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Descoberta de novos geoglifos pode reescrever a história da Amazônia

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7 anos atrásem

Novos geoglifos descobertos no estado do Acre reforçam a ideia de que havia uma numerosa população milenar e hierarquizada na Amazônia 2.500 anos antes da chegada dos europeus. Dados podem “reescrever” a história da região.
“A Amazônia era estudada como tendo um passado inóspito, uma região com pouca população e essas estruturas arqueológicas que vemos aqui demonstram o contrário”, disse à EFE Ivandra Rampanelli, arqueóloga com mestrado e doutorado em pré-história e responsável pela mais recente descoberta de geoglifos no Acre.
Para a cientista, as escavações indicam que “poderia ter sido uma população densa, grande, organizada e hierarquizada e isso reescreve a história da Amazônia como um todo, está mudando o que antes era visto como um território vazio”.
Os geoglifos são figuras construídas em encostas ou planícies, utilizando a técnica de adição de terra ou pedras, com tonalidades escuras de origem vulcânica de forma a criar um mosaico.
Os pesquisadores descobriram nos últimos anos um total de 523 geoglifos no estado do Acre, no Brasil, que faz fronteira com a Bolívia e o Peru, país onde se localiza os famosos geoglifos de Nazca.
Segundo Ivandra Rampanelli, a responsável pelas escavações mais recentes, os novos “desenhos na terra” descobertos na planície de Acre estão associados a rituais dos povos indígenas que habitavam a região antes da chegada dos europeus.
Com mais de 2 mil anos de antiguidade, as linhas de Nazca, no Peru, são Patrimônio UNESCO desde 1994
As primeiras descobertas datam de 1977, segundo a especialista, quando pesquisadores locais encontraram oito áreas arqueológicas.
Apesar de um trabalho contínuo posterior, foi somente a partir de 2005 que um estudo sistemático dos locais avançou, isto com a ajuda de ferramentas diferenciadas, como satélites.
A mais recente descoberta na Amazônia ocorreu em outubro do ano passado, em uma pesquisa coordenada por Ivandra Ramapanelli, do Instituto do Patrimônio Histórico do Acre, e com a participação dos espanhóis Agustin Diaz Castillo, da Universidade de Valência.
Em julho, os primeiros resultados da descoberta começaram a ser relatados. Para Rampanelli, por estarem no meio da vegetação, os geoglifos são melhor preservados “do que aqueles em áreas privadas e que hoje servem de pasto para o gado”.
“Nas escavações futuras, poderemos encontrar material que permanece bem preservado e estudos de inventário botânico, inventário florestal, estudos do solo, porque estão melhor preservados do que outras áreas abertas (…)”, acrescentou.
Os dois novos geoglifos estão localizados na região de selva da reserva Chico Mendes, sendo que um deles é um círculo de noventa metros de diâmetro e cerca de quatro metros de profundidade.
A região amazônica do Brasil e da Bolívia tem mais de 800 geoglifos, dos quais 523 estão no Acre, um dos estados mais pobres do Brasil.
Recentemente, uma expedição arqueológica britânica descobriu 81 aldeias no estado de Mato Grosso, com vestígios de cerâmica e ferramentas de povos antigos. Ciberia, Lusa // ZAP
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Minicurso para agricultores aborda qualidade e certificação de feijão — Universidade Federal do Acre

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1 semana atrásem
15 de abril de 2025
O projeto Bioeconomia e Modelagem da Cadeia Produtiva dos Feijões do Vale do Juruá realizou o minicurso “Controle de Qualidade de Feijões Armazenados e Certificação de Feijão”, ministrado pelos professores Bruno Freitas, da Ufac, e Guiomar Sousa, do Instituto Federal do Acre (Ifac). As aulas ocorreram em 30 de março e 1 de abril, em Marechal Thaumaturgo (AC).
O minicurso teve como público-alvo agricultores e membros da Cooperativa Sonho de Todos (Coopersonhos), os quais conheceram informações teóricas e práticas sobre técnicas de armazenamento, parâmetros de qualidade dos grãos e processos para certificação de feijão, usados para agregar valor à produção local e ampliar o acesso a mercados diferenciados.
“Embora existam desafios significativos no processo de certificação do feijão, as oportunidades são vastas”, disse Bruno Freitas. “Ao superar essas barreiras, com apoio adequado e estratégias bem estruturadas, os produtores podem conquistar mercados internacionais, aumentar sua rentabilidade e melhorar a sustentabilidade de suas operações.”
Guiomar Sousa também destacou a importância do minicurso para os produtores da região. “O controle de qualidade durante o armazenamento do feijão é essencial para garantir a segurança alimentar, preservar o valor nutricional e evitar perdas que comprometem a renda dos agricultores.”
O minicurso tem previsão de ser oferecido, em breve, para alunos dos cursos de Agronomia da Ufac e cursos técnicos em agropecuária e alimentos, do Ifac.
O projeto Bioeconomia e Modelagem da Cadeia Produtiva dos Feijões do Vale do Juruá é financiado pela Fapac, pelo CNPq e pelo Basa. A atividade contou com parceria da Embrapa-AC, da Coopersonhos e da Prefeitura de Marechal Thaumaturgo.
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Projeto oferece assistência jurídica a alunos indígenas da Ufac — Universidade Federal do Acre

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1 semana atrásem
15 de abril de 2025
O curso de Direito e o Observatório de Direitos Humanos, da Ufac, realizam projeto de extensão para prestação de assistência jurídica ao Coletivo de Estudantes Indígenas da Ufac (CeiUfac) e a demais estudantes indígenas, por meio de discentes de Direito. O projeto, coordenado pelo professor Francisco Pereira, começou em janeiro e prossegue até novembro deste ano; o horário de atendimento é pela manhã ou à tarde.
Para mais informações, entre em contato pelo e-mail cei.ccjsa@ufac.br.
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Ufac discute convênios na área ambiental em visita ao TCE-AC — Universidade Federal do Acre

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11 de abril de 2025
A reitora da Ufac, Guida Aquino, participou de uma visita institucional ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-AC), com o objetivo de tratar dos convênios em andamento entre as duas instituições. A reunião, que ocorreu nesta sexta-feira, 11, teve como foco o fortalecimento da cooperação técnica voltada à revitalização da bacia do igarapé São Francisco e à ampliação das ações conjuntas na área ambiental.
Guida destacou que a parceria com o TCE em torno do igarapé São Francisco é uma das mais importantes já estabelecidas. “Estamos enfrentando os efeitos das mudanças climáticas e precisamos de mais intervenções no meio ambiente. Essa ação conjunta é estratégica, especialmente neste ano em que o Brasil sedia a COP-30 [30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima].”
A reitora também valorizou a atuação da presidente Dulcinéia Benício à frente do TCE. “É uma mulher que valoriza a educação e sabe que é por meio da ciência que alcançamos os objetivos importantes para o desenvolvimento do nosso Estado”, completou.
Durante o encontro, foram discutidos os termos de cooperação técnica entre o TCE e a Ufac. O objetivo é fortalecer a capacidade de resposta das instituições públicas frente às emergências ambientais na capital acreana, com o suporte técnico e científico da universidade.
Para Dulcinéia Benício, o momento marca o fortalecimento da parceria entre o tribunal e a universidade. Ela disse que a iniciativa tem gerado resultados importantes, mas que ainda há muito a ser feito. “É uma referência a ser seguida; ainda estamos no início, mas temos muito a contribuir. A universidade tem sido parceira em todos os projetos ambientais desenvolvidos pelo tribunal.”
Ela também ressaltou que a proposta vai além da contenção de enxurradas. “O projeto avança sobre aspectos sociais, ambientais e de desenvolvimento, que hoje são indispensáveis na execução das políticas públicas.”
Participaram da reunião o pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes; o pró-reitor de Planejamento, Alexandre Hid, além de professores e pesquisadores envolvidos no projeto. Pelo TCE, acompanharam a agenda os conselheiros Ronald Polanco e Naluh Gouveia.
Também estiveram presentes representantes da Secretaria de Estado de Habitação e Urbanismo, da Fundape e do governo do Estado. O professor aposentado e economista Orlando Sabino esteve presente, representando a Assembleia Legislativa do Acre.
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