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Escultor aderiu às vanguardas, mas teve formação clássica – 24/10/2024 – Andanças na metrópole

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Vicente Vilardaga

Victor Brecheret foi o introdutor do modernismo na escultura brasileira. O que produziu foi belo e instigante e a obra do artista costuma causar fascinação. Oscilando entre a tradição e a modernidade suas estátuas se rendem com frequência, principalmente depois dos anos 1940, ao apelo religioso e ganham um sentido místico.

Ele também buscou uma arte de raiz nacional, mais contemporânea, pesquisando os costumes indígenas com profundidade, e fez muitos nus.

Conhecido pela introversão, isolamento e por ser um trabalhador incansável, o escultor usava costumeiramente uma boina preta, que era sua marca registrada. Embora tenha aderido a uma arte de vanguarda, sua formação artística foi clássica.

Nasceu na Itália, mas se naturalizou brasileiro depois dos 30 anos. Seu nome original era Vittorio Breheret. Antes de se radicar definitivamente no Brasil, passou longas temporadas de estudo na Itália e na França.

Seu trabalho mais conhecido, visto diariamente pelas pessoas que passam ao lado da praça Armando de Salles Oliveira, é o “Monumento às Bandeiras”, instalado do lado do Parque do Ibirapuera e símbolo da pujança paulista.

É uma escultura épica e cheia de movimento que mostra brancos e indígenas desbravando o interior do Brasil. A maquete da obra foi apresentada em São Paulo em 1920, na Casa Byington. Sua instalação no atual endereço aconteceu em 1953. Na Semana de Arte Moderna havia 12 obras suas no Teatro Municipal.

Em 2024 se completam 130 anos de seu nascimento e suas esculturas não perdem o frescor criativo e resistem em vários pontos da cidade.

É possível fazer um roteiro de suas obras começando pelo parque Siqueira Campos, o Trianon, passando pelo Cemitério da Consolação e circulando em vários pontos do Centro, como o largo do Arouche e a galeria Prestes Maia.

No cemitério da Consolação há pelo menos duas esculturas de Brecheret: “O Sepultamento”, sobre o túmulo da mecenas dos modernistas Olivia Guedes Penteado, e o “Grande Anjo”, no jazigo da família Botti.

No Largo do Arouche exibe-se a belíssima “Depois do Banho” e na Praça Princesa Isabel, na avenida Rio Branco, a monumental estátua de Duque de Caxias.

No Centro Cultural São Paulo está instalada a magnífica “Eva” e na Galeria Prestes Maia, há duas: “Graça 1” e “Graça 2”. Existe um busto de Santos Dumont no aeroporto de Congonhas e a “Via Crucis”, na capela do Hospital das Clínicas.

Outros bustos de sua autoria são de Menotti del Picchia, na praça Juca Mulato, e de Alcântara Machado, no largo do Arouche. Merece atenção também a estátua de Joana D’ Arc, no teatro Maria Della Costa.

Brecheret nunca foi um homem de se meter em polêmicas, mas há pelo menos uma relacionada à sua obra. Ela envolve a escultura “O Fauno”, esculpida em bronze e granito, hoje instalada no Trianon.

Originalmente, a escultura, encomendada pelo prefeito Francisco Prestes Maia, foi colocada na praça Dom José Gaspar, atrás da biblioteca Mário de Andrade, onde ficou por algum tempo.

Mas houve forte reação dos religiosos, especialmente da diocese de São Paulo, que, considerando o paganismo da obra, decidiu por uma cruz em seu lugar.

O trabalho de Brecheret representa o deus Pã, divindade grega meio homem, meio bode, conhecida pelo apetite sexual.


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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre

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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou o encerramento do curso de aperfeiçoamento em cuidado pré-natal na atenção primária à saúde, promovido pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex), Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa). O evento, que ocorreu nessa terça-feira, 11, no auditório do E-Amazônia, campus-sede, marcou também a primeira mostra de planos de intervenção que se transformaram em ações no território, intitulada “O Cuidar que Floresce”.

Com carga horária de 180 horas, o curso qualificou 70 enfermeiros da rede municipal de saúde de Rio Branco, com foco na atualização das práticas de cuidado pré-natal e na ampliação da atenção às gestantes de risco habitual. A formação teve início em março e foi conduzida em formato modular, utilizando metodologias ativas de aprendizagem.

Representando a reitora da Ufac, Guida Aquino, o diretor de Ações de Extensão da Proex, Gilvan Martins, destacou o papel social da universidade na formação continuada dos profissionais de saúde. “Cada cursista leva consigo o conhecimento científico que foi compartilhado aqui. Esse é o compromisso da Ufac: transformar o saber em ação, alcançando as comunidades e contribuindo para a melhoria da assistência às mulheres atendidas nas unidades.” 

A coordenadora do curso, professora Clisângela Lago Santos, explicou que a iniciativa nasceu de uma demanda da Sesacre e foi planejada de forma inovadora. “Percebemos que o modelo tradicional já não surtia o efeito esperado. Por isso, pensamos em um formato diferente, com módulos e metodologias ativas. Foi a nossa primeira experiência nesse formato e o resultado foi muito positivo.”

Para ela, a formação representa um esforço conjunto. “Esse curso só foi possível com o envolvimento de professores, residentes e estudantes da graduação, além do apoio da Rede Alyne e da Sesacre”, disse. “Hoje é um dia de celebração, porque quem vai sentir os resultados desse trabalho são as gestantes atendidas nos territórios.” 

Representando o secretário municipal de Saúde, Rennan Biths, a diretora de Políticas de Saúde da Semsa, Jocelene Soares, destacou o impacto da qualificação na rotina dos profissionais. “Esse curso veio para aprimorar os conhecimentos de quem está na ponta, nas unidades de saúde da família. Sei da dedicação de cada enfermeiro e fico feliz em ver que a qualidade do curso está se refletindo no atendimento às nossas gestantes.”

A programação do encerramento contou com uma mostra cultural intitulada “O Impacto da Formação na Prática dos Enfermeiros”, que reuniu relatos e produções dos participantes sobre as transformações promovidas pelo curso em suas rotinas de trabalho. Em seguida, foi realizada uma exposição de banners com os planos de intervenção desenvolvidos pelos cursistas, apresentando as ações implementadas nos territórios de saúde. 

Também participaram do evento o coordenador da Rede Alyne, Walber Carvalho, representando a Sesacre; a enfermeira cursista Narjara Campos; além de docentes e residentes da área de saúde da mulher da Ufac.

 



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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre

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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre

O Colégio de Aplicação (CAp) da Ufac realizou uma minimaratona com participação de estudantes, professores, técnico-administrativos, familiares e ex-alunos. A atividade é um projeto de extensão pedagógico interdisciplinar, chamado Maracap, que está em sua 11ª edição. Reunindo mais de 800 pessoas, o evento ocorreu em 25 de outubro, no campus-sede da Ufac.

Idealizado e coordenado pela professora de Educação Física e vice-diretora do CAp, Alessandra Lima Peres de Oliveira, o projeto promove a saúde física e social no ambiente estudantil, com caráter competitivo e formativo, integrando diferentes áreas do conhecimento e estimulando o espírito esportivo e o convívio entre gerações. A minimaratona envolve alunos dos ensinos fundamental e médio, do 6º ano à 3ª série, com classificação para o 1º, 2º e 3º lugar em cada categoria. 

“O Maracap é muito mais do que uma corrida. Ele representa a união da nossa comunidade em torno de valores como disciplina, cooperação e respeito”, disse Alessandra. “É também uma proposta de pedagogia de inclusão do esporte no currículo escolar, que desperta nos estudantes o prazer pela prática esportiva e pela vida saudável.”

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou a importância do projeto como uma ação de extensão universitária que conecta a Ufac à sociedade. “Projetos como o Maracap mostram como a extensão universitária cumpre seu papel de integrar a universidade à comunidade. O Colégio de Aplicação é um espaço de formação integral e o esporte é uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento humano, social e educacional.”

 



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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre

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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre

O curso e o Centro Acadêmico de Letras/Português da Ufac iniciaram, nessa segunda-feira, 10, no anfiteatro Garibaldi Brasil, sua 24ª Semana Acadêmica, com o tema “Minha Pátria é a Língua Pretuguesa”. O evento é dedicado à reflexão sobre memória, decolonialidade e as relações históricas entre o Brasil e as demais nações de língua portuguesa. A programação segue até sexta-feira, 14, com mesas-redondas, intervenções artísticas, conferências, minicursos, oficinas e comunicações orais.

Na abertura, o coordenador da semana acadêmica, Henrique Silvestre Soares, destacou a necessidade de ligar a celebração da língua às lutas históricas por soberania e justiça social. Segundo ele, é importante que, ao celebrar a Semana de Letras e a independência dos países africanos, se lembre também que esses países continuam, assim como o Brasil, subjugados à força de imperialismos que conduzem à pobreza, à violência e aos preconceitos que ainda persistem.

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, salientou o compromisso ético da educação e reforçou que a universidade deve assumir uma postura crítica diante da realidade. “A educação não é imparcial. É preciso, sim, refletir sobre essas questões, é preciso, sim, assumir o lado da história.”

A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou a força do tema proposto. Para ela, o assunto é precioso por levar uma mensagem forte sobre o papel da universidade na sociedade. “Na própria abertura dos eventos na faculdade, percebemos o que ocorre ao nosso redor e que não podemos mais tratar como aula generalizada ou naturalizada”, observou.

O diretor do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela), Selmo Azevedo Pontes, reafirmou a urgência do debate proposto pela semana. Ele lembrou que, no Brasil, as universidades estiveram, durante muitos anos, atreladas a um projeto hegemônico. “Diziam que não era mais urgente nem necessário, mas é urgente e necessário.”

Também estiveram presentes na cerimônia de abertura o vice-reitor, Josimar Batista Ferreira; o coordenador de Letras/Português, Sérgio da Silva Santos; a presidente do Cela, Thaís de Souza; e a professora do Laboratório de Letras, Jeissyane Furtado da Silva.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 

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