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É hora de tributar os combustíveis fósseis e os produtos transportados para financiar a resiliência climática | Opiniões
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Poucos dias após a conclusão da Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas em Baku, reflecti sobre as consequências do furacão Beryl que assolou as Caraíbas há cinco meses. Na sua esteira, Granada, que ficou devastada, acionou uma cláusula de furacão que lhe permitiu suspender o serviço da dívida por alguns anos.
Isto proporcionou a tão necessária liquidez a uma escala, ritmo e taxas de juro mais baixas do que qualquer outro instrumento.
Estas cláusulas são um antídoto necessário para as seguradoras em retirada, à medida que os furacões se tornam mais frequentes e devastadores devido às alterações climáticas. Em última análise, o serviço da dívida poupada terá de ser pago, não a taxas de emergência e num momento posterior e melhor, mas não é gratuito.
Os países em desenvolvimento particularmente vulneráveis às alterações climáticas, e que têm pouca responsabilidade pelas mesmas, estão a pagar mais de 100 mil milhões de dólares em perdas e danos relacionados com o clima por ano e a afundar-se em oceanos de dívidas antes que o nível do mar suba. Mas quem mais pagaria?
Como poderia ser aplicado qualquer esquema internacional para aumentar as contribuições daqueles que têm mais condições de pagar e são responsáveis pelas alterações climáticas? Os consumidores ou produtores não hesitariam em aceitar o custo, tornando-o politicamente impossível? Os eleitorados votam cada vez mais em políticos que querem erguer muros contra os estrangeiros, e não financiá-los.
Fomos levados a acreditar que as taxas internacionais para financiar perdas e danos são a quimera dos idealistas. Mas esta é uma versão errônea da história. Uma parte emocionante dessa história é quando, ao atracar em Cingapura em julho de 1967, a tripulação do petroleiro Lake Palourde deixou embarcar Anthony O’Connor, um jovem advogado da firma Drew & Napier, acreditando que ele era um vendedor de uísque irlandês. O’Connor então prendeu no mastro um mandado do governo do Reino Unido buscando compensação pelos danos causados quando o navio irmão do Lago Palourde, o Torrey Canyon, encalhou em Pollard Rock perto de Land’s End, Cornwall, no Reino Unido, em 18 de março, 1967.
O desastre do Torrey Canyon está gravado na memória de quem tem mais de 60 anos. Foi o primeiro desastre de um superpetroleiro. O derramamento de mais de 100 milhões de litros (26,4 milhões de galões) de petróleo bruto criou uma mancha de petróleo medindo 700 km quadrados (270 milhas quadradas), contaminando 270 km (170 milhas) de costa em ambos os lados do Canal da Mancha e matando dezenas de milhares de pessoas. de aves marinhas. O desastre foi agravado por um esforço quase cómico da força aérea do Reino Unido para bombardear o navio e limpar o derrame utilizando detergentes altamente tóxicos.
Mas o que surpreenderá os cínicos e aqueles que esperaram 30 anos após a Cimeira da Terra no Rio de Janeiro pelo novo Fundo de Resposta a Perdas e Danos é que a comunidade internacional entrou em acção com entusiasmo quando as marés negras chegaram às praias brancas do Cornualha e Bretanha.
Tivemos a Convenção Internacional sobre Responsabilidade Civil pelos Danos causados pela Poluição por Hidrocarbonetos (CLC) no prazo de dois anos, formando o quadro para o Fundo de Compensação da Poluição da Organização Marítima Internacional. Cada comprador de petróleo embarcado paga ao Fundo sempre que ocorre um derrame, compensando as vítimas de mais de 150 derrames desde 1978.
O Fundo Fiduciário de Responsabilidade por Derramamentos de Petróleo dos Estados Unidos é ainda maior. Aumenta nove cêntimos por cada barril de petróleo produzido ou importado para os EUA. O Fundo agora tem US$ 8 bilhões. Esta taxa de 0,1 por cento passa despercebida aos consumidores e produtores face às oscilações no preço do barril de petróleo de mais de 5 por cento todos os meses.
As emissões de gases com efeito de estufa para a atmosfera são uma forma igualmente perigosa de poluição. No ano passado, na sua assembleia geral anual, os membros da Organização Marítima Internacional comprometeram-se com a rápida descarbonização do sector. Mas isso não vai longe o suficiente.
Os sectores do petróleo, do gás e do carvão são responsáveis por cerca de metade das actuais emissões de gases com efeito de estufa, e os produtos com elevadas emissões dos sectores agrícola, industrial e transformador contribuem com a maior parte do resto. Todos são enviados. Quase 90% dos 25 biliões de dólares em mercadorias transportadas anualmente são transportados por via marítima.
Os ministros terão de assumir a liderança, uma vez que é pouco provável que a indústria naval imponha impostos aos seus clientes. Ainda assim, apenas uma taxa de 0,2% sobre o valor dos combustíveis fósseis e dos bens transportados, com sanções por sub-registo e isenções para bens produzidos com emissões ultrabaixas, poderia angariar até 50 mil milhões de dólares por ano para financiar o novo Fundo de resposta às alterações climáticas. -perdas e danos relacionados em países em desenvolvimento particularmente vulneráveis.
A taxa não pode recair pesadamente sobre os países em desenvolvimento que contribuíram tão pouco para o aquecimento global. Há muito que se estabeleceu o precedente de que os proprietários e importadores são responsáveis pelos riscos ambientais do que está a ser transportado.
Existem mecanismos internacionais e são angariados diariamente montantes consideráveis – mas ainda não para perdas e danos relacionados com o clima. Os bancos multilaterais de desenvolvimento devem utilizar a sua nova margem de crédito para conceder empréstimos mais baratos e a longo prazo, a fim de ajudar os países vulneráveis a construir uma resiliência duradoura.
Contudo, para que os países vulneráveis não se afundem em oceanos de dívidas, também precisam de novas taxas internacionais para cobrir perdas e danos. O que estamos esperando? Um furacão de categoria cinco no Canal da Mancha?
As opiniões expressas neste artigo são do próprio autor e não refletem necessariamente a posição editorial da Al Jazeera.
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Ufac recepciona estudantes de licenciaturas que farão o Enade — Universidade Federal do Acre
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24 de outubro de 2025A Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) da Ufac realizou, nesta sexta-feira, 24, no Teatro Universitário, a recepção aos alunos concluintes dos cursos de licenciatura que participarão do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), neste domingo, 26.
O evento teve como objetivo acolher e motivar os estudantes para a realização da prova, que tem grande importância para a formação docente e para a avaliação dos cursos de graduação. Ao todo, 530 alunos participarão do Enade Licenciaturas este ano, sendo 397 em Rio Branco e 133 em Cruzeiro do Sul.
Participam do Enade Licenciaturas os concluintes dos cursos de Física, Física EaD, Letras/Português, Letras/Inglês, História, Geografia, Ciências Biológicas, Química, Matemática, Matemática EaD, Pedagogia, Ciências Sociais, Filosofia e Educação Física.
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, que representou a reitora Guida Aquino, destacou o papel da universidade pública na formação docente e o compromisso social que acompanha o exercício do magistério. “A missão de quem se forma nesta instituição vai além do diploma. É defender a educação pública, a democracia e os direitos humanos. Vocês representam o que há de melhor na educação acreana e brasileira. Cada um de vocês é parte da história e da luta da Ufac.”
A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou o caráter formativo do exame e o compromisso da universidade com a qualidade da educação. “O Enade é mais do que uma prova. Ele representa uma etapa importante da trajetória de cada estudante que trilhou sua formação nesta universidade. É um momento de reflexão sobre o aprendizado, o esforço e o legado que cada um deixa para os próximos alunos.”
Ela reforçou que o desempenho dos estudantes é determinante para o conceito de cada curso e destacou a importância da participação responsável. “É fundamental que todos façam a prova com dedicação, levando o nome da Ufac com orgulho. Nós preparamos esse encontro para motivar, orientar, e entregar um kit com lanche, água, fruta e caneta, ajudando os alunos a se organizarem para o domingo.”
A pró-reitora lembrou ainda que a mesma ação está sendo realizada no campus Floresta, em Cruzeiro do Sul, com o apoio da equipe da Prograd e dos coordenadores locais. “Lá, os alunos estão distribuídos em três escolas, e nossa equipe vai acompanhá-los no dia da prova, garantindo o mesmo acolhimento e suporte.”
O evento contou com apresentação cultural da cantora Luzienne Lucena e do Grupo Vibe, do projeto Pró-Cultura Estudantil, formado pelos acadêmicos Gabriel Daniel (Sistemas de Informação), Geovanna Maria (Teatro) e Lucas Santos (Música).
Também participaram da solenidade a diretora de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Grace Gotelip; e os coordenadores de cursos de licenciatura: Francisca do Nascimento Pereira Filha (Pedagogia), Lucilene Almeida (Geografia) e Alcides Loureiro Santos (Química).
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Ufac promove ação de autocuidado para servidoras e terceirizadas — Universidade Federal do Acre
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23 de outubro de 2025A Coordenadoria de Vigilância à Saúde do Servidor (CVSS) da Ufac realizou, nesta quinta-feira, 23, o evento “Cuidar de Si É um Ato de Amor”, em alusão à Campanha Outubro Rosa. A atividade ocorreu no Setor Médico Pericial e teve como público-alvo servidoras técnico-administrativas, docentes e trabalhadoras terceirizadas.
A ação buscou reforçar a importância do autocuidado e da atenção integral à saúde da mulher, indo além da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e do colo do útero. O objetivo foi promover um momento de acolhimento e bem-estar, integrando ações de valorização e promoção da saúde no ambiente de trabalho.
“O mês de outubro não deve ser apenas um momento de lembrar dos exames preventivos, mas também de refletir sobre o cuidado com a saúde como um todo”, disse a coordenadora da CVSS, Priscila Oliveira de Miranda. Ela ressaltou que muitas mulheres acabam se sobrecarregando com as demandas da casa, da família e do trabalho e acabam deixando o autocuidado em segundo plano.
Priscila também explicou que a iniciativa buscou proporcionar um espaço de pausa e acolhimento no ambiente de trabalho. “Nem sempre é fácil parar para se cuidar ou ter acesso a ações de relaxamento e promoção da saúde. Por isso, organizamos esse momento para que as servidoras possam respirar e se dedicar a si mesmas.”
O setor mantém atividades contínuas, como consultas com clínico-geral, nutricionista e fonoaudióloga, além de grupos de caminhada e ações voltadas à saúde mental. “Essas iniciativas estão sempre disponíveis. É importante que as mulheres participem e mantenham o compromisso com o próprio bem-estar”, completou.
A programação contou com acolhimento, roda de conversa mediada pela assistente social Kayla Monique, lanche compartilhado e o momento “Cuidando de Si”, com acupuntura, auriculoterapia, reflexologia podal, ventosaterapia e orientações de cuidados com a pele. A ação teve parceria da Liga Acadêmica de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde e da especialista em bem-estar Marciane Villeme.
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Ufac realiza abertura do Fórum Permanente da Graduação — Universidade Federal do Acre
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22 de outubro de 2025A Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) da Ufac realizou, nesta terça-feira, 21, no anfiteatro Garibaldi Brasil, campus-sede, a abertura do Fórum Permanente da Graduação. O evento visa promover a reflexão e o diálogo sobre políticas e diretrizes que fortalecem o ensino de graduação na instituição.
Com o tema “O Compromisso Social da Universidade Pública: Desafios, Práticas e Perspectivas Transformadoras”, a programação reúne conferências, mesas temáticas e fóruns de discussão. A abertura contou com apresentação cultural do Trio Caribe, formado pelos músicos James, Nilton e Eullis, em parceria com a Fundação de Cultura Elias Mansour.
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, representou a reitora Guida Aquino. Ele destacou o papel da universidade pública diante dos desafios orçamentários e institucionais. “Em 2025, conseguimos destinar R$ 10 milhões de emendas parlamentares para custeio, algo inédito em 61 anos de história.”
Para ele, a curricularização da extensão representa uma oportunidade de aproximar a formação acadêmica das demandas sociais. “A universidade pública tem potencial para ser uma plataforma de políticas públicas”, disse. “Precisamos formar jovens críticos, conscientes do território e dos problemas que enfrentamos.”
A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou que o fórum reúne coordenadores e docentes dos cursos de bacharelado e licenciatura, incluindo representantes do campus de Cruzeiro do Sul. “O encontro trata de temáticas comuns aos cursos, como estágio supervisionado e curricularização da extensão. Queremos sair daqui com propostas de reformulação dos projetos de curso, alinhando a formação às expectativas e realidades dos nossos alunos.”
A conferência de abertura foi ministrada pelo professor Diêgo Madureira de Oliveira, da Universidade de Brasília, que abordou os desafios e as transformações da formação universitária diante das novas demandas sociais. Ao final do fórum, será elaborada uma carta de encaminhamentos à Prograd, que servirá de base para o planejamento acadêmico de 2026.
Também participaram da solenidade de abertura a diretora de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Grace Gotelip; o diretor do CCSD, Carlos Frank Viga Ramos; e o vice-diretor do CMulti, do campus Floresta, Tiago Jorge.
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