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Eleição da OAB-SP tem debate sobre renovação e política – 11/11/2024 – Poder

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Renata Galf, Arthur Guimarães

Com seis chapas na disputa e um histórico de continuidade dos grupos no poder, a eleição da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo) marcada para o próximo dia 21 tem como pauta o debate sobre renovação do comando da entidade, além de críticas a relações com a política partidária por parte dos candidatos.

Enquanto o grupo da situação busca seguir por mais três anos à frente da maior seccional do país, também o presidente anterior tenta voltar ao comando da entidade, com apoio de nomes que comandaram a a instituição em São Paulo por quase duas décadas.

Com chapas fechadas que chegam a quase 200 membros, campanhas que envolvem a capital e o interior e sem regra que proíba a reeleição, o desenho da eleição da OAB-SP acaba sendo um desafio para o surgimento de novos grupos.

Uma novidade neste ano é que a votação será online. A expectativa é que, com isso, haja menos abstenção.

A atual presidente da OAB-SP, Patricia Vanzolini, abriu mão de disputar um novo mandato.

Eleita com a pauta contra reeleição, ela é candidata a conselheira federal na chapa da situação. Tem tido, contudo, amplo destaque na campanha, em que busca emplacar seu atual vice, Leonardo Sica, como novo presidente em uma chapa de continuidade.

Antecessor de Patricia e candidato neste ano, Caio Augusto Silva dos Santos tentou a reeleição em 2021, mas saiu derrotado. No ano seguinte, concorreu à Câmara dos Deputados pelo União Brasil. Criticado por parte dos adversários pelo movimento, ele argumenta que tinha a defesa da advocacia como bandeira e que se desfiliou antes de entrar na disputa da Ordem.

Sica diz ver a mistura da política partidária com a OAB como deletéria. Questionado sobre tentar se manter no poder, afirma que renovação não é apenas de pessoas, mas de práticas. Já Caio critica a atual gestão como sendo fraca no diálogo institucional, amargando derrotas no Legislativo e no Judiciário.

A presença de Luiz Flávio D’Urso, presidente da OAB-SP por três mandatos seguidos, como conselheiro federal na chapa reforça as críticas sobre renovação contra o grupo de Caio —que tem ainda o apoio de outro ex-presidente: Marcos da Costa, hoje secretário no governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) e que na última eleição apoiou a chapa de Patricia.

Vice de D’Urso à época, ele foi candidato da situação em 2012 —em movimento semelhante ao visto agora com Sica. Naquele ano, D’Urso tinha se licenciado da Ordem para concorrer a vice-prefeito na chapa de Celso Russomanno (então PRB). Caio Augusto, que por duas gestões foi da diretoria de Marcos da Costa, abriu dissidência em 2018 e acabou ganhando dele.

O grupo contou ainda com apoio público de Marcos Pereira, deputado federal e presidente do Republicanos, e traz como vice da chapa Angela Gandra Martins, filha de Ives Gandra e ex-secretária do governo de Jair Bolsonaro (PL). Já um nome mais ligado ao campo progressista na chapa é o reitor da Universidade Zumbi dos Palmares, José Vicente.

Em 2021, Patricia e Caio tiveram disputa acirrada, com cerca de três pontos percentuais de diferença. Já Dora Cavalcanti, advogada criminalista e integrante do grupo Prerrogativas, criado em reação à Lava Jato e ligado ao campo da esquerda, ficou fora da disputa, apesar de ter tido conversas com duas chapas. Na última eleição, ela ficou em terceiro lugar, com 10% dos votos.

Com forte aceno à direita, Alfredo Scaff tenta pela segunda vez dirigir a seccional paulista. Como vice, ele traz a professora Maristela Basso, da USP. Com figuras do campo bolsonarista em sua chapa, ele postou, por exemplo, entrevista em que é elogiado pelo ex-presidente.

No Instagram, Scaff tem feito vários posts conjuntos com o advogado e ex-apresentador da Jovem Pan, Tiago Pavinatto, e o deputado estadual bolsonarista Tomé Abduch (Republicanos), vice-líder do governo Tarcísio na Assembleia Legislativa.

Ele defende que a OAB deve ser suprapartidária e não pode ser “puxadinho de partido político”. Questionado sobre seus apoios virem apenas da direita, diz que aceita apoio de qualquer lado e que dialogará com todos se eleito.

Outra chapa é encabeçada por Carlos Kauffmann, que já participou de várias gestões da OAB-SP, tendo sido presidente do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB-SP durante a gestão de Caio. Ele tem como vice a professora e doutora em direitos humanos Lucineia Rosa.

Ele usa o termo retrocesso para se referir à chapa do ex-presidente e critica o arranjo feito por Sica e Patricia —argumentando que mantêm quase a mesma configuração atual e ainda com uso do nome da presidente na campanha.

Segundo Kauffmann, sua chapa é diferente, por ser composta por diferentes grupos, como o que buscava viabilizar uma candidatura encabeçada pela advogada Luanda Pires, de teor mais progressista, formada por pessoas negras, periféricas e LGBTQIA+.

Também o advogado Renato Ribeiro afirma ter uma chapa diversa, além de representar o interior paulista. Ele e diz ter reunido tanto bolsonaristas quanto esquerdistas para formar uma chapa. Ele se coloca contra o que classifica como uma OAB elitista e distante da advocacia. Sua vice é Adriana de Morais, especialista em direito e relações raciais.

Ele critica a candidatura de Caio Augusto, que vê como diretamente ligada à política partidária e diz o mesmo sobre Sica, citando o fato de o atual vice ser sobrinho de Valdemar Costa Neto, presidente do PL.

À Folha Sica classifica como oportunismo o uso do parentesco na eleição, e afirma que, além da relação afetiva, não tem outro tipo de ligação com seu tio.

Paulo Quissi, que está à frente do seu terceiro mandato da OAB de Carapicuíba, destaca o fato de ser um presidente de subseção que vai concorrer à seccional.

Fundador da uma associação de advogados empreendedores, ele tem se colocado como alguém que vivencia e conhece a realidade do advogado que atua nos convênios da OAB com a Defensoria. Ele também critica o grupo do ex-presidente Caio Augusto pela atuação na política partidária. Sua vice é Fabiana Quezada, que fundou a sociedade sobre uso de constelação familiar no direito.


Raio-X

  • Maior seccional do país, a OAB-SP tem cerca de 384 mil advogados inscritos. No Brasil, são pouco mais de 1,4 milhão

  • Em 2024, o orçamento da entidade paulista foi de R$ 535,6 mil. Procurada, a OAB Nacional não informou seu orçamento mais recente

  • A eleição da OAB-SP ocorre em 21 de novembro, online, das 9h às 17h

  • Cada chapa para a seccional tem até 196 integrantes, ao todo seis grupos estão concorrendo

  • Há ainda outras 386 chapas, compostas por 5 membros, disputando as 257 subseções espalhadas pelo estado.

CHAPAS INSCRITAS

  • Chapa “Nova Ordem”

    Alfredo Scaff Filho

    Maristela Basso

  • Chapa “Caio + Gandra + D’Urso #Pela Ordem”

    Caio Augusto Silva dos Santos

    Angela Vidal Gandra Martins

  • Chapa “Kauffmann e Lucineia OAB Unida”

    Carlos Kauffmann

    Lucineia Rosa

  • Chapa “OAB Sempre em Frente”

    Leonardo Sica

    Daniela Magalhães

  • Chapa “Muda OAB”

    Paulo Quissi

    Fabiana Quezada

  • Chapa “OAB Popular”

    Renato Ribeiro de Almeida

    Adriana de Morais



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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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