumo em Maiote para os níveis anteriores ao ciclone, em resposta à escassez generalizada.
Meteorologistas dizem que o ciclone Chido, que atingiu a ilha no sábado, foi o mais recente de uma série de tempestades em todo o mundo alimentadas pelas mudanças climáticas.
Estima-se que um terço da população de Maiote vivia em bairros de lata, cujos frágeis telhados de chapa metálica ofereciam pouca protecção contra a tempestade.
No hospital Mamoudzou, as janelas foram quebradas e as portas arrancadas das dobradiças, mas a maioria dos médicos dormia lá enquanto Chido varria suas casas. Os eletricistas corriam para restaurar uma maternidade, a maior da França, com cerca de 10 mil nascimentos por ano.
Alguns corpos poderão nunca ser identificados, uma vez que grande parte da população é muçulmana, com a sua tradição religiosa a ditar que os corpos sejam enterrados rapidamente.
“Existem valas comuns ao ar livre. Não há serviços de emergência”, disse Estelle Youssouffa, deputada da Assembleia Nacional por Mayotte. “Ninguém vem buscar os corpos.”
Um homem na multidão disse a Macron: “Nas favelas, as pessoas enterram os corpos em covas rasas”.
A avaliação do número de mortos é ainda mais complicada pela imigração ilegal, especialmente das ilhas Comores, a norte, o que significa que grande parte da população não está registada. Embora Maiote tenha oficialmente 320.000 habitantes, as autoridades estimam que o número real seja 100.000-200.000 maior.
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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre
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12 de novembro de 2025A Ufac realizou o encerramento do curso de aperfeiçoamento em cuidado pré-natal na atenção primária à saúde, promovido pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex), Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa). O evento, que ocorreu nessa terça-feira, 11, no auditório do E-Amazônia, campus-sede, marcou também a primeira mostra de planos de intervenção que se transformaram em ações no território, intitulada “O Cuidar que Floresce”.
Com carga horária de 180 horas, o curso qualificou 70 enfermeiros da rede municipal de saúde de Rio Branco, com foco na atualização das práticas de cuidado pré-natal e na ampliação da atenção às gestantes de risco habitual. A formação teve início em março e foi conduzida em formato modular, utilizando metodologias ativas de aprendizagem.
Representando a reitora da Ufac, Guida Aquino, o diretor de Ações de Extensão da Proex, Gilvan Martins, destacou o papel social da universidade na formação continuada dos profissionais de saúde. “Cada cursista leva consigo o conhecimento científico que foi compartilhado aqui. Esse é o compromisso da Ufac: transformar o saber em ação, alcançando as comunidades e contribuindo para a melhoria da assistência às mulheres atendidas nas unidades.”
A coordenadora do curso, professora Clisângela Lago Santos, explicou que a iniciativa nasceu de uma demanda da Sesacre e foi planejada de forma inovadora. “Percebemos que o modelo tradicional já não surtia o efeito esperado. Por isso, pensamos em um formato diferente, com módulos e metodologias ativas. Foi a nossa primeira experiência nesse formato e o resultado foi muito positivo.”
Para ela, a formação representa um esforço conjunto. “Esse curso só foi possível com o envolvimento de professores, residentes e estudantes da graduação, além do apoio da Rede Alyne e da Sesacre”, disse. “Hoje é um dia de celebração, porque quem vai sentir os resultados desse trabalho são as gestantes atendidas nos territórios.”
Representando o secretário municipal de Saúde, Rennan Biths, a diretora de Políticas de Saúde da Semsa, Jocelene Soares, destacou o impacto da qualificação na rotina dos profissionais. “Esse curso veio para aprimorar os conhecimentos de quem está na ponta, nas unidades de saúde da família. Sei da dedicação de cada enfermeiro e fico feliz em ver que a qualidade do curso está se refletindo no atendimento às nossas gestantes.”
A programação do encerramento contou com uma mostra cultural intitulada “O Impacto da Formação na Prática dos Enfermeiros”, que reuniu relatos e produções dos participantes sobre as transformações promovidas pelo curso em suas rotinas de trabalho. Em seguida, foi realizada uma exposição de banners com os planos de intervenção desenvolvidos pelos cursistas, apresentando as ações implementadas nos territórios de saúde.
Também participaram do evento o coordenador da Rede Alyne, Walber Carvalho, representando a Sesacre; a enfermeira cursista Narjara Campos; além de docentes e residentes da área de saúde da mulher da Ufac.
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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre
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11 de novembro de 2025O Colégio de Aplicação (CAp) da Ufac realizou uma minimaratona com participação de estudantes, professores, técnico-administrativos, familiares e ex-alunos. A atividade é um projeto de extensão pedagógico interdisciplinar, chamado Maracap, que está em sua 11ª edição. Reunindo mais de 800 pessoas, o evento ocorreu em 25 de outubro, no campus-sede da Ufac.
Idealizado e coordenado pela professora de Educação Física e vice-diretora do CAp, Alessandra Lima Peres de Oliveira, o projeto promove a saúde física e social no ambiente estudantil, com caráter competitivo e formativo, integrando diferentes áreas do conhecimento e estimulando o espírito esportivo e o convívio entre gerações. A minimaratona envolve alunos dos ensinos fundamental e médio, do 6º ano à 3ª série, com classificação para o 1º, 2º e 3º lugar em cada categoria.
“O Maracap é muito mais do que uma corrida. Ele representa a união da nossa comunidade em torno de valores como disciplina, cooperação e respeito”, disse Alessandra. “É também uma proposta de pedagogia de inclusão do esporte no currículo escolar, que desperta nos estudantes o prazer pela prática esportiva e pela vida saudável.”
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou a importância do projeto como uma ação de extensão universitária que conecta a Ufac à sociedade. “Projetos como o Maracap mostram como a extensão universitária cumpre seu papel de integrar a universidade à comunidade. O Colégio de Aplicação é um espaço de formação integral e o esporte é uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento humano, social e educacional.”
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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre
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11 de novembro de 2025O curso e o Centro Acadêmico de Letras/Português da Ufac iniciaram, nessa segunda-feira, 10, no anfiteatro Garibaldi Brasil, sua 24ª Semana Acadêmica, com o tema “Minha Pátria é a Língua Pretuguesa”. O evento é dedicado à reflexão sobre memória, decolonialidade e as relações históricas entre o Brasil e as demais nações de língua portuguesa. A programação segue até sexta-feira, 14, com mesas-redondas, intervenções artísticas, conferências, minicursos, oficinas e comunicações orais.
Na abertura, o coordenador da semana acadêmica, Henrique Silvestre Soares, destacou a necessidade de ligar a celebração da língua às lutas históricas por soberania e justiça social. Segundo ele, é importante que, ao celebrar a Semana de Letras e a independência dos países africanos, se lembre também que esses países continuam, assim como o Brasil, subjugados à força de imperialismos que conduzem à pobreza, à violência e aos preconceitos que ainda persistem.
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, salientou o compromisso ético da educação e reforçou que a universidade deve assumir uma postura crítica diante da realidade. “A educação não é imparcial. É preciso, sim, refletir sobre essas questões, é preciso, sim, assumir o lado da história.”
A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou a força do tema proposto. Para ela, o assunto é precioso por levar uma mensagem forte sobre o papel da universidade na sociedade. “Na própria abertura dos eventos na faculdade, percebemos o que ocorre ao nosso redor e que não podemos mais tratar como aula generalizada ou naturalizada”, observou.
O diretor do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela), Selmo Azevedo Pontes, reafirmou a urgência do debate proposto pela semana. Ele lembrou que, no Brasil, as universidades estiveram, durante muitos anos, atreladas a um projeto hegemônico. “Diziam que não era mais urgente nem necessário, mas é urgente e necessário.”
Também estiveram presentes na cerimônia de abertura o vice-reitor, Josimar Batista Ferreira; o coordenador de Letras/Português, Sérgio da Silva Santos; a presidente do Cela, Thaís de Souza; e a professora do Laboratório de Letras, Jeissyane Furtado da Silva.
(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)
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