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De Guimarães a Santa Maria da Feira, o vale do calçado de Portugal forçado a evoluir para o mercado de luxo

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“Esta máquina vale 1 milhão de euros. Este aqui 600.000.” Com o dedo, Ruben Duarte destaca, um a um, os últimos investimentos da Aloft, antes de cruzar a soleira desta fábrica construída em 1994, na zona rural de Canidelo, a norte do Porto (Portugal). “Aí, você vê, poderíamos instalar outros”disse o diretor comercial, apontando para um hangar vazio e um terreno baldio, à beira de uma floresta de eucaliptos varrida pelo vento do Oceano Atlântico.

Ruben Duarte, diretor comercial da Aloft, em Canidelo, norte do Porto (Portugal), 30 de setembro de 2024.

A Aloft opera cerca de trinta máquinas para moldar solas de borracha ou plástico reciclado. Botas também, aos milhões, para a Decathlon, desde 2017. O equipamento mais recente, o E-Blast, produz solas macias, a partir de espuma soprada com nitrogênio. Esta máquina semiautomática, um carrossel de vinte e quatro estações de moldagem controladas por um único operador, é o orgulho de Pedro Joaquim Castro, patrão da Aloft. Foi financiado, especifica, através da obtenção de ajuda pública “até 30%”graças ao plano de recuperação português, adotado após a crise da Covid-19 e apoiado pela União Europeia.

Até 2030, a Federação dos Produtores Portugueses de Calçado (Apiccaps) estima que serão investidos 600 milhões de euros no setor, que emprega mais de 33 mil pessoas em 1.171 empresas. Um sinal tangível da modernização da indústria portuguesa. Metade deste montante virá de fundos europeus e o restante de empresas.

Leia também | Artigo reservado para nossos assinantes “Os países do Sul da Europa estão a vingar-se económicamente”

Conhecido pelos modelos em pele, o país é o segundo produtor europeu de calçado desde 2022, atrás de Itália e à frente de Espanha, lembra Paulo Alexandre Gonçalves, porta-voz da Apiccaps. Em dez anos, o volume de vendas aumentou 14,4%. O logótipo made in Portugal foi aposta em 85 milhões de pares de calçado em 2022.

Atender pedidos “em três meses”

Isto ainda é uma gota no oceano em comparação com os 24 mil milhões de pares produzidos por ano no mundo, principalmente na China e no Vietname. Mas a indústria lusitana beneficiou de um interesse renovado em 2021, durante a pandemia de Covid-19 e o confinamento chinês, com várias marcas a abandonarem os subcontratantes asiáticos. “Os pedidos inundaram nossas fábricas”lembra Fernanda Moreira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Calçados e Artigos de Couro (SNPIC).

A nova área fabril da fábrica Aloft conta com painéis solares. A extensão, com telhado verde, é atualmente utilizada como depósito. Em Canidelo, norte do Porto (Portugal), 30 de setembro de 2024. A nova área fabril da fábrica Aloft conta com painéis solares. A extensão, com telhado verde, é atualmente utilizada como depósito. Em Canidelo, norte do Porto (Portugal), 30 de setembro de 2024.

Obviamente, o sector beneficia de baixos custos laborais, com um salário mínimo mensal de 820 euros, um dos mais baixos da zona euro. Produzir em Portugal também permite às marcas francesas reduzir a sua pegada ambiental, uma vez que a eletricidade do país provém principalmente de energias renováveis. Acima de tudo, o setor consegue honrar as suas ordens “em três meses”argumenta Charles Fourmaux, cofundador da marca Balzac Paris.

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PPG em Educação da Ufac promove 4º Simpósio de Pesquisa — Universidade Federal do Acre

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PPG em Educação da Ufac promove 4º Simpósio de Pesquisa — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou, nessa terça-feira, 18, no teatro E-Amazônia, campus-sede, a abertura do 4º Simpósio de Pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE). Com o tema “A Produção do Conhecimento, a Formação Docente e o Compromisso Social”, o evento marca os dez anos do programa e reúne estudantes, professores e pesquisadores da comunidade acadêmica. A programação terminou nesta quarta-feira, 19, com debates, mesas-redondas e apresentação de estudos que abordam os desafios e avanços da pesquisa em educação no Estado.

Representando a Reitoria, a pró-reitora de Pós-Graduação, Margarida Lima Carvalho, destacou o papel coletivo na consolidação do programa. “Não se faz um programa de pós-graduação somente com a coordenação, mas com uma equipe inteira comprometida e formada por professores dedicados.”

O coordenador do PPGE, Nádson Araújo dos Santos, reforçou a relevância histórica do momento. “Uma década pode parecer pouco diante dos longos caminhos da ciência, mas nós sabemos que dez anos em educação carregam o peso de muitas lutas, muitas conquistas e muitos sonhos coletivos.”

 

A aluna do programa, Nicoly de Lima Quintela, também ressaltou o significado acadêmico da programação e a importância do evento para a formação crítica e investigativa dos estudantes. “O simpósio não é simplesmente dois dias de palestra, mas dois dias de produção de conhecimento.” 

A palestra de abertura foi conduzida por Mariam Fabia Alves, presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped), que discutiu os rumos da pesquisa educacional no Brasil e os desafios contemporâneos enfrentados pela área. O evento contou ainda com um espaço de homenagens, incluindo a exibição de vídeos e a entrega de placas a professores e colaboradores que contribuíram para o fortalecimento do PPGE ao longo desses dez anos.

Também participaram da solenidade o diretor do Cela, Selmo Azevedo Apontes; a presidente estadual da Associação de Política e Administração da Educação; e a coordenadora estadual da Anfope, Francisca do Nascimento Pereira Filha.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 



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Consu da Ufac adia votação para 24/11 devido ao ponto facultativo — Universidade Federal do Acre

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A votação do Conselho Universitário (Consu) da Ufac, prevista para sexta-feira, 21, foi adiada para a próxima segunda-feira, 24. O adiamento ocorre em razão do ponto facultativo decretado pela Reitoria para esta sexta-feira, 21, após o feriado do Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.

A votação será realizada na segunda-feira, 24, a partir das 9h, por meio do sistema eletrônico do Órgão dos Colegiados Superiores. Os conselheiros deverão acessar o sistema com sua matrícula e senha institucional, selecionar a pauta em votação e registrar seu voto conforme as orientações enviadas previamente por e-mail institucional. Em caso de dúvidas, o suporte da Secrecs estará disponível antes e durante o período de votação.

 



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Professora Aline Nicolli, da Ufac, é eleita presidente da Abrapec — Universidade Federal do Acre

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Professora Aline Nicolli, da Ufac, é eleita presidente da Abrapec — Universidade Federal do Acre

A professora Aline Andréia Nicolli, do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela) da Ufac, foi eleita presidente da Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências (Abrapec), para o biênio 2025-2027, tornando-se a primeira representante da região Norte a assumir a presidência da entidade.

Segundo ela, sua eleição simboliza não apenas o reconhecimento de sua trajetória acadêmica (recentemente promovida ao cargo de professora titular), mas também a valorização da pesquisa produzida no Norte do país. Além disso, Aline considera que sua escolha resulta de sua ampla participação em redes de pesquisa, da produção científica qualificada e do engajamento em discussões sobre formação de professores, práticas pedagógicas e políticas públicas para o ensino de ciências.

“Essa eleição também reflete o prestígio crescente das pesquisas desenvolvidas na região Norte, reforçando a mensagem de que é possível produzir ciência rigorosa, inovadora e socialmente comprometida, mesmo diante das dificuldades operacionais e logísticas que marcam a realidade amazônica”, opinou a professora.

Aline explicou que, à frente da Abrapec, deverá conduzir iniciativas que ampliem a interlocução da associação com universidades, escolas e entidades científicas, fortalecendo a pesquisa em educação em ciências e contribuindo para a consolidação de espaços acadêmicos mais diversos, plurais e conectados aos desafios educacionais do país.

 



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