NOSSAS REDES

MUNDO

Divulgado o áudio em que Trump discute pagamento no caso da ex-modelo

PUBLICADO

em

Nesta quarta-feira (25), a CNN divulgou a gravação em que Donald Trump negocia com seu advogado, Michael Cohen, o pagamento “em dinheiro” dos direitos sobre a história da ex-modelo da Playboy, Karen McDougal, sobre seu suposto caso com o presidente dos Estados Unidos.

No programa Cuomo Prime Time, a emissora divulgou os primeiros trechos da gravação feita pelo antigo advogado de Donald Trump, Michael Cohen, em 2016, quando o magnata era candidato à presidência dos Estados Unidos. O áudio foi encontrado pelas autoridades norte-americanas nas buscas que fizeram no gabinete de Cohen.



Na gravação, ouve-se Donald Trump discutir com seu advogado a forma de comprar os direitos da história que Karen McDougal estava tentando vender à imprensa. A ex-modelo da Playboy dizia ter mantido uma relação extraconjugal com o chefe de Estado em 2006.

O áudio foi gravado por Michael Cohen em 2016, em plena campanha eleitoral. Na gravação, o então advogado de Trump sugere “abrir uma empresa” para “fazer a transferência” ao “amigo David” – David Pecker, amigo próximo de Trump e proprietário da American Media, que detém o tabloide National Enquirer.

O Observador explica que a estratégia passava por adquirir os direitos da história de modo a impedir sua futura divulgação. Tanto o presidente como o advogado queriam comprar o silêncio da ex-modelo, cuja intenção era vender a história à mídia.

Dessa forma, como Pecker era um amigo próximo de Donald Trump, o pagamento podia ser feito ao próprio Pecker, como forma de pagar o “favor” de ter adquirido a história para abafá-la”, ou à modelo, através da American Media. No entanto, o destinatário final do pagamento permanece um mistério.

Mais à frente no áudio, Cohen diz “nós temos que pagar” e Trump responde, ordenando que o pagamento seja feito “em dinheiro“. Contudo, devido às más condições da gravação, não é claro se Trump sugere que o pagamento seja feito em dinheiro ou se recusa a pagar de todo.

A gravação, fornecida à CNN por Lanny Davis, atual advogado de Michael Cohen, foi mais tarde divulgada no canal da ABC no YouTube. Ciberia // ZAP

 

MUNDO

Mais feminina e menos branca, nova Câmara de SP tem domínio da direita e tensão para disputas de poder

PUBLICADO

em

Mais feminina e menos branca, nova Câmara de SP tem domínio da direita e tensão para disputas de poder

A composição de correntes ideológicas da Câmara Municipal de São Paulo segue com a dominância dos partidos mais à direita, com novas figuras em ascensão no bolsonarismo. A casa ganhou mais mulheres e pessoas pardas, mas ainda está longe de um cenário igualitário de representatividade.

Entre os 55 vereadores eleitos, 20 são caras novas no legislativo paulistano, ou 36% do total. Os cinco mais votados nas eleições deste ano são novatos na casa: Lucas Pavanato (PL), Ana Carolina Oliveira (Pode), Dr. Murillo Lima (PP), Sargento Nantes (PP) e Amanda Paschoal (PSOL).

Pavanato é um expoente das redes sociais da direita bolsonarista enquanto Ana Carolina é mãe de Isabela Nardoni, que morreu assassinada em 2008. Murillo Lima é veterinário e irmão mais novo do deputado federal Bruno Lima, ambos com pautas em defesa dos animais. Nantes é policial militar há 20 anos e era apoiador de Pablo Marçal, eleito com um discurso contra o comunismo. Amanda Paschoal é apadrinhada por Erika Hilton (PSOL), de quem foi assessora.

As mulheres obtiveram sete cadeiras a mais do que na legislatura anterior, pulando de 13 para 20 assentos: 40% delas estão em partidos de direita, 35% na esquerda e 25% no centro.

Na composição ideológica, foram 18 cadeiras para os partidos mais identificados com a esquerda contra 37 para os partidos mais próximos do centro e da direita. Uma leve melhora para a esquerda, que ganhou um assento extra nessa eleição com a vereadora Marina Bragante, a primeira a ser eleita pela Rede na capital paulista.

As maiores bancada voltam a ser a do PT, com oito vereadores, e MDB, União e PL, empatados em segundo lugar, com sete cada um. Veja no gráfico a seguir:

Com o segundo turno ainda em andamento, os cenários para gestões de Ricardo Nunes (MDB) ou Guilherme Boulos (PSOL) são completamente diferentes. O atual prefeito é apoiado por 67% dos partidos representados na Câmara, incluindo o Novo, que já manifestou apoio à candidatura de Nunes após a candidata Marina Helena cair no primeiro turno.

Boulos teria apenas 32% das cadeiras com suas legendas aliadas e teria que abrir amplo espaço ao centrão para melhorar a margem na Câmara. A reeleita Luna Zarattini, do PT, é otimista, apesar dos números não serem favoráveis ao psolista.

— Acredito que a gente puxa o Centro para a nossa base política. Existe diálogo com partidos e parlamentares (do Centro) que poderiam tranquilamente vir para esse debate — avalia Zarattini, que foi a mais votada do PT, com cerca de 100.000 votos, e é sobrinha do deputado federal Carlos Zarattini.

O veterano Rodrigo Goulart (PSD), apoiador de Nunes, faz uma avaliação diferente. — A diferença é que com um tem governabilidade (com o atual prefeito), o outro não (com Boulos). Mas não tem nenhuma possibilidade (de Boulos ganhar) — diz Goulart.

A vida pode não ser, no entanto, mil maravilhas para Nunes. O MDB, a legenda do prefeito, perdeu quatro cadeiras em comparação a 2020: uma foi para a esquerda e outras três para partidos que estão mais à direita do espectro político que o MDB. É esperado então que, assim como na campanha eleitoral, caso reeleito, o prefeito adote uma postura mais à direita do que na legislatura atual, para angariar o apoio das novas vozes do bolsonarismo.

O vereador mais votado da Câmara e do país, Lucas Pavanato, é um dos que prometem trabalhar por uma guinada conservadora. Bolsonarista de carteirinha, foi eleito com ênfase especial na pauta de costumes. Fez ruído na campanha defendendo, por exemplo, a proibição de mulheres trans em banheiros femininos.

Formado em administração e com 26 anos, foi apadrinhado pelo atual vereador Fernando Holiday (PL), que não buscou reeleição. Pavanato diz querer levar partidos da direita que estão mais próximos do centro, como o União, para o lado dos conservadores.

— Avalio que o Rubinho Nunes (reeleito), com essa votação que teve no União (mais de 100.000 eleitores) tem força suficiente para me ajudar no trabalho de trazer o partido dele mais para a direita e construimos uma bancada forte na Câmara — diz o vereador eleito, que mantém uma relação de proximidade com o futuro colega.

Pavanato diz que sua maior rival na Câmara deve ser Amanda Paschoal, a vereadora mais votada da esquerda, com cerca de 108.000 votos pelo PSOL. Ela é da mesma opinião de Pavanato e também o elege como o maior antagonista.

– O candidato mais bem votado se elegeu com pautas anti-pessoas trans, contra pessoas como eu, anti-LGBT. Se não todas, a grande maioria (das propostas dele) são inconstitucionais ou não são de competência municipal – diz ela sobre Pavanato, antevendo que debates acalorados devem surgir entre os dois.

Entre as bandeiras de Amanda aparecem a destinação de mais recursos para o Fundo Municipal de Combate à Fome, marca de Erika Hilton, e um programa de formação sobre a diversidade nas escolas, com foco no combate a problemas como a LGBTfobia e o racismo.

Dentro das portas da Câmara dos Vereadores, a diversidade está longe do equilíbrio, apesar de algumas mudanças na atual composição da casa. O legislativo paulistano tinha apenas uma representante indígena, a atual deputada federal Juliana Cardoso (PT), e não elegeu nenhuma outra para 2025. O número de brancos, porém, caiu de 41 para 38, enquanto os vereadores que se declararam pardos dobrou, indo de 5 para 10.

A incógnita maior do legislativo paulistano neste ano, no entanto, será a presidência da Câmara, cargo que ficou os últimos quatro mandatos com Milton Leite (União), que está na casa desde 1997. Leite elegeu como sucessores dois candidatos do mesmo partido, que acabaram eleitos: Silvio Antonio, o Silvão, e Silvio Ricardo, o Silvinho. A dupla recebeu volumes generosos da sigla, com R$3,7 milhões cada um.

– Milton Leite é insubstituível. A próxima Câmara trabalhará ao lado do prefeito Ricardo Nunes, que com toda certeza será reeleito – avalia Silvão. Entre os atuais vereadores, especula-se que, se Nunes for eleito, MDB, PL e União devem lançar candidatos. Os três partidos têm o mesmo número de parlamentares, portanto entendem que qualquer um teria prerrogativa de lançar um nome.

*Estagiária sob supervisão de Mauricio Xavier

Leia Mais

Continue lendo

MUNDO

PEC que limita poder de ministros do STF avança na Câmara – 09/10/2024 – Poder

PUBLICADO

em

PEC que limita poder de ministros do STF avança na Câmara - 09/10/2024 - Poder

Mariana Brasil

A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (9) a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que limita as decisões individuais de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).

A proposta é uma das que visam modificar a atuação dos ministros do Judiciário, determinando que que somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial os tribunais possam aplicar medidas cautelares que suspendam a eficácia de leis e atos normativos, além de outras ações.

A PEC 8/2021 foi aprovada por 39 votos a 18. Os partidos da base do governo na Câmara são contrários aos projetos que restringem os poderes dos ministros do STF. O PT usou o recurso da obstrução para tentar evitar a apreciação do tema, mas a maioria optou por dar prosseguimento à votação.

O pacote de medidas que miram a atuação do Supremo inclui duas PECs e dois projetos de lei.

“Hoje um ministro pode dar uma [medida] cautelar sozinho e não tem referendo nenhum. Não é nada correto que não haja prazo e que não haja pelo menos o referendo dos pares”, afirmou o deputado Marcel Van Hatemm (Novo-RS), relator da PEC 8. “Não cabe ao Supremo Tribunal Federal legislar ou inovar criando norma geral e abstrata”.

O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) classificou a PEC como um “despautério”. “Claramente ela fere o princípio pétrio do equilíbrio entre os poderes. Ela pretende criar um legislativo hipertfrofiado”.

Uma das PECs do pacote limita as decisões individuais de ministros do Supremo e a outra permite que as decisões do STF possam ser derrubadas pelo Congresso Nacional. Já os projetos de lei tratam de alterações de previsão de crime de responsabilidade dos ministros do Supremo.

A PEC aprovada nesta quarta-feira (9) já havia sido aprovada em novembro pelo Senado.

Ela define que as chamadas decisões monocráticas não podem suspender a eficácia de uma lei ou norma de repercussão geral aprovada pelo Congresso e sancionada pela Presidência da República —para isso, obriga que haja decisões colegiadas.

O texto exige análise colegiada e autoriza somente o presidente do órgão a decidir sozinho, apenas em período de recesso judiciário e sob necessidade de análise coletiva após o retorno das atividades.


COMO É HOJE EM DIA

Ministros podem deliberar sozinhos sobre qualquer tema envolvendo os outros Poderes e instâncias administrativas, além de, por meio de decisão liminar, anularem o efeito de leis aprovadas em todos os âmbitos federativos —municipal, estadual e federal.

Uma mudança recente no regimento interno do STF, durante a presidência da então ministra Rosa Weber, definiu que decisões liminares dos magistrados precisam ser confirmadas pelo plenário virtual em sessão subsequente à sua publicação. Se houver prisão, a análise deve ser feita no plenário físico.

COMO FICA SE A PEC FOR APROVADA

A proposta define que as chamadas decisões monocráticas não podem suspender a eficácia de uma lei ou norma de repercussão geral aprovada pelo Congresso e sancionada pela Presidência da República —para isso, obriga que haja decisões colegiadas.

Ficaria autorizado apenas o presidente do STF a decidir sozinho e somente durante o período de recesso judiciário. Entretanto, a deliberação deve ser analisada pelo resto do tribunal em até 30 dias após o retorno das atividades.





Leia Mais: Folha

Continue lendo

MUNDO

Nova biografia revisita Camões 500 anos após nascimento – 09/10/2024 – Tom Farias

PUBLICADO

em

Nova biografia revisita Camões 500 anos após nascimento - 09/10/2024 - Tom Farias

O poeta Luís de Camões é, certamente, um dos autores mais estudados do mundo, embora sua vida continue a ser um grande mistério, mesmo passados cinco séculos após ter nascido.

Ainda sobre dúvidas e incertezas, uma nova biografia nos chega para revisitar sua vida e obra. Em “Fortuna, Caso, Tempo e Sorte – Biografia de Luís de Camões” (Contraponto), a experiente historiadora portuguesa Isabel Rio Novo perfaz o percurso vivido pelo poeta do épico “Os Lusíadas” até a sua morte, ocorrida em 10 de junho de 1580, como doente comum, em um hospital na cidade de Lisboa.

Trabalho de grande fôlego, bem documentado e escrito, que lhe consumiu anos de pesquisas, a nova biografia de Camões é o resultado mais bem realizado sobre a vida e a obra do poeta —e foi lançado, em Portugal, durante os festejos comemorativos dos 500 anos de seu nascimento. A data exata, defendida como sendo 1524 (ou 1525, para outras opiniões), ainda é vista com bastante controvérsia, assim como a região onde teria nascido o “príncipe dos poetas do seu tempo” —se Lisboa ou Coimbra.

A biógrafa se esmera em argumentos, citações e referências, muitas delas consultadas em fontes primárias, mas, ela mesma, não consegue dá por conclusa sua investigação. Nascido ou não em Lisboa, tendo estudado ou não na Universidade de Coimbra, o fato é que Isabel Rio Novo faz um levantamento minucioso e digno, e que estabelece, com muitos acertos, uma linha evolutiva sobre a trajetória de um dos mais lidos e importantes poetas do mundo.

Com base em suas pesquisas, vamos percorrer a mais secular origem do poeta, e a autora passa a inventaria o apelido Camões, informando que seu topônimo tinha certo significado e “estava no nome de uma ave aquática pernalta” — na grafia atual, seria “camão” ou “caimão”. Por aproximação ou analogia, o sobrenome do grande poeta português deriva dessa ave, que “ainda hoje encontra refúgio na área protegida dos terrenos alagadiços”. Como o poeta também foi homem das armas e do mar, além da pena, tendo participado de diversas batalhas, o significado da ave tem tudo a ver com a história de sua vida.

A biografia evoluiu para o legado literário de Camões, com foco na poesia lírica e épica, procurando elucidar a forma pela qual foi composto “Os Lusíadas”, a publicação do livro e a fama alcançada através dele. Nesse ínterim, se refere ao naufrágio e fala do “manuscrito molhado”, como está em um dos cantos do poema. A pesquisadora também trata do Camões missivista e dramaturgo e comenta, com ótimos detalhes, as peças teatrais escritas e encenadas ainda em vida do poeta, como o caso do “Auto do Filodemo”.

O livro se configura em excelente oportunidade de revisitar o poeta tantos séculos após seu nascimento e morte. Além disso, oferece farto material sobre o estudo da história da navegação portuguesa, com seus feitos marítimos, que tiveram impactos no mundo, especialmente no Brasil, “descoberto” em abril de 1500, ou seja, duas décadas antes do nascimento do poeta.

Publicado em edição portuguesa, os leitores brasileiros podem estranhar o linguajar e a escrita da obra, mas, pelo poeta, vale a pena a aventura.


LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.



Leia Mais: Folha

Continue lendo

MAIS LIDAS