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Escrever meu testamento me levou a uma espiral existencial | Bem, na verdade

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7 meses atrásem
Angela Garbes
TApós sua queda, meu marido e eu trabalhamos com um advogado de direito da família para redigir nossos testamentos e diretivas antecipadas. Tentamos isso há 10 anos, depois que nosso primeiro filho nasceu, mas abandonamos o projeto em meio à privação de sono e à sobrecarga de novas responsabilidades. Agora que somos pais de duas crianças que não são mais pequenas e estamos mais acostumados com as muitas perdas e a logística da vida adulta, decidimos que era hora de ir até o fim.
Durante uma reunião de duas horas com nosso advogado, ele fez perguntas sobre cenários de fim de vida: se vocês dois falecessem, quem vocês escolheriam para criar seus filhos, se fossem menores? Quem você escolhe para administrar os bens deixados em custódia para os filhos até que eles tenham idade suficiente para administrar eles próprios os bens?
Embora essas sejam perguntas padrão para escrever um testamento, elas me levaram a uma espiral existencial. De repente, eu estava considerando meu passado e futuro. O que significa construir uma vida? O que eu quero deixar para trás?
Desde 5 de Novembro que tenho pensado em herança à medida que me adapto à realidade política dos Estados Unidos.
Na minha carreira de escritor, eu argumentou e defendido por cuidados de saúde universais, equidade racial nos cuidados de saúde maternos, licença familiar remunerada, salários dignos para trabalhadores domésticos profissionais e salários para trabalho doméstico feito de graça pelas mães. eu estive dizendo há anos que a autonomia corporal total para todas as pessoas pode não ser possível durante a minha vida, mas que poderia ser possível durante a vida dos meus filhos.
Com a reeleição de Trump, estou a considerar a possibilidade de viver grande parte da minha vida sob um regime político conservador que aprovará e defenderá legislação antitética às minhas crenças: um governo opõe-se às proteções trabalhistas e regulamentação ambiental; um governo baseado em crueldade, não me importo.
Enquanto nosso advogado explicava algumas manobras legais que ele incluiria em nossos testamentos para proteger as heranças de nossos filhos de um imposto sobre heranças, eu queria dizer: “Na verdade, estou bem com os impostos! Gosto da rede de segurança social!”
Mas me acalmei com a desculpa que inúmeros pais usam para justificar todo tipo de decisões egoístas: só quero o melhor para meus filhos.
Eu esperava que deixássemos a próxima geração com um mundo melhor, que pudéssemos nos orgulhar de nossas virtudes e realizações. Saber que isso não vai acontecer, além de reconhecer minha própria cumplicidade nisso, me deixa triste e decepcionado. Meu legado não será nobre nem simples, mas será humano.
Também tenho cuidado com meu legado pessoal. Aos seis anos, minha filha mais nova tende a se autodenominar “burra”, “estúpida”, “feia” e “inútil”. Nunca usamos essas palavras para descrevê-la, mas ela as absorveu mesmo assim. Eles aparecem quando ela está com dificuldade para ouvir, quando ela sente que estou chateado ou frustrado com ela.
Esta também é uma de suas heranças. Conheço a tendência de internalizar sentimentos negativos. Vivi tantos anos da minha vida dessa maneira, porque nunca tive permissão para expressar plenamente a tristeza, a raiva e a mágoa.
Eu quero mudar isso. Então, sento-me com ela e peço-lhe que não siga esse caminho. Eu digo que se ela me deixar amá-la e ficar com ela, ela não terá que dizer a si mesma coisas terríveis que simplesmente não são verdade. Funciona mais dias do que não.
“Não existe outro mundo. Este é o único mundo em que vivemos”, escreve Alexander Chee em Sobre se tornar um escritor americanoum ensaio que luta contra a questão de ser escritor após a primeira eleição de Trump. Chee exorta-nos a manter a nossa arte, os nossos valores e o que é importante para nós, no meio de toda a incerteza: “Este país passível de revisão, tão difícil de mudar, tão facilmente mudado”.
após a promoção do boletim informativo
O que faço todos os dias ainda importa, digo a mim mesmo, mesmo quando não acredito. Acredito que meus filhos deveriam ser livres para serem eles mesmos, que é meu trabalho permitir que eles façam isso e testemunhá-los. E acredito que o que é melhor para os meus filhos é o que é melhor para todos, especialmente os mais vulneráveis.
Mais de Angela Garbes no meio do caminho:
Colado na outra parede está outra passagem do ensaio de Chee, que escrevi à mão depois de lê-lo em 2018.
“Escreva para seus mortos… Deixe que eles responsabilizem você”, escreve Chee. “E quando a guerra chegar – e não se engane, ela já está aqui – certifique-se de escrever também para os vivos. Aqueles que você ama e aqueles que estão vindo para salvar sua vida. O que você vai dar a eles quando chegarem aqui?
Aparecerei para meus filhos todos os dias – de forma imperfeita, propenso a chorar, ocasionalmente sem saber o que tenho a oferecer. Vou prepará-los para o mundo em que vivemos, ensiná-los a buscar o prazer, a cuidar de si e dos outros. O meu legado será modelá-los e prepará-los para trabalhar pela sua liberdade, com a esperança de que preparem o seu próprio povo muito depois de eu ter partido.
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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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2 meses atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
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Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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2 meses atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
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A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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2 meses atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
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Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
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